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Até que ponto seu sistema de produção é, efetivamente, a pasto?!

POR JOÃO PAULO V. ALVES DOS SANTOS

COWTECH

EM 12/12/2012

8 MIN DE LEITURA

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“Produção de leite a pasto” é uma expressão popular e conhecida no meio técnico. Particularmente eu corrigiria a classificação para: “produção de leite à pasto com suplementação”. Todos aqueles que estão envolvidos com a produção de leite neste sistema sabem e fazem uso da suplementação como estratégia essencial para atingirmos resultados. Acredito muito no pastejo rotacionado como alternativa para produção de baixo custo desde que determinados conceitos sejam respeitados como, por exemplo, o fornecimento de concentrado (apenas) durante o verão e volumoso + concentrado no período de inverno (uma vez que gramíneas tropicais passam a não ser mais alternativa forrageira, pela sua característica estacional de produção).

Na prática, conversando com colegas e visitando propriedades, tenho percebido e notado uma grande dificuldade no manejo de pastagens, principalmente em relação ao consumo de matéria seca (MS). Sabemos que o consumo de MS oriundo do pasto depende muito da qualidade do mesmo, dentre uma série de fatores. Podemos associar essa qualidade, de um modo geral, ao teor de fibra (FDN – fibra em detergente neutro) do mesmo. Estudos clássicos apontam correlação do peso vivo (PV) com a quantidade (em MS) máxima de FDN a ser consumida diariamente. Para vacas em lactação, dependendo do estágio da mesma, de acordo com dados publicados, apontam para uma ingestão máxima de forragem a 0,8 a 1,2% do PV em kg de FDN/cab/dia, de acordo com o estágio de lactação das vacas.

Quanto mais velho for um capim, teoricamente, maior será o seu teor de FDN. Apenas para ilustrarmos nosso raciocínio, considerando um valor de FDN de 65% para uma forrageira bem adubada em sistema intensivo e teor de MS de 20%, no momento do consumo e um lote com peso individual médio de 630 kg de PV, com consumo de 1% do PV, supostamente, teríamos: 6,3 kg de FDN/cab/dia. Sendo o teor de FDN da forragem de 65%, teríamos o equivalente a 10 kg de MS de forragem (total)/cab/dia ou com o respectivo teor de MS de 20%, o equivalente a 50 kg de matéria original (MO)/cab/dia. A pergunta que devemos realizar é: isso acontece na prática? É possível empregarmos ou considerarmos este valor como verdadeiro?

Nutricionistas e técnicos do setor que lidam, diariamente com estes desafios, e que acompanham constantemente sistemas de produção à pasto sabem que a ingestão de altas quantias de forragem é um desafio. Forragens de alta digestibilidade e valor nutricional, com boa % de proteína bruta (PB) podem até ser consumidas em elevadas quantidades. No entanto lidamos com problemas como elevação de teores de proteína degradável no rúmen (PDR) e mesmo que venhamos a desejar incluir o menos possível de concentrado (como suplementação), somos obrigados a fechar ou fornecer energia dentro do rúmen para evitarmos que eventual excedente de PDR comprometa, por exemplo a reprodução (dietas com excesso de PDR e fornecimento insuficiente de energia promovem elevados teores de nitrogênio uréico no leite, afetando a reprodução). Além disso, sabemos que ao fornecermos concentrados como suplemento em dietas passamos a fornecer, claro, MS também, ocupando espaço no rúmen e complementando requerimentos nutricionais, havendo natural efeito substitutivo.

A premissa básica para obtermos sistemas de produção a pasto eficientes é a otimização do consumo de MS advindo da pastagem. Cabe então outra pergunta/desafio: como otimizar o consumo do pasto se é necessário a suplementação com concentrados para se produzir leite? O desafio aumenta quanto maior for o peso vivo médio do lote e quanto mais especializada for a vaca (capacidade de produção – maiores requerimentos). Apesar da conversão alimentar ser maior em animais especializados, para atendermos suas exigências (requerimentos nutricionais), devemos fazer uso da suplementação. Até então não vejo mal nenhum em arraçoarmos sistemas de produção a pasto, desde que sejamos fiéis à premissa do fornecimento de concentrado suplementar, apenas.

