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Será que os nossos produtores de leite esperam a vinda de Deus?

POR MARCELLO DE MOURA CAMPOS FILHO

ESPAÇO ABERTO

EM 01/12/2006

9 MIN DE LEITURA

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A inspiração desse artigo surgiu quando estava preparando a resposta aos sete leitores que comentaram o meu artigo anterior, "Lula lá, Serra aqui - E nós produtores de leite como ficamos?". A todos esses leitores os meus agradecimentos por seus comentários. E antes de apresentar o novo artigo, apresento a resposta esses leitores.

Primeira parte: resposta aos leitores

Ranier Junqueira Garcia
Ituiutaba - Minas Gerais - Universitário

Achei muito certa esta colocação, que não se deve ficar parado esperando que um milagre do governo caia nas mãos dos produtores rurais.

É preciso, sim, criar organizações íntegras, para batalhar por seus objetivos e assim ter competitividade no mercado, que está cada vez mais exigente.


Caro Ranier. Você tem razão, o produtor não deve ficar esperando um milagre do governo para resolver seus problemas. Mas não precisamos criar novas organizações, mas sim que o produtor ingresse nas organizações existentes e com sua colaboração financeira e principalmente sua participação nessas organizações, ajude a garantir a integridade e a combatividade da sua associação.

José Pereira Neto
Brasília - Distrito Federal - Produção de leite

Penso que só a união de todos os produtores de leite poderá modificar o panorama e obter, dos novos governos, políticas favoráveis que permitirão melhor renda ao campo e a criação de mais empregos com melhores remunerações.

Para que esta união ocorra, é necessário que todos caiam na realidade e desçam do pedestal que há muito deixou de existir. Ser fazendeiro já deixou de ser sinônimo de poder, ao contrário de serem fazendeiros.


Caro José Pereira, concordo que a situação do produtor só irá melhorar se ele sair do pedestal, e unido com outros produtores lutar para obter dos novos governos as políticas necessárias para melhorar a renda do produtor. Mas para que isso aconteça os produtores precisam ingressar e participar de uma entidade. Se próximo do produtor já existir uma entidade que possa ser seu canal de participação, o produtor deve ingressar e participar da mesma. Se não existir, reunindo com outros produtores podem fundar uma para abrir seu canal de participação e interagir com outras entidades existentes.

Dalton Esteves Farias
Bahia - Produção de leite

Caro Marcello,

Estou inteiramente de acordo com seu artigo. Não podemos ficar alienados e/ou à mercê da má vontade política de governantes que não dão importância ao que está acontecendo no campo. Precisamos nos mobilizar urgentemente.


Realmente Dalton, não podemos ficar alienados e a mercê da má vontade dos governantes que não dão importância ao que está acontecendo no campo, e precisamos nos mobilizar com urgência. A melhor forma, e também a mais rápida, de fazer isso é ingressar e participar de uma associação de produtores próxima. Se não tiver nenhuma na sua região, junto com outros produtores funde uma e interajam com outras associações.

José de Jesus Santos
Santo Anastácio - São Paulo - Produção de leite

Marcello,

Precisamos nos organizar em associações de produtores, e se for preciso até parar de fornecer aos nossos compradores, pois isso que está acontecendo é uma vergonha. A maioria dos laticínios é cartelizada, e faz o que quer com os produtores, que não se organizam.

Nós estamos no ano 2006 e não em 1500, pois a única classe nesse país que recebe quanto querem pagar pelo seu produto é o produtor rural, principalmente o produtor de leite.


Caro José de Jesus Santos, realmente os produtores são muito desorganizados e desarticulados. Já dizia Maquiavel, dividir para reinar. A indústria de laticínios, muito bem organizada, e talvez cartelizada, naturalmente explora em seu benefício essa fraqueza dos produtores. Mas para chegar ao ponto de ser preciso parar de fornecer é preciso muita organização e união dos produtores e estamos muito longe disso.

Diz um provérbio chinês que toda grande caminhada começa pelo primeiro passo. E dar esse primeiro passo é entrar e participar de uma entidade de produtores próxima de você. Se não tiver nenhuma, funde uma com outros produtores e interajam com outras entidades que já existem, para que juntos possamos fazer essa grande caminhada.

Plácido Borges Campos
Cássia - Minas Gerais - Produção de leite

Infelizmente sofremos com um problema cultural, que é o paradigma de que roça não vale nada, enviando para trabalhar lá os filhos que não queriam estudar, sendo isto um ato punitivo.

Isto nos acarretou um sério problema, de baixa auto-estima, e pessoas com este problema sempre culpam os outros e nunca vão à luta, só ficam chorando e permitindo que falsas lideranças com interesses outros, decidam por nós.


Caro Plácido Borges Campos

Concordo que o "o complexo da roça" trouxe uma certa baixa estima do produtor de leite, tirou sua capacidade de luta e deixou-o a mercê de lideranças falsas ou ineptas. Qual o remédio para isso? Eu receito que o produtor ingresse e participe da associação de produtores mais próxima. Se não tiver nenhuma próxima, funde uma, e interaja com outras existentes. Isso será uma terapia de grupo, que com certeza curará o complexo e devolverá a capacidade de luta do produtor.

João Atilio Scaravelli Jr.
Itu - São Paulo - Produção de leite

Concordo plenamente com o texto, todos os produtores, na maioria dos casos, só ficam reclamando para si mesmos, e, no entanto, devemos agir mais.


Então caro João Atílio, vamos deixar de reclamar e agir mais. Sugiro como primeira ação ingressar e participar de uma associação de produtores.

Ruyter Carlos da Silva
Minas Gerais - Produção de leite

Uma proposta objetiva que poderia ser tomada se houvesse uma federação de associações de produtores de leite, seria em primeira etapa todos pararem de comprar concentrado para haver uma redução drástica na produção, e com isto forçar uma recomposição do preço do leite.

Assisti aos produtores de Unaí receberem o acerto no último dia 17 e senti o clima de descontentamento, pois não havia dinheiro a receber. Tudo fica nas compras da cooperativa. Basta uma mobilização, pois o clima é de total descontentamento.


Caro Ruyter Carlos da Silva.

Para haver uma federação de associações de produtores é preciso que haja uma massa crítica de associações de produtores. Então o primeiro passo nessa direção é criar essa massa crítica. Entre e participe de uma associação próxima e trabalhe para essa associação interagir com outras. Se não tiver nenhuma próxima, funde uma e comece o trabalho. A associação próxima dos produtores é muito importante, pois viabiliza a discussão e mobilização dos produtores na luta por seus interesses.

Aos 7 leitores

Quero ressaltar que já temos uma entidade com abrangência nacional, que é a CNA - Confederação Nacional de Agricultura, que tem como filiadas as Federações Estaduais de Agricultura, que são gerais, mas tem suas Comissões de Leite, e que através dos Sindicatos Rurais estão próximos do produtor, e que o produtor normalmente já paga através da contribuição sindical, e portanto são canais abertos à participação do produtor de leite.

Existem associações específicas e dedicadas ao produtor de leite, como a Leite São Paulo, que interage com a CNA e a Federações de Agricultura Estaduais e Sindicatos Rurais e Cooperativas. Podem ser criadas novas associações locais se for conveniente para o produtor. O importante é que todas elas sejam canais entrosados para definir e lutar pelos interesses do produtor de leite, caracterizando um sistema entrosado na luta por esses interesses, e que o produtor participe desse sistema pelo canal que lhe for mais conveniente.

