ESQUECI MINHA SENHA CONTINUAR COM O FACEBOOK SOU UM NOVO USUÁRIO
FAÇA SEU LOGIN E ACESSE CONTEÚDOS EXCLUSIVOS

Acesso a matérias, novidades por newsletter, interação com as notícias e muito mais.

ENTRAR SOU UM NOVO USUÁRIO
Buscar

Forragem hidropônica: o futuro da alimentação animal?

POR MAYSA SERPA

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 26/10/2020

4 MIN DE LEITURA

15
9

Atualizado em 04/07/2023

A hidroponia consiste numa técnica de cultivo de plantas sem solo. Sim, é isso mesmo que você leu! As plantas são cultivadas suspensas ou em uma matéria inerte, recebendo uma solução composta de água e nutrientes necessários para seu desenvolvimento.

Parece coisa de filme de ficção científica, daqueles em que o planeta é destruído e as pessoas precisam viver em órbita no espaço, se virando para produzir alimentos como der. Mas eu te garanto, isto já é realidade, inclusive aqui no nosso Brasil.

produção de folhosas hidroponicas
Produção de folhosas para alimentação humana por hidroponia. (Fonte: GroHo)

As chamadas “fazendas urbanas” – que produzem principalmente folhosas – já estão presentes em número expressivo em grandes cidades, funcionando em galpões, lajes ou até no fundo de restaurantes. Este modelo de produção de alimentos vem conquistando consumidores e, dependendo do tamanho do cultivo, podem render até 3 toneladas de alimentos mensalmente, segundo uma matéria recentemente publicada no Valor Econômico.

Pelo jeito este modelo de cultivo funciona e tem bom rendimento, então por que não o utilizar também para produção de forrageiras para animais? Aí é que está: isso também já vem sendo feito! Porém, até onde vai nosso conhecimento, esta técnica ainda não é utilizada em larga escala para produção animal no Brasil, porém algumas empresas fora daqui já vem apostando bastante nisso.


Sistrema Hydrogreen para produção de forrageiras hidropônicas. (Fonte: Hydrogreen)

Um exemplo é a Hydrogreen, uma divisão da empresa CubicFarm® Systems, especialista em sistemas de plantio vertical – como também pode ser chamada a hidroponia. Enquanto a empresa-mãe se concentra na produção de alimentos para humanos, a Hydrogreen é especializada em produção de forragem para animais. Na verdade, a empresa nasceu quando um produtor da Dakota do Sul quis desenvolver uma forma mais eficiente de produzir alimentos para seu rebanho. Ele começou a construir e hoje existe um sistema totalmente automatizado, denominado HydroGreen Grow System. Confira o vídeo e veja como funciona:

Como o sistema é todo automatizado, uma só pessoa consegue realizar o trabalho, desde a semeadura até a colheita. A produção vertical consiste em empilhar prateleiras de cultivo, o que permite uma alta produção em espaço bastante reduzido – independentemente das condições edafoclimáticas, usando apenas uma fração da água utilizada na agricultura tradicional.

Ok, a técnica parece ser bastante promissora, mas você deve estar se perguntando sobre o valor nutricional deste tipo de alimento. Acertei? Bom, segundo o site da empresa, ele é uma ótima fonte de energia e fibra, possuindo até 25% mais proteína que forrageiras convencionais, alta digestibilidade, palatabilidade e maior disponibilidade de fósforo. Você pode acessar toda a descrição nutricional aqui.

É importante ressaltar que esses valores e características referem-se exclusivamente ao sistema de produção da Hydrogreen, e não necessariamente refletem a realidade de toda produção hidropônica. Ainda assim, esta é uma tecnologia super inovadora e já serve para nos deixar pensativos sobre as novidades que vêm sendo ou ainda vão desenvolvidas para a pecuária leiteira.


Fonte: influxlipids.com

Obviamente, um outro questionamento importante é se “a conta fecha”. Em um país com condições ótimas para plantio – como o Brasil – provavelmente os custos para utilização de hidroponia são superiores aos observados para produção de forrageiras convencionais. Contudo, com a constante necessidade de aumento da produção de alimentos e intensificação da pecuária, produzindo mais em menos espaço, esta é uma ferramenta promissora e que precisamos saber da existência.

