ESQUECI MINHA SENHA CONTINUAR COM O FACEBOOK SOU UM NOVO USUÁRIO
FAÇA SEU LOGIN E ACESSE CONTEÚDOS EXCLUSIVOS

Acesso a matérias, novidades por newsletter, interação com as notícias e muito mais.

ENTRAR SOU UM NOVO USUÁRIO
Buscar

Cana-de-açúcar para indústria: o quanto vai precisar crescer

POR SÉRGIO ALVES TORQUATO

ESPAÇO ABERTO

EM 05/10/2006

5 MIN DE LEITURA

18
0
A demanda crescente nos mercados interno e externo por combustíveis renováveis, especialmente o álcool, atrai novos investimentos para a formação de novas áreas de cultivo da cana-de-açúcar para indústria. A maioria desses investimentos é nacional, formada de grupos com larga experiência no setor e que já possuem outras usinas no Brasil, o que confirma a tendência concentradora do setor canavieira.

Existem também, em pequeno número, investidores principiantes com muita vontade de entrar na atividade canavieira atraídos pela "febre" do álcool e pela possibilidade de lucros extraordinários. Entretanto, cerca de 5% do total são de investimentos de grupos internacionais com experiência na produção de açúcar, bem como de fundos de investimentos sem experiência específica na atividade. Estima-se que só no Estado de São Paulo venham a ser investidos cerca de R$10 bilhões nos próximos cinco anos.

O crescimento da área de cana para indústria tem superado as fronteiras das regiões e dos estados mais tradicionais no plantio da matéria-prima. São os casos da região da zona da mata no nordeste brasileiro, distribuída nos estados da Paraíba, Pernambuco e de Alagoas, e das regiões de Piracicaba e de Ribeirão Preto no Estado de São Paulo.

Os novos investimentos avançam em áreas da região centro-oeste, nos estados de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás. No sul do Brasil, o Paraná já é o segundo maior produtor de cana-de-açúcar do país. No sudeste brasileiro, a forte expansão em São Paulo dá-se no noroeste e no oeste do Estado, com cerca de 39 novas usinas. Com Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo, bem como Bahia e Maranhão no nordeste do Brasil, chega-se a cerca de 90 novos projetos (UNICA).

A oferta mundial de álcool (carburante e industrial) para 2006 deve ficar em torno de 48 bilhões de litros/ano. Desse total, o Brasil participa com 35,4%, um aumento de 4,35% em relação a 2005, que registrou um volume de 46 bilhões de litros/ano. Na comparação com 2004, este percentual sobe para 13,7%, já que aquele ano registrou um volume de 42,2 bilhões de litros. Este aumento da oferta é reflexo do crescimento da produção de etanol nos Estados Unidos a partir do milho, da oferta brasileira de álcool e de maior demanda por combustíveis renováveis.

Com esse forte incremento na demanda por etanol, a área estimada para a safra de cana 2015/16, no Brasil, deve ser de 12,2 milhões de hectares. O país produzirá cerca de 902,8 milhões de toneladas de cana-de-açúcar para indústria, o suficiente para gerar cerca de 36 bilhões de litros de álcool.

Para estimar a área e a produção de cana-de-açúcar, foram utilizadas variáveis como preço e demanda de açúcar e álcool nos mercados interno e externo, preço da terra, produtividade varietal e de processos. O desenvolvimento de tecnologias para produção de álcool a partir do uso da palha e do bagaço, através de hidrólise, pode alterar para baixo a estimativa de expansão da área de cana para indústria. Outra variável que precisa ser avaliada é a disponibilidade de mão-de-obra e a capacidade do setor metal-mecânico de fornecer máquinas colhedoras próprias para a cana-de-açúcar.

No entanto, algumas variáveis externas podem arrefecer a expansão, como o atraso na implantação de programas de uso de etanol e barreiras protecionistas em países da Europa; as barreiras econômicas para a entrada do álcool nos EUA, como argumento de proteção aos seus produtores - este país tem buscado sua auto-suficiência na produção de etanol com a utilização do milho e, principalmente no futuro, com a hidrólise celulósica -; o preço e a demanda por açúcar no mercado internacional e as barreiras técnicas.

