ESQUECI MINHA SENHA CONTINUAR COM O FACEBOOK SOU UM NOVO USUÁRIO
FAÇA SEU LOGIN E ACESSE CONTEÚDOS EXCLUSIVOS

Acesso a matérias, novidades por newsletter, interação com as notícias e muito mais.

ENTRAR SOU UM NOVO USUÁRIO
Buscar

O papel das forrageiras na produção de leite

POR MARCOS NEVES PEREIRA

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 08/01/2003

1 MIN DE LEITURA

1
0
Discutir aspectos não agronômicos de forrageiras requer a localização das mesmas no contexto financeiro de uma granja leiteira. Dentro de um custo alimentar por litro de leite de R$ 0,20 a R$ 0,23, qualquer opção forrageira representa de R$ 0,02 a R$ 0,06. O item de maior participação em planilhas de custo de produção de leite são os alimentos concentrados. Os concentrados têm representado algo em torno de R$ 0,17 a R$ 0,20 por litro produzido, de 75 a 85% do custo com alimentação do rebanho adulto. Mudanças na opção forrageira impactam no máximo 25% do custo alimentar.

Em uma contabilidade hipotética onde a alimentação representa 45% do custo total e onde o custo alimentar por litro de leite é R$ 0,205, o custo de produção do litro de leite ordenhado seria R$ 0,454. O custo com forrageiras representa algo em torno de 10% do custo de produção, precisamente 11,3% no exemplo acima, assumindo a participação máxima da forragem percentualmente ao custo alimentar (25%). Cogitar em mudança na opção forrageira nem sempre é o caminho mais curto para a obtenção de reflexos financeiros positivos à atuação sobre os modos de produção.

Mesmo tendo participação relativamente baixa no custo total de produzir leite, as forrageiras podem ter impacto financeiro significativo. A qualidade das forragens determina a possibilidade de inclusão dietética destes alimentos. Forrageiras com alta porcentagem de fibra (FDN) têm baixa digestibilidade (energia). A produção de leite com forrageiras de alto conteúdo fibroso requer maior inclusão dietética de alimentos concentrados para a dieta não se tornar limitante energeticamente. Forrageiras de má qualidade requerem maior consumo de alimentos concentrados por litro de leite produzido, estes, o maior item no custo de produção do leite.

Não se pode desprezar a capacidade das forrageiras de definir o uso de alimentos concentrados. Forrageiras de fibra baixa, ricas em carboidratos não fibrosos (CNF) de degradação rápida no rúmen, propiciam a formulação de dietas com alta porcentagem de forragens na matéria seca. Dietas com alta forragem são frequentemente vantajosas financeiramente e muito necessárias em nosso país, pois mesmo nosso produtor de baixa escala e que adota maneiras tradicionais de produção optou pelo uso de concentrados ("Diagnóstico da Pecuária Leiteira em Minas Gerais"). As três plantas tropicais que conciliam a alta produção de matéria seca por unidade de área com o alto conteúdo energético são: A cana-de-açúcar e as silagens de milho ou sorgo.

MARCOS NEVES PEREIRA

Professor Titular da UFLA (Lavras, MG)

1

DEIXE SUA OPINIÃO SOBRE ESSE ARTIGO! SEGUIR COMENTÁRIOS

5000 caracteres restantes
ANEXAR IMAGEM
ANEXAR IMAGEM

Selecione a imagem

INSERIR VÍDEO
INSERIR VÍDEO

Copie o endereço (URL) do vídeo, direto da barra de endereços de seu navegador, e cole-a abaixo:

Todos os comentários são moderados pela equipe MilkPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração. Obrigado.

SEU COMENTÁRIO FOI ENVIADO COM SUCESSO!

Você pode fazer mais comentários se desejar. Eles serão publicados após a analise da nossa equipe.

RICARDO JOSÉ DA COSTA SILVA

CEARÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 25/05/2008

Parabens pelo artigo.

Gostaria, se possível, de uma demonstração prática entre o uso de cana-de-açucar e a silagem de sorgo, para alimentação de vacas em lactação e vacas em período de transição.

Também gostaria muito de receber um exemplo de uma planilha de custos de produção leiteira, para que possa adotar no meu rebanho.

Ricardo Costa

<b> Resposta do autor</b>

Caro Ricardo, não sei como pensar em uma "demonstração prática" do uso destas forrageiras. Ambas têm baixo teor de fibra e baixo teor de proteína. O amido no sorgo é menos digestível que a sacarose na cana, mas a fibra da cana é de pior digestibilidade do que a fibra do sorgo. Ambas se adequam bem a lugares com noites quentes, teoricamente ruins para milho, mas as implicações em manejo da fazenda diferem muito (colheita, cultivo, etc). A decisão é da fazenda e depende de vários aspectos agronômicos e de manejo diário do rebanho, além das questões de fundo nutricional.

Não existe uma recomendação única de planilha de custo no Brasil. Eu adotaria uma contendo centros de custos recria e produção de forragem, como conceito básico. Sugiro que consulte a planilha utilizada pelo Educampo/Sebrae, apesar de ter a metodologia questionável (como todas as planilhas), tem sido utilizada em um grande número de propriedades, o que possibilita a comparação direta entre fazendas e entre sistemas de produção.

Assine nossa newsletter

E fique por dentro de todas as novidades do MilkPoint diretamente no seu e-mail

Obrigado! agora só falta confirmar seu e-mail.
Você receberá uma mensagem no e-mail indicado, com as instruções a serem seguidas.

Você já está logado com o e-mail informado.
Caso deseje alterar as opções de recebimento das newsletter, acesse o seu painel de controle.

MilkPoint Logo MilkPoint Ventures