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Valor proteico e tratamentos para reduzir a antigenicidade de bebidas lácteas

INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 16/05/2024

3 MIN DE LEITURA

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A busca por alimentos de melhor valor nutricional e mais saudáveis tem contribuído para o crescimento do consumo de bebidas lácteas. Indústrias de laticínios têm buscado o desenvolvimento dos produtos lácteos, a fim de aumentar a competitividade no segmento de alimentos funcionais visando atender a demanda consumidora, bem como reforçar a importância de uma dieta láctea.

A legislação brasileira define bebida láctea como o produto fermentado mediante a ação de cultivo de microrganismos específicos e/ou adicionado de leite fermentado e que não pode ser submetido a tratamento térmico após a fermentação. A contagem total de bactérias lácticas viáveis deve ser no mínimo de 106 UFC por g, no produto final.

As proteínas solúveis do soro do leite apresentam excelente perfil de aminoácidos, caracterizando-as como proteínas de alto valor biológico. Possuem peptídeos bioativos do soro, que conferem a essas proteínas diferentes propriedades funcionais. O alimento funcional, além de ser fonte de energia e de auxiliar na formação de células e tecidos, também atua na efetividade do sistema imune, prevenindo o aparecimento precoce de alterações patológicas e de doenças degenerativas.

Todavia, apesar das vantagens para a saúde, as proteínas lácteas apresentam alto potencial alergênico, sobretudo para crianças. As proteínas β-lactoglobulina e α-Lactalbumina presentes na fração do soro de leite são consideradas as mais antigênicas, por isso a avaliação do valor proteico de bebidas lácteas fermentadas envolve uma análise abrangente dos efeitos de diferentes processos tecnológicos e tratamentos sobre a antigenicidade, estrutura e biodisponibilidade dessas proteínas.

Processos tecnológicos, como tratamentos de alta pressão e temperatura, na modificação da antigenicidade e estrutura das proteínas do soro do leite, especialmente a β-lactoglobulina podem reduzir a imunorreatividade das proteínas, tornando-as potencialmente menos alergênicas.

A técnica de aplicação de microondas combinada com proteólise enzimática tem demonstrado impactos significativos na alergenicidade da β-lactoglobulina, sugerindo uma abordagem promissora para reduzir a resposta imune adversa. O processo de alta pressão hidrostática, que produz proteínas hidrolisadas com propriedades antioxidantes, antialérgicas e anti-hipertensivas, também tem o potencial de melhorar a segurança e qualidade nutricional das bebidas lácteas.

Já a enzima transglutaminase (TG), que catalisa a reação de ligação cruzada inter ou intramolecular em diversas proteínas, também tem sido utilizada para reduzir o potencial alergênico. A associação da hidrólise enzimática com a polimerização por TG é uma estratégia ainda pouco explorada, mas que oferece boas perspectivas em relação à redução da antigenicidade de proteínas.

Portanto, percebe-se que tratamento térmico, alta pressão ou hidrólise enzimática, utilizados em conjunto ou separadamente, podem alterar determinantes antigênicos (epítopos) presentes nas proteínas, e têm sido estudados como estratégia para obtenção de produtos com menor potencial alergênico, contribuindo para a produção de produtos lácteos mais seguros e nutritivos.

As proteínas são nutrientes essenciais para a construção e reparação de tecidos, sendo também envolvidas em diversas funções metabólicas e imunológicas. No entanto, diferentes processos tecnológicos e tratamentos podem afetar a estrutura e a qualidade nutricional das proteínas lácteas, influenciando a biodisponibilidade, a antigenicidade e a imunorreatividade das proteínas do soro do leite. Por isso, pesquisas têm sido desenvolvidas a fim de tornar o processo de modificação das propriedades alergênicas, antioxidantes e anti-hipertensivas das proteínas do soro do leite mais seguros para o consumo de um maior contingente populacional, sem a necessidade de tais alimentos serem excluídos da dieta. Apesar dos avanços já obtidos, estudos contínuos ainda são necessários.

 

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Autores

Kênia Márcia Ribeiro
Larissa Santos Lopes
Abner Alves Mesquita
Ana Paula Cardoso Gomide
Adriano Carvalho Costa
Marco Antônio Pereira da Silva

Agradecimentos

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) (Processo n. 303505/2023-0), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (FAPEG), Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) e IF Goiano - Campus Rio Verde pelo apoio a realização da pesquisa.

 

Referências bibliográficas

BRASIL, Ministério da Agricultura. Regulamento da Agricultura e do Abastecimento, Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade de Bebidas Lácteas. DAS/SIPOA. Diário Oficial da União, Brasília nº234, p.46-49, 08 de dezembro de 2005. Seção I.

THAMER, K. G.; PENNA, A. L. B. Caracterização de bebidas lácteas funcionais fermentadas por probióticos e acrescidas de prebiótico. Food Science and Technology, v. 26, p. 589–595, 1 set. 2006.

Villas Boas, M. B.; Coelho, H. D. S.; Bueno, M. B.; Oliveira, C. R. A.; Maria Netto, F. Alergia alimentar: uma abordagem sobre as proteínas lácteas e os principais tratamentos físico-químicos e enzimáticos aplicados para reduzir a antigenicidade: revisão da literatura. Journal of the Health Sciences Institute, v. 32, n. 3, p. 308-13, 2014.

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DIVINO ANTONIO SANTANA LIMA

RIO VERDE - GOIÁS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 16/05/2024

O uso do leite A2A2 como matéria prima, nesse caso poderia ser uma alternativa interessante para reduzir esse efeito alergênico?
MARCO ANTÔNIO PEREIRA DA SILVA

RIO VERDE - GOIÁS - PESQUISA/ENSINO

EM 20/05/2024

Sim, uma alternativa ainda pouco acessível, porém, tem sido explorada pelas indústrias na atualidade. E deve ganhar mais espaço com a produção de derivados lácteos.
TEREZINHA APARECIDA RIBEIRO

IBITURUNA - MINAS GERAIS - ESTUDANTE

EM 16/05/2024

Muito interessante!
MARCO ANTÔNIO PEREIRA DA SILVA

RIO VERDE - GOIÁS - PESQUISA/ENSINO

EM 20/05/2024

Obrigado Terezinha!!!

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