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Leite cru: paixão ou confusão?

ESPAÇO ABERTO

EM 23/01/2012

2 MIN DE LEITURA

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Nós somos o que comemos; entretanto, algumas coisas tão simples como colocar leite no cereal matinal requer uma explanação sobre uma série de opções - teor de gordura e lactose, probióticos, vitaminas A e D, homogeneização e pasteurização. A afirmação de que a pasteurização reduz o valor nutricional do leite é promovida por um pequeno, mas entusiasmado segmento de nossa sociedade.

De 2000-2008, 50 surtos de doenças nos Estados Unidos foram atribuídos ao consumo de leite cru. Em Michigan, surtos semelhantes ocorreram em 2010 e 2011.

Apesar dessa evidência, o que motiva os consumidores a arriscar a se expor a agentes patogênicos no leite cru? Uma pesquisa recente em Michigan revelou que as razões para preferir produtos de leite não pasteurizado são complexas, incluindo sabor e desejo de apoiar os produtores locais. Essas são escolhas pessoais que são difíceis de contradizer. A maioria dos participantes da pesquisa também percebeu que o leite cru "melhora" a saúde. Entretanto, o valor nutricional do leite pasteurizado não é diferente do valor do leite cru no que diz respeito a nutrientes como proteínas e minerais e, por causa da suplementação feita nos Estados Unidos durante o processamento, o leite pasteurizado tem adição de vitamina D.

Apesar das vendas públicas de leite cru não serem permitidas em Michigan, os consumidores podem se tornar donos parciais de animais leiteiros, através dos programas chamados "cow-share" (compartilhamento de vaca, em uma tradução livre). Os donos podem observar pessoalmente a ordenha, instalações e cuidados com os animais, garantindo a eles a fonte e a qualidade do seu leite. Embora seu interesse seja admirável, a maioria dos consumidores não é capaz de avaliar a qualidade do leite produzido na fazenda.

A presença de bactérias no leite e as anormalidades clínicas que resultam da mastite são inconsistentes. Dessa forma, não existem formas não laboratoriais de garantir que o leite está livre de bactérias patogênicas do úbere. Além disso, mesmo nos melhores rebanhos, a contaminação do leite cru ocorre durante e depois da ordenha. Um estudo do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) em 500 fazendas leiteiras mostrou que 14% e 7% das amostras de leite continham várias cepas de Samonella spp. e Listeria spp., respectivamente. Além disso, os rebanhos que comercializam leite para venda ao público em Michigan precisam estar dentro dos padrões "Grade A" que incluem inspeções na fazenda e avaliação laboratorial de qualidade. Nenhum padrão é imposto aos produtores de leite cru, de forma que a compra de leite cru é um mercado muito mais de cuidado do comprador.

No final, é difícil argumentar sobre gostos pessoais e emoções que motivam as pessoas a escolher os alimentos que consomem. Em uma sociedade que permite o fumo de cigarro, o consumo de álcool e uma aprovação subentendida da velocidade dos carros, é difícil proibir as pessoas de assumirem riscos, se estão dispostas a aceitar as consequências. Embora o consumo de leite cru apresente uma forma de roleta culinária para todos os consumidores, o conceito de consentimento informado não é aplicável para as crianças. Ironicamente, o segmento da população que mais se beneficia das vantagens dietéticas do leite e outros produtos lácteos é o que tem mais riscos de consequências prejudiciais do consumo do leite cru.

O artigo é de Ron Erskine, do Departamento de Ciências Clínicas de Grandes Animais da Universidade do Estado de Michigan, publicado no www.dairyherd.com. Traduzido e adaptado pela Equipe MilkPoint.

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MARINA MALUHY

EM 21/09/2016

Depois de muito estudar nutrição e engenharia de alimentos, adotei uma regra simples na minha alimentação: qto menos intermiediários existirem entre o produtor e minha mesa, melhor. Apesar de todos estes supostos "estudos" promovidos pela industria dizerem q o produto deles é melhor, uma coisa é fato, a população nunca esteve tão doente e nunca houve um surto tão gde de câncer. Estou velho para acreditar em coincidências. Lembrem q qdo surgiu o cigarro, a industria divulgou, na época, diversos estudos dizendo que era benéfico pra saúde.
ANDREA TROLLER PINTO

PORTO ALEGRE - RIO GRANDE DO SUL - PESQUISA/ENSINO

EM 15/06/2012

Caros.