O que mais me preocupa é que vocês sete comentaram esse artigo. Será que a preocupação que despertou em vocês não ocorreu com outros leitores, não motivando-os a comentar o artigo? Ou será que para a maioria o artigo não motivou a leitura? Mas vejo sempre produtores de leite criticando as associações e lideranças de produtores de leite! Isso me inspirou a escrever um novo artigo que apresento a seguir.

A vinda de Deus e a compra de um bilhete

É comum vermos os nossos produtores de leite reclamando das suas entidades de representação, que os seus lideres não fazem nada.

E ao ouvirmos essas reclamações, às vezes temos a impressão que os nossos produtores de leite esperam que o Messias venha novamente à terra, para com um milagre resolver todos os seus problemas. E ficam esperando que cada liderança de produtores seja esse Messias, que sem ajuda de ninguém vá fazer esse milagre e resolver todos os problemas dos produtores de leite.

Certa vez um homem se encontrou com Deus, e reclamou que muitas pessoas ganharam na loteria, alguns mais de uma vez, e que ele nunca tinha ganho. E Deus respondeu: meu filho, mas para ganhar na loteria pelo menos você precisa comprar o bilhete!

Se Deus que é Deus para ajudar você a ganhar na loteria diz que pelo menos você tem que comprar o bilhete, muito mais razão tem o líder dizer para o produtor de leite que para ajudá-lo o produtor tem que comprar o bilhete.

E o que é o produtor de leite comprar o bilhete? É o produtor se associar a uma entidade de representação, pagar uma contribuição para essa entidade e participar dessa entidade.

Se associar a uma entidade de representação e pagar a contribuição é necessário, pois sem dinheiro não se faz nada. Um simples telefonema ou uma carta custa dinheiro. A viagem de uma liderança necessária para discutir e resolver tem um custo. A contratação de profissionais nas áreas técnicas, econômica e jurídica para assessorar na solução de problemas dos produtores tem um custo. Sem a contribuição financeira do associado as associações e seus líderes ficam sem condições para resolver muitos dos problemas dos produtores.

Mas não basta entrar para uma associação e pagar a contribuição. É preciso participar, discutir os problemas com outros associados, levar as reclamações para a associação, ajudar a definir as ações que serão feitas, ajudar no que for possível na execução das ações, cobrar os resultados das ações. Sem essa participação as associações e suas lideranças ficam sem a força necessária para resolver muitos dos problemas dos produtores.

Em outro artigo mostramos que generais sem um exército com a moral elevada e comprometido a combater não ganham guerras, e que da mesma forma líderes sem o apoio e a participação da categoria que representam não conseguem vitórias. A Leite São Paulo já fez muito pelo produtor de leite paulista, mas há muito mais por fazer. A Leite São Paulo é um canal aberto para essa organização e mobilização dos produtores paulistas na solução dos seus problemas.

Por isso, convidamos os produtores de leite paulistas a se associarem a Leite São Paulo, ou qualquer outra associação que efetivamente lute pelos produtores, e a participarem da associação, levando e discutindo os problemas na associação, contribuindo para a definição e execução das ações, de forma que possamos ter a força para resolver os nossos problemas e para que nossas legítimas reivindicações sejam atendidas, e assim caminharmos para um futuro melhor do foi o nosso passado.

Mas se vocês estão discutindo com outros produtores e criticando as associações de produtores de leite e suas lideranças, mas não pertencem e não participam de nenhuma, estão só perdendo tempo, esperando que o Messias venha à terra para resolver seus problemas! E mesmo que o Messias venha e ouça as suas reclamações, é possível que ele diga a vocês que para ajudá-los é preciso que vocês comprem o bilhete!

MARCELLO DE MOURA CAMPOS FILHO

Membro da Aplec (Associação dos Produtores de Leite do Centro Sul Paulista )
Presidente da Associação dos Técnicos e Produtores de Leite do Estado de São Paulo - Leite São Paulo

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MARCELO GLÓRIA DE ALMEIDA

BOM JESUS DO ITABAPOANA - RIO DE JANEIRO

EM 31/03/2013

me chamo Marcelo glória, faço parte de uma associação "APROL",  há seis anos, o que nos vem dando sustento e condições de nos mantermos na atividade, não sei o que seria de todos nós aqui de Rosal- Bom Jesus do Itabapoana-RJ; se não estivéssemos juntos, para  vendermos nosso leite  e comprarmos nossos insumos. Somos em um grupo de 50 produtores, precisamos  muito  de evoluir , pois trabalhar com produtor rural é muito difícil. Gostei de ler os artigos, pois vi que não somos tão só, tem pessoas que pensam como nós e que passam pelas mesmas dificuldades.Vou levar ao conhecimento dos meus colegas a existência destes artigos, pois vai se de grande utilidade, pois sou daquele , que acho que temos mesmo de comprar nosso cartão e entrar na fila, pois meus pais sempre disseram quem quer vai, quem não quer manda. Se não lutarmos por nossos interesses tudo ficará muito pior . De nada adianta esperarmos de nossos representantes, pois não tem politicas direcionadas para o meio rural, pois não sabem ou não se preocupam com nossas dificuldades. Porque são muito mais organizados do que nós,por  exemplo :  na época das eleições sabem direitinhos onde estão os eleitores , sabem quantos eleitores tem em cada seção e mai,s fazem até visitas .  Acontece que é realmente falta de interesse de desenvolver uma política justa com comprometimento com o povo. Mas não podemos desistir de nossos ideais temos que continuar lutando pois a vida é de muita luta. Só que o produtor luta contra muitas coisas. Os Políticos, laticínios, carrapatos, moscas etc...não vou continuar, pois se não vou desistir.   
JORGE DANTAS REHEM ANDRADE

EUCLIDES DA CUNHA - BAHIA

EM 07/05/2007

A união faz a força.

Todos temos problemas, uns maiores e outros menores e assim vamos acreditando que a ajuda venha de algum órgão governamental, e tem muitos deles - pergunto para quê? Qual a ação destes?

Meus amigos, temos que ir à luta, buscar a informação através de um amigo que lhe indica, outro que lhe dá a dica. Assim, vamos melhorando no que acreditamos.

Uma voz, talvez seja pouco, mas, todos unidos somos a diferença.

Parabéns a todos que participam e dão sua opinião.

GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 07/01/2007

Caro Everton,

O triste é que "os choros indviduais" representam, hodiernamente, a maioria dos produtores. Por que será? Não seria porque o sistema confederativo nada faz por nós, individualmente, já que é assim que temos tido que lutar, durante todos estes longos anos de descaso com o setor produtivo do leite?

Volto a afirmar que precisamos parar de pensar em mercado externo, com o preço do dólar, para elevarmos nosso ponto de luz ao mercado interno, muito mais explorado pelas multinacionais (Danone, Nestlé, Parmalat, entre outras) que por nós, brasileiros e que, mesmo assim, tem consumo pífio. Mas, para isso, que apoio temos? Alguém pode dizer, repito esta pergunta, que recebeu algum apoio direto da CNA? Vou mais longe: alguém da CNA me conhece, conhece minha propriedade, já se interessou por minhas lutas, tentou resolver minhas dificuldades, deu ao menos um amigo abraço? A resposta, infelizmente, é não.

