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A longevidade de vacas através da classificação linear

POR TIMOTHEO SOUZA SILVEIRA

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 17/11/2022

5 MIN DE LEITURA

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Atualizado em 09/11/2022

A longevidade tem sido um foco da pesquisa de vacas leiteiras desde a década de 1950. Nos últimos anos muitos rebanhos incluíram como um dos objetivos de seleção.

A maior longevidade é associada com maior rentabilidade através de uma necessidade reduzida de novilhas de reposição para manter o tamanho do rebanho, uma maior média da produção do rebanho, e uma maior oportunidade de descarte voluntário.

A longevidade também contribui para ações de sustentabilidade, pois diminui a emissão de carbono. Embora a maior longevidade tenha sido frequentemente associada com a desaceleração do ganho genético, melhorias na reprodução e genômica impactam positivamente que a próxima geração seja derivada apenas das fêmeas mais jovens (geneticamente elite) do rebanho.

No entanto, a seleção para a longevidade da vaca leiteira continua sendo desafiadora, pois a verdadeira longevidade de uma vaca não é conhecida até que ela seja abatida.

Portanto, preditores iniciais fenotípico e genético que tem relação com a sobrevivência são úteis. Características de morfologia (TIPO) linear, que são frequentemente medidas durante a primeira lactação, avaliam visualmente uma ampla seleção de características físicas dentro das características biológicas. São hereditárias e foram fenotipicamente e geneticamente correlacionadas com medidas de longevidade.

A partir desse pressuposto, algumas características de tipo, são fundamentais para que possamos estimar parâmetros genéticos de sobrevivência, principalmente nos rebanhos que possuem muita seleção, com animais de primeiro parto sendo selecionados geneticamente através de genoma e técnicas de reprodução como Transferência de Embriões.

Nesses rebanhos, a classificação linear, auxilia a seleção precoce de animais que poderão permanecer em rebanhos de alta rentabilidade, selecionando animais superiores e mantendo uma média de produção superior. Dois grupos de características são indicados como principais pontos de seleção para sobrevivência a longo prazo: Características do sistema mamário e Pernas e pés (locomoção).

Características de tipo mais importantes à medida que as vacas envelhecem:

Características do sistema mamário.

Uma conformação desfavorável do úbere pode aumentar a suscetibilidade à mastite e a possibilidade de lesão do sistema mamário (Sasaki 2013).

A mastite afeta desproporcionalmente vacas mais velhas, com o risco de abate devido a alta CCS ou a possibilidade de mastite é o dobro entre a primeira e a quinta lactação (Kerslake et al., 2018). A combinação de uma deterioração nos mecanismos de defesa intra mamárias e anatômicas em vacas envelhecidas juntamente com características ruins de úbere podem colocar as vacas mais velhas em maior risco de desenvolver infecções intra mamárias e, portanto, serem abatidas.

Os traços lineares do sistema mamário (profundidade de úbere, comprimento de tetos e altura do úbere posterior) tem associação direta com o mérito genético para mastite ou CCS (Bobbo et al., 2019). Tetos mais profundos e mais longos estão mais próximos do solo contribuindo com uma tendência aumentada para que a úbere sejam contaminadas com patógenos ambientais (Bobbo et al., 2019).

Não esquecendo do ligamento médio, principal sustentador do sistema mamário, a sua relação com a probabilidade de mastite e descarte no rebanho é maior que os já descritos. Um suporte deficiente do úbere envolveria uma falha dos ligamentos em manter uma força adequada ao longo do tempo, com o aparecimento subsequente de úberes baixos e pendentes que são mais propensos a lesões e infecções como consequência do alongamento excessivo ou ruptura dos ligamentos suspensores (Atkins et al. 2008).
 

Características de locomoção

A boa locomoção (ou seja, não há sinais de capacidade de locomotiva comprometida) é importante para a permanência de animais no rebanho, particularmente em vacas mais velhas, como evidenciado pelo aumento do abate devido a problemas de pernas e pés, incluindo má locomoção (Kerslake et al., 2018).

A ênfase na boa locomoção é ainda maior em sistemas à base de pastagens, pois as vacas devem conseguir andar de e para uma sala de ordenha duas vezes por dia para evitar o abate.

Em uma pesquisa realizada por Weaver et al. (2005) no Reino Unido, as perdas relacionadas a claudicação estavam em torno de 113, 5 milhões de euros (ou 140,74 milhões de dólares) e os custos diretos relacionados por vaca acometida pela claudicação é de 170,3 euros (ou 211,17 dólares), mas levando em conta o aumento do intervalo de parto, os custos da substituição da vaca e perdas relacionadas ao descarte da mesma vaca, o valor total alcança os 340,6 euros (ou 422,34 dólares) por vaca acometida.

Uma altura de talão menor e linha de casco mais angulada estão associados a uma maior incidência de laminite. O estudo de Pinedo et al., (2010) encontrou uma frequência relativa de descarte pés e pernas foi semelhante entre vacas prenhes e vacas abertas (8,2 e 7,5%, respectivamente), o que nos leva a conclusão de que é um fator independente dos animais na produção ou não.

O risco de um animal com problemas de claudicação ser descartado voluntariamente é o dobro de animais com outros problemas de manejo. O produtor tende a descartar animais com problemas de pernas e pés mais facilmente do que animais com mastite, por exemplo, uma vez que a percepção de perda econômica ou de problema visual é maior.
 

Conclusão

A incorporação de traços de tipo linear que estão mais fortemente correlacionados geneticamente com a sobrevivência poderiam melhorar a precisão do planejamento de seleção dos rebanhos, principalmente no processo de definição estratégica de grupos superiores para a manutenção de rentabilidade em rebanhos estabilizados.

Rebanhos em crescimento, que possuem uma necessidade de redução de descarte para constante evolução, se beneficiariam com a inclusão desse mecanismo em seu processo de planejamento diminuindo a necessidade de compra e redução do tempo para alcance do objetivo de número de animais total.
 

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Referências

Atkins G, Shannon J, Muir B. 2008. Using conformational anatomy to identify the functionality and economics of dairy cows. WCDS Advances in Dairy Technology. 20:279–295.

Bobbo, T., C. Roveglia, M. Penasa, G. Visentin, R. Finocchiaro, and M. Cassandro. 2019. Genetic relationships of alternative somatic cell count traits with milk yield, composition and udder type traits in Italian Jersey cows. Anim. Sci. J. 90:808–817. https://doi.org/10.1111/asj.13204.

Kerslake, J. I., P. R. Amer, P. L. O’Neill, S. L. Wong, J. R. Roche, and C. V. C. Phyn. 2018. Economic costs of recorded reasons for cow mortality and culling in a pasture-based dairy industry. J. Dairy Sci. 101:1795–1803. https://doi.org/10.3168/jds.2017-13124.

Pinedo, P. J., Vries, A. de, & Web, D. W. (2010). Dynamics of culling risk with disposal codes reported by dairy herd improvement dairy herds. J. Dairy Sci., 93, 2250–2261.

Sasaki O. 2013. Estimation of genetic parameters for longevity traits in dairy cattle: A review with focus on the characteristics of analytical models. Animal Science Journal. 84:449–460. doi: 10.1111/asj.12066

Weaver, A.D.; Jean, G.; Steiner, A.; Bovine Surgery and Lameness; 2 797 edicão, Oxford: Blackwell; paginas 198-258, 2005.

TIMOTHEO SOUZA SILVEIRA

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