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Consumidor reclama, produtor agradece aumento do UHT

ESPAÇO ABERTO

EM 29/06/2005

3 MIN DE LEITURA

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Por Leandro A. Ponchio1 e Humberto F. S. Spolador 1

Até o momento, as exportações não têm interferido significativamente nos preços pagos aos produtores, conforme artigo publicado na edição anterior do Boletim do Leite (nº 132). O principal impacto na formação de preços ao produtor vem mesmo do leite UHT (Ultra High Temperature).

A importância deste leite (Longa Vida) é inegável. Atualmente, só 20% da produção formal é comercializada na forma UHT, mas o produto está presente em 80% dos domicílios brasileiros, enquanto que o pasteurizado é consumido com freqüência em apenas 49% dos domicílios. No País, pouco mais de 73% do consumo de leite fluido é na forma do leite Longa Vida, segundo a Associação Brasileira de Leite Longa Vida.

Dada essa importância, é necessário calcular com precisão o real impacto deste produto sobre os preços ao produtor bem como a influência dos valores recebidos pelos produtores sobre o valor do UHT. Em outras palavras, qual seria a variação nos preços ao produtor dada uma variação nos preços do leite longa vida e vice-versa?

Os primeiros resultados, apresentados na tabela abaixo, de fato, confirmam a influência bidirecional entre os preços das principais praças produtoras e o leite UHT. Ou seja, ao mesmo tempo em que o preço do leite UHT influencia o preço ao produtor, este por sua vez, também influencia o preço do leite UHT.

Os cálculos mostram que os efeitos dos preços do leite ao produtor, em todos os estados analisados, interferem por até três meses sobre os preços do UHT. Já o preço do leite UHT exerce influência, no máximo, em um mês sobre os preços ao produtor.

Isso significa que uma variação nos preços ao produtor de três meses atrás ainda influencia os preços do leite UHT no mês corrente, enquanto que os preços do leite UHT interferem, no máximo, até o mês anterior no preço pago ao produtor no mês atual.

Essa influência bilateral varia de estado para estado. Em São Paulo, um aumento de 10% nos preços pagos ao produtor leva a uma variação de 2,3% no preço do leite UHT comercializado também neste estado. Já em Minas Gerais, responsável por 26% da produção leiteira do País e com mais de 470 laticínios sob inspeção federal, estima-se que uma alta de 10% do preço ao produtor motiva o reajuste de 3,2% no preço do leite UHT vendido no mercado paulista, capital e interior, que é o principal do país.

Do outro lado, a valorização de 10% do longa vida em Minas impacta em 5,2% nos preços pagos aos produtores. No estado de SP, em resposta à elevação de 10% do UHT, o preço ao produtor aumentaria 6,8% em média. Isso mostra a forte influência deste leite fluido na formação de preços ao produtor em todos os estados analisados, RS, PR, MG e GO, além de SP.

Ressalta-se que em casos de diminuições dos preços, os impactos se dão na mesma proporção que nos casos de alta.

Tabela 1: Elasticidades de transmissão entre os preços do leite UHT e os pagos ao produtor nos principais estados produtores



Fonte: Elaboração dos autores (Cepea/Esalq-USP)

Outra constatação interessante é a influência que os preços do UHT em São Paulo exercem sobre os preços de outros estados, até mesmo no Rio Grande do Sul. Isso mostra uma forte integração do mercado nacional na formação de preços do longa vida, o que se dá principalmente pelas características comerciais deste produto, facilidade de transporte e armazenagem.

Esses resultados confirmam a força que o leite longa vida tem sobre os preços ao produtor, o que influência diretamente na sua receita bruta. Por outro lado, produtores não têm a mesma força sobre os preços do leite UHT, devido principalmente à grande concorrência dos vendedores de longa vida (laticínios/cooperativas) no mercado varejista.

Vale analisar ainda as diferentes intensidades da transmissão dos preços do UHT aos pagos aos produtores de diferentes estados. No Paraná e em Goiás, ocorre um repasse sensivelmente alto nos preços aos produtores; ao passo que no Rio Grande do Sul e em Minas Gerais, a transmissão é menos intensa. Um dos prováveis fatores para o maior repasse é a concorrência acirrada dos laticínios por produtores. Outro ponto que também pode favorecer para o maior repasse é a forte presença de cooperativas no mercado de leite.
________________________________
1 Leandro A. Ponchioe Humberto F. S. Spolador são pesquisadores do Cepea



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FAQUINI

CURITIBA - PARANÁ - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 30/06/2005

Se o cenário econômico continuar do jeito que está, não haverá muitas empresas processadoras de Leite UHT para os produtores agradecerem.



O custo de processamento deste produto atualmente é extremamente alto para as Indústrias, tornando muito difícil obter boa rentabilidade.



Considere se também, que com o câmbio baixo, a exportação está reprimida, e com isto boa parte do leite que seria industrializado como leite em pó e leite condensado, está sendo direcionado para plantas UHT, aumentando demasiadamente a oferta de produto.



O câmbio baixo também favorece importação, tanto de produtos lácteos para mercado industrial ( leite em pó 25 kg, manteiga em blocos, etc), como para consumidor final ( leite em pó fracionado, queijos, manteiga em tabletes e até leite longa - vida!!!).



Prova disto é que temos hoje leite UHT importado dos países do chamado "Mercosul", sendo comercializado à R$ 1,05/litro em Supermercados Brasileiros. Estes países têm regime tributário e a situação de preço de leite ao produtor bem distintos da realidade brasileira.



Muitas empresas processadores de Leite UHT têm que se ver diante da seguinte situação: custo do leite R$ 0,65/litro + custo da embalagem R$ 0,36/unidade + custo de produção R$ 0,12/litro = R$ 1,13 / litro de produto acabado, e ainda têm custos de logística, comissão sobre vendas, despesas administrativas, despesas com propaganda e divulgação, etc, etc, etc,...



Muitas empresas processadores de leite UHT fecharam as portas nos últimos anos, e se o cenário econômico continuar do jeito que está, haverá mais, e com isto mais desemprego...



O poder aquisitivo,hoje, da população não tem como absorver a enorme quantidade de despesas que há, pois com a evolução tecnológica e ampliação das "necessidades" de consumo, temos mais gastos do que há alguns anos atrás, entre estes: contas de celulares, contas de internet, fitas de DVD, despesas com viagens ( pedágios, impostos, alta do petróleo - combustível caro, etc. ), custo de educação, etc, e com isto a população se alimenta menos, e gasta mais com outras atividades, além disto existe uma má educação alimentar de modo generalizado, aonde não se valoriza os alimentos a base de leite, e sua importância para o organismo humano na absorção de cálcio, vitaminas, proteínas, aminoácios, etc.



O custo da formulação de um litro de refrigerante é em torno de R$ 0,08 / litro...

e muita gente paga mais caro em um litro de refrigerante, do que em um litro de leite.

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