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Tornando o leite (ainda) melhor

POR JOSÉ LUIZ MOREIRA GARCIA

ESPAÇO ABERTO

EM 25/09/2008

7 MIN DE LEITURA

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A ciência e a tecnologia de ponta para a produção de leite nos recomendam a utilização da raça Holstein (HPB) em instalações do tipo confinamento e denominadas de "Free Stall", com alimentação à base de silagem de milho e concentrados tais como caroço de algodão, polpa de laranja, farelo de soja, milho, etc., além de, é claro, suplementos minerais tão necessários a nutrição animal - já que os solos e, conseqüentemente, as plantas e alimentos oriundos desses solos não mais dispõem desses mesmos minerais - e, de preferência, com rebanhos acima de 100 animais.

É a versão tecnológica tupiniquim do "Get Big or Get Out" (Cresça ou Desapareça) na pecuária leiteira brasileira aprendida com nossos irmãos do hemisfério norte, que nos impingiram genética, manejo e alimentação, desenvolvidos por quem usufrui de décadas de gordos subsídios, o que evidentemente não é o nosso caso, muito pelo contrário.

Dizem os nossos técnicos, acotovelados nas Universidades, Centros de Pesquisa e até em empresas de consultoria técnica, que essa "receita" nos garantiria o maior retorno financeiro por " Unidade Animal" , que é como eles se referem às vacas leiteiras, mães zelosas da raça humana ao permitirem que os homens pudessem evoluir culturalmente tirando-lhes grande parte do árduo trabalho diário de obter alimento para o seu sustento e que, por isso mesmo, merecem ser tratadas com todo o nosso devido respeito.

Como em toda atividade humana regulada pelo mercado, o lucro financeiro é o que dita as regras. Se gerar lucro é bom e se não gerar não é, diz a ótica mercantilista. Essa visão de mercado, geralmente míope, não leva em considerações todos os fatores envolvidos no processo produtivo. priorizando única e exclusivamente o lucro financeiro em detrimento de vários outros fatores como valor nutricional dos alimentos, saúde do rebanho, longevidade reduzida dos animais, níveis de poluição gerados, balanço energético negativo, entre outros.

O caso da produção de leite é emblemático para ilustrar como as atividades biológicas não devem ser geridas somente por critérios única e exclusivamente financeiros.

O leite a pasto, dizem os "entendidos", não é viável e, segundo ainda algumas autoridades, colocaria até em risco o fornecimento de alimentos causando o desabastecimento e levando a humanidade a inanição. Como sempre, apela-se para o medo e o terrorismo sempre que se procura fazer valer algum ponto de vista, método amplamente usado pelo governo e autoridades para obrigar a vacinação compulsória sem que existam, à vezes, motivos genuínos para tal, para aprovarem esse ou aquele imposto, sem que existam motivos reais para tanto, etc., num processo que eu denominei de "Fobiocracia" - que é o governo pelo emprego do medo. Aumentam-se taxas de juro a níveis estratosféricos por medo (injustificado) da inflação e assim por diante, sempre instilando o medo ou acenando com alguma possibilidade nefasta.

Ocorre que técnicos conscientes, como o Dr Leovegildo de Matos, da EMBRAPA Gado de Leite, nos apresentam um panorama exatamente oposto, ou seja, é possível sim produzir Leite à Pasto de forma rentável, respeitando a fisiologia e a dignidade animal, por permitirem às vacas um maior número de lactações e com menor incidência de doenças, respeitando a ecologia, com menor poluição ao meio ambiente, respeitando as reservas energéticas com melhor balanço energético, e agora, de acordo com os resultados de inúmeras pesquisas médicas, respeitando a saúde e o bem estar do consumidor com um produto de maior valor nutricional. E o que é melhor, poderá ser produzido não em poucas Fazendas-Fábrica, mas sim pela Agricultura Familiar, em centenas ou milhares de pequenas propriedades por esse Brasil à fora (1)

O resultado das pesquisas médicas colocaria o Leite de Vacas Saudáveis e Satisfeitas, que tenham a possibilidade de se alimentar preferencialmente de pasto, feno e silagem de capins, na condição de um verdadeiro e natural nutracêutico e não mais de um simples alimento "commodity". A indústria de alimentos quer nos fazer crer que os nutracêuticos são uma invenção e propriedade única e exclusivamente delas ( Entende-se por nutracêuticos alimentos que sejam funcionais ou que tenham a capacidade de beneficiar de alguma forma a saúde das pessoas)

Entretanto, o fato é que se todos os alimentos fossem de fato produzidos conforme as leis da Biologia, e por conseguinte da Natureza, seriam, com certeza, no mínimo funcionais e não apenas simples "commodities" ou alimentos vazios.

Pesquisas recentes nos dão conta que somente o leite de vacas à pasto possuem teores significativos de CLA ( Acido Linoléico Conjugado) e não o leite de vacas confinadas alimentadas a base de grãos, conforme os ditames da tecnologia supostamente moderna.