Na prática, por problemas de manejo, como controle efetivo da altura de resíduo, por exemplo, ou nível de adubação empregada (a mais ou a menos), nem sempre temos sistemas de produção a pasto “redondos”. Para que possamos confiar e obtermos consumo efetivo de MS das pastagens precisamos criar condições para que o mesmo aconteça. Caso isso não seja cumprido (manejo adequado), o consumo será inadequado e teremos queda de produção. Como maneira de solucionar o problema e resolver a questão muitas fazendas suplementam no cocho, não somente concentrado (ração), mas também volumoso. Em muitos casos o volumoso é oferecido em menores quantidades apenas para assegurar melhor consumo do concentrado e condições de estabilidade de pH ruminal. Isso é importante, mas complicado ao mesmo tempo. A suplementação com concentrado e volumoso também no verão representa ineficiência e aumento de custos, inegavelmente.

Vejamos outro exemplo: considerando um consumo predicado de 21 kg de MS/cab/dia e uma proposta de balanceamento fundamentada numa relação: volumoso x concentrado (V:C) de 60:40, como estratégia para baixarmos custos (fornecer mais forragem do que ração). Para o consumo predicado seja atingido, nessa relação, estaríamos propondo a ingestão de 12,6 kg de MS de pastagem. Supondo um teor de MS da mesma de 20%, a proposta seria a vaca consumir 63 kg de MO de pasto e cerca de 9,5 kg de MO de concentrado em 2 tratos/dia, ou seja, 4,75 kg de ração/cab/dia/trato, praticamente 5 kg. Suponhamos que este concentrado seja fornecido puro, no cocho, pós-ordenha. Nova pergunta: você faria isso? Resposta: eu, particularmente, não recomendo. Não julgo ser pertinente forneçer mais que 3 kg/cab/dia somente de concentrado (ração) em cocho coletivo de forma alguma (por problema de animais depravados e dominantes consumindo muito mais que o predicado/cabeça, comprometendo o pH ruminal...). Logo estamos diante de uma situação prática complicada. Além disso, temos o desafio (para fechar a dieta) da ingestão de mais de 60 kg de MO de pastagem/cab/dia. Somente de pastagem. Tradicionalmente, sabemos que confinamentos de alta produção trabalham com propostas de consumo de MO/cab/dia de 37 a 42 kg de MO/cab/dia (sem fornecimento de resíduo de cervejaria, com este ingrediente podemos ter maiores ingestões em termos de MO). No quadro acima estamos “propondo” para a “D. Vaca” que a mesma consuma isso, debaixo do sol (ou à noite se ela quiser) e que ela consuma mais do que um programa de confinamento-padrão. Se quisermos fazer a conta com a metodologia do FDN, podemos aplicar: 63 kg MO pasto x 0,2 (usando os dados acima, mesmo, como exemplo), obtendo 12,6 kg de MS ou 8,19 kg de FDN, equivalente a 1,3 % do PV sobre 630 kg/cab, médio de um suposto lote. Será que conseguimos? Quem consegue e como? O campo está aberto para a discussão e exposição de fatos e argumentos, com fundamento... claro.

Sobre o dilema acima, podemos ainda propor uma outra solução: trabalhar com um volume maior de suplementação, ou seja, inverter a relação V:C, propondo um arraçoamento com maior inserção de concentrado. Que tal 40:60? Como ficaria a distribuição da demanda predicada de 21 kg de MS/cab/dia? Obviamente teríamos, 12,6 kg de MS de concentrado a ser fornecido e 8,4 kg de MS de volumoso (pastagem, no caso) a serem fornecidos para nossas amigas. Com teor de MS de 20% (mantendo sempre a base do exemplo inicial), temos que obter um consumo de 42 kg de MO de pastagem. Ótimo. Aliviamos o sistema. Correto?! E o concentrado (ração)? Aplicando 88% como teor de MS médio do concentrado fornecido vamos para 14 kg de concentrado como “suplemento” no cocho. Só ração?! Só farelado? Pergunta: quem faz isso? No campo? Na prática? Dividido em 2 tratos, na base de 7 kg/cab/dia espalhados no cocho/trato.... Viável ou não? Recomendável ou não?

