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PROP para o leite ou Aumento do Consumo de Lácteos - Tem "boi na linha" ?

POR MARCELLO DE MOURA CAMPOS FILHO

ESPAÇO ABERTO

EM 29/09/2006

3 MIN DE LEITURA

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No dia 26 de setembro passado, num evento conjunto da Comissão de Pecuária de Leite da CNA e das Câmaras de Leite da OCB/CBCL, que reuniu lideranças dos produtores de leite do País e que teve a participação do Secretário Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Gabriel Alves Maciel, que representou o ministro Luís Carlos Guedes Pinto, e de técnicos do MAPA, discutiu-se a perspectiva de crise sem precedentes na pecuária de leite para o ano de 2007.

Os produtores entregaram ao representante do Ministro documento assinado por suas lideranças mais expressivas, com propostas para se evitar esta crise, destacando-se as solicitações para implantação do Prêmio de Risco de Opção Privada (Prop) para o leite e a intensificação do combate a fraude no leite que distorce o mercado de leite em natura.

Um representante do MAPA colocou que com relação a implantação do PROP para o leite o assunto estava sendo estudado na Secretaria de Política Agrícola e que havia argumentos a favor e contra.

O Presidente da Leite São Paulo pediu a palavra e colocou que os produtores já apresentaram os argumentos a favor da implantação do PROP para o leite, e que gostaria de ouvir quais eram os argumentos contra a implantação. O representante do MAPA disse que o principal era que alguns segmentos da cadeia do leite questionavam que a medida pudesse ser interpretada como subsídio à exportação. O Presidente da Leite São Paulo se pronunciou que esse argumento era inaceitável, pois os valores envolvidos para implantar o Prop para o leite são muito modestos, que seriam aplicáveis numa situação de crise decorrente problemas de queda de consumo no mercado interno e não visando beneficiar especificamente exportações (que são irrelevantes se comparadas com a dimensão de nosso mercado interno), e que o Prop já é aplicado para outros produtos exportáveis, como por exemplo, a soja. O Presidente da Leite São Paulo afirmou que a Secretaria de Política Agrícola do MAPA deve considerar ao decidir o interesse nacional, que com certeza é evitar uma crise de grandes proporções na pecuária leiteira, que é um dos grandes geradores de empregos no País.

São curiosos alguns pronunciamentos contra a implantação do PROP para o leite, como o de Cícero Hegg, vice-presidente do Conselho Nacional da Indústria de Laticínios (Conil) em matéria da Gazeta Mercantil, citada no MilkPoint: "É muito mais vantajoso investir R$ 160 milhões para estimular o consumo interno do que aplicar o mesmo recurso para subsidiar a produção", diz Cícero Hegg, vice-presidente do Conselho Nacional da Indústria de Laticínios (Conil), referindo-se ao fato de os produtores pedirem para o governo leilões de opções privadas. Segundo ele, poderia-se fazer ações de marketing semelhantes às de Goiás, que são bancadas a partir da renúncia fiscal. "Não precisamos de subsídio, precisamos desonerar o produto", avalia Hegg.

Concordamos que seria muito bom se houvesse renúncia fiscal dos estados permitindo que fossem investidos R$ 160 milhões em marketing para aumento do consumo interno, e que isso poderia contribuir para evitar a crise que se prenuncia para a pecuária de leite. Mas não se pode garantir que esse investimento possa efetivamente evitar a crise. E se ela ocorrer, e começar haver aviltamento do preço aos produtores, o PROP para o leite será de grande importância. Uma medida não exclui a outra, mesmo por que se viessem a ser aplicada as duas, estamos falando de algo da ordem de R$ 320 milhões, muito pouco para evitar uma crise na pecuária de leite que atividade da maior importância para o País sob os aspecto econômico e social.

O Ministro Roberto Rodrigues certa vez disse que o MAPA corria para apagar incêndios por não ser capaz de fazer um trabalho preventivo. Com certeza foi com a visão que é melhor prevenir do que apagar incêndio que o Ministro Roberto Rodrigues prometeu aos produtores a implantação do PROP para o leite. O Ministro Guedes disse que daria continuidade ao trabalho iniciado por Rodrigues.

Os argumentos que temos visto contra a implantação do PROP para o leite não nos parecem consistentes ou não suficientes para excluir a medida, que só pelo fato de ser anunciada já contribuiria para uma maior estabilidade de preços aos produtores.