O CLA é uma gordura boa, recentemente descoberta, que tem se demonstrado um poderoso agente anti-cancerígeno. Em estudos com animais, o CLA demonstrou o seu efeito antitumoral em pequenas doses em todos os três estágios do câncer, isto é, 1) Iniciação, 2) Promoção e 3) Metástase. Vale lembrar que a maioria dos agentes anti-cancerígenos conseguem bloquear apenas uma das três etapas. O CLA reduziu o crescimento de uma ampla gama de tumores incluindo cânceres de pele, mama, próstata e cólon. (2)

Embora as pesquisas ainda estejam em fase inicial com humanos, as primeiras notícias já são bastante animadoras e demonstram que resultados semelhantes são esperados com pessoas. Um levantamento recente demonstrou que as mulheres com a maior taxa de CLA nas suas dietas tiveram uma redução de 60% no risco de contrair câncer de mama.(3)

Onde obter níveis significativos de CLA ? Um grande número de pessoas toma uma forma sintética bastante difundida nas academias como forma de reduzir a gordura e construir massa muscular. Infelizmente, pesquisas também recentes nos dão conta que essa forma sintética pode apresentar efeitos colaterais potencialmente sérios que incluem promoção da resistência a insulina, aumento dos níveis de glicose no sangue, fígado aumentado e redução do colesterol HDL considerado bom.(4) A diferença básica entre a forma sintética está na configuração química da molécula, sendo a natural a cis9, trans11 ou "ácido rumenico" e a sintética a trans10, cis12. Uma vez mais a natureza provou ser mais sábia que os homens. Não é a primeira vez e nem será a última que uma versão natural provou ser superior a forma sintética.

E mais que isso, alguns trabalhos também demonstraram ser a perda de peso provocada pelo CLA sintético insignificante em seres humanos. A forma mais segura de se consumir o CLA é por meio de produtos naturais, e essa forma natural de CLA ( c9, t11 = acido rumenico) não tem efeitos colaterais nenhum. Os alimentos que mais o contém seriam as carnes de animais que se alimentam de capim (pasto) e leite e derivados de vacas que se alimentem também de capim. Mais precisamente as gorduras animais, como por exemplo a manteiga.

Pesquisas realizadas desde 1999 demonstram que animais que pastoreiam possuem de 3 a 5 vezes mais CLA do que animais alimentados em confinamento recebendo grãos como base de sua dieta.(5)

À nível molecular, o CLA lembra outro ácido graxo conhecido por "ácido linoleico" ou LA. Ambos possuem 18 átomos de carbono e duas duplas ligações que mantém a cadeia unida. A diferença entre eles é sutil, assim como a Natureza. Refere-se a colocação dessas duplas ligações. Essa diferença aparentemente pequena faz com que tenham efeitos diametralmente opostos no corpo humano. Enquanto o CLA inibe a formação de tumores, o LA promove a formação de tumores. Existem 28 isômeros (tipos) de CLA na natureza, mas o mais comum encontrado na carne e no leite é o ácido rumenico.

Como diria o saudoso colunista Ibrahim Sued: "Sorry Periferia", mas apenas o Leite à Pasto se qualificaria como produto a ser consumido por todos aqueles realmente interessados em consumir alimentos que possam ter um impacto significativo na sua saúde e que transcendam ao simples rótulo de "Convencional" (podendo ter contaminantes químicos) e "Orgânico" (supostamente isentos de contaminantes químicos) hoje tanto em moda.

Além do CLA, o leite à pasto demonstrou igualmente ser mais rico em Vitamina E, tendo até 86% mais vitamina E do que o leite de vacas que comem uma dieta padrão preconizada pelo status-quo acadêmico-científico (6). O Leite de vacas que comem capim possui também teores mais elevados de Beta-Caroteno ( Pro vitamina A ) e Ômega -3.(7)

Dessa forma, o leite a pasto de vacas Jerseys ou Guernseys com menor potencial alergênico, devido a maior quantidade de Leite A2 hipo alergênico (https://www.enxaqueca.com.br/blog/?p=102) é o que esperamos ver no mercado no futuro, preferencialmente sanitizados (potabilizados) pelo processo de Micro-Filtração desenvolvido pelo ITAL- Instituto de Tecnologia de Alimentos de Campinas, que sanitiza o leite e preserva todas as suas qualidades nutricionais protegendo todas as vitaminas, enzimas e imuno-globulinas destruídas pelo arcaico processo de pasteurização.

