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Atribuição e Responsabilidades

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 12/03/2010

6 MIN DE LEITURA

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Quantas vezes encontramos um erro ou diagnosticamos um problema no manejo e nos perguntamos: "mas como isso foi acontecer?! quem foi que mandou fazer assim?!" ou "mesmo "quem foi que fez isso?!"

Primeiramente, temos que parar e refletir. Antes de realizarmos perguntas semelhantes a do parágrafo anterior temos que ter a consciência de que nada acontece por acaso. Ao nos depararmos com um erro, devemos qualificar: o erro foi humano, mecânico ou fruto do acaso??... Partindo do pressuposto da primeira hipótese (falha humana) creio que seria correto desenvolvermos o seguinte raciocínio:

1-) Aconteceu um erro e este erro foi uma falha humana (desatenção, capricho, irresponsabilidade, despreparo, etc)

2-) O erro/falha aconteceu porque alguém determinou que este "humano", ou seja, funcionário executasse determinada função.

3-) Este funcionário que não cumpriu uma missão e/ou falhou, obviamente, foi selecionado por alguém.

4-) Se foi selecionado, foi treinado (ou supostamente deveria ser).

5-) Se foi treinado deveria executar corretamente a sua função e, em troca do trabalho adequado ser, devidamente recompensado = remunerado.

Tudo muito bonito e muito óbvio, “Alice no País das Maravilhas”... porém, analisando os 5 aspectos supracitados verificamos que, na maioria, das propriedades, há uma grande confusão envolvendo a linha de raciocínio explicitada.

É comum verificarmos gerentes, administradores e até mesmo proprietários reclamando sempre das dificuldades de se encontrar mão-de-obra de qualidade. Ok! Isso é fato, realmente. Diante da atual realidade de mercado o fator: qualificação da mão-de-obra é um desafio. Discordo, entretanto, muitas vezes, da maneira como o problema é abordado. Basta verificar as respostas sobre os 5 ítens destacados acima. Acredito que a reflexão sobre erros e falhas que acontecem no manejo deve ter início sobre o ítem "2". Vejamos:

Antes de criticar, verifique. No caso do ítem 2, alguém determinou que o funcionário "x" viesse a executar a função "y". Primeira pergunta: este funcionário tem capacidade para assumir a tarefa proposta? Segunda pergunta: o mesmo tem responsabilidade para executá-la? Repare que há uma grande diferença entre capacidade e responsabilidade. Basta fazer a analogia com um jovem de 15 anos dirigindo um automóvel. O mesmo poder ter perfeita capacidade em conduzi-lo mas é bem provável que não possua responsabilidade para dirigí-lo sem riscos...

A maioria dos erros envolvendo as atividades do dia-a-dia acontece por escolhas erradas. Se o seu gerente, escolheu uma pessoa errada para realizar uma tarefa e isso se repete com freqüência, o erro não é do seu gerente e, muito menos, daquele que errou, mas sim de você mesmo que, provavelmente, escolheu a pessoa errada para selecionar outras pessoas... (no caso, seu gerente). Note que o processo é uma verdadeira: "bola de neve" e começa, na realidade, "de cima para baixo". Muitas vezes escuto: "p... o funcionário fez aquela m... daí eu fiquei com vontade de matá-lo". Puxa, meu caro! Para um pouco e pense. Tudo só existe porque há um proprietário. Um chefe geral. Um responsável pela atividade estar em andamento, naquele local (um investidor/capitalista). Esta pessoa, por acaso é você??! Então, cuidado. O errado é você!!!

Claro que existem exceções. Há a competência e a incompetência. Os humanos, são passíveis de erros. Tudo bem isso é normal. O que abordo aqui é a questão das constantes reclamações sem as devidas correções. Durante muito tempo escolhi e selecionei funcionários. Deleguei responsabilidades. Muitas vezes com insucesso. E muitas vezes sem encontrar o que chamamos, popularmente, de "pai da criança" ou grande responsável por um determinado erro.

Num passado recente, resolvi modificar. A primeira grande mudança foi dividir a propriedade em setores e deixar claro o campo de atuação de cada funcionário. "Meu amigo, este aqui é o seu terreno, é aqui onde você vai trabalhar. Lá você não trabalha, nem tem responsabilidade, nem deve dar opinião ou se manisfestar. Mas aqui, é o seu setor. E aqui você irá responder por determinadas funções e responsabilidades". Como trabalho, praticamente, full-time no negócio, eliminei a figura do "gerentão", do "chefão" ou do “administrador”, em outras palavras, não existe mais aquela personalidade mais autoritária, comandando a propriedade como um todo. Após a divisão, foram criados os setores:

1-) Ordenha e qualidade do leite

2-) Criação de bezerras em aleitamento

3-) Sala de ração e alimentação dos animais (trato)

