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O Controle da BVD: necessidade eminente

POR RENATA DE OLIVEIRA SOUZA DIAS

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 15/02/2007

3 MIN DE LEITURA

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A BVD (em português significa Diarréia Viral Bovina) é uma doença endêmica na maioria dos países do mundo. A BVD causa diferentes tipos de problemas para os rebanhos acometidos: imunossupressão, distúrbios respiratórios, distúrbios entéricos, distúrbios reprodutivos. As maiores perdas econômicas estão associadas à sua interferência sobre o trato reprodutivo, podendo levar à redução das taxas de concepção, aumento do número de abortos, má-formações, bezerros que não sobrevivem após o nascimento e ainda, o nascimento de bezerros PI (permanentemente infectados e imunotolerantes ao vírus).

O nascimento de bezerros PI é resultante da infecção transplacentária, entre os dias 40 e 120 de gestação. Após o nascimento, estes animais têm a capacidade de replicar e excretar o vírus durante toda a vida, constituindo-se no principal reservatório do vírus e fonte de infecção para animais sadios. A introdução de um animal PI em um rebanho livre da BVD representa "um profundo furo" no programa de erradicação da doença.

Alguns animais PI podem apresentar defeitos congênitos, colaborando para a suspeita da doença; enquanto outros animais são perfeitamente normais. Os animais PI podem morrer de Diarréia das Mucosas ou outras complicações quando ainda jovens, mas outros, poderão viver por muitos anos disseminando o vírus no rebanho.

Durante um longo período os efeitos da BVD foram subestimados e o controle da doença não foi priorizado. Todavia, a verdadeira dimensão da doença, a magnitude dos distúrbios associados e a elevada freqüência das manifestações clínicas da enfermidade estão sendo foco de muitas pesquisas, planos de extensão à campo e tema de publicações para técnicos e produtores em todo o mundo. Paralelamente, as opções de diagnósticos laboratoriais, o progresso das vacinas e dos protocolos de vacinação estão viabilizando o desenvolvimento das estratégias de controle da doença.

Desde a década de 60, as vacinas para BVD são utilizadas em todo o mundo, mas apenas na década de 90 ficou claro e foi efetivamente divulgada a grande importância da vacinação para a proteção intra-uterina. Entretanto, apenas a vacinação não irá reduzir a prevalência da doença, já que os animais PI mantêm o ciclo da BVD dentro do rebanho. Por isso, a identificação e eliminação destes animais carreadores do vírus é uma estratégia que necessita ser implementa para o efetivo controle da doença.

O primeiro programa de grande porte para o controle e a erradicação da BVD foi desenvolvido nos países da Escandinávia, no início dos anos 90. O programa contou com um forte suporte do governo e grande foco na informação e motivação das pessoas envolvidas no processo (produtores, veterinários, funcionários). Após cerca de 10 anos, a Escandinávia alcançou as fases finais do controle da doença, e atualmente, é reconhecida como uma região livre. Nos anos seguintes, outras regiões da Europa, estimuladas pelos resultados positivos obtidos com o programa de erradicação dos países Escandinavos, também implementaram sistemas de controle da BVD.

A Áustria já possui cerca de 30% do seu rebanho certificado como livre de BVD. Algumas regiões da França, a Holanda e a Alemanha estão com forte programa e índices muito baixos da doença. A Itália tem concentrado esforços em regiões com baixos níveis da enfermidade, como a área de Roma, Lecco e Como.

É um consenso geral que as principais estratégias para o controle da doença são:

Forte esquema das medidas de biossegurança (por exemplo: restrição da aquisição de animais de rebanhos não controlados)

Testes freqüentes para a identificação e eliminação dos animais PI do rebanho

Contínuo monitoramento dos rebanhos livres, para a confirmação do "status free" e/ou rápida detecção de algum caso novo.

No caso dos países que utilizam a vacinação no programa de controle, deve-se acrescentar nas medidas detalhadas acima o seguinte item:

Uso sistemático do programa de vacinação, com especial atenção para os animais gestantes e proteção contra a infecção fetal.

Em última análise, durante as primeiras quatro décadas após a identificação da BVD em 1946, o controle da doença era praticamente inexistente. Com o aprimoramento das pesquisas, avanços na compreensão da doença, suas conseqüências e perdas econômicas, as medidas de controle, foram sendo cada vez mais aperfeiçoadas.

Hoje, sabe-se que é possível eliminar a enfermidade com muito trabalho e determinação. O futuro da pecuária leiteira envolve o aprimoramento na eliminação do vírus e a grande valorização na comercialização de animais livres de BVD.

Fonte:

Moennig, V.; Houe, H.; Lindberg, A. BVD Control - State of the art. In: World Buiatrics Congress, 14., 2006, Nice. Proceedings. Nice: {s.n.}, 2006.

RENATA DE OLIVEIRA SOUZA DIAS

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