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Gerenciamento de índices em fazendas de leite: produção de forragens - Oferta e Demanda?

POR JOÃO PAULO V. ALVES DOS SANTOS

COWTECH

EM 10/04/2015

5 MIN DE LEITURA

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No artigo anterior discorremos sobre a importância em se mensurar e avaliar índices em fazendas de leite. Em função da variedade de conceitos envolvendo o levantamento de indicadores em fazendas, a possibilidade de uso de softwares para gerenciamento ou medidas alternativas de controle, deixou de ser tarefa simples devido à quantidade de dados gerados e a dificuldade de se estabelecer critérios sobre quais informações, de fato, devem ser aproveitadas para tomadas de decisão importantes. Lembramos, novamente, que um conjunto de dados, não nos direciona a nada se os mesmos não forem compilados, adequadamente, de modo que o seu conjunto se traduza numa informação de qualidade.

Para que tenhamos mais objetividade nos trabalhos e avaliações em sistemas de produção de leite, recomendamos sempre a divisão de propriedades em diferentes setores, de modo que cada setor seja avaliado, individualmente e, em cada setor, objetivos e metas sejam traçados, com prazo pré-estabelecido para avaliação dos resultados. Uma importante ferramenta de trabalho em nossa consultoria é a análise comparativa da “realidade prática de uma fazenda” com “índices de referência (benchmarks)” disponíveis no mercado. Será que uma dada propriedade vai bem? Quais indicadores são importantes e quais informações revelam uma gestão eficiente?

Na pecuária leiteira, é fundamental, estruturarmos sistemas de produção para a produção de alimentos volumosos (forragens) com qualidade e custos competitivos. No mercado, enfrentamos muitos preconceitos sobre a maneira correta de se produzir alimento volumoso. Em muitos casos, o conceito de quantidade prevalece sobre a qualidade. É necessário trabalhar visando sempre a produção máxima de recursos forrageiros sem esquecer o fator: qualidade.

Para produção de alimentos volumosos, o estabelecimento de “índices de referência” é uma tarefa um pouco mais complexa pelo fato de forrageiras serem produzidas em diferentes áreas do país em diferentes tipos de solo, condições climáticas e tecnologia de produção aplicada (em termos de mecanização e tratos culturais). Dessa forma é muito comum obtermos números extremos em termos de valores de custo de produção de alimentos volumosos. Até mesmo numa mesma região em condições semelhentes, pela diversidade de fatores explicitados é possível encontrarmos volumosos com custos bem diferentes.

O objetivo do presente artigo é apresentar ao leitor sugestão de como realizar uma coleta de dados capazes de gerar informações importantes para o planejamento da oferta de alimentos forrageiros mediante uma dada demanda numa propriedade.

Etapa 1. Coleta da dados e informações:

Para dimensionarmos, adequadamente, um sistema de produção em termos de oferta e demanda de forragem, é necessário termos, primeiramente as informações abaixo:
a-) Área de pastagem ou lavoura (para forragens conservadas)
b-) Distribuição (ou estrutura) dor rebanho (categorias e quantidade de cabeças)
c-) Manejo nutricional: dietas formuladas e usadas na propriedade

Para desenvolvermos nosso raciocínio, apresentamos a Tabela 1., abaixo, com dados hipotéticos de uma propriedade, com 55 ha (com 20% de reserva legal) e 44 ha úteis direcionados para produção de leite:

Tabela 1. Distribuição do rebanho e alimentação: volumosos x concentrado


Uma das maneiras de estimarmos essa demanda, a partir da distribuição do rebanho, é realizar o cálculo da demanda de volumoso de acordo com a % de participação deste na base seca da dieta dos animais. Ter detalhes das formulações e nutrição realizada é interessante, mas para efeito de cálculo da demanda de alimento volumoso, numa fazenda, não há necessidade de trabalharmos com detalhes da formulação, desde que seja estabelecido, de antemão limites para participação de volumoso na base seca das dietas que serão utilizadas. A partir dos dados gerados pela Tabela 1., podemos levantar o consumo diário e anual dos alimentos volumosos disponíveis na propriedade.

Tabela 2. Demanda anual de volumosos:


A quantidade de área a ser utilizada vai depender da produtividade das forrageiras na propriedade. Este é um aspecto muito importante a ser considerado. Em muitos casos, a estimativa de produtividade dos recursos forrageiros existentes é super ou subestimado, causando muito prejuízo financeiro a diferentes sistemas de produção ou mesmo levando ao colapso muitos programas de alimentação. Vale lembrar que os prejuízos causados por um programa de alimentação sem planejamento não se estende somente aos danos diretos (queda de produção de leite), mas também a danos indiretos como queda de escore corporal, menor incidência de cios, maior taxa de reabsorção embrionária e uma péssima reprodução na propriedade. Logo, todo cuidado deve ser tomado na estimativa de produtividade de qualquer recurso forrageiro. A Tabela 3. apresenta dados de produtividade e custos obtidos em diferentes fazendas, com mesma metodologia de coleta de dados (planilhas) há mais de 10 anos consecutivos.