4-) Agricultura, mecanização manutenção de máquinas e equipamentos

5-) Reprodução e sanidade do rebanho
Para cada setor, foi escolhido um líder. O líder, no caso é a pessoa mais capacitada, mais envolvida e mais responsável dentro de cada setor. Ao mesmo tempo é uma pessoa bem relacionada com os demais funcionários. E os líderes se reportam a mim e vice-versa. Alguns cuidados foram tomados como, ao eleger o líder, deixei claro para os demais que "o líder não é gerente, não é chefe, não é comandante, patrão, nem nada..." é “apenas é o porta-voz e responsável pelas atividades de cada grupo”. Desta forma, por ser a atividade leiteira cheia de detalhes e complexidades, o dia-a-dia acabou ficando mais fácil. Hoje, por exemplo, a quantidade de dieta fornecida aos animais em produção pode variar 1 ou 2 vezes ao dia, para um turno com até 2 equipes diferentes... como administrar isso?? Anteriormente era necessário comunicar cada equipe, o que hoje não ocorre, pois tal responsabilidade é do líder.

Qual o objetivo disso tudo? A atribuição de determinadas responsabilidades. Em outras palavras criei condições para poder "dar nome aos bois". Todo erro tem um nome (tem que haver um responsável). Não há mais aquela história ou conversa mole como: "fulano, você verificou como o cocho está sujo? a sobra não foi retirada..." Hoje o líder sabe que sobra deve ser retirada e que, caso isso não venha a acontecer, será cobrado rigorosamente. Paralelamente, criei o conceito (qualquer semelhança ao slogan do B.O.P.E, não é mera coincidência): "missão dada é missão cumprida". Pode parecer algo "militar" ou "radical" mas é necessário. Quando determinamos uma função é porque a sua realização é, de fato, necessária. Deixo bem claro aos líderes que caso não seja possível realizar/executar uma determinada função/tarefa ("missão") ou que, caso a mesma não venha se concretizar dentro do prazo pré-estabelecido, que eu seja comunicado previamente e que haja um motivo plausível e perfeitamente cabível para a não realização da mesma (a famosa "desculpa" é válida desde que haja a comunicação imediata e que seja pertinente).

Com a implantação de tais diretrizes, de certa forma, temos evitado e reduzido boa parte das surpresas desagradáveis. As famosas “pegadinhas” estão sendo reduzidas ao poucos. Transtornos como chegar numa sexta-feira e perguntar sobre uma solicitação feita numa segunda-feira: "fulano, aquele cano lá do piquete já foi consertado, né? é só abrir o registro e deixar o bebedouro encher, correto? Porque amanhã iremos soltar os animais..." e escutar a resposta "olha... não deu para consertar ainda porque..." não podem acontecer! Por isso que o conceito: “Missão dada é missão cumprida” é importante. Foi dada a missão na segunda? Na segunda-feira deveria ser solucionado. Houve algum impedimento? Caso positivo, o responsável deveria ser comunicado na própria segunda-feira. Deixar "passar", de jeito nenhum!

Como fazer isso? Como ter sucesso? Devemos eleger bons líderes. Escolher aqueles que gostam do que fazem. Escolher pessoas que se envolvam com o trabalho e que tenham capacidade para compreender e entender a importância do correto cumprimento de determinadas funções e protocolos dentro de um sistema de produção. É fácil encontrá-los? Infelizmente não mas é nosso dever buscar sempre o melhor e fazer valer cada minuto trabalhado. Com certeza valerá o esforço!

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SÉRGIOBARONE

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 22/03/2010



Caro João Paulo,
acho que todos os leitores, proprietários, extensionistas, gerentes, enfim, as pessoas ligadas e comprometida com a pecuária de leite deveriam fazer deste artigo uma verdadeira obra de cabaceira.
Formar uma fazenda de leite é muito mais do que comprar animais, construir galpões, plantar milho ou qualquer outra forragem. Formar uma fazenda de laite é formar pessoas, cidadãos.
Na minha sala na faculdade, faço administração de empresas, estavamos conversando sobre a necessidade de se trinar constantemente as equipes, seja na pecuária, na indúsria, no comércio ou em qualquer área. Um colega de sala que trabalha em uma multinacional do setor metalúrgico nos falou que os treinamentos lá são semanais.
Inicialmente estranhei, mas achei melhor entender como eles faziam estes treinamentos e, principalmente, qual a razão de se treinar semanalmente.
Segundo ele para cada acidente fatal existem 30 quase acidentes e 600 falhas de comportamento. Fiquei pensando como este reciocinio se encaixaria em nosso dia a dia. Conclui que se planejarmos deveremos reduzir bastante o risco, se treinarmos, como você propoe em seu artigo, juntamente com a organização, a delegação e, principalmente, a nossa própria qualificação como donos, gerentes, pessoas. Desta maneira poderemos avaliar, mensurar, definir metas.
Sem estes caminhos os acidentes serão sempre uma triste realidade em uma fazenda. A cada final de semana os donos receberão como pagamento alguns sustos. Até que se cansam e abandonam a atividade colocando a culpa na vaca, quando a culpa é deles mesmos.
Um abraço, Sérgio Barone

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