E, como eu, que despejo meu "choro individual", encontramos uma verdadeira plêiade de produtores, esquecidos da pátria, esquecidos das instituições, que nem querem saber por que derramamos nossas lágrimas, preocupados muito mais com nossas contribuições. É comum colocar a culpa nos que não se associam (você mesmo o faz), mas, o que nos oferecem os dirigentes das entidades de classe para que nós nos unamos a eles?

Ninguém, em sã consciência, caro amigo, reclamaria de pagar para ter uma entidade operante, cônscia de seus compromissos, aliada de seus associados, batalhadora por seus ideais (sim, porque leite hoje, no Brasil, é ideal, é sangue, é tradição: nunca negócio). Eu mesmo sou um exemplo disso, já que, de bom grado, filiei-me à Associação dos Criadores de Gado Holandês de Minas Gerais e contribuo com ela de bom grado, porque o retorno é consistente.

Se reclamamos é porque motivos temos para dizer do nosso abandono. Espero que, sinceramente, este estado de coisas mude e eu possa, em breve futuro, dizer: estava equivocado, depositarei com alegria o fruto de meu trabalho a seus pés, como óbulo pela atenção e pelo apoio que me dispensam, com um sorriso nos lábios e a tranqüilidade de estar assumindo a correta postura. Infelizmente, hoje, ainda não posso: preciso continuar com meu "choro individual".
EDUARDO FONSECA PORTUGAL

MARECHAL CÂNDIDO RONDON - PARANÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 04/01/2007

Marcelo,

A união de produtores é muito importante, por isso, nos anos 60 as cooperativas surgiram com grande força para atender as necessidades de um grupo de pessoas ligadas por ideais comuns. E o leite? Sempre foi um complemento na visão do produtor em que ele mesmo abria mão do cheque do leite para sua esposa administrar suas tarefas domésticas.

Éramos amadores e produzíamos um leite excedente da subexistência. Animais de baixo padrão zootécnico, leite quente em latões desprotegidos, acidez alta, carga bacteriana incontável e preços pouco diferenciados mostrava a realidade da época.

Chegamos nos anos noventa e começamos a ouvir sobre uma tal globalização e também sobre o Mercosul, que continua se arrastando na virada do século sem atingir seu verdadeiro objetivo. As cooperativas no Oeste do Paraná criaram um programa de fomento à produção e transformaram esta região na maior produtora de leite do estado. Resultado: atraiu mais de trinta empresas compradoras de leite, que em função das altas cargas tributárias, sonegam para serem competitivas.

Hoje, o Brasil atende suas necessidades de consumo, não tem excedente e não consegue transformar a I.N.51 em força de lei. Agora ouço correntes que insistem em dizer que falta união? Não concordo! Falta coragem de admitir que a informalidade prejudica a profissionalização, que a falta de qualidade na matéria-prima atrapalha o mix de produtos, o consumo per capta é pífio, a educação do jovem em consumir leite e derivados não existe e a renda do brasileiro limita consumo, e acabamos perdendo para refrigerantes, cervejas, sucos e bebidas que utilizam soja.

O que fazer? Não existe receita. Precisamos primeiro aceitar nossas limitações e entender que ainda estamos longe de termos padrão de qualidade. As empresas que utilizam componentes de qualidade para pagamento conseguem agregar valor em produtos de qualidade; tem assistência técnica qualificada para atender as necessidades do produtor e também da indústria; logística bem equilibrada para agilizar a recolha e o mais importante: mecanismos para rastrear o leite que compromete a qualidade do tanque.

Você só fortalece sua empresa com matéria-prima "top" e o retorno é automático. No Paraná, faço parte da Câmara Técnica do Conseleite, e vejo que nosso produtor (na sua maioria) ainda não visualiza o preço referência do leite como bruto posto na indústria (sem desconto de imposto e frete), e que deveria se preocupar mais com a gestão de sua propriedade onde realmente está seu ganho.

Finalizando, associação para reivindicar preço pode funcionar a curto prazo, mas num evetual aumento na oferta de leite só ganha quem tem qualidade. Agora, se reunir para discutir custos, tecnologia, propriedades modelos, programas sanitários, reverterá em uma melhor remuneração.

<b>Resposta do autor:</b>

Agradeço por ler meu artigo e por seus comentários.

O Brasil é um País muito grande, com grandes diferenças regionais, e a questão do associativismo ( sindicatos/federações e cooperativas e associações de produtores ) e da união dos produtores apresenta essas diferenças.

O Paraná de forma geral, e sua região oeste mais particularmente, nos parece que se caracteriza como a região onde tem ocorridos grandes avanços em termos de associativismo e união dos produtores, entre os quais podemos destacar a criação do Conseleite.

Pode ser que no Paraná não existam grandes problemas com relação ao associativismo e união dos produtores, mas em outras regiões esses problemas existem sim. Um exemplo disso é São Paulo, que tendo o maior mercado de lácteos do País ( estimo entre 35 a 40% ), a pecuária leiteira, por problemas relacionados ao associativismo e união dos produtores, vem tendo acentuado declínio, caindo de segundo produtor nacional para a quinta posição.

É claro que o objetivo de associações de produtores (Federaçõers/Sindicatos e cooperativas e associações de produtores) não é apenas revindicar preços, embora seja importante assegurar um maior poder de negociação para os produtores, que sem dúvida é o elo mais fraco da cadeia produtiva.

As associações têm que ter por objetivo assegurar margens ao produtor para que ele possac exercer a pecuária leiteira como atividade econômica sustentável. Para isso as associações de produtores tem que se precupar em ajudar o produtor em reduzir custos, com melhoria da gestão da propriedade, melhoria das condições de manejo do gado e de pastagens, nutrição adequada, sanidade do rebanho e qualidade do leite, compra de insumos com melores preços, e até melhoria ads condições ambientais.

As associações de produtores devem ter também nos seus objetivos aumentar o consumo e combater a informalidade, e reduzir carga tributária, juntando esforços com outros elos da cadeia produtiva formal nesse sentido.

Sucesso em 2007.

Abraço

Marcello de Moura Campos Filho
GILSON RODRIGUES PEREIRA

OUTRO - MINAS GERAIS

EM 21/12/2006

Acredito que a união faz a força sim, mas somente unidos que gritaremos mais alto. Não adianta só reunir e falar que estamos unidos, basta tomar algumas decisões mais radicais para batermos de frente com os laticínios.

Acho que é por aí que se dá o primeiro passo, pois se esperamos uma política para o leite vinda do governo, pode esquecer.

<b>Resposta do autor:</b>

Caro Gilson

Concordo que precisamos lutar contra a robalheira e para que unidos tenhamos forças para negociar com outros elos da cadeia e com o Governo.

Se entendi, você passou sua produção de uma média de 8kg/dia para 20/kg dia e apesar do seu processo de evolução fracassou. Você continua produzindo leite? Como foi seu processo de evolução e onde o carro pegou?

Apreciaria se pudesse responder as minhas perguntas.