Onde estamos querendo chegar, afinal? Aparentemente estamos caminhando ou direcionando nosso raciocínio para a inviabilização deste sistema (pasto). Correto?! Não. Não estamos propondo nem direcionando nada para isso! Estamos chamando a atenção para o direcionamento de trabalho intensivo, com animais especializados em sistemas de produção a pasto. Podemos trabalhar com estes animais. Sim. Estaremos explorando o máximo potencial dos mesmos? De acordo com as premissas e exemplos acima, creio que não. Por este motivo considero o padrão racial uma questão fundamental no delineamento e sucesso do sistema. Não considero inteligente ficar “brigando” com a questão do consumo de animais com alta capacidade de ingestão e MS, conversão e produção de leite.

Não podemos nos esquecer de que a premissa básica para mensurarmos sistemas de produção a pasto é a produção de leite/área, ou seja, litros de leite/ha/ano em detrimento à produção individual média (tão avaliada em sistemas confinados). Se trabalharmos com vacas pequenas (lembre-se do fator PV x %FDN x consumo), que tenham menores requerimentos e consigam produzir leite com menor ingestão de MS/dia, estamos delineando um sistema correto. Essa vaca pode e deve receber menor volume de suplementação/dia. A lotação (UA/ha) pode e deve ser a maior possível. Se a média individual de produção diária for baixa, eu particularmente, não me preocupo. Neste caso me preocupo com o menor nível de suplementação (ração) e a maior produção de leite consumindo apenas forragem. Isso, certamente, representa redução de custo.

Sistemas de produção a pasto, alguns irrigados, com emprego de elevadas doses de adubo/ha/ano, somada a correção de solo, manutenção de cercas, treinamento de mão-de-obra para controle de resíduo/manejo da pastagem, distância dos últimos piquetes para ordenha, corredores pesados e cheios de lama no verão, etc, não são simples e podem ser ter custo bem superior a sistemas confinados se não forem eficientes. A mera argumentação de que a produção a pasto é melhor e mais barata porque a vaca “vai até o alimento” é um tanto quanto antiquada e incorreta. Se mal interpretada, causa enormes prejuízos, como em muitos casos.

Sistemas de produção a pasto são fantásticos e intrigantes. Exigem cuidados e conhecimentos técnicos avançados; quando aplicado em larga escala, principalmente. Animais menos exigentes, incabíveis em sistemas confinados podem se adaptar perfeitamente à demanda do pastejo rotacionado-teórico. Certamente, se bem conduzido, conseguimos obter custos interessantes. O que não podemos é misturar conceitos e agregarmos custos de um sistema no outro sistema. Neste caso atingimos o cume da ineficiência. No sistema de produção a pasto, mesmo com elevadas dosagens de fertilizantes, conseguimos produzir forragem com baixo custo. Não podemos perder essa vantagem comparativa com o emprego elevado e/ou desnecessário de suplementação volumosa, por exemplo, no verão. Não há impedimento para trabalharmos com vacas especializadas neste sistema (holandesas, por exemplo). Devemos apenas ter consciência de que para explorarmos o máximo potencial das mesmas, nem sempre será possível dentro deste sistema. Para um bom pastejo, um bom projeto, consultoria especializada, orientação e perfil de rebanho são aspectos fundamentais. Simplicidade na produção é diferente de complexidade de sistema. Afirmo sem sombra de dúvida que o domínio e condução de sistemas de pastagens são complexos.

JOÃO PAULO V. ALVES DOS SANTOS

Espaço para artigos e debates técnicos expostos por especialistas e equipe de consultores.

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JOÃO PAULO V. ALVES DOS SANTOS

LENÇÓIS PAULISTA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 27/10/2021

Prezado Alexandre,

Recomendo acessar o material: https://www.cpafro.embrapa.br/media/arquivos/publicacoes/ct84_pastagem.pdf. Acho bastante interessante a proposta da cartilha da Embrapa.

Um abraço!
ALEXANDRE MORALES FARIAS

TOLEDO - PARANÁ - INDÚSTRIA DE INSUMOS PARA A PRODUÇÃO

EM 09/06/2013

Caro João qual a metodologia prática o senhor recomenda para que possamos avaliar oferta de forragens em pequenas e médias propriedades, Esta é uma realidade também de partes do Sul do Brasil. Se pudesse saber como fazer isso para Tifton por exemplo ficaria muito grato. Pois produtores usam ela como base mais silagem de milho (geralmente 15 a 25 Kg de silo conforme o que eles pensam sobre as teorias de cosnumo) e concentrado tentando produzir leite com eficiência.