Algumas intempéries podem ocorrer ao longo do tempo, tais como superprodução, que gera queda nos preços; queda abrupta no preço do petróleo (pouco provável); e novas tecnologias para produção de combustíveis verdes. O que vai prevalecer, no entanto, é a necessidade de substituição das fontes fósseis por outras mais limpas e renováveis. Nesse sentido, o álcool está no topo dessa lista como uma alternativa viável ao petróleo e que por isso mesmo está impulsionando o avanço canavieiro dentro e fora do Brasil. Estima-se que no futuro cerca de 20% do consumo de combustíveis sejam a partir de biomassas energéticas.

O mais provável, segundo o cenário atual, é a concretização da expansão da área canavieira no Brasil, devido à grande avidez dos mercados de EUA, Japão e Europa por biocombustíveis.

A estimativa de expansão da área de cana-de-açúcar no Brasil, se confirmada, significa mais que dobrar a área atual nos próximos 10 anos. Esta expansão se dará de forma contínua e linear nos próximos anos, visto que, da agregação da terra até sua produção, são decorridos pouco mais de dois anos. Além disso, a aprovação da licença ambiental do projeto leva um certo tempo (gráfico 1).

Gráfico 1 - Estimativa de crescimento da área plantada no Brasil com cana para indústria para produção de álcool e açúcar no período de 2006/07 a 2015/16


Fonte: Estimativa do autor

O Estado de São Paulo, em 2006, responde por 60,7% da área total de cana-de-açúcar para indústria no Brasil. Em 2015, esta participação poderá cair para 54,9% devido, principalmente, à maior disponibilidade e ao menor preço da terra em outras regiões. Além disso, poderá contribuir para a maior expansão no centro-oeste brasileiro a melhoria da logística de escoamento da produção (gráfico 2).

Gráfico 2 - Estimativa da área de cana para indústria para produção de álcool e açúcar em São Paulo no período de 2005/06 a 2015/16


Fonte: Estimativa do autor

Para atender à crescente demanda por etanol, a produção anual de São Paulo, que é atualmente o maior produtor e consumidor desse combustível, deverá ter um acréscimo de 71,5% nos próximos 10 anos.

A principal forma de expansão canavieira está ocorrendo por meio de arrendamento de terras. O crescimento da área de cana-de-açúcar para indústria no Brasil, em especial em São Paulo, tem avançado sobre áreas de pastagem que ficaram mais eficientes e, assim, utilizam menos terras para o mesmo tamanho de rebanho, desocupando mais áreas úteis. A cana também avança sobre algumas áreas outrora ocupadas por laranjais que, em alguns casos, ficaram menos rentáveis, bem como sobre o milho e a soja.

Essa "febre" na demanda por biocombustíveis, impulsionada pelo aumento no primeiro semestre de 2006 do preço da commodity açúcar, bem como por possibilidades de produção de energia elétrica a partir do bagaço da cana além de inúmeras outras finalidades, mostra que têm ficado mais rentável produzir ou arrendar terra para a cana-de-açúcar do que para algumas outras culturas. Isto pode ser verificado pelo aumento de 27,92% no preço da tonelada da cana para indústria, na safra 2005/06, em relação à safra anterior.

Portanto, a grande escalada de demanda por combustíveis renováveis nos mercados nacional e internacional abre espaço para uma expansão canavieira sem precedentes históricos no Brasil. Há quem diga que o Brasil vai virar um "mar de cana". Esse fenômeno também vem ganhando força em outros países da América do Sul, assim como na Ásia e na África, fortalecendo dessa forma o mercado de combustíveis renováveis.

Porém, algumas indagações precisam ser feitas. Qual é o mercado prioritário: o interno ou externo? O mercado definirá o preço e o volume a serem produzidos? Qual o papel do estado e da sociedade na definição dessas prioridades?

18

DEIXE SUA OPINIÃO SOBRE ESSE ARTIGO! SEGUIR COMENTÁRIOS

5000 caracteres restantes
ANEXAR IMAGEM
ANEXAR IMAGEM

Selecione a imagem

INSERIR VÍDEO
INSERIR VÍDEO

Copie o endereço (URL) do vídeo, direto da barra de endereços de seu navegador, e cole-a abaixo:

Todos os comentários são moderados pela equipe MilkPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração. Obrigado.