Abraço

Marcello de Moura Campos Filho
FREDERICO AUGUSTO MELIS ASSE

ALTINÓPOLIS - SÃO PAULO - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 21/12/2006

É com muita alegria e satisfação que vou falar para os senhores que a nossa cadeia necessita de ser muito mais unida e ter pessoas como nós, que acreditamos no nosso negócio.

Cada vez mais temos que nos unir, e sempre bem informados.

<b>Resposta do autor:</b>

Caro Frederico

Obrigado por ler meu artigo e por seu comentário.

Realmente é muito bom para que a cadeia do leite seja fortalecida ter pessoas informadas e que procuram o endimento e a união.

Sucesso em 2007

Abraço

Marcello de Moura Campos Filho
JOSÉ CARLOS FRUTUOSO RODRIGUES

ITAJUBÁ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 20/12/2006

O negócio do leite é engraçado. A "balança" é do cliente, e é ele quem dá o preço após receber e usar a mercadoria que é perecível!

Estou há um ano produzindo leite, falo em criar uma associação de produtores de leite onde teríamos vantagens tanto na compra de insumos como na comercialização do leite.

Muitos acham bonito, porém, a idéia não evolui. Alguns têm medo de "enfrentar os laticínios", como se a associação fosse contra os mesmos, o que não é verdade, ela é a favor dos produtores e poderá ajudar os laticínios em um programa de qualidade, que poderá ser levado em conjunto, por exemplo.

<b>Resposta do autor:</b>

Caro José Carlos

Se você está só a um ano produzindo leite e já batalha para criar uma associação local de produtores para melhorar a comercialização e reduzir custo, parabéns. Esse é o caminho, e realmente não é fácil, mas não desanime, que atingirá seu objetivo. Sugiro que procure para essa associação uma interação com outras entidades de representação de produtores e com cooperativas.

Sucesso em 2007.

Abraço

Marcello de Moura Campos Filho
EVERTON

MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 18/12/2006

Caro Marcelo,

Analisei e gostei muito de seu artigo e das diversas ponderações dos colegas de todas partes do Brasil.
Concordo com muitos e discordo de alguns, exempos:
A CNA e a FAEMG e nossos Sindicatos Rurais são muito importantes para os produtores, estas entidades conseguem benefícios por atacado e não individual, exemplificando: quando conseguem aprovação de menor alíquotas para importação de adubos, defensivos, etc e quando conseguem elevar as aliquotas na importação de leite em pó, são apenas alguns exemplos do trabalho em benefício dos produtores.

Sou Presidente de Sindicato dos Produtores Rurais, não tenho remuneração, gasto de meu bolso para trabalhar em prol da classe rural, só que, estamos vivenciando que os produtores que estão equilibrados não estão nem aí para suas entidades e os que estão no fundo do poço ficam nas esquinas e botecos reclamando da má sorte. Temos feito o possível para incutir nos produtores a necessidade de UNIÃO, de PARTICIPAÇÃO, com sugestões, criticas e apoio, para termos uma gestão com resultados positivos para a classe, mas o que vemos são choros individuais em relação a suas atividades. É necessário a conscientização de todos, que para conseguir profissionais para assessorar as entidades é necessário dinheiro. Até 1997 o INCRA cobrava o ITR e a Contribuição Sindical juntos, depois desmembrou e o produtor continua pagando o ITR que é da Receita Federal e não quer pagar a Contribuição Sindical que é a renda para trabalhar em defesa da toda classe rural.
Precisamos nos Unir, Participar, pagar nossas contribuições e melhorar nossas lideranças, atuar e chorar menos, para não irmos para o fundo do poço.
Abraços, Everton.

<b>Resposta do autor:</b>

Caro Everton

Obrigado por ler meu artigo e as cartas dos leitores e por seus comentários.

Realmente só fortaleceremos a categoria dos produtores de leite se conseguirmos união e participação dos produtores. E para isso precisamos vencer o abismo que existe entre produtores e dirigentes. A que cabe a iniciativa? A ambos os lados. Os dirigentes precisam batalhar para trazer os produtores para os sindicatos, para associações e cooperativas. Os produtores mais conscientes e formadores de opinião precisam levar deixar de discutir nas esquinas e nos botecos, procurar suas entidades locais e e envolver os dirigentes nessa discussão. Se conseguirmos vencer esse abismo vamos realmente ter participação e união dos produtores, e como você disse, vamos poder mais e chorar menos.

Sucesso em 2007.

Abraço
CARLOS ROBERTO DIAS BARBOZA

MERIDIANO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 16/12/2006

Na minha região, em Fernandópolis (SP), existem várias associações de produtores de leite, e também uma central que congrega 600 produtores.

Esta matéria é muito interessante, pois aqui temos também muitos esperando a vinda de Deus para resolver seus problemas. Fico pensando o que fazer para alavancar toda a cadeia leiteira.

Muitos estão vinculados a associações, mas não participam, não mudam paradigmas e aceitam as posições das indústrias. O jeito é continuar a caminhada e aguardar para que o número de interessados em melhorar a situação aumente.

<b>Resposta do autor:</b>

Caro Carlos Roberto

Você poderia me mandar mais informações dessa central que reune 600 produtores. São todos produtores de leite?

Continue a caminhada, mas sugiro que não fique apenas aguardando que o número de interessados em melhorar a situação aumente, pois isso pode não acontecer se não tiverem pessoas trabalhando para conscientizar e motivar os produtores. A luta é difícil, mas não podemos desanimar. Um bom começo seria reunir alguns produtores mais conscientes para algumas reuniões para discutir as alternativas e decidir a melhor forma de alavancar a cadeia na região. Fico à disposição para troca de idéias.

Sucesso em 2007.

Abraço

Marcello de moura Campos Filho
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 14/12/2006

Prezado Richard,

Além de pecuarista, sou advogado de sindicatos e defendo a extinção do malfadado "imposto sindical", último resquício do atrelamento do sistema classista ao Governo e algoz da liberdade constitucional. Não é só a Confederação Nacional da Agricultura que nada faz pelos membros da categoria profissional que representa. Outras federações também assim agem, respaldadas na certeza dos milhões que receberão, anualmente, através do referido imposto, que não lhes obriga a assumir responsabilidades com seus comandados. É uma vergonha.

Experimente acabar com tal imposição financeira que você verá ruir o castelo destes pouco intencionados dirigentes. Repito: a regra tem exceções que a confirmam. Num dos sindicatos que represento como profissional, deixamos de cobrar a contribuição confederativa e não fechamos as portas por isso, o que prova que uma entidade bem fundamentada sobrevive mesmo sem tais benefícios.

Precisamos melhorar em muito os nossos conceitos associativos para depois, somente depois, pretender a união das classes. A questão, infelizmente, é muito mais cultural que histórica, em nosso caso. Na Europa, por exemplo, os sindicatos têm a força da ação, aqui, a do dinheiro, como você mesmo pôde constatar na própria carne. Mas, vamos fazendo nossas bandeiras que, algum dia a coisa muda: esperemos que para melhor.

<b>Resposta do autor:</b>

Prezado Guilherme Alves de Mello Franco


Vi seu e-mail comentando as considerações do Richard, onde você diz que é advogado de sindicatos, e que não é só a CNA que não faz nada pela categoria que representa, mas que também outras federações assim agem, e por isso é a favor do " malfadado imposto sindical" . Na sua primeira carta você diz inclusive que essa cobrança fere a Constituição.