Literatura Citada

1.Matos, L.L. (2007) " Produção de Leite a Pasto", In: Bridi,A.M. et al.. A Zootecnia frente a Novos Desafios. Londrina, UEL, 2007, 572p.
2.Ip, C., J.A. Scimeca, et al. (1994) " Conjugated Linoleic Acid. A Powerfull anticarcinogen from animal fat sources". Cancer, 74 (3 Supplem):1050-1054.
3.Aro, A., S. Manisto, I.Salminen,et al. (2000) " Inverse Association between Dietary and Serum Conjugated Linoleic Acid and Risk of Breast Cancer in Postmenopausal Women. Nutrition and Cancer, 38 (2):151-157.
4.Riserus, U., P. Amer, et al. (2002) " Treatment with dietary trans 10 cis 12 conjugated linolei acid causes isomer-specific insulin resistance in obese men with the metabolic syndrome. Diabetes Care, 25(9): 1516-1521.
5.Dhiman, T.R., G.R. Anand, et al.(1999) " Conjugated Linoleic Acid content of Milk from cows fed different diets".J Dairy SCI, 82(10):2146-2156.
6.Leiber, F., M. Kreuzer, et al.(2005) Lipids, 40(2): 191-202.
7.Hauswirth, C.B., M.R.Scheeder and J.H. Beer. (2004) " High Omega-3 Fatty Acid content in Alpine Cheeses: The basis for an Alpine Paradox. Circulation ,109(1):103-107.

JOSÉ LUIZ MOREIRA GARCIA

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ANTONIO FRANCISCO

TERESINA - PIAUÍ - ESTUDANTE

EM 21/05/2015

Olá, José Luiz! Boa tarde! `Parabéns pelo ótimo texto! Tenho muito interesse sobre o assunto de produção de leite a pasto. Meu interesse se deu após assistir um curso do Dr. Leovegildo da Embrapa Gado de Leite oferecido pelo Senar EAD que ele aborda esse tema em aulas aulas. Em agosto desse ano vou iniciar o curso de Zootecnia na UFPB de Areia e no próximo ano tenho a pretensão de ir para a UFLA ou UFV (sempre foi meu sonho). Gostaria muito que você me enviasse, se possível, alguns materiais sobre a produção de leite a pasto. Essa será minha linha de pesquisa quando estiver na a graduação.




JOSE LUIZ M GARCIA

PLANALTO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 24/07/2009

Prezado Guilherme Alves de Mello Franco,

Antes de mais nada, muitíssimo obrigado por acreditar que "artigos como os meus" possam influenciar alguem. Isso me enche de alegria. Mais ainda se eu tiver o poder supremo de influenciar algum produtor de leite , categoria das mais tradicionais e dificeis de serem influenciadas. Se eu tiver essa capacidade realmente eu me sentirei muito lisonjeado.
Um leitor desses artigos que escrevi anteriormente para o Milk Point já observou sabiamente que a produção leiteira comportaria diversas formulas e diversos
sistemas de produção. Esse mesmo leitor nos alertou para o fato do Brasil ser um país de dimensões continentais de tal forma que comportaria todos os sistemas de produção leiteira propostos.
Portanto, não existe um único sistema de produção de leite que seria o melhor para o Brasil. Talvez nem o sistema que eu proponho e possivelmente nem o sistema que o Sr propõe.
Tudo irá depender da região, distancia dos centros consumidores, perfil dos consumidores, poder aquisitivo dos consumidores, raça a ser criada, tamanho da propriedade, etc...
Em se tratando de produção leiteira existem inúmeros fatores a serem considerados e torna-se dificil uma generalização.
Porém, se vamos conversar sobre leite é bom que primeiramente nós cheguemos a um acôrdo sobre o que vem a ser leite. Temos que definir o que é leite.
Se vamos falar sobre o " Leite Commodity", isto é o leite que o Sr. definiu parcialmente quando disse que "o mercado é dificil e competitivo", aquele leite que é comprado pelas cooperativas e laticinios e que há décadas judia dos fornecedores, aquele leite que o governo usa em programas sociais destinados as classes menos favorecidas como as clases C e D, aquele leite com baixos teores de gordura e de proteína e demais componentes como Omega-3, CLA, etc..então tenho que lhe dar absoluta razão pois o sistema confinado talvez seja o melhor.
Porém, não creio que esse sistema tenha futuro algum.
A Revista Balde Branco desse mês nos mostrou o porque dessa minha afirmação.
A China já começou a produzir leite em quantidades consideráveis e portanto vai ser muito dificil , no futuro, concorrer com eles no mercado internacional.
Eu, pessoalmente, não pretendo concorrer com nenhum chinês na produção de o que quer que seja e muito menos de leite commodity.
Temos alguns pontos em comum e discordamos democraticamente em outros, e por isso é salutar qualquer tipo de debate aberto e amigável como o nosso.
Vamos comentar portanto os nossos pontos em comum.
Descobri, confesso que com certo desapontamento, que o sistema de produção de leite à pasto da Nova Zelandia só é possível em determinadas regiões do nosso país. Isto é, onde houver bastante terra barata e bastante agua para irrigação. Começei usando semen da NZ e as minhas novilhas não deram mais que 15 litrs de leite/dia. Sabem porque ? A média do rebanho leiteiro da NZ são exatos 12 litros por vaca/dia.
JOSE LUIZ M GARCIA

PLANALTO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 24/07/2009

(Continua...)