Abraços
JOÃO PAULO V. ALVES DOS SANTOS

LENÇÓIS PAULISTA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 20/05/2013

Prezado Ronaldo Marciano Gontijo,

Fico feliz que pense dessa maneira. Bola para frente!

Um abraço, até!
RONALDO MARCIANO GONTIJO

BOM DESPACHO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 20/05/2013

Prezado João Paulo,

Pedi e peço desculpas a você sim, pois considerei errados meus cometários, ou mesmo que não tenham sido totalmente errados, foram feitos em local impróprio. Considero errado da minha parte desviar o tema quando deveria estar sendo usado para um debate que realmente traga bons frutos para nossa pecuária. Muitas vezes quando comentamos não percebemos que estamos sendo egoístas manifestando nossas preferencias.

Em nenhum momento pensei em deixar de ler seus artigos e de manifestar minha opinião, apenas não vou usar o espaço de forma indevida e inútil, seus artigos e seu conhecimento não merecem ser desperdiçados com discussões sem fim. Precisamos mudar nosso foco e partir para discussões diretas e objetivas, temos muito a ganhar se formos discutir sobre a criação de nossas bezerras, a alimentação e o manejo de nossas vacas, o cultivo de volumosos, etc. Eu vou começar esta mudança em mim.

Um grande abraço e muito obrigado pelo espaço.

Ronaldo
JOÃO PAULO V. ALVES DOS SANTOS

LENÇÓIS PAULISTA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 18/05/2013

Prezado Ronaldo Marciano Gontijo,

Não vejo motivo para pedir desculpas e considero todo e qualquer comentário bem vindo e válido no Porteira Adentro. Seja da sua pessoa ou de qualquer outro usuário do site. Nosso canal é aberto se sempre será para todo e qualquer tipo de manifestação civilizada.

Certamente não temos apenas 2 defensores do sistema confinado no MilkPoint. Afinal de contas, inúmeras fazendas no país produzem leite neste sistema e acompanham este veículo de informação do setor. Logo acredito que você e mais um grande contingente de produtores julgam o confinamento uma boa alternativa e a mais adequada para se produzir leite. Assim como uma outra leva de produtores considera o sistema rotacionado uma alternativa viável para se produzir leite.

Acredito que tenha absorvido minha mensagem de forma precipitada. A intenção não foi deixar que participe, mas sim que, não somente você como todos, não venhamos a promover discussões cada vez mais inconclusivas sobre um debate "sem fim" pois, sabemos que a escolha de um sistema de produção envolve questões técnicas, pessoais e emocionais.

Fique tranquilo e continue ativo. O setor precisa de pessoas que articulem sempre suas ideias.

Um abraço, até!




RONALDO MARCIANO GONTIJO

BOM DESPACHO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 18/05/2013

Prezado João Paulo,

Peço desculpas por ter comentado em seus textos. Sei que existem apenas duas pessoas que participam deste site que defendem o sistema confinado e um destes sou justamente eu. Eu que não tenho nada a contribuir com a pecuária nacional, eu que só tenho gerado discussões idiotas sobre o que é bom ou não. Se eu e o outro produtor que também defende o confinamento deixarmos de postar nossas opiniões vai ser bem melhor para todos, vai ser unanimidade: pasto é barato e ponto final.

Um abraço e mais uma vez me desculpe. Não vai mais acontecer.

Ronaldo
JOÃO PAULO V. ALVES DOS SANTOS

LENÇÓIS PAULISTA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 17/05/2013

Prezados participantes deste debate:

Tenho acompanhado as considerações dos colegas e postagens.

Gostaria de chamar atenção que nosso texto discorre sobre a CLASSIFICAÇÃO do sistema de produção a pasto e não sobre a EFICIÊNCIA deste. Em momento algum, ponderamos ou classificamos o pastejo como mais eficiente ou o confinamento como o mais adequado. Recomendo que acessem as reportagens do PORTEIRA ADENTRO - FAZENDAS e acompanhem as matérias e considerações sobre produtores experientes comentando sistemas de produção. É de conhecimento notório de todos que NÃO EXISTE UM SISTEMA DE PRODUÇÃO SUPERIOR OU MELHOR QUE OUTRO, mas sim o MAIS ADEQUADO E RENTÁVEL PARA UMA DADA CARACTERÍSTICA E SITUAÇÃO DA SUA PROPRIEDADE.