Você diz que precisamos primeiro mudar nossos conceitos sobre associativismo para depois, só depois, pregar a união das clases,

Como disse, na minha resposta ao seu comentário original, não tenho conhecimento jurídico para opinar se a contribuição sindical fere a constituição de 1988, embora a minha leitura de leigo da Constituição possa concordar com a sua, que é advogado. Mas o fato é geralmente os tribunais nas demandas relativas a essa questão tem se posicionado a favor da cobrança. Você poderia me explicar a razão desta postura dos tribunais?

É possível que se a contribuição sindical não fosse obrigatória, as entidades do sistema sindical e seus dirigentes procurariam estar mais próximos dos seus filiados, poderiam informa-los, ouvir o que estes desejam e melhor representa-los.

Mas também é possível que na situação atual, de alienamento, falta de participação e motivação dos produtores, estes simplesmente ignorassem a importância de terem uma representação organizada, deixando o sistema sindical falido, sem condições de representá-los. Mas aí, se esses sistemas hoje fazem pouco perto do que poderiam fazer ( se analisarmos por exemplo o sistema CNA é preciso ser justo e reconhecer que alguma coisa tem sido feita, embora haja muito mais por fazer ), passarão a fazer nada, o que pioraria a situação.

Eu tenho procurado mostrar aos produtores a importância da união da classe, e a participação dos mesmos nas suas entidades de representação, como forma de mudar e melhorar o nosso quadro representativo e conseguirmos a força necessária para que nosso futuro seja melhor do que nosso passado. Você diz que precisamos primeiro mudar nossos conceitos sobre associativismo para depois, só depois, pregarmos a união da categoria. Você poderia me dar sugestões de como poderemos mudar esse conceito de associativismo sem trabalharmos junto a união e participação dos produtores?

Agradeço mais uma vez sua leitura do artigo ( veja que o número de comentparios é muito pequeno, talvez indicando que o produtor de leite está pouco motivado pelo assunto, ou o que é pior, que muitos poucos procuram informações sobre o tema ), e principalmente por seus comentários. Acredito firmemente que um diálogo franco e aberto entre produtores é necesário para fortalecer suas lideranças e seus sistemas de representação.

Aguardo sua contribuição para as perguntas que formulei.

Um abraço

Marcello de Moura Campos Filho
RICHARD JAMES WALTER ROBERTSON

RIO VERDE DE MATO GROSSO - MATO GROSSO DO SUL

EM 13/12/2006

Prezado Marcello,

Admirei muito seu artigo e as respostas. Fico extremamente triste quando ouço acusações aos sindicatos e à CNA. Muitos produtores pagam contrariados a Contribuição Sindical, tão necessária às atividades destas entidades, sem perceberem o quanto estão sendo beneficiados pelo trabalho de seus técnicos.

Problemas como "panelinhas" infelizmente ocorrem em alguns sindicatos, bem como outros. Penso que, na maioria das vezes, os que mais reclamam são os que menos participam. A omissão é - sem dúvida - a maior culpada por estas questões.

Já tentei por diversas vezes, formar e fomentar grupos. Aqui em minha região, a união ainda não é uma cultura disseminada e a busca por tecnologia ainda é um tabu. Confunde-se tecnologia com aumento de custos quando o que se busca é o contrário.

Rezemos para que Deus ilumine mesmo todas as mentes e que, em um futuro próximo, sejamos irmãos unidos, profissionais e preocupados mais com nossos custos que com as críticas àqueles que lutam para resolver os problemas dos demais.

<b>Resposta do autor:</b>

Caro Richard

Agradeço a leitura do meu artigo e seu comentário.

Concordo que críticas aos Sindicatos, às Federações de Agricultura e à CNA, por pessoas que estão pagando a contribuição sindical obrigados, contra a sua vontade, e principalmente que não participam dos Sindicatos, é lamentável. O que recomendo a essas pessoas é que já que pagam, participem, levando suas reivindicações e necessidades, e cobrando que estas sejam atendidas.

Mas as críticas podem ser vistas também de modo construtivo. É preciso que o sistema CNA verifique a razão da alienação einsatisfação dos produtores, e sobretudo a razão do desconhecimento pelos produtores do trabalho que a CNA, Federações e os Sindicatos vem realizando. Se os produtores não participarem efetivamente do sistema CNA naturalmente este fica enfraquecido, deixando de ser um canal eficaz para difusão de tecnologia e perdendo capacidade de mobilização dos produtores e força política.

Que Deus atenda seu pedido e ilumine a mente de produtores e dirigentes de entidades para que realmente se consiga que os produtores participem dessas entidades, permitindo a absorção de tecnologia e a forçã pilítica necessárias para que o futuro dos produtores de leite possa ser melhor que o passado.

Abraço

Marcello de Moura Campos Filho
ELMO PROCOPIO DE SOUZA

EM 08/12/2006

Com relação ao comentário do Lucas Ferreira, concordo no que diz respeito aos impostos que pagamos sem termos retorno algum, mas no que diz respeito a esperar alguma coisa do governo, acho que não devemos esperar, mas sim , ir atrás, exigir de maneira sadia, para poder surtir efeito.

Podemos fazer isso através de associações, não dos diretores ou presidentes, mas sim de todos associados, e que os presidentes expliquem aos menos compreendidos o que é uma associação, como funciona, pois tem produtores que acham que associação é um lugar onde se faz reuniões para homenagear alguém, tomar café, bater papo, ir na cooperativa gastar seu dinheiro. Enquanto tivermos produtores com esta mentalidade, não teremos sucesso.

Estou fora do Brasil há quase sete anos, mas vou voltar no primeiro semestre de 2007, e com certeza vou trabalhar com gado de leite, pois continuo achando que a agropecuária ainda é o melhor negocio, não o mais rentável, e sim o mais seguro.

Um abraço.

<b>Resposta do autor:</b>

Caro Elmo Procópio de Souza

Agradeço seu interesse por meu artigo e pelos comentários dos leitores.

Realmente só conseguiremos que o governo atenda nossas reivindicações se nossas associações tiverem força para exigir esse atendimento, e isso não dependerá naturalmente do presidente ou diretores das associações, mas fundamentalmente da participação dos produtores na associação, discutindo os problemas, estabelecendo as reivindicações e prioridades, e se mobilizando para que essas reivindicações sejam atendidas pelo governo.

Na realidade não apenas os presidentes e diretores, mas também os produtores mais esclarecidos devem esclarecer aos produtores menos esclarecidos o papel e os objetivos da associação, bem como a importância da participação dos produtores na associação para que esta tenha a força necessária para exigir que as reivindicações dos produtores sejam atendidas.

Espero que em 2007 você volte ao Brasil, trabalhe com gado de leite, e nos ajude a mudar a mentalidade dos produtores, a explicar o que são as associações de produtores e a importância da participação dos produtores nessas associações.

Um abraço

Marcello de Moura Campos Filho
LEANDRO KUHL

CASCAVEL - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 06/12/2006

Marcello,

Tudo isso é verdade, temos que apoiar as associações, as cooperativas, enfim, as entidades que nos representam, não há dúvidas quanto a isso. Uma outra verdade é que as próprias entidades devem abrir espaço para que os produtores participem. Muitos dirigentes se fecham em seus casulos, ou "panelinhas", e passam a usar a entidade em seu proveito; acredito que este seja um dos fatores que afasta os produtores das entidades.