Se quiser tirar leite à pasto no sistema da NZ você terá que ter muita terra (aí por algumas centenas de hectares), muita vaca e muita mão de obra para ordenhar de 100 a 150 vacas/dia se quiser produzir alguma coisa acima de 1.000 litros/dia. Isso se for sazonal. Se quiser tirar leite o ano todo terá que ter
pelo menos outras 100 vacas. Terá que ter muita grama plantada tipo Tifton 85
em terreno adubado e irrigado, pois como o Sr mesmo observou o capim tem baixa proteína. Para isso o terreno deverá ser plano e o inverno não poderá ser muito rigoroso. Tudo isso é verdade. Tudo isso limita bastante esse sistema.

Quanto a maior o no. de cabeças ser maior o no. de problemas eu creio que numericamente o Sr tem razão, ou seja, em números absolutos isso também é verdade, mas, convenhamos, uma vaquinha dando 10/12 litros de leite por dia não vai ter muitos problemas principalmente quando sabemos que problemas reprodutivos estão ligados a produções elevadas. Também, creio que não irão ter problemas de casco pois as raças mais usadas para esses sistemas extensivos são raças de cascos escuros como a Jersey e a Frísia. Porém, quando mais gado mais problemas, lá isso é verdade.
Desde já lhe parabenizo pela média de 40 litros por dia, mesmo com a raça HPB essa média não é fácil e desde já noto que esse leite é do tipo commodity.

Tudo o mais que foi dito pelo Sr é válido para esse sistema de produção do leite commodity, do leite barato, do leite que se destina as classes C e D, do leite que tem que viver eternamente à merçê dos laticínios implorando por preços.

A minha proposta é a produção de um outro tipo de leite com mais proteína, gordura, Omega-3 e CLA respeitando a fisiologia e o comportamento animal. É um leite que jamais o chinês irá produzir pois não dispõe de areas não poluidas e nem de agua de qualidade. É um leite para aquelas pessoas que não tomam mais leite mas que com esse tipo voltarão a tomar. É um leite para as classes mais instruidas e mais favorecidas. Ele é destinado a pessoas inteligentes e exigentes que querem saber como esse leite é produzido. Ele jamais irá concorrer com o seu leite commodity pois o preço será bem mais elevado.

Recentemente o Globo Reporter mostrou os fazendeiros na França alimentando as
vacas com linhaça para produzir mais Ômega-3. A revolução já começou. Uma hora irá chegar aqui no Brasil e eu crio gado não para hoje mas sim para depois de amanhã. Crio Guernsey, Jerseys e Vermelha Sueca esperando a hora em que leite de qualidade terá valor. Também estou trabalhando em cima do melhor sistema de manejo e alimentação. Já cheguei a conclusão que o sistema da NZ não dá na minha região de inverno rigoroso e dificuldade para irrigar. O solo ainda se dá um jeito mas a topografia
não dá para endireitar. Eu creio que um sistema intermediário seja o ideal, para as minhas condições, isto é solo corrigido para todos os minerais com grama Tifton 85, piquetes, capineiras, canavial e silagem de milho.
JOSE LUIZ M GARCIA

PLANALTO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 24/07/2009

(continua...)

Alguma coisa de suplementação como fubá, farelo de trigo e levedura seca de cana como fonte adicional de proteína.

O leite está dando uma virada. A Danone está liderando essa virada. De alimento barato e de classes menos favorecidas ele passou a "Probiotico" e já está atingindo e ganhando novos consumidores com patamares de preço mais elevados. Infelizmente esses preços ainda não estão sendo transferidos aos produtores.

Eu creio que o caminho é esse e não tentar enfrentar nenhum chinês da vida.

Eu sinceramente espero um dia poder comercializar o meu "Probiótico" feito de leite produzido por vacas que se alimentem preferencialmente de materia verde com altos teores de gordura, proteína, ômega-3 e CLA.

Respeito aqueles que discordam da minha opinião e sempre respeitarei.

Atenciosamente,
Jose Luiz M Garcia
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 15/07/2009

Prezado José Luiz: Os que me conhecem sabem da minha predileção pelo sistema de criação confinada. Fico preocupado com as influências que artigos como o seu podem despejar num mercado difícil e competitivo, onde a produtividade é sempre mais desejável que os teores de gordura. Num universo de escassez, não basta ter teor de gordura acima de 3%: é necessário obter volume respeitável, para poder estabelecer um preço mínimo pelo produto que se produz. Perdoe-me a audácia, mas ouso discordar de você, em vários aspectos.

