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Milho hidropônico para ruminantes; Parte 3: Composição e degradabilidade das raízes

POR JOSÉ ROBERTO PERES

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 14/09/2001

4 MIN DE LEITURA

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Atualizado em 24/08/2022

Na seqüência dos artigos sobre milho hidropônico, este último artigo apresentará a composição e degradabilidade das raízes produzidas. Na hidroponia, devido às características peculiares do sistema de produção, é possível a colheita e utilização também desta porção da planta, juntamente com alguma “cama” utilizada para o cultivo. Por não ser parte convencionalmente utilizada na alimentação de ruminantes, informações sobre sua composição bromatológica e degradabilidade são escassas na literatura.

Os dados são oriundos do mesmo experimento e portanto partem das mesmas condições já apresentadas nos artigos anteriores.

Os resultados das análises bromatológicas podem ser observados na tabela 1. Os teores de nutrientes não diferiram (P>0,05) entre si quando se comparou as duas densidades de semeadura. Foram observadas diferenças nos teores de FDN e de nitrogênio na FDN e na FDA quando se comparou os diferentes substratos de cultivo. Os autores argumentam que estas diferenças provavelmente foram resultado da contaminação das raízes pelos respectivos substratos no ato da colheita, já que foi difícil sua separação.

Tabela 1: Composição bromatológica da parte aérea do milho hidropônico

Tabela 1

Fonte: Amorim et al. (2001) – Médias com letras diferentes na mesma linha, diferem pelo teste de Tuckey (P<0,05)
BC = bagaço de cana; BH = bagaço de cana hidrolisado; GR = grama; CF = cama de frango

Da mesma forma que na parte aérea, o material produzido é bastante úmido, enquanto que o teor de matéria mineral é elevado se comparado, por exemplo, à silagem de milho, talvez em função do cultivo em solução mineral. Por último os níveis de fibra são relativamente altos, e foram influenciados pelo tipo de substrato, considerando-se a idade de corte avaliada (28 dias).

A tabela 2 apresenta os dados de degradabilidade das raízes do milho hidropônico. Somente as raízes produzidas na densidade de semeadura de 1kg/m2 foram incubadas, devido à sua relativa maior produtividade de MS. Foram observadas diferenças (P<0,05) na degradabilidade potencial (DP) e efetiva (DE) da MS e PB em função dos diferentes substratos de cultivo. A cama de frango proporcionou maiores DP e DE da MS, especialmente nas taxas de passagem de 5 e 8%/h, seguida do BCH, GR e BC. No entanto, este mesmo substrato apresentou as menores DP e DE da PB em comparação aos demais substratos em questão. Não foram observadas diferenças (P>0,05) na degradabilidade da FDN.

Os autores afirmam que, de modo geral, as DP e DE da MS, PB e FDN observadas podem ser consideradas baixas e podem ser atribuídas à elevada concentração nesta parte da planta de alguns constituintes da parede celular (fibra), como a FDA e a lignina. Eles citam VAN SOEST (1994) para explicar que altos valores de FDA e, principalmente, de lignina, diminuem a degradabilidade da matéria seca dos alimentos, mais especialmente de sua fração fibrosa. No que se refere às baixas DP e DE da PB, elas podem ser justificadas pelo alto teor de nitrogênio na FDA (em média 20,4% do N total), que possivelmente indisponibilizou parte considerável desta fração para a ação dos microorganismos do rúmen.

Só foram observadas diferenças significativas (P<0,05) na degradação potencial da fração “A” da MS e da PB. A fração indisponível “I” apresentou valores altos para a MS e a FDN, em torno de 65%, podendo se considerar esta parte do milho como material de baixa degradabilidade ruminal para estas frações, no que ela difere da porção aérea, conforme dados apresentados no artigo anterior.

Tabela 2: Degradabilidade in situ da parte aérea do milho hidropônico

Tabela 2

Fonte: Amorim et al. (2001) – Médias com letras diferentes na mesma linha, diferem pelo teste de Tuckey (P<0,05)
BC = bagaço de cana; BH = bagaço de cana hidrolisado; GR = grama; CF = cama de frango

Os autores concluem que a composição bromatológica e a degradabilidade indicam que a raiz da planta de milho produzida por hidroponia apresentou baixo valor nutricional.

Comentário MilkPoint: se somarmos a baixa produtividade do milho hidropônico (em relação ao potencial de produção de outras forragens); seu baixo teor de matéria seca (praticamente a metade daquele encontrado numa pastagem, por exemplo); sua média qualidade (em termos de composição bromatológica e degradabilidade potencial), especialmente considerando-se que para obtenção de produtividades mais razoáveis seria necessário o uso das raízes; além da necessidade de se avaliar seu real custo de produção pois, entre outros fatores, deve requerer grande mão de obra, possivelmente pode-se afirmar que, pelo menos nas condições deste experimento, sua utilização não é economicamente viável. Além disso, diversos outros fatores devem ser ainda estudados e esclarecidos. Como exemplo, esta semana recebemos uma mensagem de um leitor que está produzindo milho hidropônico e tem encontrado dificuldade de aceitação do material pelos animais, mais um fator a dificultar seu emprego.

Fonte: Amorim, A. C., Resende, K.T., Medeiros, A. N. et al., 2001. Composição bromatológica e degradabilidade in situ da raiz da planta de milho (Zea mays) produzida por hidroponia. In: Anais da XXXVIII Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Zootecnia. Piracicaba, SP.

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ROGÉRIO VALSANI

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EM 11/02/2019

A lona plástica da cama do abstrato deve ser impermeável lona plástica de 100 micras ou permeável tipo ráfia de solo?
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LEONARDO DA SILVA

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EM 02/10/2009

Como plantar milho hidroponico, sua formulação quimica, quantidade fornecida por animal e o seu manejo.
SAINT-CLAIR DE ASSUNÇÃO RIBEIRO

UNAÍ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 07/11/2007

Sou técnico agrícola e também estou cursando o segundo período de agronomia, gostei muito deste site, pois nele posso encontrar informações precisas sobre minhas atividades de pesquisa.

Obrigado. Saint-Clair de Assunção Ribeiro.

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