Moro em uma região extremamente agrícola, tenho contato com associados de cinco cooperativas diferentes, e com associados de inúmeras entidades representativas, e a grande reclamação, e também o principal motivo do desligamento, é o fato deles não serem ouvidos. Chegam ao ponto de dizer que o que existe são verdadeiros cartéis.

Não quero parecer "reclamão", pois sou um cooperativista nato, e acredito na força das associações, só quero utilizar este espaço (aliás, um ótimo espaço) para expor uma realidade, e quem sabe abrir os olhos - e principalmente os ouvidos - dos nossos representantes. Afinal, temos que ser um time, que joga junto e busca objetivos comuns, e não um bando de loucos reclamões.

Para terminar, acredito que seja de muita valia a todas as entidades do Brasil começar projetos de educação do produtor, principalmente na área de gestão, pois o que vejo é um despreparo total na gestão do negócio.

Todos sabemos que os preços oscilam, e as margens estão cada vez mais apertadas. Portanto, para a nossa sobrevivência, temos que aprender sobre gestão.

<b>Resposta do autor:</b>

Caro Leandro Kuhl

Agradeço seus comentários.


Realmente é preciso que nossos produtores conheçam melhor gestãoe controle de custos para que melhorem sua situação da porteira para dentro e assim caminhem para uma margem satisfatória. Projetos de educação nessa área devem estar entre as reivindicações prioritárias dos produtores. Mas há também reivindicações importantes da porteira para fora, como condições mais justas na repartição da margem da cadeia produtiva do leite, e que tem que estar nas prioridades do produtor.

O atendimento a essas reivindicações não vai cair do céu nem por iniciativa dos governantes. E para que essas reivindicações sejam atendidas é preciso, como você bem diz, da força das Cooperativas e Entidades de Representação dos produtores, para sermos um time, que joga junto, e busca objetivos comuns, e não um bando de loucos reclamões

Concordo que é preciso abrir os olhos, e principalmente os ouvidos, dos nossos representantes, para que suas posições não sejam pessoais mas a dos que representam, e para isso precisam abrir os canais de comunicação adequados.

Mas acho que é mais importante abrir os olhos e ouvidos dos produtores para que eles percebam que apenas reclamar para quem não os vê e não os ouve não adianta nada. Nesse caso é preciso mudar as lideranças da entidade ou mudar de entidade. Os produtores aí da região tem feito alguma coisa para mudar essa situação? Você poderia me informar o que os produtores da região efetivamente tem feito para mudar ( é preciso ação e mobilização para mudar qualquer coisa ) o quadro das relamações não ouvidas e lutar contra esses "cartéis" existentes nas entidades?

Um abraço

Marcello de Moura Campos Filho
L. AGUIAR

ARAXÁ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 06/12/2006

Sr. Marcello,

Nós, fazendeiros brasileiros, já estamos cheios de pagar imposto e nunca sabermos onde este dinheiro é aplicado.

A conclusão a que chegamos é que financiamos as invasões de nossas fazendas e festa de aniversário da cidade organizada pelo sindicato rural, que é na maioria das vezes um ato político dos diretores destes sindicatos. Nunca vimos nada de concreto feito a favor da classe ruralista por parte de qualquer uma destas entidades representativas da agricultura. E as associações locais, quando são criadas, acabam muito cedo.

Vivemos num país que não tem uma política agrícola. Enfrentamos a maior crise da história nos últimos quarenta anos e não vemos nenhum sinal de que alguma atitude esteja sendo tomada. Temos mesmo é que esperar por um ato de Deus, não deste que pensa que é deus e governa o país, mas do Deus verdadeiro. Porque dos homens deste país não podemos esperar muita coisa.

<b>Resposta do autor:</b>

Caro Lucas Ferreira Aguiar

Agradeço seus comentários.

Você reclama do sistema CNA-Federações Estaduais-Sindicatos Rurais, e diz que acha que o dinheiro do imposto sindical acaba financiando invasões de terra e festas na cidade, e que estas não fazem nada a favor da classe ruralista, e que as associações locais duram pouco.

Quanto a duração das associações locais, depende muito dos produtores. Eu faço parte de uma organização local que tem mais de 20 anos, que congrega hoje 23 produtores e que inclusive comercializa nosso leite e nos dá apoio para produzir. Para vingar essas associações locais é preciso que os produtores se concientizem da importância dessas associações para eles.

Concordo que tamos enfrentando a maior crisre dos últimos 40 anos. Mas não é justo dizer que as entidades de representação de produtores não tem feito nada. Só para exemplificar algumas coisas importantes, a CNA, Federações Estaduais, a Leite São Paulo entregara documento ao MAPA e consegiram a recomendação da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Leite e Derivados para aprovar PROP, que é um sistema privado com apoio governamental para assegurar preços mínimos para o leite ( há mobilização da indústria contra ) e na semana de 04 a 08 de dezembro estamos no DIPOA, defendendo os regulamentos técnicosde identidade e qualidade para lácteos, que diferenciam o que pode ser considerado leite leite de produtos lácteos, e que se aprovados, serão um ponto importante para evitar manipulação do mercado de leite em natura e o aviltamento de preços ao produtor. Essa luta vem desde 2001, e até o último momento parte da indústria vem lutando contra.

Mas reconheço que tudo o que temos feito, embora importante, é ainda muito pouco do que temos a fazer para que tenhamos uma pecuária leiteira sustentável, com preços justos e custos reduzidos que garantam a margem de ganho necessária para o produtor. E para fazer mais as entidades precisam da participação do produtor, ajudando discutir os problemas, definir as reivindicações, e fazendo a mobilização para que essas reivindicações sejam atendidas.

Para os produtores que pagam o imposto sindical, recomendo que não fiquem apenas reclamando que o dinheiro é mal usado, mas participem dos sindicatos, ajudem estabelecer as reivindicações juntos as Federações Estaduais e a CNA, lutem e se mobilizem para que as mudanças aconteçam, e que os recursos seja aplicados. As associações locais ou estaduais de produtores podem ser um meio importante para essas mudanças, abrindo os canais de participação, e interagindo com os sindicatos, federações estaduais e CNA, e assegura a força necessária aos produtores para que possamos enfrentar o muito que ainda temos por fazer.

Abraço

Marcello de Moura Campos Filho
RODRIGO DIAS TIBURCIO

GUAIÇARA - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 05/12/2006

Parabéns, Marcello, pelo espaço dado aos produtores. Estou na região de Lins, e vejo as dificuldades dos produtores, reclamações etc. Não acredito em mudanças, pelo menos nos próximos quatro anos. Já me cansei de reclamar do governo, ele sustenta os sem terras - que por aqui são muitos, produzem leite, carne milho etc., sem custo de produção e recebem financiamento, ou melhor, fundo perdido. Esse foi um dos motivos que levou o presidente à reeleição, entre outra coisas.

A classe dos produtores ainda é muito amadora e sem cultura para entender o que significa união. Estamos falando de uma classe já descrente, judiada em todos os sentidos. Como já li em alguns artigos no MilkPoint, aqui os laticínios são muito unidos. Eles perceberam que não importa o preço que eles vão pagar, os produtores continuam entregando.