O primeiro deles, está na impossibilidade de obtenção de grande volume de terras, que inviabiliza o sistema a pasto, já que, para ser competitivo, o adotante deste tem que ter grande número de cabeças e, via de consequência, elevado número de alqueires em sua propriedade, o que, com o desenvolvimento urbano cada vez mais amplo, é complicado. O segundo deles, não é preciso ser especialista para constatar, quanto maior o número de animais, maior o número de problemas de casco, de retenção de placenta, de carrapato, de endemias, de problemas de úbere, de reprodução, entre tantos outros. Por isso, melhor ter trinta cabeças que produzam quarenta litros/dia cada que cento e vinte de dez. Eu tenho trinta e elas me fornecem, em média, mil e quatrocentos litros/dia. O terceiro, é o preço da pastagem, que não é fácil de ser manejada, em um clima tropical como o nosso, de inverno rigoroso e verão escaldante, onde o nível de proteína das gramíneas chega a quase zero em deterninadas épocas e que, se não tivermos cuidados extremos e suplementação, morrerão. O quarto, é que necessário é desmistificar a assertiva de que o confinamento é caro, as vacas de alta produção são caras, o alimento trazido ao cocho é caro, eis que tudo isso se compensa com a alta produtividade e o sistema controlado financeira e sanitariamente das empresas-fazendas. O quinto é que as condições climáticas extremas prejudicam a produção, seja ela constituída por animais mestiçados, seja ela de animais puros, de sorte que, se uma vaca holandêsa não suporta o calor extremo, uma mestiça, de igual monta, não aguenta o frio intenso. A solução, perdoe-me você e o Professor Joabe Jobson, está no confinamento, pois, neste modelo controlado, os rigores do clima ficam do lado de fora dos free stall e dos tie stall, já que mecanismos como aspersores de água, ventiladores e, até mesmo, ar condicionado, impedem as variações de temperatura ambiente, mantendo a mesma no ideal de cada raça.

Recordo-me quando chegaram as primeiras ordenhadeiras mecânicas: aquilo não prestava, estressava os animais, aumentava os casos de mamites, diminuía o volume de leite, e, hoje, quem não possui sua ordenhadeira não sobrevive. O mesmo diria da criação de gado de elite, que separa o bezerro da vaca: é uma agressão, é uma idiotice, é inviável economicamente e, hoje, suas vantagens e sua idéia são cultuadas por quase 100% dos grandes produtores.

GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO
FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG
HUMBERTO MARCOS SOUZA DIAS

ALFENAS - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE INSUMOS PARA A PRODUÇÃO

EM 29/01/2009

Prezado colega Donizeti de Jesus Sereia,

Parabéns pela explanação, você tem toda razão! A disputa "pasto" ou "confinamento" é infrutífera, a escolha sobre os sistemas de produção é regional e principalmente multifatorial.
CARLOS DONIZETI DE OLIVEIRA BARBOSA

CÁCERES - MATO GROSSO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 16/10/2008

Parabenizo ao ilustre companheiro pelo brilhante artigo. Hoje, "vaca que não fala ingreis" não presta, até as nossas mestiças aqui da EAF-Cáceres estão entrando nesta. Vamos ver no que vai dar, quando se quer mudar de santo, qualquer um que faz algo diferente serve, o tempo vai mostrar a melhor verdade, tudo de bom e parabéns, Carlos Donizeti.
JOSE LUIZ M GARCIA

PLANALTO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 16/10/2008

Prezado Carlos Otávio Farange Fonseca,

Agradeço o incentivo.
Existe sim a possibilidade de manter contacto comigo.
O e mail que estamos usando para recriar a Associação de Criadores
de Gado Guernsey que produz leite A2 não alergênico, além do Jersey (75% não alergênico) e do Gir ( deixa eu mencionar o Gir também antes que o pessoal do Gir caia de pau em cima de mim) é o zeeguernsey@hotmail.com.
Entre em contacto comigo por meio desse endereço que poderemos agendar um encontro lá na fazenda.
Ainda existe muito a ser feito mas o que já conseguimos poderá ser compartilhado sem problemas.
A enfase é sempre na construção da saúde do rebanho de baixo para cima, isto é, construir um solo bom para termos um capim ou grama bons e assim sucessivamente.

Abraços


Jose Luiz M Garcia
CARLOS OTÁVIO FARAGE FONSECA

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 15/10/2008

José Luiz, parabéns pelo artigo, concordo 100% com você.
Como estou no sul de minas, gostaria de saber, se existe a possibilidade de manter um contato com você, o quem sabe uma visita a sua propriedade.
atenciosamente,
Carlos
JOSE LUIZ M GARCIA

PLANALTO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 14/10/2008

Prezado Cleber Medeiros Barreto,

Absolutamente. Sem ressentimentos.
Eu iniciei a minha vida de empresário cultivando raízes para a exportação como o Gengibre, o Cará e o Inhame. Antes mesmo disso dediquei alguns anos da minha vida para demonstrar que era possível exportar frutas do Brasil e, em particular do Nordeste. Fui o primeiro a enviar melões pelo porto de Fortaleza que chegaram perfeitamente sãos ao porto de Cardiff na Inglaterra na década de 80 demonstrando, então, que aquela atividade era perfeitamente possível quando "técnicos" do DNOCS me chamavam de louco.
Aliás, a pecha de louco tem sido uma constante na minha vida profissional e eu até já me acostumei a isso. Deve ser devido aos meus genes hibéricos. Sendo descendente direto de espanhóis o " Hay gobeirno ? Soy contra" deve estar intimamente amalgamado no meu DNA.

