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O que representam os trópicos na produção mundial de leite

POR DUARTE VILELA

ESPAÇO ABERTO

EM 05/07/2004

4 MIN DE LEITURA

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A produção mundial de leite em 2003, registrada no quadro abaixo, foi de aproximadamente 600 bilhões de litros de leite, sendo 85% provenientes de vacas e o restante, ou seja, aproximadamente 15%, de outras espécies, como búfala, cabra, ovelha e camela. Contudo, nos trópicos a participação destas espécies foi de 63,3%, sendo a principal responsável pela taxa de crescimento da produção mundial, que tem sido de 1 a 2% nos últimos anos. Apesar da relevância da participação dessas espécies no contexto tropical, sua importância é regional e não tem peso no comércio internacional de lácteos.
 


A evolução da produção de leite nos países localizados entre os Trópicos de Câncer e de Capricórnio, aproximadamente 22º de Latitudes Norte e Sul, pode ser observada abaixo, segundo dados da FAO(2004).

 


Da produção mundial de leite de vaca registrada em 2003, aproximadamente 507 bilhões de litros de leite, os 108 países localizados nos trópicos responderam por 22,1%, ou seja, aproximadamente 112 bilhões de litros. Destacam-se aqueles localizados na Ásia e na América do Sul, que, além de serem os que registraram as maiores taxas de crescimento na década, 39,7 e 36,8%, responderam com 36,1 e 31,1% da produção total dos países tropicais, respectivamente. O Caribe e a América Latina (Sul e Central) tropical, ou melhor, os países situados até 22º de Latitude Sul, responderam por 43,6% do total produzido pelos países tropicais, e têm projeção de continuar a crescer. O principal motivo será a expansão no consumo doméstico, notadamente no Brasil, assim como os baixos custos de produção, deixando-os competitivos para a exportação.

A produção mundial de leite tende a crescer em todos os países, capitaneado pelo aumento do número de vacas em lactação e pelo aumento da produtividade, sendo esta decorrente dos avanços na nutrição e na genética. Contudo, os países em desenvolvimento têm sido, assim como serão nas próximas décadas, os responsáveis pelas maiores taxas de crescimento da produção, devido, principalmente, à evolução do número de vacas ordenhadas. Nos países desenvolvidos do Hemisfério Norte, projeta-se redução no tamanho do rebanho, imposta pelos elevados índices de produtividade já alcançados e por política na qual limita a produção por sistema de cotas.

No período entre 1994 e 2003, enquanto a evolução da produção mundial do leite foi de 9,98%, o total dos países tropicais foi de 34,6%, indicando maior taxa de crescimento da produção nestes países, em relação àqueles situados em condições de clima temperado. Isso poderá levar, a longo prazo, uma supremacia desses países no contexto mundial de lácteos; de um lado, pela maior competitividade do leite produzido por eles, por outro, pela maior pressão de organismos não-governamentais contra a poluição do meio ambiente, causada por sistemas intensivos de produção de leite, principalmente os sistemas de confinamento, e ainda pela pressão da Organização Mundial do Comércio-OMC para acabar com o subsídio nos países desenvolvidos, assim como a imposição política para limitar a produção por mecanismo de cotas nos países do Hemisfério Norte.

Na América do Sul, destaque para a produção de leite do Brasil, que em 2003 produziu 23,3 bilhões de litros, seguido por Colômbia e Equador com 6,0 e 2,2 bilhões, respectivamente. Na América do Norte (México), América Central e Caribe, destaque para o México, com 9,8 bilhões, e Costa Rica, com 790 milhões de litros por ano. No Caribe, Cuba, que se destacou na década passada, hoje apresenta declínio na produção, proporcionado pela redução do número de animais. Na África, desponta-se a produção do Sudão, com 3,2 bilhões. Na Ásia, a Índia, com 36,5 bilhões, seguida pelo Paquistão com 8,6 bilhões, e na Oceania, a Austrália, com 10,6 bilhões de litros de leite por ano.

O Brasil deverá continuar a crescer a produção de leite nessa década, alavancado pela competitividade e expectativa de dobrar as exportação de produtos lácteos que, já em 2004, conseguiu no primeiro quadrimestre, pela primeira vez em sua historia, superávit na balança comercial do setor. Até dezembro esperam-se vendas externas acima de U$ 100 milhões. O México, um dos maiores importadores de lácteos do mundo (só perde para a Argélia), deverá continuar a importar lácteos apesar da expectativa de crescimento da produção nessa década. Porém, não atenderá à demanda para consumo interno, que está em franco crescimento pelo aumento do poder aquisitivo da população.

A Costa Rica, um país emergente da América Central, apresentou um aumento de 68% na produção de leite na última década e se estabelece como um país exportador de lácteos. É o terceiro país exportador da América Latina e que tem a maior produção per capita da região. Já a Índia, com a segunda maior produção mundial de leite, continuará crescendo, registrando aumento de 72,2% na última década. Caracteriza-se como um país que projeta aumento no consumo interno e na exportação para a região, principalmente países sem grandes exigências sanitárias.

Na África, o Sudão se destaca como o país de maior produção de leite, seguido pelo Quênia e Etiópia. A África projeta-se crescimento na produção, porém a taxas mais baixas do que a registrada em outras regiões tropicais, reflexo das condições econômicas pouco favoráveis, assim como a difícil situação de guerra e pós-guerra civil em alguns países e em outros, clima não-favorável à exploração leiteira.

Na Oceania, a Austrália, apesar de sérios problemas climáticos com períodos de seca prolongados, cresceu na última década 78,2%. Grande parte de sua produção vem da região litorânea ao sul do país, que apresenta clima subtropical. Deverá continuar a crescer a produção, capitaneada pelas exportações de lácteos, que corresponde a mais de 50% da produção do país, com vantagens comparativas pela qualidade dos produtos e pelo custo de produção competitivo, predominantemente a pasto, um dos mais baixos do mundo.

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