Logo, a mensagem mais importante deste texto é: mantenha a cabeça aberta! Coisas que são inimagináveis para nós estão acontecendo em todas as partes do mundo. A alimentação das vacas com forragem hidropônica pode ser uma realidade aqui em pouquíssimo tempo! Por que não? Tudo é possível!

Por isso é importante buscar conhecer as tendências, ampliar nossa visão dos assuntos. Na cadeia láctea não é diferente e uma forma de fazer isso é participar do Dairy Vision 2020 Especial Edition. O formato online nos permitiu reunir diversos palestrantes – de vários países – e afirmar sem medo: este é o melhor programa sobre o setor lácteo já visto mundialmente. Será um divisor de águas na vida dos participantes!

E adivinhem quem será um dos palestrantes? John de Jonge, Diretor de Design da Hydrogreen. Mas ele não foi convidado para esse evento apenas por causa das forrageiras hidropônicas. John nasceu e cresceu em uma propriedade leiteira no Canadá e é um grande speaker e influenciador do setor lácteo no mundo, tendo experiência com várias empresas de inovação no segmento (confira o currículo completo aqui). É por isso que ele vai ministrar no evento a palestra “Uma visão sobre o futuro da produção de leite”, que – com certeza! – fará toda a diferença na sua forma de enxergar o setor.

Você não pode ficar de fora, confira nossa programação (recheada com 30 palestras de altíssimo nível) e faça logo sua inscrição. Venha ser protagonista em um mundo de transformações!

Ah, e se você conhecer a técnica de produção de forragem por hidroponia ou alguma fazenda que utilize, conta para a gente aqui nos comentários, vamos adorar saber!

MAYSA SERPA

Médica Veterinária, MSc. e doutoranda em Sanidade Animal pela UFLA.

15

DEIXE SUA OPINIÃO SOBRE ESSE ARTIGO! SEGUIR COMENTÁRIOS

5000 caracteres restantes
ANEXAR IMAGEM
ANEXAR IMAGEM

Selecione a imagem

INSERIR VÍDEO
INSERIR VÍDEO

Copie o endereço (URL) do vídeo, direto da barra de endereços de seu navegador, e cole-a abaixo:

Todos os comentários são moderados pela equipe MilkPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração. Obrigado.

SEU COMENTÁRIO FOI ENVIADO COM SUCESSO!

Você pode fazer mais comentários se desejar. Eles serão publicados após a analise da nossa equipe.

GUILHERME GASTÃO CORGOSINHO CARDOSO

POÇOS DE CALDAS - MINAS GERAIS

EM 14/11/2023

Dr. Leovegildo, meu nome é Guilherme Gastão. Sou médico veterinário especializado em reprodução de bovinos, especificamente tecnologias de embriões desde 1994.
Trabalhei no começo da profissão na fazenda Paraiso em Sao João da Boa Vista, fazenda essa especializada em produção de leite na epoca.
Apos esse periodo passei a trabalhar exclusivamente com reprodução.
Tenho um pequena area, em Minas, onde crio, por passatempo, alguns equinos. Como minha area é muito pequena compro silagem de terceiros.
Meu filho um dia me falou da hidroponia como uma estrategia de alimentar os animais. Como nao sei nada sobre o assunto resolvi pesquisar. Como sempre leio o Milk Point acabei caindo aqui nesse artigo. Logo li seu comentário e fiquei convencido da nao viabilidade dessa tecnologia.
Como trabalho muito longe de onde moro passo muito tempo no carro sozinho. E especificamente nesse fim de semana vim, por varias horas, pensando sobre esse assunto. Gosto muito de fazer advogado do diabo para tentar ter mais certeza sobre as minhas opiniões. De repente me deu um estalo e raciocinei diferente de como o senhor esplanou.
Segue abaixo meu raciocinio e me ajude, por favor, a ver se estou errando em alguma coisa.
Vamos lá
1 hectare de milho produz 45 toneladas de silagem de milho a 35% de ms.
Esse mesmo hectare, se nao for cortado, produziria 10 toneladas de milho grão.
Entao teoricamente gastei as 10 toneladas para produzir essa silagem . O que daria, como custo de oportunidade de 4,5 kg de silagem a 35% ms para cada kg de milho deixado de produzir.
Na hidroponia gastariamos para plantar 1 hectare de milho, como o senhor colocou abaixo, 20 toneladas de milho.
Entao hipoteticamente para plantar 1 hectare de bandeja hidroponia eu teria que plantar mais 2 hectares de milho grão.
Entao em tres hectares eu teria a produção de 250 toneladas. 83 toneladas de material hidroponico por hectare. Aqui cada kg de milho produziria 12,5 kg de material a 16% de ms.
Olhando dessa forma a hidroponia parece mais produtiva por area. Logico que aqui nao estou levando em consideração os custos com insumos, instalações etc.
O que mais me chamou a atenção nisso tudo, se realmente meu raciocínio fizer logica, é que a producao de qualquer volumoso parece ser sempre um disperdicio de NDT ja produzido bem como em relação ao NDT que poderiamos produzir na mesma área.
JOSE LUIZ BARRETO