Durante tres décadas eu me dediquei a exportação de produtos brasileiros "in natura" principalmente o Gengibre. De 1977 em diante começei a me dedicar a cultivos alternativos e orgânicos. Nos tres ultimos anos em virtude do dolar desfavoravel fui obrigado a abandonar a atividade exportadora e me dedicar apenas as fazendas. Com relação à pecuaria agradeço ao meu amigo Alberto Machado, Médico Veterinário, radicado no estado do Rio e aos seus companheiros americanos, os quais conseguiram me "contagiar" quando conversávamos durante os intervalos das palestras e cursos da ACRES USA. A lida com o gado é gratificante apesar de todos os problemas já mencionados nesse forum como preço desfavorável do leite, cartel dos laticínios, funcionários agressivos e despreparados, falta de apôio financeiro como em outros países, etc.

Como tive inúmeras experiências desagradaveis com seres humanos descobri nas vacas uma lealdade e cooperação que jamais havia encontrado ao longo da minha vida. A minha opção por milho, feijão e leite não foi nada planejado, apenas são coisas que eu sei fazer, que dão pouco trabalho e um retorno mais ou menos bom nos dois ultimos anos. O leite bem ou mal custeia as fazendas e como já tinha tratores, colheitadeiras e implementos eu continuei a plantar grãos com recursos próprios. Pelo fato de não ter origem no meio leiteiro me facilitou um pouco ver as coisas de um outro angulo. O meu conhecimento de fertilidade do solo, quimica de solos e bioquimica facilitaram um pouco as coisas.

No mais , como disse, o Alberto acima, é apenas uma questão de bom senso. Sei que "Leite à pasto" é fácil de falar e um pouco mais difícil de se fazer. É sempre mais fácil comprar ração e concentrado mas continuaremos tentando e pesquisando para termos um produto melhor e mais econômico.

Um grande abraço

Jose Luiz M Garcia
RODOLFO MENEGUELLO

CORONEL FREITAS - SANTA CATARINA - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 14/10/2008

Maior produtividade por área, lucro por vaca ano, remuneração do capital investido, lucro (R$) por hectare, diminuição dos custos de produção, e ainda mais que isso: resgate da auto-estima do produtor, inclusão, melhor perspectiva de vida e crescimento. Tudo isso respeitando a realidade nacional, o meio ambiente e aproveitando nossas riquezas. Quem se interessar, uma sugestão: Projeto Balde Cheio, Artur Chinelato, André Novo e, é claro, Prof. Vidal.
CLEBER MEDEIROS BARRETO

UMIRIM - CEARÁ

EM 11/10/2008

Caro José Luis, espero que não tenhas tomado como ofensa os nossos comentários. Quando falei sobre "técnicos" me incluo entre eles, pois o que realmente acredito é que de tecnologias para produção as prateleiras estão cheias e disponíveis. O que sempre discuto nesse espaço é que existem "n" fatores que impedem que tenhamos um setor mais estável de base econômica sólida. Acreditamos também que no médio e longo prazo, os que resistirem à tamanhas adversidades e creio que serão poucos, poderão constituir uma classe de produtores de leite organizada e "enxuta" nas diversas regiões do país, cada uma apresentando seus potenciais e peculiaridades.

Se possível, gostaria de saber como se deu a definição do seu negócio (milho, feijão e leite). A partir de quando iniciou o empreendimento e quais os recursos disponíveis à época. Quanto ao seu rebanho, parabéns, sabemos que mesmo com todos esses resultados biológicos favoráveis... a coisa não é tão fácil.

Abraço,
Cleber M. Barreto.
VILSON MARCOS TESTA

CHAPECÓ - SANTA CATARINA - PESQUISA/ENSINO

EM 05/10/2008

Praticar a democracia é praticar a divergência de idéias, gostemos ou não. É de bom alvitre que pratiquemos o diágolo sem considerá-lo "farpas" e sem, necessariamente, valorar "crítica" como negativa. O mundo agança e melhora sobre a divergência, a discordância... a "Maria que vai com as outras" não muda o mundo.

Este e todos os espaços vão ter mais demanda/acessos se permitirem a divergência.

"Inconsciente coletivo" foi cunhado e traduzido por Yung, que nunca disse que os "Arquétipos" são necessariamente "bons/certos" ou "ruins/errados"
RICHARD JAMES WALTER ROBERTSON

RIO VERDE DE MATO GROSSO - MATO GROSSO DO SUL

EM 02/10/2008

Com certeza cada fazenda tem o sistema mais viável para si e de acordo com o perfil do proprietário. Muitas vezes o técnico orienta um sistema de produção e alguns produtores podem adotar outro, por capricho, mesmo que este não lhe dê o retorno financeiro esperado.

O desafio para todos nós, produtores e técnicos, é o foco na produção profissional de alimentos para os bovinos, de uma forma viável econômica e ecologicamente. O modelo americano já foi exemplar por muitos anos mas, como já foi dito, para a realidade deles e amparado por pesados subsídios. Na minha visão, este auxílio mascara falhas gerenciais que não teriam a mesma chance em sistemas de produção não subsidiados. Mesmo sem nos subsidiar, o governo brasileiro já nos daria um grande auxílio, se nos livrasse desta vampirizante carga tributária.

