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Não existe forragem perfeita para vacas secas

POR JOSÉ ROBERTO PERES

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 09/03/2001

4 MIN DE LEITURA

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José Roberto Peres

É preciso conhecer as características de cada volumoso para otimizar a sua utilização.

Nos últimos tempos muito tem sido escrito e recomendado sobre o manejo e alimentação de vacas secas no período pré-parto, ou seja, aquelas que se encontram nas duas a três semanas antes do parto. Mas, frequentemente, pouca atenção é dispensada às vacas que se encontram no lote entre a secagem e o pré-parto.

Nestas dietas, as forragens geralmente são responsáveis por 80% ou mais da matéria seca da dieta. Por causa da alta proporção de forragem nas dietas de vacas secas, o teor de nutrientes desta forragem freqüentemente tem mais impacto na concentração de nutrientes da dieta que mais propriamente os requerimentos dos animais.

Cada "classe" de forragens tem suas limitações específicas. Por exemplo, ao se utilizar forragens com alto teor de proteína (ex.: alfafa) como forragem única para vacas secas distantes do parto, estará se fornecendo mais proteína do que o animal realmente necessita. O mesmo é verdadeiro para energia, potássio, e outros nutrientes que, quando desbalanceados durante o período seco, podem aumentar o risco de distúrbios metabólicos e digestivos ao parto. Por isso, preste maior atenção à forragem fornecida às vacas secas.

As características limitantes ao uso de leguminosas em dietas de vacas secas são seu alto teor de proteína bruta e proteína degradável no rúmen, além de altos teores de potássio e cálcio, o que contribui para um balanço cátion-aniônico inadequado. Os altos teores de potássio, do balanço cátio-aniônico e de cálcio tem sido relacionados como fatores de risco para desordens metabólicas ligadas à hipocalcemia ou baixo teor de cálcio no sangue no período próximo ao parto. Isto leva a retenções de placenta, torções de abomaso e febre do leite.

Atualmente, existe maior preocupação com dietas ricas em potássio e balanços cátio-aniônicos positivos que propriamente com altos níveis de cálcio na dieta. Altos níveis de proteína bruta e degradável durante o período seco têm sido relacionados como fatores de risco à ocorrência de cetose e fígado gordo, especialmente para vacas com condição corporal excessiva no momento do parto.

As gramíneas geralmente possuem menor teor de proteína bruta e cálcio que as leguminosas. No entanto, as características que normalmente limitam sua inclusão nas dietas de vacas secas são seus altos teores de proteína degradável, potássio e balanço cátio-aniônico positivo. Estas características das gramíneas dependem, até certo ponto, da fertilidade do solo e dos níveis de adubação nitrogenada e potássica. Por exemplo, as gramíneas apresentam consumo excessivo ou "de luxo" de potássio, quando os solos são ricos ou adubações muito pesadas deste nutriente são utilizadas, aumentando tremendamente a concentração deste nutriente na planta e seu balanço cátio-aniônico.

A silagem de milho oferece a vantagem de seus baixos teores de proteína bruta e degradável, cálcio, potássio e balanço cátio-aniônico. Todavia, as preocupações sobre a silagem de milho em dietas de vacas secas recaem sobre seus altos teores de umidade, acidez, energia e amido, além da baixa fibra efetiva e capacidade de "enchimento". A seleção de alimentos no cocho pode ser uma preocupação adicional, dependendo de como o material foi cortado e de seu teor de matéria seca.

A baixa capacidade de enchimento e a possibilidade de seleção podem ser fatores de risco à ocorrência de torções de abomaso. A facilidade de deterioração pode se tornar problema especialmente em condições de clima quente.

Portanto, não existe uma única forragem perfeita para vacas secas. O fornecimento de uma porção de silagem de milho reduz os teores de proteína bruta e degradável, do cálcio e potássio e, consequentemente a quantidade de sais aniônicos (pouco palatáveis) necessários para correção do balanço da dieta. No entanto, pelos fatores já mencionados, não se recomenda livre acesso de vacas secas à silagem de milho. A recomendação geral é que esta forragem não represente mais que 50% da matéria seca das dietas.

Os altos teores de proteína, potássio e balanço cátio-aniônico das gramíneas podem ser reduzidos através do controle da fertilidade do solo. Forragens produzidas ou compradas para vacas secas devem ser selecionadas para minimizar estes fatores. Isto depende de análises bromatológicas freqüentes. O fornecimento de sais aniônicos no período pré-parto pode ser uma técnica auxiliar para ajuste do balanceamento da dieta.

As forragens destinadas a vacas secas devem ter maior tamanho de partícula (20 a 25% na caixa superior da peneira da Penn State). O fornecimento de 2,5 kg de feno picado grosseiramente pode auxiliar reduzindo o teor de umidade e adicionando fibra efetiva e capacidade de enchimento à dieta. A seleção do feno no cocho pode ser um problema. Acompanhe isso, especialmente quando grandes quantidades de feno são fornecidas.

As forragens para vacas secas devem ser altamente palatáveis. Silagens mal fermentadas, com presença de ácido butírico e amônia devem ser evitadas por reduzirem o consumo induzindo a maiores riscos de problemas metabólicos. Também deve ser eliminada a forragem com fungos e micotoxinas para minimizar os problemas de saúde a eles associados.

Comentário do autor: as vacas secas mais distantes do parto normalmente são negligenciadas. São "esquecidas" num pasto qualquer do fundo da fazenda até que se aproxime a data do parto. Isto é um erro que deve ser corrigido. Só assim os problemas metabólicos associados ao momento do parto poderão ser reduzidos. Isto pode representar grande economia à fazenda.

fonte: SHAVER, R., 2001. There´s no one perfect forage for dry cows. Hoard´s Dairyman, February 10.

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HEITOR MOREIRA ALVES

GUAÇUÍ - ESPÍRITO SANTO - ESTUDANTE

EM 08/09/2005

Realmente não há um volumoso ideal. Mas a tecnologia deveria se direcionar não para encontrar o tal, e sim para conseguir a combinação perfeita entre forragens, que supra as necessidades bovinas diminuindo ao máximo o uso de concentrados, que é o que encarece uma produção altamente exigente como a leiteira.

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