SÃO MIGUEL DO IGUAÇU - PARANÁ

EM 29/09/2021

Qual os tipo substrato que e usado como base
LEOVEGILDO LOPES DE MATOS

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 05/04/2021

Parece que não adianta mostrar a realidade dessa "técnica", que é uma farsa, uma impossibilidade biológica. Vamos lá de novo: as vantagens que postulam de produção de grande quantidade de forragem por área, não tem fundamentação na biologia, pois a energia armazenada na semente é gasta no processo de germinação e não tem tempo posteriormente para que o processo de fotossíntese reponha essa biomassa e passe para o lado positivo de ganho de massa. Os 25 kg/m2, que os defensores argumentam que equivalem a 250 ton/ha, veio de uma quantidade muito maior de grãos, ricos em energia (concentrado), para produzir um volumoso, que apesar de boa qualidade é menos rico do que o material original. O problema é que todo esse imbróglio começou com o equivalente 20 toneladas de milho com 87% de NDT para colher os tais 250 de um volumoso com 4 a 6% de matéria seca com 60-65% de NDT. Isto quer dizer que foram colocados para germinar uma quantidade de grãos equivalentes a 15,7 ton de NDT/ha para colher 250 ton FVH (forragem verde hidrpônica) com 5% de MS e 65% de NDT que renderia 8,1 ton de NDT/ha.
Esse "Negócio da China" é, na realidade, uma maneira rápida de perder carbono, perder matéria seca comestível, perder dinheiro e empobrecer e quebrar.
MÁRCIO TROVÃO DUARTE CAVALCANTI

EPITACIOLANDIA - ACRE

EM 17/11/2021

Parabéns!
JONAS CORREA DA COSTA JUNIOR

NOVO REPARTIMENTO - PARÁ

EM 08/03/2021

Gostei da publicação, tenho acompanhado a tendência da forragem hidropônica, e estou pensando em fazer testes de produção antes de investir em um projeto maior, porém estou com dificuldades de encontrar os produtos (nutrientes) que se coloca na água para irrigação. Quero fazer com o milho
DERY DE SÁ

EM 04/04/2021

Eu já comecei o meu teste, deu tudo certo na primeira tentativa... Ficou ótimo. Quanto a solução nutritiva, eu comprei no mercado livre, o componente A e B.
ANTÔNIO NORBERTO OLIVEIRA PINTO

DIAS D'ÁVILA - BAHIA

EM 30/10/2020

Muito importante, estou utilizando a hidroponia na criação de aves para postura, mas estou encontrando dificuldades.
Gostaria de maiores informações.
Prof. Dr. Norberto Pinto,, Dias D Ávila Bahia.
RUBENS BENATO