Em muitas regiões do Brasil ainda existe uma cultura "jurássica" de pastejo extensivo, com pouca produtividade, onde não se considera o bem estar animal. Em minha região ainda observamos touros (e "touros") HPB e Jersey que são comprados em feiras e leilões e que acabam sendo soltos a pasto, sofrendo com isso. Muitos funcionários são agressivos e desqualificados, por ainda terem a cultura da lida com o gado de corte. A tecnologia existe mas, para quem depende de funcionários, pode demorar um pouco para mostrar sua eficiência.

Muitos produtores brasileiros ainda consideram o adubo "caro", quando na verdade, por não receberem orientação técnico-gerencial, sofrem com a descapitalização. A assistência técnica no Brasil, com exceção de alguns estados, ainda está longe de ser suficiente. Além do número insuficiente de técnicos, nem todos os produtores se dispõe a pagar por ela (Lembrando que "gastar" é uma coisa e investir é outra).

Se produzir leite a pasto já é uma tarefa complexa (Nós produtores temos que - antes - nos tornar produtores de pasto), mais complexa ainda é a orientação das pessoas que interagem com a propriedade como um todo. Esta interação entre produtores, funcionários, técnicos, pesquisadores, etc, amparados por programas institucionais como os já existentes (Balde Cheio, Educampo e outros), é a peça chave para o sucesso desta evolução. Os neozelandeses já estão por aqui, pois já enxergaram o gigante que podemos ser. Nós brasileiros temos que ficar é de olhos bem abertos.

Também sou mais um dos fanáticos pelo leite a pasto e temos, todos nós, a grande missão de substituir o "leite de capim" (em sistemas pouco tecnificados, extrativistas e "safristas") pela produção a pasto profissional, ou seja, altamente produtiva e lucrativa.
JOSE LUIZ M GARCIA

PLANALTO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 02/10/2008

Prezado Joabe Jobson de Oliveira Pimentel,

Gostaria de me comunicar diretamente com você pois creio ser possível somar esforços para tentar transformar o leite em alimento nobre, que é na verdade, e resgatá-lo da vala comum ao qual a tecnologia e o "agronegócio" o colocaram.

Atenciosamente

Jose Luiz M Garcia
ALBERTO MACHADO

OUTRO - RIO DE JANEIRO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 01/10/2008

De quando em quando aparece uma mente clara, sagaz e com conhecimento para nos fazer repensar o que ja foi o obvio. assim a dita "Ciencia Moderna" nos empurra para a marginalidade e da atividade alternativa, pois nem se quer e mais congecturado ou analisado o que sempre foi o obvio.

O meu obrigado pela coragem e clareza sobre este tipo de Producao de Leite, que concordo plenamente e viavel economicamente e saudavel para o planeta e para a saude do ser Humano, hoje tao obstruida com residuos de toda sorte.

Parabens Jose Luiz.
JOSE LUIZ M GARCIA

PLANALTO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 01/10/2008

Prezado Cleber Medeiros Barreto,

Esclareço ao leitor que embora tenha tido a oportunidade de estudar nas melhores escolas agrícolas do mundo ocidental eu atualmente vivo do que ganho nas minhas duas propriedades agrícolas de produção de leite e grãos (Milho e Feijão) situadas no Sul de Minas Gerais.

Estou no ramo leiteiro a muito pouco tempo mas minha produção é considerada média. Não sou pequeno produtor mas tive que começar pequeno.

Enquanto não posso comercializar o meu leite como gostaria sob a forma de manteiga e queijo eu vou fornecendo aos laticínios locais que o disputam por ter
3.8 a 4% de gordura e média de 3.5% de proteína.

Segundo o Veterinário que me dá assistência a minha taxa de fertilidade é a melhor de todos os rebanhos aos quais ele também dá assistência. Não tenho incidência de Abomaso desalojado, Cetose, Retenção de placenta, problemas de casco, mastite, infertilidade.
Meus indices são melhores doque inúmeras fazendas que mantém gado em confinamento.

Estou satisfeito com o meu trabalho que é econômico e garante o sustento de várias familias.

Meu rebanho hoje tem mais de 300 animais.

Atenciosamente

Jose Luiz M Garcia
JOSE LUIZ M GARCIA

PLANALTO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 01/10/2008

Prezados Leitores do MilkPoint,

Agradeço a todos pelos elogios e gostaria de adiantar alguns pontos de vista. Sei que estamos em época de eleições mas o objetivo não foi defender essa ou aquela escola de forma partidária, mas sim mostrar que existem diferenças intrinsecas entre o leite de gado confinado e o leite à pasto. Essa diferença é inegável. Fatos são fatos. Contra fatos não há argumentos. Pesquisas científicas demonstram a superioridade nutricional do leite à pasto. Ponto Final.

Em outro artigo publicado anteriormente sobre a não alergenicidade do Leite A2 ( https://www.enxaqueca.com.br/blog/?p=102 ) eu informo que a raça Gir seria também uma outra opção, entretanto na região Sul do País não existe a necessidade de se explorar raças zebuínas. Um outro ponto muito importante na pecuária, já anteriormente levantado pelo célebre pesquisador francês, André Voisin, é que historicamente os piores solos são destinados a atividade pecuária, enquanto que os melhores solos são destinados a agricultura. Eu não me referi a produzir leite nessas condições.

