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Inovação nos laticínios: quando fazer?

POR CAIO VINICIOS

INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 06/07/2021

4 MIN DE LEITURA

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Para iniciar este artigo, vamos partir da seguinte reflexão: navegar é preciso, inovar nem sempre.

É inegável que o mundo está cada vez mais disruptivo: empresas de tecnologia aos montes, pessoas dizendo que devemos inovar sempre. Sem dúvida "inovação" se tornou a palavra da moda. Mas, será que temos mesmo que buscar, incessantemente, pelo novo?

Hoje quero conversar um pouco com vocês sobre o momento certo de criar novas alternativas e como fazê-las. Afinal, em um mundo tão dinâmico, quem não inovar fica pelo caminho, mas quem inovar de forma errada, vai caminhar na contramão do êxito.

Quem já leu alguns dos meus textos, sabe que faço sempre  associações com temas que eu gosto. Um deles é o futebol. Mesmo que você não goste muito do esporte já deve ter visto uma situação na qual o atacante deveria ter só tocado a bola para jogador ao lado, mas ao invés disso ele tentou o drible e errou o gol.

O gol custou a vitória. A vitória custou o campeonato. Pois é, existem situações que o bom "arroz com feijão" bastaria. No máximo com uma farofinha. Inventar quando não é o momento, pode custar um resultado maior. A inovação na hora errada, da forma errada, se chama retrocesso.

Existem coisas que não precisam de adaptações. Pelo menos não agora. Talvez você nem tenha tecnologia ou uma cultura suficiente para suportar esta novidade. Dizem que um dos motivos que levaram George Lucas a lançar Star Wars em uma ordem cronológica confusa, foi a falta de tecnologia necessária na época para apresentar o que ele tinha em mente.

Essa nossa sede por inovação acaba desviando atenção do que deveria ser nosso foco principal: fazer com que o processo funcione bem! Muitas empresas têm processos que estão ocorrendo de forma errada e mesmo assim estão buscando alternativas utópicas para resolver um problema que poderia ser resolvido com ações simples.

Processos incorretos fornecem informações erradas, que por sua vez, prejudicam a leitura dos resultados. Portanto, o primeiro passo é ajustar o seu processo. Gaste energia para que ele funcione da forma que foi planejado. Dessa forma, você poderá enxergar o precisa e o que não precisa ajustar. É aí que nasce a inovação: identificar problemas e agir para resolvê-los!

Inovar não se trata de inventar a roda. Inovar se trata de fazer com que a roda gire da melhor forma. Somente assim você poderá identificar melhorias. Não adianta cromar sua roda, se ela não gira!

Esse artigo serve para mim também. Eu costumo pensar tanto fora da caixa, que às vezes eu esqueço que a solução está dentro dela. Eu aprendi a moldar meu pensamento, tornando-o mais simplista, trabalhando na indústria de laticínios.

Como em todo local de trabalho, sempre aparecia um problema. E quando este problema era novo, meu alarme da inovação apitava e eu já começava viajar nas ideias.

Logo eu começo a imaginar os problemas mais lunáticos e as ideias para resolvê-los, que são mais absurdas ainda. Então, quando começo a investigar a causa do problema, em quase 100% das vezes, a origem foi falha no processo. Seja na execução ou no processo em si.

Na indústria de alimentos, principalmente, na láctea, onde temos que ter uma resposta rápida para os problemas que surgem, perder tempo com alternativas que não são práticas no dia-a-dia, pode custar caro. As melhores práticas que devemos adotar para estas situações são a manutenção e execução do processo.

Já vivenciei várias situações onde o processo não estava apto para suportar a inovação. A melhor situação para ilustrar esta ideia, foi a demanda de produção de um leite condensado diferenciado, mais viscoso e inovador no mercado.

A equipe de inovação da empresa criou toda a ideia, mas esqueceu de entender como processo seria feito. Nosso processo de produção de leite condensado já tinha falhas por si só. Estas falhas foram potencializadas ao máximo quando inicializamos o novo processo.

Vamos imaginar a seguinte situação: você está na academia e consegue carregar 10 kg em um determinado exercício. Você então decide dobrar o peso e carregar 20 kg. Além de você não conseguir executar o exercício da forma correta, você lesiona seu músculo.

Com o músculo lesionado você fica sem se exercitar durante a semana. O mesmo aconteceu na indústria. O novo produto entupiu toda a linha do leite condensado e escancarou um problema que já existia. Para liberar a linha, foi preciso cortar as partes mais obstruídas e isto custou muito tempo e dinheiro. O produto, obviamente foi descontinuado. O nosso processo não suportava esta inovação.

Portanto, foque no processo! Conheça-o como a palma da sua mão e treine bem a equipe para garantir que todo processo corra como planejado. Feito isto, qualquer adaptação será uma Inovação Efetiva e não "invenção de moda". Sem isto, qualquer adaptação é "tapar o sol com a peneira".

A realização destas boas práticas de inovação, pode te salvar de gastar tempo e energia em vão, além de ajudar responder às perguntas iniciais, de quando pensamos em desenvolver algo novo:

  • Minha alternativa ajuda alguém?
  • O retorno financeiro/operacional da minha inovação compensa os custos necessários?
  • Existe uma forma mais simples de fazer o mesmo processo?
  • Preciso mesmo inovar?

E você, tem inventado bastante moda por aí? Talvez a solução dos teus problemas esteja bem aí na sua frente!

CAIO VINICIOS

Laticinista formado pelo IFET-MG e Pós Graduado em Gestão Empresarial pela FGV. Atuou em grandes laticínios com foco em concentrados. Hoje é Gerente comercial e Professor de pós no Ifope.

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