SEU COMENTÁRIO FOI ENVIADO COM SUCESSO!

Você pode fazer mais comentários se desejar. Eles serão publicados após a analise da nossa equipe.

FREDERICO PORTELLA

LINS - SÃO PAULO - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 10/01/2007

Essa matéria é super interessante. Nota 10.

Gostaria de receber mais informações sobre este assunto que está em evidencia no cenário do agronegócio da nossa região.
FRÂNCIS MÁRIS CRUZ

CÁCERES - MATO GROSSO - EMPRESÁRIO

EM 10/11/2006

Espero que em breve estejamos aproveitando e utilizando outras fontes de energia disponíveis na natureza, e hoje desperdiçadas.

Podemos citar algumas: energia solar, hidrogênio, descargas elétricas dos raios, o próprio oxigênio, a água dos oceanos etc.

Além do mais, deveremos ter outros tipos de transportes, ágeis, rápidos e sem usar os combustíveis fósseis, ou, o álcool, ou o biodisel, bem provável, que será o oxigênio, ou, energia solar, ou quem sabe uma pastilha de urânio enriquecido, a famosa energia nuclear, por que não?

Mas enquanto não vem estas tecnologias do futuro, temos que produzir, o que dispomos no momento, biocombustíveis.

É uma questão de sustentabilidade, ou nos conscientizamos que devemos proteger este planeta, ou vamos acabar com ele bem antes do que prevíamos.

Quanto ao negocio agropecuário, este, só terá valor quando faltar, é a lei do mercado.

Portanto vamos produzir álcool, e óleos vegetais combustíveis. Quando um litro de leite, estiver valendo mais que uma coca-cola, um kg de carne mais que uns litros de gasolina, aí sim, voltaremos a ser fazendeiros, produtor, sentir o prazer, orgulho, e a felicidade de ver um bezerro recém nascido correndo, saltando em nossas pastagens...
JOÃO PIRES CASTANHO

SÃO ROQUE - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE

EM 09/11/2006

Acredito que toda a discussão sobre o futuro da cana, seus custos e seus benefícios a curto e médio prazos, se a pecuária vai reagir ou não, hoje ficou em segundo plano para qualquer produtor rural, nós, principalmente pecuaristas, ficamos encurralados. Quem faz as contas com seriedade sabe que nos últimos anos vem acumulando prejuízos grandes com a atividade, e não podemos considerar recuperação de preços a arroba a R$ 60,00 como muitos apregoam, esse preço já tínhamos em janeiro de 2004, se corrigíssemos apenas pela remuneração da caderneta de poupança, hoje o preço da arroba no mínimo seria em torno de R$ 79,00, ainda assim teríamos uma situação não muito favorável, pois os custos de produção subiram bem mais que isso.

Isto posto, a recuperação real da arroba tornou-se uma utopia, a mudança para a cana, tornou-se uma necessidade, e não uma opção de gosto, também sou contra arrendar toda a propriedade, mas cada produtor vai ter que saber encontrar seu ponto de equilíbrio.

Enfim, nesse salve-se quem puder, tomara que tenhamos poucas baixas, mas algumas com certeza serão inevitáveis, o tempo que era nosso aliado na engorda da boiada, agora virou nosso pior inimigo, e também não esqueçamos que teremos mais 4 anos de governo Lula pela frente.
LUIZ HENRIQUE LEITE NOGUEIRA

JALES - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE

EM 02/11/2006

Uma questão econômica.

Historicamente, e olhe que isto vem desde o tempo do meu avô, já falecido mas nascido em 1898, portanto, histórico mesmo, quase pré-histórico na pecuária, existe um conceito de que a cada 4 ou 5 anos existe uma tendência de mudança no chamado "ciclo pecuário ".

Ora é a vez do boi, ora é a vez da vaca ou do bezerro, e assim passamos o século apreciando as nuances, ajustes e certezas do mercado, como quem se deita em uma rede e aprecia e conta com o nascer ou o pôr do sol todos os dias com ou sem chuva ou entupimento de coronárias.