Todos os produtores que tiveram sucesso na sua atividade começaram por corrigir os solos de forma a nutrir o gado com o capim nele produzido e isso implica numa correção que vai além da correção ensinada nas escolas de agronomia, isto é, a simples "correção do pH" do solo. Para começo de conversa existem sempre duas formas de se exprimir uma realidade. Pode-se dizer: " o solo está acido" ou
da mesma forma "está faltando cálcio, magnésio e potássio", pois essas são as bases trocáveis que influem mais diretamente no pH de um solo além do Sódio.

Sob o ponto de vista técnico científico eu acho extremamente primário dizer-se "corrigir o pH" ao invés de "repor os niveis adequados de Cálcio, Magnésio e Potássio", além de reduzir os niveis indesejáveis de Sódio quando for o caso. Fazer pasto de qualidade importa em corrigir os niveis de Fósforo além de corrigir niveis de micro nutrientes tais como Ferro, Manganês, Zinco, Cobre e Boro, além de Cobalto e Molibdênio. Somente após esse enfoque é que poderemos produzir pasto de qualidade que irá produzir leite de qualidade, seja lá em que região fôr.

Não creio que as terras no Paraná sejam mais caras que em Winsconsin e eu ví produtores de leite a pasto ganhando mais dinheiro que produtores do sistema convencional falido lá na Meca do conhecimento da pecuária leiteira.

O Brasil é um país rico mas grande parte da sua população ainda é extremamente miserável e leite de confinamento não contribui muito para reverter esse quadro. Para a vossa informação, o gado que consome capim de um pasto fertilizado e corrigido como eu descreví acima apresenta menos problemas de saúde que animais mantidos em confinamento e tem uma saúde e fertilidade bem acima dos padrões dessas fazendas - "modelos".

O objetivo foi informar sobre verdades científicas descobertas recentemente que põem em cheque o sistema convencional.

Atenciosamente

José Luiz M Garcia
CLEBER MEDEIROS BARRETO

UMIRIM - CEARÁ

EM 27/09/2008

Que tenhamos opiniões e convicções sobre determinados assuntos tudo bem. Agora misturar produção de leite (confinado ou a pasto) com problemas genéticos, ambientais, dentre outros, é no mínimo sermos reducionistas. Outro ponto, é que quando investimos dinheiro em algo, o referencial para a sobrevivência do negócio é o quanto esse capital irá ser remunerado pela atividade, seja ela qual for.
Não discuto sobre de que forma o produtor está produzindo leite. Se a pasto ou dentro de um refrigerador. Até mesmo porque nenhum investidor é tolo o suficiente, ao ponto de ver seu capital se esvair e permanecer na atividade, mais uma vez lhes digo, seja ela qual for.

Quem pensa (técnicos) que orientar determinado empreendimento é tarefa simples e que fórmulas ditas genuínas são a redenção, tudo bem, temos criadores de vaca para todos os gostos, inclusive aqueles ricos doutores que amam suas vaquinhas e não se importam de mensalmente injetar gordas quantias pelo ralo. Desejo de todo coração que façam suas propagandas, vendam os seus serviços aos velhos e novos apaixonados por vacas, recebam os seus honorários e sejam felizes. Vale lembrar que os doutores na academia já estão com os seus salários garantidos e que por lá não existem demissões, o que leva a um círculo vicioso estável de muitas pesquisas e muitas publicações medíocres que garantem a entrada de novos substitutos (alunos de iniciação científica) no maravilhoso e seleto grupo de cientistas por profissão e não vocação.
JOABE JOBSON DE OLIVEIRA PIMENTEL

TEIXEIRA DE FREITAS - BAHIA

EM 27/09/2008

Sr. José Luis Moreira Garcia, Parabéns.

Você é um dos poucos que mostra que não participa da cegueira coletiva do segmento acadêmico brasileiro. Já chamei isto de inconsciente coletivo, onde todos vão numa mesma direção sem saber que estão na direção errada. Digo em relação ao sistema de produção indicado pelos cabeças pensantes do MEC. Qual seja, produzir leite com vacas holandesas de alta produção.

Parabéns aos editores do MilkPoint pela abertura a estas colocações e permissão para sua veiculação. Cheguei a pensar que uma abordagem como esta não passaria pela peneira dos editores por criticar o status quo. Coisas muito interessantes foram ditas pelo José Luis. Apresentei em 2005, em Viçosa-MG, uma discussão com o tema: "Leite: alimento ou veneno", que foi título de um livro publicado na época e lançado no Brasil em um congresso para nutrólogos.

Na oportunidade apresentei aos colegas informações similares às mostradas pelo colega JL. Alguns colegas acharam interessantes as informações, porém cada um continuou suas pesquisas repetindo, repetindo, repetindo. Parecia que o assunto não tinha nada haver com os participantes da reunião que convoquei.

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abr
Jóbson Pimentel

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