Na qualdiade de médica veterinária, professora de Inspeção e tecnologia de leite me assusta um pouco o posicionamento de alguns que dizem que leite pasteurizado não é leite, ou é fraco, ou não é digerível ou mesmo não possui seus componentes. Quem sabe se não é por isso que o consumo de refrigerante é maior que o do leite? Acho necessário estudar, conhecer, pesquisar. Notícias de que o leite é cheiod e conservantes, não possui nutrientes apenas servem para fazer com que haja mais recusa do produto. É claro que existem problemas, mas temos que ter a consciência de que isso é a exceção e NÃO a regra.


GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 15/06/2012

Prezados Senhores: Num País como o nosso, onde o descaso com a saúde pública é fato irrefutável, liberar o comércio do leite cru é condenar à enfermidade milhões de pessoas. Sou produtor de leite e tenho coragem de tomar, "in natura", o leite que produzo, porque sei de sua qualidade irrepreensível. Mas, não sou tão destemido quando se trata de ingerir leite produzido por outros produtores, porque não posso dizer que estes têm a mesma acuidade com sua produção como eu. Deflui daí que não é o leite o vilão da história, mas, sim, quem o produz. Quem pode, como eu, sem medo, retirar o alimento direto da vaca e tomá-lo ainda quente, conhece o que é leite, porque o que se compra no supermercado é apenas um simples arremedo, sem gosto, sem vitaminas, sem gordura, sem vergonha.  Mas, retroceder, pelo menos no Brasil, e permitir a não pasteurização do líquido precioso, é uma enorme temeridade. Finalmente, é preciso dizer que não é só a pasteurização que miniminiza os atributos do leite, mas, também, a retirada de gordura, que decepa, com certeza, a qualidade final do produto e a adição de diversos elementos conservantes, que o transfornam em um líquido branco qualquer, menos o que se anuncia na embalagem.

GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG

=HÁ SETE ANOS CONFINANDO QUALIDADE=
OTÁVIO DOLTZ

NATAL - RIO GRANDE DO NORTE - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 14/06/2012

O leite pasteurizado mantém os nutrientes do leite cru. É verdade. Mas como o nosso organismo vai absorvê-los se as enzimas que fazem essa função foram destruídas?
JORGE ANTONIO LOEBENS

VERA CRUZ - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 24/01/2012

Lá se vão 20 anos que saí da Universidade e me recordo de professor que dizia que nós brasileiros éramos acostumados a tomar um líquido amarelado que achávamos se  tratar de leite. Imagina se não fosse pasteurizado. Nas saídas de campo, quando visitávamos as propriedades que eram acompanhadas por este mesmo professor ele nos obrigava a passar no resfriador e tomar um copo de leite(cru), Confesso que era gostoso, principalmente nos dias de calor.De qualquer forma uma coisa me parece óbvia: leite cru somente onde existe um controle sanitário rigorosíssimo antes e durante o seu processo de obtenção. Na cidade em que atuo(Santa Cruz do Sul) existe uma tradição em comércio de leite in natura, inclusive com embates entre Ministério Público e os órgãos de fiscalização e não por acaso o município tem um índice de 47 casos de tuberculose humana para cada 10.000 hab.(o índice dos países que tem um bom controle tem em torno de 6 casos para cada 10.000). Onde existe sistema público de saúde universal (SUS) e quem paga a conta é o governo, leite somente pasteurizado. Quem quiser tomar leite cru que assuma a responsabilidade de pagar eventual conta posterior.
ANDREA TROLLER PINTO

PORTO ALEGRE - RIO GRANDE DO SUL - PESQUISA/ENSINO

EM 23/01/2012

No mundo globalizado começa a haver uma rejeição a tudo que foi desenvolvido e criado nos anos passados, e isto é muito perceptível no consumo de alimentos. Esta tendência se espalha pelo mundo afora, a despeito de todo o conhecimento científico e desenvolvimento tecnológico. Vai longe o tempo da implantação da obrigatoriedade da pasteurização do leite. São comprovadas a sua eficiência sanitária e a perda não significativa de nutrientes neste processo térmico. Se compararmos o aumento da inocuidade conferida pela pasteurização do leite com as perdas nutricionais, mais ainda percebe-se a importância do processo térmico. O leite cru, vendido diretamente ao consumidor fica a margem de qualquer tipo de controle sanitário. Expõe o consumidor ao risco de doenças e ao consumo de leite impróprio como aquele cujos animais foram tratados com antibióticos e outros medicamentos veterinários.
JOSEPH CRESCENZI

ITAIPÉ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 23/01/2012

Irrelevante os motivos dos consumidores nesta questão. O fato é que grande número de Americanos discordam com o governo dando palpite no que um cidadão de um país livre deve ou não deve consumir na forma de alimento. Governo tem apenas obrigações, enquanto o cidadão tem direitos é o conceito fundamental desta polemica.

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