Economicamente falando, me acho um analfabeto, minha mulher entende muito mais de fazer economia que eu, que sou considerado "mão aberta " com minhas vacas e "pão-duro" com minha família.

O movimento financeiro da uma empresa rural se baseia em principio no equilíbrio entre receita e despesas .Deste ítem podemos racionalizar as diferenças entre produção e produtividade.

Há 4 anos a nação foi surpreendida com um novo ciclo pecuário, o ciclo da "penúria pecuária" graças ao dejetos [projetos] econômicos desde a eleição de 2002.

A fazenda em si, como capital que tem um valor imobilizado, tem compromisso de gerar recursos financeiros que vão "remunerar " este capital imobilizado, onde, sem querer ser ganancioso, poderíamos imaginar algo entre 0,6 a 0,8 % ao mês do valor do patrimônio total. Isto sem falar da depreciação do equipamento, funcionando ou não que gira algo em torno de 5 % ao ano. Se funcionar com certeza vai quebrar ao enguiçar e a conta fica mais complicada.

Como o item despesas, podem ser fixas e variáveis, imagino que neste momento as despesas variáveis deixaram de existir, tipo - emenda a cerca com arame velho mesmo , deixa sem balancim, amarre a lasca quebrada em uma menor fincada ao lado, pintar a casa só com caiação e com os próprios peões , calcarear o solo nem pensar, controle de pragas só se for gafanhoto [que por enquanto não temos]. Curva de nível? que é isto? onde fica mesmo?

Compra de óleo Diesel que era em torno de 5.000 a 10.000 litros/ano para reforma de 1/7 das pastagens por ano, "credo", compra de sementes de pastagens, consorciamento com leguminosas? Para quê? O capim fica mais caro que o filé mignon, mão-de-obra eventual? Never...

Já no que diz respeito as despesas fixas, aqui provo que não entendo de economia mesmo. Salário de funcionários é sagrado, estou pensando em fazer como os romanos antigos e pagar com sal mineral mesmo. FGTS, INSS, FUNDERSUL, contribuições confederativas municipais, estaduais, federais, despesas com escritório de contabilidade, ITR [viu que gracinha virou este ano?] CCIR e tantas outras sopas de letrinhas sub-entendidas nas entrelinhas, mas com DARF superentendido em linha especifica, acrescido dos juros SELIC etc...etc...etc...

Meu caro dr. Amaury, nossa geração não viu conflito social que espero que a dos nossos filhos também não vejam.
AMAURY CORREA DA SILVA JUNIOR

CERQUEIRA CÉSAR - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 31/10/2006

Quando um homem sério como o Luís Henrique Leite Nogueira, da 2a. geração de médicos e pecuaristas de Jales, externa uma opinião que expressa a verdade, coisa difícil nestes momentos de Lula reeleito, cujo assecla foi eleito governador da Bahia, pregando que petistas tem e devem mentir, vejo que nós paulistas e produtores rurais que cumprem a função social da terra, qual seja, produzir com tecnologia, para gerar emprego e impostos, ou vamos para a cana ou entramos pelo cano.

Amaury Corrêa da Silva Junior
LINCOLN CORREIA

SÃO PAULO - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 27/10/2006

O uso da agroenergia é um fato consumado no Brasil. O potencial de utilização de óleos vegetais puros em motores ciclo Diesel é enorme e seu uso será uma contribuição do nosso país para o meu ambiente. Precisamos de um governo que não atrapalhe.

Quanto ao plantio de cana, milho, soja, exploração de carne e/ou leite é uma decisão soberana de cada produtor, aliada a uma boa gestão.
ANTONIO CELSO DA SILVA JÚNIOR

RIBEIRÃO DO PINHAL - PARANÁ - ESTUDANTE

EM 23/10/2006

É fato gente....o aumento pela procura de fontes renováveis de energia, ao meu ver, não pode mais ser barrado, e a bola da vez é a cana-de-açúcar. Quisera eu que o biocombustível, tivesse no mesmo patamar, ou recebendo as mesmas atenções por parte dos investimentos, pois seria uma grande saída para o tão polêmico cultivo de soja transgênica, que ao meu ver deve ser utilizada neste segmento a priori.

