A mastite é a doença infectocontagiosa mais frequente em propriedades leiteiras, trazendo sérios prejuízos sanitários e financeiros. Quando esta doença se torna persistente em um mesmo animal ou dentro do plantel, precisa-se de maior atenção e medidas que solucionem o problema o quanto antes.
Animais com infecção da glândula mamária persistente e CCS superior a 200 mil cél./mL durante um longo período (superior a 2 meses) possuem mastite crônica.
A recorrência da mastite pode se dar devido principalmente a duas situações: o tratamento não teve o efeito desejado (por erro na conduta, aquisição de resistência por parte da bactéria ou característica da infecção), ou ocorreu uma nova infecção, seja por uma espécie bacteriana diferente ou uma nova cepa da mesma espécie.
Diante disso, é importante realizar cultura microbiológica do leite, para determinar qual o real problema. No caso de novas infecções, deve-se rever o manejo do rebanho e procurar os gargalos. No caso de resistência bacteriana, deve-se utilizar protocolos com antibióticos que as cepas apresentam sensibilidade.
Contudo, se o tratamento realmente não for efetivo e tratar-se de uma mastite persistente e crônica, medidas mais severas devem ser tomadas como a secagem permanente do teto acometido ou o descarte do animal.
A providência mais adotada entre os produtores para vacas que apresentam mastite recorrente é o descarte. No entanto, descartar uma vaca não é trabalho fácil e implica diversos impactos financeiros, principalmente se a prevalência da doença for alta dentro do rebanho.
Por outro lado, é preciso avaliar cuidadosamente o custo-benefício de manter vacas com mastite crônica na propriedade, pois deve-se repensar o custo para manutenção destes animais, envolvendo gastos com medicações, perdas de produção, além do risco de transmissão do patógeno para animais sadios.
A secagem permanente do quarto mamário pode ser uma boa alternativa em casos que se tem certeza de que só um teto foi acometido. A técnica oportuniza a manutenção do animal dentro do rebanho e evita a transmissão para demais animais. Contudo, mais uma vez, deve-se avaliar o custo-benefício deste animal, pois ele produzirá consideravelmente menos leite que uma vaca com os todos os quartos sadios. Deve-se levar em conta ainda que o valor de revenda do animal também será menor.
Vale salientar que as medidas que forem adotadas devem levar em consideração as condições de cada propriedade. Contudo, independentemente da medida escolhida, deve-se agir rapidamente nesses casos, pois vacas com mastite crônica são reservatórios de microrganismos para outros animais.
Os principais agentes que podem ser transmitidos delas para animais sadios são: Streptococcus agalactiae, Staphylococcus aureus e outros. Rebanhos com prevalência superior a 10% de mastite crônica precisam dar ainda mais atenção às estratégias de controle da mastite.
Para o controle da mastite, sobretudo crônica, deve-se levar em consideração a importância da coleta e monitoramento frequente dos dados sobre a saúde do úbere dos animais (principalmente CCS individual e ocorrência de mastite) para identificação e tomada de decisão em relação aos animais cronicamente infectados.
É importante ressaltar ainda que adotar um sistema “agressivo” de descarte de animais não é garantia de controle da mastite no rebanho. Por isso, é importante estabelecer uma rotina de diagnóstico e prevenção, como já mencionado em textos anteriores, para evitar novas infecções.
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