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Produtividade e margem bruta na produção de leite1

POR SEBASTIÃO TEIXEIRA GOMES

ESPAÇO ABERTO

EM 09/03/2004

2 MIN DE LEITURA

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O objetivo de todo empresário, no curto prazo, é maximizar a margem bruta, resultante da diferença entre a renda bruta e os custos variáveis. No longo prazo, o empresário busca maximizar o lucro, resultante da diferença entre a renda bruta e o custo total (custos variáveis mais custos fixos). Este artigo faz uma análise de curto prazo, portanto, examina o comportamento da margem bruta.

Na análise econômica de sistemas de produção de leite, uma questão recorrente diz respeito à relação entre adoção de tecnologia e margem bruta. Alguns acreditam que maior nível tecnológico leva ao empobrecimento do produtor porque reduz a margem bruta. Outros, entretanto, argumentam o contrário, ou seja, maior nível tecnológico aumenta os ganhos financeiros do produtor ou, em outras palavras, aumenta a margem bruta. Para ajudar a esclarecer essa questão, fez-se uma análises dos resultados dos produtores participantes do projeto Educampo, no ano de 2003. Tal projeto é coordenado pelo Sebrae-Minas e resulta de parcerias entre o Sebrae, a agroindústria laticinista e os produtores de leite.

As produtividades dos fatores de produção expressam os níveis tecnológicos. Maior produtividade está associada a nível tecnológico mais elevado. Outro ponto interessante diz respeito às correlações positivas entre os vários indicadores de produtividade. Em geral, os produtores que conseguem elevadas produtividades do rebanho (litros/vaca) conseguem, também, elevadas produtividades da terra (litros/hectare) e da mão-de-obra (litros/dia-homem).

Agora, os resultados da pesquisa com dados dos produtores do Educampo. Segundo dados da Tabela 1, os produtores de mais de 12 litros/vaca em lactação tiveram, em 2003, margem bruta anual 73% maior que os até 5 litros/vaca. A necessidade de obter uma margem bruta anual mínima que atenda aos gastos familiares empurra o produtor para o alcance de maior volume de produção. Por outro lado, limitações de recursos produtivos, especialmente de terra, fazem com que o produtor busque no aumento da produtividade a estratégia de aumento da produção e, por conseqüência, da margem bruta. Modelo extensivo não atende ao volume de produção mínimo, em razão das limitações de sua expansão.

Segundo a Tabela 1, os produtores de mais de 12 litros/vaca conseguiram, em média, R$ 3.150,00/mês de margem bruta, o que pode ser considerado um negócio atrativo, dados os padrões de renda prevalecentes no país.

Estratificando os produtores por faixa de produção/área, verifica-se que os de maior produtividade (acima de 3.500 litros/hectare/ano) alcançaram, em 2003, margens brutas mais elevadas, segundo dados da Tabela 2. Também em relação à produtividade da mão-de-obra, os produtores de maior produtividade alcançaram as maiores margens brutas, conforme indicam dados da Tabela 3. No estrato de menor produtividade, a margem bruta foi, em média, R$ 23.324,00/ano e, no de maior, de R$ 41.573,00/ano.

Os indicadores de produtividade discutidos anteriormente, referentes a vaca em lactação, área para pecuária e mão-de-obra, são parciais, ou seja, dizem respeito, individualmente, a apenas um fator de produção. Outra medida importante é a produtividade total dos fatores de produção, que resume todos os fatores no mesmo indicador. A produtividade total corresponde ao inverso do custo médio, ou seja, 1(um) dividido pelo custo variável por litro.

De acordo com dados da Tabela 4, os produtores que conseguiram os maiores níveis de produtividade total (acima de 5) obtiveram R$ 43.394,00/ano de margem bruta, e os de menores, apenas R$ 17.836,00. Os mais produtivos tiveram, em 2003, margem bruta 143% maior que os menos produtivos. Tais resultados não deixam dúvidas sobre as vantagens da tecnologia para o produtor de leite, visto que ela contribui, significativamente, para aumentar as margem bruta.


SEBASTIÃO TEIXEIRA GOMES

Professor Titular da Universidade Federal de Viçosa

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RUI DA SILVA VERNEQUE

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 12/03/2004

Prezado Professor Sebastião:

Parabéns pela forma sempre clara e simples de escrever os artigos.

1. Como produtor de leite há 8-9 anos estou incansavelmente procurando aumentar produtividade do rebanho. Parti de um rebanho com média de 5 kg/vaca. Atualmente estamos com média de 10 a 11 kg/vaca. O volume de produção que era de cerca de 200 l/dia hoje é de 900 a 1000 l/dia e pretendemos ampliar. Noto que para aumentar produção, produtividade/vaca/área ou por mão de obra, há necessidade de se fazer investimentos em melhoria de pastagem, aquisição de equipamentos (ordenhadeira, trator, etc), usar IA (compra de equipamentos), adubação de pastagem e/ou produção de silagem, feno, etc.

Aumentamos nossa margem bruta. Todavia, parece-me que a cada período estamos tendo maiores dificuldades para conduzir a atividade, uma vez que precisamos fazer os investimentos cujos valores nominais são absurdamente altos (exemplo: um tanque de expansão de 2000 l custa mais de R$ 15.000,00).

Pergunto:

1. Embora com margem bruta em ascensão, os investimentos necessários (custo fixo) (também em ascensão) não poderiam inviabilizar uma atividade com rentabilidade tão baixa ?

2. Pelos investimentos, não estariamos ficando altamente vulneráveis à mudanças drásticas do mercado, correndo-se o risco de, no meio do caminho, tornar a atividade inviável em comparação com a pecuária de corte, por exemplo e termos de vender os equipamentos a preçco de " banana" ?

3. Por causa dessas questões não seria melhor analisar a atividade mais sobre o enfoque de rentabilidade da atividade em vez de margem bruta, que pode dar uma idéia da atividade ?

Cordialmente,

Rui

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