Vejamos, como exemplo, o produtor Maurício Coelho, da Fazenda Santa Luzia. Sua propriedade possui relevo acidentado em porção considerável de terras, impossibilitando a prática da agricultura. No entanto, sob seu ponto de vista (e do ponto de vista técnico e financeiro), aproveitar essas área com pastejo foi uma alternativa interessante para aumentar a produção da sua fazenda. Não foi pensado, neste caso, se o sistema a pasto é melhor ou não. A decisão foi tomada, por ser o possível.

Precisamos amadurecer e parar de discutir preferências pessoais em detrimento a questões técnicas associadas a decisões econômicas mais adequadas.

Um abraço à todos!
MICHEL KAZANOWSKI

QUEDAS DO IGUAÇU - PARANÁ - OVINOS/CAPRINOS

EM 08/05/2013

Caro Flavio,
Entendo que a exclusão destes é inevitável. O triste é saber que uma boa parcela destes passou toda a vida em um estado de inércia não por comodidade, mas por falhas no processo de trasnsferencia de tecnologia e principalmente incapacidade intelectual gerada por este sistema educacional patético que temos no Brasil, onde a grande maioria dos estudantes que terminam o ensino básico nem ler e interpretar um texto são capazes, quem dirá planejar e executar uma atividade complexa quanto o leite.

Caro Ronaldo,
Técnico nâo tem marca, não vem de grife, não é pelo valor pago que se diferencia os mais e menos capacitados. Os maiores ensinamentos que tu aprende ao longo da vida profissional vem de graça e provem do seu proprio interesse em aprender, da humildade em perguntar e dos bons relacionamentos com pessoas que detem o saber e não apenas dizem que sabem.

Caro Guilherme,
Como inumeras veses já citei esta discussão sobre sistemas não term pé ne cabeça. A única e real discussão é sobre qual a fonte de volumoso que traz melhor retorno financeiro ao produtor, seja milho, sorgo, cana, pastagens de variadas espécies. Pois no custo a qualidade e a quantidade do volumoso produzido que morra o segredo da boa rentabilidade, tudo mais são complementos. São inúmeros os casos de sucesso de produtores que usam pastagens como fonte volumosa, tanto que 42% dos maiores produtores brasileiros o fazem. Produtores com produção muito maior que 500 litros/dia. Não considero Luis Girão, Henrique stedille, Fazenda Santa Luzia, Grupo Cabo Verde, Leite Verde, Granja 4 Irmãos e tantos outros, amadores, aventureiros, incapazes de investir em sistemas mais tecnificados. Posso ainda incluir José Renato Chiari, um dos maiores especialistas em confinamento que tem girolandas no pasto produzindo 2/3 da sua produção total. Podemos também citar Luis Bittencourt com suas 60.000 vacas ou Ron St John com suas 17.000 batendo de frente com o tradicional sistema no país dos confinadores.
Mente aberta meu amigo, esse é o princípio do sucesso.

Abraço a todos

Michel Kazanowski
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 08/05/2013

Prezado Michel Valter Kazanowski: Estes dados estão no "Top 100", do Milk Point. Mais confiáveis que estes, não existe. Basta acessar. Só não sei se a progressão do sistema a pasto é geométrica, como você afirma, já que tenho visto, ao longo de todos os anos em que estudo a área, justamente o contrário - uma migração enorme para os sistemas semiconfinados e confinados integrais. O pasto ficou reduzido aos bem pequenos (menos de quinhentos litros/dia), aos amadores e aos aventureiros, que não querem ou não podem investir em sistemas mais tecnificados.
Um abraço,

GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO
FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG
=HÁ OITO ANOS CONFINANDO QUALIDADE=
FLAVIO SUGUIMOTO

GOIÂNIA - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 08/05/2013

Michel,

Nesse caso estamos tentando resolver um problema que não tem solução. Isso acontece em outras áreas e tem que deixar que o próprio "sistema" elimine essa parcela. Como disse errado não é o sistema, o manejo, a vaca, o peão, errado é o gestor e sua gestão.

Devemos focar nossos esforços nos que pensam e tocam a atividade com profissionalismo, não como uma segunda atividade, como um hobby/lazer, como um status. Ou os que tiram um leitinho, que estão num ciclo vicioso, entre falta de condições, que levam a produtividade baixa, que levam a falta de capacidade de investimento, que culminam em falta de condições. Os que tem a atividade como um hobby, segunda atividade não vale a pena nosso esforço. Mas os pequenos produtores, devemos avaliar as condições de uma mudança de gestão e administração da atividade ou se existe alguma pessoas (filhos geralmente) que possam gerir e sair desse circulo vicioso.