Com as estimativas do Sr. Ségio Torquato, o que me preocupa, é se o pais está preparado agronomicamente, logisticamente e tecnicamente para suportar uma pressão de tamanha grandeza. O mais correto é seguir um velho conselho: não devemos colocar todos os ovos dentro da mesma cesta....ou coisa assim,

Um grande abraço!!!
JOSE MARIO BATISTELA RAMOS

PRESIDENTE PRUDENTE - SÃO PAULO - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 18/10/2006

Uma política econômica (cambial e fiscal) mais justa para o agronegócio brasileiro deverá ser meta do próximo governo federal. Espero que o próximo presidente da república tenha consciência de que o caminho do equilíbrio sempre será o melhor.

Quando me refiro a equilíbrio, me refiro a uma política de gestão que abrange todos os setores do agronegócio brasileiro (cana-de-açúcar, pecuária de corte, soja, algodão, laranja, etc.) que já provaram competência e aptidão para níveis de produtividade altamente competitivos no cenário internacional.

Uma segunda etapa deverá ser o apoio e injeção de investimentos em projetos que agregam valores as nossas principais <i>commodites</i> citadas anteriormente, visando exportar produtos com mais valores agregados. Considerando que nossos principais clientes importadores estão lucrando com nossa incapacidade de agregar valores.
LOUIS PASCAL DE GEER

BARRETOS - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 17/10/2006

Olá Sérgio,

Muito oportuno o seu artigoe quero botar mais lenha na fogueira dizendo que o combustível de futuro será o biodiesel, que substituirá eventualmente por completo a gasolina e o álcool por ser muito mais econômico no uso e menos poluente na sua fase de produção agrícola quando se usa o <i>Jatropha curcas</i> (o Pinhão manso).

Não precisa queimar, nem replantar a cada 4 ou 5 anos (o pinhão manso pode durar 50 anos e produz após 2 anos).

Infelizmente, ainda tem poucos estudos sobre o assunto.

Um abraço, Louis
AGNALDO REBELLO

ASSIS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE

EM 17/10/2006

Minha experiente genitora sempre diz: "experimente quantas atividades econômicas achar interessante, mas nunca deixe de ter um pouco de gado, pois é ele quem vai sempre lhe socorrer na hora dos apertos".

Acho uma grande precipitação transformar a totalidade de uma propriedade em cana-de-açúcar, pois após alguns anos, o dono não saberá nem mesmo onde ficam as divisas de sua propriedade.
ELAINE ALMEIDA

UBERLÂNDIA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 16/10/2006

Eu acredito que a cana será igual à soja. No início, todo produtor plantou, até que gerou crise no setor com o excesso de oferta.
MARCUS SALLES

ARAÇATUBA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 15/10/2006

Muitos pecuaristas estão "abandonando" suas atividades devido à crise da pecuária nos últimos meses. O preço atraente pago pelas usinas no arrendamento é mais tentador e cômodo.

É muito mais fácil arrendar 500 ha, (ficar com a vida "mansa" por 5 anos) do que engordar uma boiada. Isso faz com que o produtor fique na "mão" da usina pro resto da vida.

Infelizmente alguns produtores pensam assim, ao invés de acreditar que a crise da pecuária pode ser superada.
WELLISON MOREIRA VIEIRA

CURITIBA - PARANÁ - PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE

EM 14/10/2006

Vejo que a cana-de açúcar veio para ficar, tornando-se assim mais uma alternativa para o produtor rural melhorar sua renda, que ultimamente está em queda.
LUIZ HENRIQUE LEITE NOGUEIRA

JALES - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE

EM 14/10/2006

Sou testemunha que o maior incentivo à expansão do arrendamento de terras para o setor canavieiro no MS, terras tradicionalmente destinadas à pecuária, foi a extraordinária incompetência deste governo do Sr. Lula, que conseguiu trazer incertezas em um plano tão profundo, que passa pela política cambial, política de reforma agrária, política que gerou descapitalização do setor, tanto financeira quanto em volume de animais.

Conseqüentemente, piorou o quadro de entendimento quanto às exigências de produtividade das propriedades rurais, com reflexos desastrosos no desenvolvimento de toda cadeia de insumos voltados para o setor, assim como a inibição de investimento em melhoria nas propriedades e como conseqüência a degradação do meio ambiente.

