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Oferta e demanda de informações sobre a atividade leiteira

POR SEBASTIÃO TEIXEIRA GOMES

ESPAÇO ABERTO

EM 08/08/2006

2 MIN DE LEITURA

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No diagnóstico da pecuária leiteira do estado de Minas Gerais, divulgado recentemente, examinou-se a relação entre oferta e demanda de informação pelos produtores de leite. Foi perguntado aos mil produtores entrevistados qual era a principal informação recebida e qual à principal carência de informação sobre a atividade leiteira. O objetivo destas duas perguntas foi avaliar o grau de correspondência entre oferta e demanda das informações sobre a atividade leiteira.

Antes de conhecer as respostas dos entrevistados, esperava-se elevada correspondência no conteúdo das informações ofertadas e demandadas. Todavia, os dados da Tabela 1 mostraram o contrário. Enquanto as informações mais ofertadas foram sobre alimentação do rebanho (26% dos entrevistados) e manejo dos animais (23%), as mais demandadas foram sobre mercado do leite (23% dos entrevistados) e cálculo do custo de produção (16%).

A preferência dos difusores sobre tecnologia de produção, provavelmente, reflete suas próprias deficiências sobre administração da empresa rural. Por não dominar os conceitos básicos sobre mercado, planejamento e custos de produção, os difusores restringem suas mensagens nos aspectos técnicos da produção. Sem conhecer os custos e as receitas da inovação tecnológica, encontrar o ponto ótimo econômico fica por conta do acaso, mesmo porque a produção, que corresponde ao ótimo técnico, não é a mesma do ótimo econômico.

Outro aspecto derivado dos dados apresentados diz respeito aos consultores que prestam serviços remunerados aos produtores de leite. Este tipo de profissional tem aumentado muito nos últimos anos, e a garantia da permanência da consultoria depende do atendimento aos desejos do cliente, que, no caso, é o produtor de leite. São essenciais as informações sobre a maneira correta de alimentar o gado, o manejo e sanidade do rebanho. Contudo, tais informações não podem ser desacompanhadas de outras, tais como planejamento da empresa rural, custos e receitas e mercado do leite. Deve haver equilíbrio nestes dois conjuntos de informações, sob pena de o consultor perder o emprego.

Quanto à qualidade do leite, 16 % dos entrevistados responderam que foi a principal informação recebida no último ano; entretanto, 11% deles responderam que era a principal carência. O avanço no pagamento do leite por qualidade e o esforço dos laticínios na difusão de informação sobre a qualidade devem reduzir o percentual desta carência.

Finalmente, o diagnóstico mostrou que produção e meio ambiente é um tema que ainda não chegou ao produtor de leite, mas as exigências do mercado internacional deverão modificar esse quadro, nos próximos anos.

Tabela 1 - Oferta e demanda de informação sobre a atividade leiteira, em Minas Gerais, em 2005







SEBASTIÃO TEIXEIRA GOMES

Professor Titular da Universidade Federal de Viçosa

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GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 17/09/2006

Prezado Professor,

Entristece-me o fato de um dos tópicos mais ofertados seja a informação sobre o manejo do gado quando, em contrapartida, o interesse pelo tema não é dos mais impressionantes.

Todavia, mais que a tristeza da sua constatação, existe a revolta com a latente falta de profissionalização do empresário rural brasileiro (mormente no caso da produção de leite), que teima em ser amador num mercado que exige, a cada dia, mais especialização. Se este estado de coisas persistir por muito mais tempo, nosso caminho é do "fundo do poço", já que a qualidade do nosso leite será sempre duvidosa, e o interesse pelo produto nacional cada vez menor.

Ou conseguimos consertar este quadro, ou vamos ter que consumir leite argentino, uruguaio ou de outra nacionalidade qualquer, de sorte que nossa produção interna sobrará nas prateleiras dos mercados ou será despejada - de forma sumária - no meio ambiente, como sucata alimentar.

Parabéns pelo brilhante artigo.
Atenciosamente,

Guilherme Alves de Mello Franco
FERNANDO ANTONIO DE AZEVEDO REIS

ITAJUBÁ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 24/08/2006

Produzimos leite há dezoito anos, e até hoje não conheci nenhum consultor ou técnico da área de produção de leite com a abrangência de conhecimentos nas áreas técnicas e de gestão e mercado. O produtor de leite que inicia a atividade não tem um referencial a seguir, ele necessita muita informação e orientação, mas de onde?

A indústria, maior interessada na qualidade do leite, de um modo geral ainda paga muito pouco. Portanto, a informação que o produtor precisa deve vir acompanhado de retorno financeiro na atividade. Desculpem-me os consultores, os catedráticos e pesquisadores, seus conhecimentos não estão chegando aos produtores como deveriam chegar.