BENTO GONÇALVES - RIO GRANDE DO SUL - PESQUISA/ENSINO

EM 28/10/2020

Um sistema que certamente crescerá.
LEOVEGILDO LOPES DE MATOS

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 27/10/2020

Já mostrei em vários meios de comunicação, inclusive no MilkPoint que isto não é tecnologia e lugar nenhum do mundo precisa desse engodo. Esses defensores dessa idiotice aparecem, quebram algumas dezenas ou centenas de desavisados, somem e reaparecem 8-10 anos depois vendendo o milagre.
Há mais de 20 anos que tenho escrito e provado que isso não faz o menor sentido.
O balanço de carbono nesse período é negativo. Começa o processo com 2 kg de milho grão por metro quadrado, adiciona um substrato fibroso de baixa qualidade, bagaço ou capim picado e 20 a 25 dias depois colhe-se 25 kg de massa hidopônica, plantinha do milho, raizes e resíduo do tal substrato. Gastou-se mão de obra, instalações, tempo e solução nutritiva.
Os pilantras defensores (até professores universtários gastando recursos do CNPq, merecem cadeia) dessa aberração passam a fazer conjecturas: 25 kg/m2 equivalem a 250 ton/ha. O problema é que todo esse imbróglio começou com o equivalente 20 toneladas de milho com 87% de NDT para colher os tais 250 de um volumoso com 4 a 6% de matéria seca com 60-65% de NDT. Isto quer dizer que foram colocados para germinar uma quantidade de grãos equivalentes a 15,7 ton de NDT/ha para colher 250 ton FVH (forragem verde hidrpônica) com 5% de MS e 65% de NDT que renderia 8,1 ton de NDT/ha.
Negócio da China. A maneira mais rápida de empobrecer e quebrar.
MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

PIRACICABA - SÃO PAULO

EM 27/10/2020

Leo, entendo sua revolta a partir de experiências passadas. Mas o mundo tem mudado muito, as tecnologias têm evoluído bastante, e acho sempre saudável termos o benefício da dúvida. O John de Jonge é alguém com enorme experiência no setor, com muitos projetos de produção de leite. Vamos ouvir e, conforme for, criticar.
MARIANA

MACEIO - ALAGOAS

EM 09/06/2021

Na Índia, eles utilizam esse tipo de cultivo ao ar livre (por conta do clima favorável) e não cultivam até 25 dias (terminam o ciclo do cultivo entre 7 a 10 dias), ou seja: fazem com custo mínimo. Afirmam que esse tipo de modelo que eles possuem é vantajoso e que conseguem alimentar 50 vacas leiteiras zebuínas com apenas 500m2 de área de cultivo hidropônico.
Mas, uma coisa é certa: o sistema mais barato é à pasto.
EM RESPOSTA A MARIANA
LEOVEGILDO LOPES DE MATOS

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 10/06/2021

Utilizando-se 2 kg de grãos por m2 equivale a utilizar 20 ton por ha. Com a produtividade de milho da India, seriam necessários 9091 ha para suprir milho para aqueles 500 m2, ou se calcularmos com trigo, cultura com melhor desempenho na Índia, mesmo assim seriam necessários 3.571 ha de trigo para suprir matéria prima para a tal hidroponia dos 500 ha. Não faz, nunca fez e nunca fará sentido um absurdo desse.
ROBERTO JANK JR.

DESCALVADO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 27/10/2020

Haja tapete de grama para isso dar certo.
LEOVEGILDO LOPES DE MATOS

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 27/10/2020

Roberto: Já imaginou se vcs fossem depender disso? Vc teria que fundar outra empresa.
O pior é que a cada 8 a 10 anos eles voltam, pois aqueles que tentaram já não querem saber disso e acabam pegando novos incautos.
EM RESPOSTA A LEOVEGILDO LOPES DE MATOS
MÁRCIO TROVÃO DUARTE CAVALCANTI

EPITACIOLANDIA - ACRE

EM 17/11/2021

É a famosa busca do milagre. Já aprendi apanhando.

A EMATER-PB teve um programa de "forragem hidropônica de milho" no fim da década de 90. Fizeram uma adaptação ao modelo original, incrementanto cobertura (bagaço de cana ou capim triturado seco). Na epóca, muitos produtores aderiram. No fim, a coisa não foi pra frente porque é ilusão. Já a palma forrageira, continua firme e forte. Superando adversidades e a cada novo dia se mostrando como uma alternativa muito viável para o semi-árido brasileiro.

Assine nossa newsletter

E fique por dentro de todas as novidades do MilkPoint diretamente no seu e-mail

Obrigado! agora só falta confirmar seu e-mail.
Você receberá uma mensagem no e-mail indicado, com as instruções a serem seguidas.

Você já está logado com o e-mail informado.
Caso deseje alterar as opções de recebimento das newsletter, acesse o seu painel de controle.

MilkPoint Logo MilkPoint Ventures