Encurralou o pecuarista por setores cartelizados do capital frigorífico, que sentindo a fragilidade do momento, piorou a situação, dando um tiro no próprio pé. Graças à incrível capacidade do Sr. Lula e seus comunistas tomadores de decisões de plantão, fazendo o contínuo patrulhamento ideológico no momento da gerir a nação, gerou uma crise de otimismo que sempre caracterizou a pecuária, e o resultado é este desequilíbrio quanto ao planejamento de médio e longo prazo do setor pecuário (nada contra o desenvolvimento da utilização da biomassa para produção energética estratégica e independente), mas os gênios que compõem os vários e diversos ministérios relacionados ao setor, se esqueceram que continuaremos comendo carne de gado, e para isso é necessário que existam vacas, touros, bezerros, bezerras, novilhos, novilhas, garrotes e bois gordos, conseqüentemente, fazendas produtivas.

Luiz Henrique Leite Nogueira
JURANDY PESSOA CAVALCANTE JÚNIOR

FORTALEZA - CEARÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 12/10/2006

Vejo na cana-de-açúcar uma cultura de grandes virtudes para o Brasil. Possui um enorme potencial industrial, e acredito ainda não está totalmente esgotado.

Para pecuaristas que trabalham com leite ou corte deve ser encarada como uma fonte de renda extra muito versátil, pois permite receitas de forma direta (cana) ou indireta (leite ou carne).

No estado do Ceará temos grandes limitações de fontes de carboidratos não fibrosos para alimentação animal, principalmente devido as nossas condições edafo-climáticas. As poucas que temos, como mandioca, palma, silagem de sorgo etc., sofremos restrições nas oscilações dos preços, poucas áreas de cultivo e encurtamento do período de colheita, respectivamente.

A cana-de-açúcar não é novidade, mas seu uso como ingrediente volumoso de maneira geral é errôneamente descriminado. O desconhecimento de sua utilização na alimentação animal é o principal motivo, apesar do seu cultivo ser comumente conhecido por parte de diversos produtores, seja qual for seu nível tecnológico.
GUSTAVO SILVA CARDOSO

LINS - SÃO PAULO - FRIGORÍFICOS

EM 11/10/2006

Do jeito que as coisas estão se encaminhando, daqui a pouco ao invés de tomarmos leite, vamos tomar é pinga e comeremos bagacinho moído ao invés de carne.
CLAUDIO P V NOGUEIRA

BATAGUASSU - MATO GROSSO DO SUL - PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE

EM 09/10/2006

A Cana-de-Açúcar deve ser encarada como mais uma possibilidade de atividade que se abre quando várias outras estão em uma fase ruim. Se possível, deixar nossa propriedade com 2 ou 3 fontes de renda diferentes pode ser o mais prudente, sem deixar de aproveitar o "momento" da cana.
DIRSON CLERIO SEMENZIN

JALES - SÃO PAULO - REVENDA DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS

EM 07/10/2006

No tocante a este assunto devemos considerar que não haverá diminuição no consumo de produtos derivados de leite, e que também o consumo de carne bovina não diminuirá.

Devemos pensar com equilíbrio, pois toda monocultura é preocupante. Devemos nos lembrar que, também, o grande consumo de carne é em SP. Num primeiro momento, a cana de açúcar é realmente muito atraente em suas propostas, mas, a pergunta é: e com médio e longo prazo, o que vai acontecer?

Neste momento a recuperação no preço do boi nos leva a chegar à conclusão de que, não é a cana que está tão valorizada assim, mas o boi que esta defasado no seu preço. Isto posto no momento que conquistarmos mercados internacionais importantes, este quadro com toda certeza se reverterá. "Como diz o meu pai, quem não pensa melhor antes, suspira depois".

Assine nossa newsletter

E fique por dentro de todas as novidades do MilkPoint diretamente no seu e-mail

Obrigado! agora só falta confirmar seu e-mail.
Você receberá uma mensagem no e-mail indicado, com as instruções a serem seguidas.

Você já está logado com o e-mail informado.
Caso deseje alterar as opções de recebimento das newsletter, acesse o seu painel de controle.

MilkPoint Logo MilkPoint Ventures