Se você entrega 800 litros e eu te pago em um mês R$ 0,50/l e no outro R$ 0,45/l ou R$ 0,40/l, e você continua fornecendo, por que eu aumentaria o preço? O que falta, como todos já disseram, é entendermos o significado da palavra união, que tem que ter ação, atitude. As coisas somente irão melhorar quando faltar leite.

<b>Resposta do autor:</b>

Caro Rodrigo Dias Tibúrcio

Não fique esperando por mudanças daqui a quatro anos, pois elas não vão cair do céu e não vão surgir por iniciativa dos governantes se eles não forem pressionados. As mudanças vão depender da atitude dos produtores de leite lute. Nos USA e Europa o enorme poder dos produtores de leite foi fruto da união e mobilização dos produtores. Lute já para que as mudanças aconteçam o mais cêdo possível - e esse possível vai depender da atitude de nossos produtores, se eles vão querer lutar ou apenas chorar.

Você disse que cansou de reclamar do Governo. Você poderia me dizer como fez essas reclamações, e se elas foram dirigidas ao Governo Estadual ou Federal?

Concordo com você que a classe dos produtores é sem união e muito prejudicada. Mas o que os produtores da Região de Lins tem feito para buscar essa união e lutar pelos seus interesses? A Leite São Paulo tem tido muito pouco apoio dos produtores da Região de Lins. Você poderia articular um grupo de produtores da Região de Lins para trabalhar junto com a Leite São Paulo no sentido de fortalecer a categoria na região, definir seus interesses e batalhar para que os mesmos sejam atendidos?

Aguardo seus comentários, que podem ser enviados para a leitesaopaulo@mpc.com.br, para mantermos um diálogo que possa frutificar.

Abraço

Marcello de Moura Campos Filho
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 04/12/2006

Caro Marcello,

Advirto, entretanto, se você me permite, que as agremiações existentes, com raríssimas exceções (como o CPR, citado pelo Mauro - iniciativa particular dos produtores, que cansaram-se de esperar, em vão, por seus sindicatos, federações e confederação estagnados), que confirmam, como não poderia deixar de ser, a regra, são totalmente inoperantes e somente têm existência para arregimentar o famigerado "imposto sindical" e fazer sei lá o que com o numerário, mesmo sabendo que a Constituição Federal de 1988 impede a obrigatoriedade de filiação e da manutenção da mesma, em que, se o produtor não é filiado, não pode contribuir com o sistema, sob pena de enriquecimento sem causa, já que sequer dele participa.

Por que será que o malfadado "imposto sindical" não é banido do cenário nacional? A resposta é simples: porque os que dele se aproveitam não querem e preferem levar o humilde produtor às barras dos tribunais, surrupiando-lhe a força financeira e produtiva (são milhares deles), para cobrá-lo com juros e correção monetária, ao invés de liberá-lo do vil pagamento.

Quem pode, produtor rural, em sã consciência e com algum nível de prova, dizer que a Confederação Nacional da Agricultura fez alguma coisa por ele, além do envio de jornais de propaganda de seus diretores e que quase nada acrescentam? Se assim fosse, o preço do leite não estaria nesta vergonha, os insumos não inviabilizariam a produção, a conta-corrente do produtor não estaria no vermelho, o produtor seria subsidiado, os financiamentos estariam disponíveis a todos e, não somente, aos que possuem fiador forte (O PRONAF exige fiador para a liberação do financiamento, com renda comprovada e sujeito à aprovação pelo Banco do Brasil, coisa muito difícil de acontecer) - figura, hoje em dia, quase em extinção.

Onde há atuação da Confederação, das Federações, dos Sindicatos? Portanto, nem sempre na associação está a pedra filosofal. E, se nem mesmo nas agremiações superiores pode-se ter a necessária fidúcia, o que dirá das de menor grau?

Um forte abraço.

<b>Resposta do autor:</b>

Caro Guilherme Alves de Melo Franco


Agradeço seus comentários.

Você reclama do sistema CNA-Federações Estaduais-Sindicatos Rurais, e diz que acha que o dinheiro do imposto sindical acaba financiando invasões de terra e festas na cidade, e que estas não fazem nada a favor da classe ruralista, e que as associações locais duram pouco.

Quanto a duração das associações locais, depende muito dos produtores. Eu faço parte de uma organização local que tem mais de 20 anos, que congrega hoje 23 produtores e que inclusive comercializa nosso leite e nos dá apoio para produzir.


Não me parece justo dizer que as entidades de representação de produtores não tem feito nada. Só para exemplificar algumas coisas importantes, a CNA, Federações Estaduais, a Leite São Paulo entregara documento ao MAPA e consegiram a recomendação da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Leite e Derivados para aprovar PROP, que é um sistema privado com apoio governamental para assegurar preços mínimos para o leite ( há mobilização da indústria contra ) e na semana de 04 a 08 de dezembro estamos no DIPOA, defendendo os regulamentos técnicosde identidade e qualidade para lácteos, que diferenciam o que pode ser considerado leite leite de produtos lácteos, e que se aprovados, serão um ponto importante para evitar manipulação do mercado de leite em natura e o aviltamento de preços ao produtor. Essa luta vem desde 2001, e até o último momento parte da indústria vem lutando contra.

Mas reconheço que tudo o que temos feito, embora importante, é ainda muito pouco do que temos a fazer para que tenhamos uma pecuária leiteira sustentável, com preços justos e custos reduzidos que garantam a margem de ganho necessária para o produtor. E para fazer mais as entidades precisam ter a força política necessária para equilibrar a força econômica da indústria e do varejo. da participação do produtor, ajudando discutir os problemas, definir as reivindicações, e fazendo a mobilização e pressão junto aos políticos para que essas reivindicações sejam atendidas.

Não tenho conhecimento jurídico para opinar se a contribuição sindical fere a constituição de 1988. O fato é gralmente os tribunais nas demandas relativas a essa questão tem se posicionado a favor da cobrança. E se pagamos essa contribuição sindical, nada mais justo que cobremos que esses recursos sejam efetivamente aplicados em favor do produtor.

Para os produtores que pagam o imposto sindical, recomendo que não fiquem apenas reclamando que o dinheiro é mal usado, mas participem dos sindicatos, ajudem estabelecer as suas reivindicações e prioridades juntos as Federações Estaduais e a CNA, lutem e se mobilizem para que as mudanças necesárias, e para que suas reivindicações e prioridades sejam atendidas, e os recursos da contribuição sindical sejam bem aplicados.

Como você vê, existem associações locais, como a CPR citada pelo Mauro de Muriaré e a PLISI citada pelo Paulo Fernando de Santa Isabel de Rio Prêto, que tem conseguido bons contratos e preços diferenciais para seus filiados. Eu mesmo pertenço a uma associação, a APLEC em Cerqueira Cesar, cuida da comercialização do leite de seus associados obtendo melhores preços em função do volume conjunto e da qualidade do leite.