Meu avô a mais de 50 anos já dizia que o unico caminho era a capacitaçã, tecnificação e gestão profissional (mesmo que não tivesse esses termos na época), ele trouxe tratores americanos, quando quase não existia. Depois importava colhetadeiras John Deere, antes mesmo da antiga SLC. Estudou e implantou os primeiros pivot central do país na região de Guaira-SP.

Temos arquivados livros de registros de chuva, atividades, economico-financeiro, balanço durante toda sua vida de agricultor.
RONALDO MARCIANO GONTIJO

BOM DESPACHO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 08/05/2013

Prezado Michel,

O valor que se paga pela assistência é o que menos importa para mim, o que eu quero ver é o resultado que esta me traz. De nada adianta um técnico te cobrar R$200,00 por mês e a assistência dele não retornar nem mesmo o que você pagou, melhor pagar R$1500,00, a assistência se pagar e ainda te gerar mais este valor adicional.

Um abraço

Ronaldo
MICHEL KAZANOWSKI

QUEDAS DO IGUAÇU - PARANÁ - OVINOS/CAPRINOS

EM 07/05/2013

Caro Ronaldo,

Bons profissionais não são muitos expalhados pelo grande Brasil, tens razão. No entanto, esta minoria encontra-se, boa parte, ocioso. Não por falta de competência dos próprios mas pela escassez de produtores profissionais tal quanto os mesmos. O exemplo mais facil de comprovar esta verdade é indicar o número de produtores que se dispôe a pagar, de forma condizente com a capacitação profissional do mesmo, pelo trabalho de assistência técnica. Já vi produtor dizer que dispensou o técnico pois o valor gasto anual com assistência técnica dava para comprar uma tonelada de fertilizante.
Para que o trabalho do bom técnico floresca é preciso antes o produtor ser um bom cultivador, algo muito, muito escasso em nosso meio.

Abraço

Michel Kazanowski
FLAVIO SUGUIMOTO

GOIÂNIA - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 07/05/2013

Acredito que esse tipo de debate não seja produtivo, já que o Brasil é um pais continental e até em outros mercados não existe silver-bullet, ou seja, o que é bom para um pode não ser bom para outro. Conheço várias propriedades registrando lucro em vários modelos de produção.

As vezes o que distorce e esteriotipa um modelo para algumas pessoas, são os fracassos, qdo se diz leite a pasto, logo vem a mente o retireiro que herdou algumas cabeças de gado comum, com um pastinho formado, sem nenhum tipo de tecnologia.

Do outro lado, existe o pessoal que viu alguns produtores, tentarem migrar para o sistema confinado sem sucesso, como nesses casos o prejuizos são de grande monta, sempre fica na lembrança do pessoal.

Nos dois casos sempre o que observo é que a falha não é do sistema e sim da gestão do mesmo, falta de tecnificação e aperfeiçoamento da equipe. Até mesmo falta de aptidão do proprietário-gestor para o modelo.

Não é possível ficarmos discutindo isso, sendo que temos grandes exemplos de paises produtores nos dois modelos que obtem boa lucratividade e manutenção dos modelos.
RONALDO MARCIANO GONTIJO

BOM DESPACHO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 07/05/2013

Prezado Mykel,

Mesmo que falando sobre as vantagens do sistema confinado muitos se interessassem e quisessem melhorar sua produção, eles teriam desilusão. Não existem bons profissionais para atende-los, nem para os que usam pasto existem bons profissionais. Por isto temos uma pecuária leiteira com índices tão medíocres.
MICHEL KAZANOWSKI

QUEDAS DO IGUAÇU - PARANÁ - OVINOS/CAPRINOS

EM 07/05/2013

Caro Guilherme,

Estou um tanto quanto desatualizado. Por favor nos apresente estes dados. Aliás aonde estes estão, pois este país é incapaz de gerar informações confiáveis sobre o setor. Tudo o que se fala são números supostos, assim como os dados apresentados quando se discute sistemas de produção.
Quanto as excessões elas alteram a regra quando estas começam a se repetir de forma geométrica.

