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Retrospectiva 2002: A Catui é forte

ESPAÇO ABERTO

EM 02/01/2003

3 MIN DE LEITURA

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Por Almir Miranda1

A CCLB vem se desdobrando para resistir à baixa captação, fenômeno que quando acontece, provoca descapitalização e desagregação de fornecedores.

De fato, a CCLB vem operando com: fornecimento irregular de matéria-prima; custos elevados, em decorrência da redução do volume da produção industrial; manutenção industrial dispendiosa; e capital de giro insuficiente, etc.

Apesar disso, mesmo sem "dinheiro novo" vem enfrentando corajosamente a guerra de preços para manter estável o seu nível de recepção de leite; tendo perdido fornecedores devido ao forte assédio dos concorrentes. Essa situação levou a CCLB a trabalhar, durante alguns meses, abaixo de seu ponto de equilíbrio (break even point) e, em paralelo, a buscar saídas para manter seu lugar no mercado.

Como agravante desse quadro, ressalta-se que a CCLB está situada em uma macro-região que particularmente neste semestre, foi assolada pela seca, a ponto de multiplicar-se os decretos municipais e estaduais de "situação de emergência". A produção de leite nessa macro-região, por exemplo, foi reduzida para menos de 10% da produção normal.

Essa alternância de escassez e excesso na oferta de leite tem causado sérios transtornos à rentabilidade das empresas. Na Bahia, essa sazonalidade crônica, vem afetando a saúde financeira de todos os laticínios aqui instalados. Se o laticínio tem como fornecedores pequenos produtores, seus custos de captação são maiores e menor é a sua rentabilidade.

No caso da CCLB, a maioria absoluta dos seus produtores de leite/fornecedores (mais de 70%) fornece um volume médio diário inferior a 50 litros e formam uma bacia leiteira que compreende os municípios situados nas seguintes regiões: o Recôncavo; o Litoral Norte; a bacia hidrográfica do Rio Paraguaçu e o Nordeste. A maior parte dessa bacia, situa-se na porção semi-árida do estado.

Entretanto, essas dificuldades vêm sendo superadas. Afinal, o produtor não pode perder o efeito regulador do preço do leite, exercido pela indústria de sua propriedade; o governo não pode ter uma drástica redução no recolhimento do ICMS; e a região semi-árida, possuindo os maiores bolsões de atraso deste estado, não pode ver ameaçada uma das suas poucas opções de negócios.

Mas, é interessante observar que para os próximos anos, são boas as perspectivas para o cooperativismo. Uma das evidencias é primeiro pronunciamento do Presidente eleito, Luís Inácio Lula da Silva, no qual, sinalizou que pretende inverter prioridades no financiamento e gasto público, "valorizando a agricultura familiar, o cooperativismo, as micro e pequenas empresas e diversas formas de economia solidária".

Colocando o discurso na prática, o Presidente eleito escolheu para ministro da Agricultura um líder cooperativista respeitado internacionalmente e consagrado em todo o Brasil, por sua capacidade, determinação e compromisso com o associativismo. Esse líder inclusive mantém as melhores relações com o cooperativismo baiano, o que significa o início de novos tempos.

Outro importante dado que indica o cenário favorável para o leite e para as cooperativas nos próximos anos, reside no fato do Governador eleito, Paulo Souto, em seus pronunciamentos, ter-se comprometido a "incentivar a verticalização das cadeias produtivas", o que se deduz, que sendo o leite uma das mais importantes cadeias agroindustriais, uma cooperativa central de laticínios que possua um parque industrial, certamente terá um lugar destacado nessa verticalização.

Preparando-se para o futuro, a CCLB hoje é parte fundamental do processo de implantação, do Sistema Integrado das Cooperativas Leiteiras do Estado da Bahia, criado com o decisivo apoio do governo estadual. Esse sistema vem garantindo preço aos produtores até aos situados no Sul do Estado e fortalecendo a organização e o associativismo entre os agentes da cadeia produtiva do leite. A primeira operação desse sistema integrado, foi um contrato de venda de lácteos com a EBAL (Empresa Baiana de Alimentos) que opera uma rede de supermercados que valoriza o produto baiano e torna acessível ao consumidor de baixa renda produtos de qualidade.

A implantação desse sistema significa que o produtor de leite da Bahia finalmente resolveu se organizar. Ele entendeu que tem tudo para atuar de forma integrada e harmônica: matéria-prima; parque industrial e garantia de mercado; percebeu que se for enfraquecida ou desaparecer a fábrica de sua propriedade, que regula e sustenta preços, a vantagem que o concorrente oferece hoje, será retirada e transformada em desvantagem maior amanhã. Esse comportamento é típico dessa estrutura de mercado e faz parte dos padrões e dos valores dos concorrentes.

Assim, a conclusão que se pode chegar é a de que o produtor de leite está deixando de ser objeto de manobra dos laticínios gigantes para passar a ser o sujeito em um sistema integrado, baseado na cooperação e na velha e sempre atual premissa: a união faz a força.

__________________
1Almir Miranda é Presidente da Cooperativa Central de Laticínios da Bahia (CCLB)

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FERNANDO AFFONSO FERREIRA

ITABUNA - BAHIA - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 03/01/2003

Sou testemunha do trabalho realizado por Almir Miranda e sua equipe na CCLB.

Parabéns Almir, o futuro mostrará que seu trabalho de hoje irá gerar ótimos frutos. Continue.

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