Acredito que essas associações locais ou estaduais de produtores de leite podem ser também um meio importante para as mudanças necessárias nas grandes agremiações, abrindo os canais de participação, e interagindo com cooperativas, com os sindicatos e através destes atingindo as Federações Estaduais e de Agricultura e a CNA, e assim assegurar a força política necessária que nós produtores precisamos ter para que possamos enfrentar o muito que ainda temos por fazer para equilibrar a força econômica da indústria e do varejo e que o governo atenda as legítimas reinvidicações dos produtores de leite..

Mas para vingar e multiplicar essas associações locais é preciso que os produtores se concientizem da importância dessas associações para eles.

Uma coisa para mim é certa: o futuro para o produtor de leite não será melhor que o passado em função das reclamações que ele faça, mas sim das ações efetivas que ele venha a fazer para contribuir para uma organização de produtores democratica e mobilizada, que lhe garanta a força necessária junto aos outros elos da cadeia e junto ao governo.

Abraço

Marcello de Moura Campos Filho
MAURO ROCHA DA CRUZ

MURIAÉ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 04/12/2006

Prezado Marcello,

Não só li o seu artigo, como agora também li as suas respostas aos comentários de nossos produtores. Com certeza muitos, como eu, não comentou o seu artigo original, em face de que o óbvio do que foi escrito era incontestável.

O caminho da valorização do produtor de leite passa pela organização da classe. E digo isso em face de ter passado pela experiência própria de durante cinco anos, ao ter sido integrante de um grupo de produtores de leite de Muriaé -MG que se organizaram em uma entidade chama CPR - Consórcio de Produtores Rurais de Muriaé.

Essa entidade organizada revolucionou a forma de comercialização de leite na região, sendo uma das precursoras do contrato de fornecimento de leite entre a empresa receptora e os produtores.

Infelizmente, por razões particulares, me desliguei do grupo da qual inclusive fazia parte da diretoria. O CPR ainda existe, é atuante na região de Muriaé e os fundamentos e idéias por ele implantadas são dignas de serem verificadas para estudo de viabilidade para outras regiões. Realmente foi e é um ótimo modelo a ser seguido.

Um grande abraço, Marcello. E saudações Ruralistas.
JOÃO ATILIO SCARAVELLI JR.

ITU - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 04/12/2006

Como você mesmo disse, Marcelo, temos que agir mais, no entanto, pelo menos no meu caso, não conheço nenhuma dessas associações, e gostaria de saber como funciona a Leite São Paulo, como me cadastrar e qual a região de atuação.

Pois nós, produtores de leite, estamos cada vez com uma margem de lucro menor. Enquanto o leite no supermercado e os valores dos insumos agrícolas estão em constante aumento, nós, produtores, temos um ligeiro aumento de preços no inverno, mas que logo caem novamente.

Obrigado pela atenção.

<b>Resposta do autor:</b>

Caro João Atílio

A Leite São Paulo - Associação dos Produtores do Estado de São Paulo é uma entidade que defende os interesses dos produtores do Estado de São Paulo, e para isso interage com a Federação de Agricultura do Estado de São Paulo, com a Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo, com cooperativas e outras associações de produtores, com a Secretaria de Agricultura de São Paulo, com o Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, com o executivo e legislativo paulista, com organismos da indústria e do varejo. A Leite São Paulo é membro da Câmara Setorial de Leite e Derivados de São Paulo e da Câmara da Cadeia Produtiva de Leite ( Federal ).

Nos envie pore-mail o seu endereço, CEP e telefone, e nos informe sua produção de leite, para que possamos mandar mais informações.

Um abraço

Marcello de Moura Campos Filho
PAULO FERNANDO ANDRADE CORREA DA SILVA

VALENÇA - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 03/12/2006

Excelente artigo. Nós, da APLISI, lutamos na nossa microrregião para uma maior integração dos produtores. Hoje temos contrato indexado com preço diferenciado em relação aos demais produtores da nossa zona. Pagamento por volume, sólidos e CCS são outros objetivos que juntos alcançamos.

O mais importante é, sem dúvida a compra do bilhete!

<b>Resposta do autor:</b>

Caro Paulo Fernando de Andrade Correia

Agradeço seus comentários.

Fiquei satisfeito que aí em Santa Isabel do Rio Prêto existe a APLISI - Associação dos Produtores de Leite de Santa Isabel do Rio Prêto, trabalha com contratos entre receptadores e produtores de leite e consegue preços diferenciados na região. Isso confirma que a união faz a força.

Eu faço parte de uma organização em Cerqueira Cesar - SP, a APLEC - associação dos Produtores de Leite do Centro Sul Paulista, que tem mais de 20 anos, que congrega hoje 23 produtores e que inclusive comercializa nosso leite e nos dá apoio para produzir, que trabalha com contrato de venda de leite e preços diferenciados e valorização da qualidade do leite.

Essas associações locais também podem se constituir num canal importante para que os produtores discutam os seus problemas, caracterizem suas reivindicações e prioridades, e interajam com outras entidades de produtores, para que a representação dos produtores seja fortalecida, e assim tenhamos a força política e capacidade de mobilização para que essas reivindicações sejam atendidas.

A Leite São Paulo tem muito interesse em interagir com a APLISI. Poderia nos mandar mais informações sobre a região de atuação, número de produtores e volume de leite comercializado no âmbito da APLISI?

Um abraço

Marcello de Moura Campos Filho
FERNANDO J. F. DA SILVA

SÃO CARLOS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 02/12/2006

Caro Marcelo,

Concordo com você em grau, gênero e substantivo! Sou produtor de leite na região de São Carlos (SP). Problemas com o preço fazem parte das reclamações cotidianas de um produtor de leite, mas se ao menos os mesmos soubessem o significado da palavra "união" e da força que ela exerce sobre um laticínio quando aliada a um volume de produção, pode ter certeza que o homem do campo seria tratado com um pouco mais de respeito pela sociedade brasileira.

Não basta formarmos associações de produtores e acharmos que os líderes vão resolver tudo sozinhos, é como você disse, "tem que haver participação nas decisões".

Hoje em dia temos que, antes de tudo, procurar baixar custo de produção. Existe uma grande diferença entre dizer "eu sou produtor de leite" e da expressão "eu tiro leite". Antes de mais nada deve existir o profissionalismo, e encarar a propriedade rural como empresa rural, para daí sim nos organizarmos.

Não basta convidar produtores para fazer parte de uma associação, se a maioria nem sequer sabe o que é, para que serve e quais os objetivos da mesma. É preciso da ajuda de um ponto de apoio muito importante no campo chamado "extensão rural", na qual hoje em dia é raro.

Espero que esse comentário seja lido por vários produtores de leite, e que seja despertado em cada um o interesse de ao menos emitir uma opinião formada. Acho que seria o "primeiro passo".

Um abraço.

<b>Resposta do autor:</b>

Caro Fernando João

O primeiro passo é realmente o produtor querer emitir sua opinião e discutir os problemas, e participar das decissões. Mas para isso efetivamente ocorra ele precisa ingressar e participar de suas entidades de representação, ajudando nas decisões ( sejam estas decisões medidas para baixar custos, para negociações com outros elos da cadeia ou reinvindicações junto ao governo ) e auxiliando suas lideranças na implementação das decisões. Naturalmente antes de ingressar numa associação, ou formar uma associação, é bom que esteja bem claro para o produtor o objetivo da mesma.

Abraço

Marcello de Moura Campos Filho

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