Abraço

Michel Kazanowski
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 07/05/2013

Prezado Michel Valter Kazanowski: Amigo, cuidado com as exceções - elas sempre confirmam a regra.
Faça um exercício ainda mais penetrante - verifique os cinquenta maiores produtores de leite do Brasil: quantos usam "piquetinhos" e quantos confinam? Além disso, quanto do percentual do leite produzido em todo o Brasil eles - OS CONFINADORES - representam?
Depois disso, conversaremos.
Um abraço,


GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO
FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG
=HÁ OITO ANOS CONFINANDO QUALIDADE=
CLÁUDIO HENRIQUE OLIVEIRA DE CARVALHO

CÁSSIA - MINAS GERAIS

EM 04/05/2013

Desculpem a sinceridade: mas, na maioria das discussões, temos visto excessivas paixões. Além disso, demonstra a extrema desunião da classe dos produtores do nosso país. Isso é triste! O que acham se discutissem, a fundo, algumas sugestões/ opiniões para possíveis medidas que o setor devesse tomar em benefício da Classe? E o marketing, por exemplo, onde está?
Quais medidas estão sendo tomadas, efetivamente, para melhorias significativas da atividade? Aí incluo produtores, Estado, e nós, técnicos do setor.
Aí, sim, acredito eu, teríamos algumas perspectivas melhores para o futuro dessa atividade que é extremamente injustiçada no nosso país!
SERGIO BRAZ

MATEUS LEME - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 02/05/2013

Acredito que o mais importante não é em que sistema me enquadro e sim o quanto estou conseguindo reverter em lucro o meu sistema. Nosso país é tão maravilhoso, que podemos nos dar ao luxo de produzir com eficiência, confinando, a pasto, em sistemas mistos, desde que olhemos para o NEGÓCIO, com profissionalismo. Mas de uma coisa não da pra fugir. Quem quiser produzir leite e ter lucro tem que ser profissional ao extremo, tem que conhecer do assunto, não da mais pra tirar um leitinho. Essa evolução esta acontecendo e continuara em ritmo cada vez mais acelerado, não tem como fugir disso. Não importa o sistema, e sim o quanto estou conseguindo de lucro. precisamos de menos preconceito, menos implicâncias, e mais capacitação e informação, quem for competente sobreviverá e crescerá. Parabéns ao pessoal da Fazenda Santa Luzia pelo belo trabalho. Que Deus nos abençoe sempre.
RONALDO MARCIANO GONTIJO

BOM DESPACHO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 01/05/2013

Prezado Guilherme Franco,

Compreendo sua preocupação com o desenvolvimento da nossa pecuária, assim como você eu queria ver outra realidade no campo em um espaço de tempo curto. Mas infelizmente nós não veremos nada de significante nas próximas duas, três décadas. A razão principal está na assistência técnica, que na sua maioria é de péssima qualidade. A maioria dos técnicos não ousam falar em sistemas confinados pelo simples fato de não conhecerem o mesmo, não saberem nada sobre o manejo de vacas confinadas, de não saberem de nutrição mais que ler no rótulo do saco aquela recomendação de 1 quilo de ração para 3 litros de leite. É claro que não são todos os técnicos que estão nesta triste situação, existem bons profissionais, cabe aos bons produtores "garimpa-los" no meio de tantos que existem.

Por isto amigo, creio que eu, você e mais alguns que levantam a bandeira do confinamento, deveríamos calar nossa voz, pois não somos ouvidos mesmo. Estamos dando murro em ponta de faca, somos um grão de areia frente ao oceano. Estamos perdendo nosso precioso tempo meu amigo...

Um grande abraço

Ronaldo Marciano Gontijo
MYKEL STEFANNI PEREIRA

CRUZEIRO DO OESTE - PARANÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 29/04/2013

Caro Ronaldo,

Não vai ser defendendo e mostrando as vantagens de um sistema que alguém vai resolver adotá-lo.

A escolha pelo confinamento, por exemplo, é quase que natural de um produtor que veio melhorando seu rebanho e manejo ao longo dos anos. A medida em que se aumenta o tamanho e a produção das vacas é melhor estabulá-las.
No entanto, um ponto importante a todos produtores é a utilização otimizada dos recursos disponíveis para se ter lucro. Por isso, nem todos estão preparados para um sistema X ou Y, sendo normalmente a escolha a mais próxima do que se tem em mão.

Como diz o ditado " Não adianta colocar combustível de avião num fusquinha que ele não vai voar"

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