Tabela 3. Produtividade e custos de forrageiras:

Fonte: COWTECH-CONSULTORIA (base de dados: safra 2014-2015)

A tabela, acima, resume alguns índices coletados em campo e diferentes sistemas de produção de leite, assistidos pela COWTECH. É interessante observarmos o impacto da produtividade no custo de produção de um sistema mais intensificado. Muitos produtores costumam justificar baixos investimentos na produção de milho para silagem por motivos “econômicos”. Nas fazendas assistidas pela nossa consultoria verificamos, exatamente, o contrário (como esperado e sabido). Quanto mais o produtor investe em lavouras de milho e, consequentemente, desembolsando mais por hectare, mais a cultura responde e menor é seu custo de produção.

Realizando a fusão de conceitos e dados entre as Tabelas 2 e 3, é possível estimarmos a área necessária para estruturação do sistema de produção em si:

Tabela 4. Estimativa de área para produção de alimentos volumosos


Pelos dados apresentados na tabela acima, percebemos que o sistema é sustentável com ou se “viabiliza”, teoricamente, com a área útil proposta de 44 ha (início do artigo), hipoteticamente, proposta. Apesar dos cálculos serem, relativamente simples, muitas variáveis estão envolvidas para obtenção de números confiáveis. É importante que o produtor tenha sempre em mãos dados e informações confiáveis para projeção e planejamento. Os números apresentados, nas tabelas deste artigo forma planilhados e servem como referência, mas podem não refletir a “realidade prática” de um dado sistema de produção por isso devem sempre ser revisados para a realidade possível de ser obtida em cada propriedade.

Abaixo, um resumo de indicadores de eficiência e referência utilizados pela COWTECH-CONSULTORIA

Tabela 5
. Produtividade de forrageiras (alimentos volumosos)

Fonte: COWTECH-CONSULTORIA (base de dados)

Tabela 6. Grau de intensificação de sistemas, produtividade e custo de produção

Fonte: COWTECH-CONSULTORIA (base de dados)

JOÃO PAULO V. ALVES DOS SANTOS

Espaço para artigos e debates técnicos expostos por especialistas e equipe de consultores.

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JOÃO PAULO V. ALVES DOS SANTOS

LENÇÓIS PAULISTA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 21/04/2015

Prezado Pedro Henrique,

Agradecemos sua participação!

Um abraço!!

(Equipe COWTECH)
PEDRO HENRIQUE

IPANEMA - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 21/04/2015

Ótimo assunto, 90% dos problemas seriam resolvidos se os produtores dessem passos calculados e bem distribuídos adequando a cada sistema de produção contando com a capacidade de suas propriedades em questão. Dado a importância do assunto observo o problema que o sistema produtivo brasileiro enfrenta por falta de planejamento e captação de dados muitos ainda "acham" onde devemos ter certeza.
JOÃO PAULO V. ALVES DOS SANTOS

LENÇÓIS PAULISTA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 21/04/2015

Prezado Luiz Bonfim Tavares,

Agradecemos pela participação e comentários.

Os valores apresentados, são sugestivos e podem mudar, de acordo com a realidade de cada fazenda/sistema.

%V e %C é como essa dieta está distribuída na sua base seca. Se for 50% x 50%, por exemplo, significa que o animal está consumindo, na base seca, metade de volumoso e metade de concentrado, em relação ao requerido/formulado. No exemplo, consideramos um consumo de 21 kg de MS e 45% de volumoso (%V) na dieta, equivalendo a 9,45 kg MS/cab/dia.

Sobre 700 kg de PV é aceitável. Já 850 kg de PV é um animal, excessivamente, grande para free-stall e a diferença é grande em termos de qualidade de manejo e instalações. A simulação considerou 650 kg de PV. Se trabalhar c/ 850 kg os valores mudam (e depende do DEL inserido e desafio de produção), mas p/ efeito de cálculo eu aceitaria e indicaria 21 kg de MS/cab/dia como um número seguro para consumo médio, para diferentes desafios de produção e estagio de lactação. Mesmo para um animal mais pesado ou em final de lactação, consumindo mais MS, devemos pensar em: consumo médio. E ter média de consumo, por exemplo, de 22, 23 ou 24 kg de MS/cab/dia não é comum em sistemas tropicais, mesmo climatizados. Não é impossível, mas devemos pensar, no caso da simulação em médias. O desafio é grande. E envolve uma análise abrangente p/ sabermos se está havendo eficiência alimentar com um eventual consumo maior, sendo que esta, tende a diminuir com DEL mais avançado.

Um abraço!

João Paulo V. Alves dos Santos
Engenheiro Agrônomo
COWTECH - CONSULTORIA




LUIZ BOMFIM TAVARES

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 21/04/2015

João Paulo,
Muito importante os seus comentários, más estou em dúvidas sobre alguns pontos :
1 - Tabela 1
O que é: kg Ms/cab/dia
O que é: %V
O que é: %C

2 - Tabela 2
9,45 kg MS/cab/dia pode ser considerando para uma rebanho de 100 vacas com a produção média de 24 litros de leite dia, com peso entre 700 a 850 kilos por vacas, em regime de Free Stall?.
Caso negativo, qual seria a quantidade em KILOS de MS/CAB/DIA?.

3 - Tabela 6
No custo de produção (R$ 3.100,00 por hectare/ 45 tons.) quais os insumos/quantidade/serviços, que vc utilizou para chegar este custo por hectare?

Agradeço antecipadamente pela informações.

Luiz Bomfim Tavares

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