A mastite é uma afecção muito frequente em rebanhos leiteiros, trazendo enormes prejuízos para os produtores. A ocorrência da doença em qualquer estágio da vida do animal é extremamente prejudicial, principalmente em primíparas, pois interfere diretamente na vida útil do animal.
Os casos de mastite em primíparas normalmente ocorrem no início da lactação, associados a infecções anteriores ao parto. Contudo, as infecções também podem ocorrer após o parto. Um fato que contribui para o aumento do prejuízo causado pela doença é a ausência de rotina de identificação da doença em primíparas na maioria das fazendas.
Novilhas com alta CCS no período pós-parto podem manter a CCS elevada ao longo da lactação. Estes animais apresentam redução do desenvolvimento da glândula mamária durante a primeira lactação, uma vez que o úbere do animal ainda está em desenvolvimento após o primeiro parto, comprometendo toda a produção futura.
A doença pode se apresentar tanto na forma clínica (menos comum) como subclínica e as bactérias mais prevalentes pertencem ao grupo de Shaphylococcus não-aureus, embora casos de Staphylococcus aureus, estreptococcus ambientais e coliformes também sejam frequentes.
Entre os fatores mais associados com o desenvolvimento da mastite em novilhas e aparecimento da doença no pós-parto está o fornecimento de leite contaminado às bezerras em aleitamento e a mamada cruzada entre os animais, possibilitando a infecção.
No caso dos patógenos ambientais, o maior risco de infecção ocorre no período de pré-parto em que há maior desenvolvimento da glândula mamária, menor capacidade de defesa imunológica e a sobrecarga com a produção de colostro.
Para identificar a mastite em primíparas o ideal é incluir a análise do leite destes animais na análise mensal de CCS individual ou CMT, em fazendas que possuem essa rotina de diagnóstico. Outra opção é avaliar o leite do animal pelo CMT após o quinto dia pós-parto – opção viável também para vacas em ordem de parto superiores.
Ao constatar a infecção, deve-se coletar leite para cultura microbiológica, a fim de identificar o patógeno causador. Assim, é possível realizar o tratamento mais adequado, além de ajudar na identificação da origem do problema para tomar medidas de prevenção.
Como prevenção da mastite em primíparas, pode-se adotar as seguintes medidas:
-
uso de instalações individuais para as bezerras durante a fase de aleitamento para evitar a mamada cruzada;
-
descarte ou separação de bezerras com hábito de mamada cruzada;
-
pasteurização do leite utilizado para aleitamento das bezerras;
-
controle de moscas nas instalações e no ambiente de criação das bezerras;
-
manter elevado padrão de higiene das instalações para parição das novilhas;
-
formulação de dietas para fornecer adequadas quantidades de vitamina E e selênio na alimentação;
-
uso de vacinação para aumentar a imunidade (vacinas contra coliformes e S. aureus).
Além disso, em rebanhos com alta prevalência de mastite em primíparas, uma opção é utilizar o tratamento de vaca seca (antibioticoterapia) também em novilhas, 60 antes da previsão do parto. Pode-se também fazer uso de selantes de teto para evitar contaminações com patógenos ambientais.
Para saber mais entre em contato pelo box abaixo ou clique aqui.