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Leite no Sul rende três vezes mais que arrendar a terra

VÁRIOS AUTORES

ESPAÇO ABERTO

EM 07/10/2011

3 MIN DE LEITURA

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Para avaliar o custo de oportunidade do produtor de leite, pesquisadores do Cepea compararam a receita que seria obtida caso o produtor optasse por arrendar a área que destina ao leite com a receita que ele tem obtido com a atividade leiteira - outras formas de se analisar o custo de oportunidade também poderiam ser adotadas. No Sul do País, por exemplo, a receita operacional (receita bruta menos custos operacionais) obtida com o leite pode ser comparada com o montante que o produtor receberia se arrendasse a terra para a produção de grãos; em São Paulo, a alternativa poderia ser o arrendamento para cana-de-açúcar, explicam os pesquisadores.

Na produção de leite - bem como nas demais atividades econômicas -, os retornos aos investimentos devem ser atrativos o suficiente para compensar esse custo de oportunidade.

O Gráfico 1 mostra a diferença entre a margem bruta (renda obtida com leite e com a venda de animais no ano menos os Custos Operacionais Efetivos - COE) por hectare agricultável entre janeiro e julho de 2011 e o valor do arrendamento para a principal atividade alternativa (custo de oportunidade) nas regiões onde o Cepea, com o apoio da CNA, fez painéis de custo de produção leiteira.

As pesquisas mostram que, no Sul do País, a margem bruta da pecuária leiteira supera, pelo menos, em quase três vezes o valor do arrendamento da terra para outra atividade. "Evidencia-se nessa região o potencial de crescimento da produção leiteira, tendo em vista sua rentabilidade frente à das principais opções", interpreta a pesquisadora Aline Barrozo Ferro, do Cepea.

Em Goiás, duas das três regiões pesquisadas apontaram vantagem para a pecuária leiteira em relação ao arrendamento. Apenas em Piranhas, no noroeste goiano, a margem bruta com leite ficou 45% abaixo do valor médio de arrendamento da região.

Em Minas Gerais, duas das cinco regiões analisadas apresentaram desvantagem na produção leiteira frente ao arrendamento da terra para a principal atividade alternativa.

Por outro lado, em todas as regiões de São Paulo (Fernandópolis, Guaratinguetá e Mococa), a margem bruta com a pecuária leiteira ficou abaixo do valor do arrendamento para a principal atividade alternativa; na média, a desvantagem foi de 64%, informa a equipe Cepea.

Gráfico 1 - Diferença entre renda bruta obtida pelo produtor de leite entre janeiro e julho/11 e o custo de oportunidade em cada região (valor do arrendamento da terra para a principal atividade alternativa), em percentual.


Fonte: Cepea/CNA. Elaborado pelo Cepea.

Conforme as pesquisas, o maior valor do arrendamento para a principal atividade alternativa - considerado-se, nesta análise, o maior custo de oportunidade - é observado no estado de São Paulo, justamente onde a produção de leite vem caindo nos últimos anos. Na principal bacia leiteira do estado (mesorregião de São José do Rio Preto), a produção de leite caiu 5% entre 1999 e 2009, segundo dados do IBGE. No Vale do Paraíba Paulista, a queda chegou a 17% no período. Entre os motivos para o maior valor do arrendamento, conforme pesquisadores do Cepea, está o elevado grau de infraestrutura, que valoriza a terra nesse estado, além do avanço dos canaviais e da instalações de usinas sucroalcooleiras, que acabam competindo por mão-de-obra e por terra.

No estado paulista, o valor do arrendamento da terra para cana-de-açúcar, segundo dados do IEA (Instituto de Economia Agrícola), aumentou, em média, 3% ao ano entre 2000 e 2010, enquanto o preço do leite cresceu 2% ao ano, conforme dados do Cepea. Essas taxas são reais, ou seja, representam aumentos acima da inflação do período. De 2008 a 2010, entretanto, enquanto o valor do arrendamento para cana aumentou 12% em termos reais, o preço médio do leite caiu 7%.

Conforme os pesquisadores do Cepea, em regiões mais desenvolvidas em termos de infraestrutura, com maior número de agroindústrias e mais próximas de grandes centros consumidores (especialmente no Sudeste e Sul do País), tende a haver maior demanda por terras e, consequentemente, valorização deste ativo. Diante disso, destacam os pesquisadores, é preciso que haja um maior grau de eficiência produtiva para que a atividade leiteira seja sustentável e competitiva nessas regiões, já que o custo de oportunidade é elevado.

Observação: Essas análises constam da edição especial do Boletim do Leite nº 200.

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GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 10/10/2011

Prezados Aline, Paulo e Isadora: Parabéns pela análise. Concordo com o Marcos Salazar. Produzir leite é bom negócio. Mas, precisa, como em outro veio comercial qualquer, ser conduzido com profissionalismo. E, profissionalismo, caro Marcos Salazar, quer implicar, também, em batalha por melhor remuneração. Aspecto outro interessante, que está a merecer comento, é o relativo à venda de genética. Esta, atualmente, a grande jogada da pecuária leiteira, seja a nível doméstico seja no internacional. Destaque merece a comercialização de embriões. Todavia, este veio reclama gado de elite puro, registro genealógico, criação exemplar de bezerras e novilhas, capacidades técnica e administrativa.  Ou seja, profissionalismo. É muito mais fácil arrendar a terra e ir passear. E, como estamos no país do mais fácil, para que se esforçar, não é mesmo? Por isso, leite a pasto, produções pífias, pouca qualidade, baixa remuneração.


Um dia, será que vamos acordar?


Um abraço,








GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO


FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG
ALINE BARROZO FERRO

PIRACICABA - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 10/10/2011

Olá, Marcelo,


O custo de oportunidade considerado na região de Leopoldina foi o aluguel de pasto.





Patrick, qualquer dúvida sobre a pesquisa, pode também entrar em contato com o Cepea pelo email leitecepea@esalq.usp.br.





Obrigada,





Aline Ferro
CACIANO PANIS DE BRITO

IJUÍ - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 10/10/2011

Ola Marcos





Muito boa a tua colocação , bom que  fosse se todo mundo pensasse assim, precisamos urgentemente de uma politica seria para o setor leiteiro.....
MARCOS SALAZAR DE PAULA

LIMA DUARTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 09/10/2011

Simples, tudo dá mais que leite!

Sobraram os morros e pequenas propriedades. Por isto, a "moda" dos piquetes.

Será que, agora, dá para entender a falta de profissionalismo? Anos de cartéis imediatistas e falta de políticas sérias levaram a este quadro! Haja marqueteiros travestidos de técnicos para convencer produtor a investir ma área! Parece que já não estão dando conta.

Que tal remunerar decentemente o produtor profissional?
PATRICK BRAUNER

BOM DESPACHO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 07/10/2011

Sou produtor de leite de Bom Despacho - MG,  além disso sou zootecnista e gostaria de saber mais informações sobre a pesquisa, principalmente da minha região, onde posso conseguir tais informações??





Patrick Brauner
MARCELO BIANCO

SERITINGA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 07/10/2011

Olá, muito interessante a comparação, acho que é de grande valia ter essas informações. Porém gostaria de saber qual foi o custo de oportunidade comparado na região de Leopoldina!?



Abs.

Marcelo Bianco

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