Todos nós moramos em algum lugar ou em mais de um. Somos moradores de nosso próprio corpo, embora não exclusivos moradores, já que muitos organismos tomam carona nesta morada, especialmente micro-organismos que habitam nossa pele, mucosas e intestino. Moramos em nossa própria residência, de forma compartilhada com outras pessoas ou não. Também é fato que todos nós, 7,7 bilhões de humanos, temos uma mesma casa: planeta Terra. O mesmo planeta alberga uma infinidade de habitantes pertencentes à outras espécies. Diante de números tão expressivos, é de se esperar que problemas proporcionalmente grandes precisem ser enfrentados.
Neste contexto emerge o conceito de globobióticos, que seriam definidos como "micro-organismos vivos, produtos microbianos ou substratos seletivamente utilizados por micro-organismos, empregados de forma a contribuir para a sustentabilidade do nosso planeta".
As linhas de aplicação dos globobióticos seriam na recuperação da produtividade de terras danificadas por uso excessivo e/ou por depósito de poluentes. Outro exemplo seria reduzir a emissão de metano pela manipulação do microbioma ruminal em gado leiteiro ou de corte. A atmosfera também poderia ser beneficiada pelo sequestro de carbono por atividade microbiana para mitigar mudanças climáticas globais. Outra grande potencialidade é a diminuição do emprego de promotores de crescimento na pecuária (que podem levar a resistência de bactérias ao princípio ativo de antibióticos). Uma opção neste sentido que tem alcançado sucesso é o uso de estratégias biológicas, tais como os probióticos.
Pensar no mundo como nossa casa comum é o primeiro passo para grande mudanças.
Fonte:
Probiotics, Prebiotics and Globobiotics! ISSAP Science Blog. https://isappscience.org/probiotics-prebiotics-and-globobiotics/?fbclid=IwAR34rXvgLfTVFgGVraVuooRB6vDZKRg4EOzy3jYXGIIUXHN6Zk4W5Kg5dK0. Acesso em 22/01/2020.