Não sei qual seria o caminho, se a indústria deveria em parceria com consultores e entidades de pesquisa levar conhecimento ao produtor. Uma coisa é certa, ser produtor de leite é ser garimpeiro de informações úteis.
MÁRIO SÉRGIO FERREIRA ZONI

PONTA GROSSA - PARANÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 20/08/2006

Acredito estar ocorrendo algum engano na acepção da palavra gestão. Após ler as inúmeras cartas e acompanhar atentamente a pesquisa (com a qual concordo em gênero, número e grau), não consigo entender as dúvidas sobre o resultado.

Para ser um especialista em gestão, o profissional deve dominar totalmente os aspectos técnicos, administrativos e financeiros da atividade, caso contrário o mesmo não é um gestor, e sim apenas um palpiteiro. A atividade do gestor de produção é parcialmente descrita na carta do Cácio, porém, ela envolve além da alimentação e conforto, todos os demais fatores envolvidos no resultado da propriedade, e que devem ser considerados.

A gestão laboral, gestão sanitária, gestão da qualidade do leite, e principalmente a gestão financeira são componentes do processo de gestão.

É simplesmente impensável em um negócio que envolve faturamento, em muitos casos superior a casa do milhão de reais, que a atividade seja conduzida de forma empírica. Há que se planejar toda a atividade, seu faturamento, como avaliar o desenvolvimento do negócio, quais são as decisões estratégicas, etc...

Concordo com a necessidade de produzir volumoso, até porque vejo que antes de ser produtor(a) de leite, tem de ser um excelente agricultor(a), e este sim é um gargalo que percebemos quando da visita de produtores de outras regiões às propriedades da região dos Campos Gerais do Paraná.

Perdura ainda o conceito de exploração leiteira com exploração de áreas marginais da propriedade, o que é o inverso do que fazemos, utilizando as áreas mais férteis e com melhor topografia para a produção de volumosos. Até utilizamos as áreas marginais, mas geralmente para a recria de novilhas em piquetes rotacionados, ou como áreas de descanso para os animais em produção.

O fato de existir oportunistas vendendo seu "serviço", não invalida os técnicos de campo, extensionistas e pesquisadores que trabalham com afinco para viabilizar ou auxiliar os negócios de produtores espalhados por este Brasil a fora.
ROBERTO CUNHA FREIRE

LEOPOLDINA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE

EM 20/08/2006

Temos que mudar a política de remuneração do leite adotada pelas cooperativas dos produtores de leite para com seus produtores cooperados. Só assim teremos a união em torno das mesmas, o que, aliás, é um dos principais objetivos, e muito importante para obtermos uma política de preço adequada à realidade dos nossos custos.

Espero que as cooperativas dos produtores de leite, principalmente as da região da Zona da mata mineira, se adequem aos seus custos-benefícios e eliminem os privilégios, mordomias etc., pois os produtores de leite da região que podem buscar outras alternativas. Em sua maioria, já estão deixando o sistema cooperativista em busca de melhor remuneração para o seu produto, e estão sendo agasalhados pelas multinacionais e laticínios particulares que operam no setor.

É uma pena, pois desta maneira os dirigentes dessas cooperativas estão contribuindo a passos largos para a falência do sistema por inanição, por falta de matéria-prima para abastecerem as suas indústrias, o que, sem sombra de dúvidas, provocará o fechamento de muitas cooperativas.
MOACYR FIORILLO BOGADO

NITERÓI - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 16/08/2006

A principal atividade do pecuarista, seja ele produtor de carne ou leite, é a produção de forragem na propriedade. Com um bom pasto, o leite e a carne são conseqüências desse trabalho.

Leovegildo, eu troco um saco cheio de autoridades em gestão por uma propriedade sobrando capim.
DANIEL TAVARES PINHEIRO

CAMPOS DOS GOYTACAZES - RIO DE JANEIRO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 15/08/2006

Achei muito interessante toda a matéria, mas gostaria de salientar a importância da união que gera a força, e que juntos poderemos obter uma pecuária leiteira devidamente remunerada e sustentável com capacidade de produção, logística e etc.

Andamos já um bocado, mas ainda temos uma estrada a prosseguir. Eu acredito no campo e na capacidade dos produtores de estar sempre renovando. Assim, chegaremos ao novo rumo da pecuária leiteira brasileira.
MARCELO TAVARES PINHEIRO

CAMPOS DOS GOYTACAZES - RIO DE JANEIRO - INSTITUIÇÕES GOVERNAMENTAIS

EM 14/08/2006

Penso que uma boa gestão consegue sim, "tirar uma propriedade do vermelho" ao indicar caminhos que a permitam trabalhar com custos compatíveis com os preços de mercado daquilo que ela produz. Na verdade, uma boa gestão irá garantir que bom índices zootécnicos sejam atingidos a partir de um pacote tecnológico mais adequado à propriedade em questão.