Por isso é bom que a Secretaria de Política Agrícola do MAPA veja com cuidado a consistência dos argumentos contra a implantação do PROP para o leite, pois pode ter "boi na linha" e acontecer um desastre que poderia ser evitado.

MARCELLO DE MOURA CAMPOS FILHO

Membro da Aplec (Associação dos Produtores de Leite do Centro Sul Paulista )
Presidente da Associação dos Técnicos e Produtores de Leite do Estado de São Paulo - Leite São Paulo

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ANDRÉ LUIZ COKELY RIBEIRO

DESCALVADO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 04/10/2006

Caro Marcelo e demais leitores da MilkPoint,

Sinto que na esfera federal não conseguiremos a curto prazo concretizar uma política de estabilidade para o setor. O Prop deve sim ser discutido e levado a sério e de perto pelas instituições responsáveis pelo desenvolvimento da agropecuária como um todo, mas vivemos problemas crônicos regionalmente.

Neste governo anti-agrícola, "forças" internacionais destroem o crescimento das cooperativas de menor porte com manipulações de mercado já bem conhecidas, como o que está acontecendo agora, quando temos falta de leite no mercado, e ao invés de estimular a produção nacional, o que vemos é um crescente volume de importações da matéria-prima barata, que por conseqüência também está afetando os produtores dos países dos quais estamos comprando, certo?

Devemos unir forças regionais como sindicatos, prefeituras e Estado para formarmos uma "força tarefa", sim, sugerida pelo leitor e colega Gustavo Carvalho, para paralelamente incentivarmos consumo de leite em merenda escolar, o que cabe ao Estado, mas também realizar uma campanha multidisciplinar com as Empresas, que geralmente contam com Corpo de Médicos, Odontólogos e Nutricionistas, os quais podem ser de grande valia.

Nos refeitórios criamos o hábito de beber sucos, refrigerantes, água e por último leite e seus derivados. Devemos substituir o líquido das refeições por leite, é esse o caminho para o aumento do consumo, vamos trabalhar para isto. Uma dica é acessar o site Pensa, que trata muito bem deste assunto.

Obrigado ao pessoal da MilkPoint, em especial ao Marcelo Carvalho, que faz um trabalho digno de aplausos para o setor.
GUSTAVO FRANCISCO CARVALHO

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 30/09/2006

Caro Dr. Marcelo de Moura,

Sou médico veterinário e vice-presidente do Instituto Brasil Pecuária, em Belo Horizonte (MG). Concordo plenamente com você, porém, acho que deveríamos reunir as nossas lideranças, como as associações de produtores, e realizar uma "força tarefa" no sentido de implantar nos nossos estados o mesmo que os amigos de Goiás tem feito com muito sucesso.

Inclusive, eles já têm resultados estatísticos de aumento de cerca de 10% no consumo de leite após a campanha de marketing realizada.
MÁRIO SÉRGIO FERREIRA ZONI

PONTA GROSSA - PARANÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 29/09/2006

Parabéns ao Marcelo pela defesa intransigente e comprometida dos interesses dos produtores de leite do Estado de São Paulo, e por conseguinte dos demais produtores do Brasil.

Seria de estranhar que os segmentos industriais (principalmente os não cooperativados) não se manifestassem contra o PROP, pois a mesma tende a finalmente organizar a política de pagamento ao longo do ano. Além disso, tende a determinar o fim da atual política de comercialização, que é extremamente cômoda para os compradores, e em momentos de baixa produção acenam com "aumentos", que logo se transformam em baixas na cotação devido ao grande volume de "leite" importado para normalizar a oferta.

A implantação do PROP em nada inviabiliza as outras ações que devem ser tomadas na esfera governamental e privada, como a desoneração tarifária (que teria a vantagem complementar de terminar com a Guerra Fiscal), a destinação de recursos públicos e privados para o marketing do leite, o intenso combate ao leite e subprodutos lácteos clandestinos, e diversas outras ações sanitárias e de fomento ao consumo de leite refrigerado que deveriam ser adotadas.

Considerar que um volume tão baixo de recursos possa determinar um subsídio à "política" exportadora realmente soa sem fundamento, como você tão felizmente lembrou ao representante do MAPA.

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