Desta forma, na verdade, uma propriedade que apresente intervalo de partos alto, falta de boas pastagem para alimentar o gado, entre outros, é uma propriedade com falha na gestão.

Portanto, entendo que técnica e gestão são as duas faces de uma mesma moeda, a moeda do sucesso do empreendimento agropecuário. Têm mesmo peso e importância, cujo objetivo (comum) é o de garantir o sucesso de um negócio.

Sendo assim, a propriedade deve ser encarada como uma empresa, do setor agropecuário, mas (sempre) uma empresa.
LEOVEGILDO LOPES DE MATOS

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 10/08/2006

Concordo com as colocações do Sr. Cácio de Paula. Virou moda creditar todas as mazelas da produção leiteira à gestão, como se acompanhamento e gestão pudesse tirar do vermelho aqueles que trabalham com seus custos de produção acima do que remunera o mercado. Não tem como separar gestão dos aspectos tecnológicos.

Infelizmente para nossos consultores, os produtores de uma maneira geral não querem saber de informações que mostrem que eles têm que evoluir tecnicamente. Eles não querem mais informações sobre produção e utilização de forragens, manejo e adubação de pastagens, e sim informações de mercado, algumas tecnologias mirabolantes que eles nunca poderão utilizar.

Em suma, qualquer assunto "de fora da porteira" são atrativos, mas o rebanho continua passando fome, sem pastagens; sem forragem para o inverno e período seco, ele compra volumoso de terceiros. O rebanho mostra o desastre, com intervalo de partos acima de 15, muitas vezes acima de 20 meses, e eles só querem saber de mercado, perspectivas futuras, protocolos de inseminação em tempo fixo e comprar novas vacas e novas novilhas, muitas vezes em leilões que praticam preços que o leite nunca poderá cobrir.

A principal atividade do pecuarista, seja ele produtor de carne ou leite, é a produção de forragem na propriedade. Com um bom pasto, o leite e a carne são conseqüências desse trabalho.
CÁCIO RIBEIRO DE PAULA

PIRACANJUBA - GOIÁS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 09/08/2006

É impossível, na pecuária leiteira, separar aspectos técnicos de aspectos gerenciais, como posicionou bem o Prof. Sebastião Teixeira.

Gostaria de aproveitar a oportunidade para discordar do resultado da enquete recente do MilkPoint, onde mais de 70% dos participantes consideraram gerenciamento (com ênfase ao controle de custos) em grau de importância maior que técnica. Seria mais adequado que houvesse uma terceira opção, onde gestão e técnica têm a mesma relevância (por isso não votei).

Coloque um especialista em gestão, sem qualquer conhecimento técnico, para gerenciar uma empresa que explora a atividade leiteira. Qual seria a chance de bons resultados econômicos?

Faz-se mister destacar ainda que gestão não é apenas acompanhamento de custos, mas são também as ações abaixo descritas, dentre inúmeras outras:

1) comprar insumos em momentos em que se consegue a melhor relação de troca litros de leite/unidade de insumos.

2) formular a dieta mais adequada técnica e economicamente, utilizando, sempre que possível, alimentos concentrados alternativos (sorgo, caroço de algodão, casquinha de soja, polpa cítrica). Aqui, são requeridos conhecimentos sólidos em nutrição de ruminantes. Em rebanhos mais produtivos, se conseguem os maiores ganhos econômicos através da manipulação adequada da dieta, sem comprometer o desempenho animal.

3) ser eficiente na produção de volumosos, o que implica em menor custo no item alimentação(normalmente de maior peso).

4) propiciar o máximo de conforto aos animais, uma vez que não há gerenciamento de custos que anule perdas decorrentes da exploração em condições de manejo onde não se busque minimizar os danos provocados por fatores abióticos (calor) e bióticos (carrapato, por exemplo).

Grato pelo espaço concedido.

Saudações,

Cácio.
ELIO QUIRINO DA SILVA

BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 08/08/2006

Infelizmente ainda estamos caminhando a passos lentos quando se trata de educação e informação ao produtor de leite. Ele tem dificuldades de evoluir por si só, e ainda não encontra o apoio necessário nas entidades das quais ele participa ou é sócio, como exemplo, as cooperativas.

Essas se preocupam em manter-se bem estruturadas e organizadas, mas deixam para segundo plano o seu maior patrimônio. Todos nós sabemos que seria praticamente impossível trabalhar sem elas, porém, deveriam dar maior prioridade para a educação dos sócios ligados à atividade leiteira, bem como às pessoas que ainda se encontram na zona rural e dependem de trabalho para sobreviver!

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