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Caminhos do leite

VÁRIOS AUTORES

ESPAÇO ABERTO

EM 30/11/2006

4 MIN DE LEITURA

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Nas últimas décadas o Brasil passou a figurar entre os maiores produtores de leite do mundo. A produção nacional passou de 7,9 bilhões de litros em 1975 para 23,4 bilhões em 2004. Este crescimento foi devido a expansão do rebanho e principalmente, na última década, ao aumento da produtividade animal.

A produção de leite ocorre em todas as regiões brasileiras. Os sistemas de produção variam de propriedades de subsistência, até explorações empresáriais, comparáveis às mais competitivas do mundo, que usam tecnologias avançadas e produção diária superior a 60 mil litros. As diferenças entre os sistemas de produção são determinadas pelas condições edafoclimáticas e principalmente pela capacidade de investimento do produtor.

O desenvolvimento da pecuária de leite se deu tanto em termos de expansão territorial, quanto em melhorias dos sistemas de produção, o que confere à atividade leiteira no País, uma dinâmica própria e intensa.

Usando um programa de geodésia, que considera a latitude e longitude do centro de cada microrregião, ao que associa-se a quantidade de leite produzida em cada uma delas, determina-se o centro de gravidade da produção de leite. O ponto que representa tal centro de gravidade (CG) é uma média dos pesos relativos das microrregiões considerando a quantidade total de leite que produzem: assim, se as microrregiões localizadas no Sul, produzem mais leite a tendência é de que o centro de gravidade situe-se na parte Sul do País; no entanto, embora existam microrregiões que individualmente produzam quantidade de leite destacada, se o conjunto de microrregiões juntas produzem mais que essas, o CG ficará mais próximo destas últimas.

Quanto maior o volume de leite mais próximo estará o centro de gravidade. Encontrar apenas um ponto (CG) representativo da produção de leite no País não diz muito, mas quando são considerados anos consecutivos, pode-se ter uma idéia do deslocamento ou desenvolvimento de novas áreas na atividade, configurando um caminho para a evolução territorial da produção do leite.

Foram calculados os centros de gravidade da produção total de leite e a velocidade do deslocamento (levando em conta a distância entre um CG e outro e o período do deslocamento, no caso 1 ano), considerando todas as microrregiões do País e para dois grupos delas no período de 1975 a 2004. Em um grupo foram reunidas as microrregiões mais produtivas, isto é, que apresentaram os maiores volumes de leite e que juntas somaram 25% do leite no País (grupo 1). Em outro grupo estão as microrregiões, com os menores índices de produção de leite e que também somam 25% do volume total brasileiro (grupo 2).

Na tabela 1 estão as distâncias percorridas dos centros de gravidade da produção nacional e dos grupos de microrregiões, em períodos de dez anos, e nas Figuras 1 e 2 está destacada a localização desses pontos. Vale ressaltar que um CG pode ter sua localização numa microrregião que não necessariamente seja a mais produtiva, mas sim que é "equidistante" das regiões produtoras por uma média ponderada que leva em conta a localização e o volume de leite produzido.

O centro de gravidade representativo de toda a produção de leite no País, desloca-se em média 7,6 km/ano, no sentido Leste-Oeste, no período de 1995 a 2004; a distância percorrida pelo CG foi de 80 km. Essa mudança indica que as microrregiões do Centro-Oeste e Norte do País estão se tornando importantes na pecuária de leite mas, que as tradicionais mantêm-se com uma produção importante, pois a distância percorrida é relativamente pequena. Ainda assim, pode-se considerar que a velocidade de deslocamento é bastante representativa de um grande desenvolvimento da produção leiteira no Centro-Oeste.

A avaliação do centro de gravidade dos grupos de microrregiões, com maiores ou menores volumes de leite produzidos, teve como objetivo verificar se o deslocamento foi similar entre eles. Nota-se que o centro de gravidade das microrregiões menos produtivas (grupo 2), teve um deslocamento similar ao da produção nacional, isto é, de 8,4 km/ano, sendo maior no período de 1985 a 1995, de 93 km.

O deslocamento do grupo 1, formado por microrregiões com os maiores volumes de leite, apresentou, ao longo do tempo, a mesma tendência de deslocamento no sentido Leste-Oeste, porém com velocidade média de 18,8 km/ano. No período de 1995 a 2004, esse valor chega a 28,4 km/ano, correspondendo a uma velocidade 3,7 vezes maior que o deslocamento da média nacional.

A velocidade de deslocamento das áreas mais produtivas indica que o crescimento da produção de leite nas regiões Centro-Oeste e Norte do País não é só de incorporação de áreas para a atividade, mas sim de explorações tecnificadas e com volume de leite suficiente para deslocar o centro de gravidade, indicando claramente a mudança na geografia da produção de leite no Brasil.

Tabela 1. Distância dos centros de gravidade da produção de leite no Brasil.


Fig 1. Centros de gravidade da produção de leite no Brasil, 1975/2004.


Fig 2. Centros de gravidade da produção de leite no Brasil por grupos de microrregiões, 1975/2004.

ROSANGELA ZOCCAL

Trabalho na Embrapa Gado de Leite, na área de socioeconomia, em estudos voltados para a administração da atvidade e estatísticas conjuntural da produção de leite.

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MARIA LUZINEUZA ALVES GOMES DA MAIA

MARABÁ - PARÁ - INSTITUIÇÕES GOVERNAMENTAIS

EM 11/12/2006

Trabalho com grupos de produtores de leite de 04 Municípios de Marabá- Pa, aplicando produtos de capacitação através de cursos, seminários e consultorias voltadas para a administração rural, ordenha, empreendedorismo, manejo de pastagens, formação de preços, entre outros. O que observo no desempenho de cada um é que em sua maioria são analfabetos e semianalfabetos, muitos não tem idéia de quanto ganham na venda de 01 litro de leite. ou seja, pagam para trabalhar. Os laticínios da região pagam com atrasos exagerados, e uma quantia que está fora da realidade atual. O que os produtores revelam em sua maioria é que não melhoram as suas produções porque os laticinios não pagam por essas melhorias.

Os diagnósticos que executo todos os anos têm como resultado uma grande produção de leite, na região, mas o preço deixa a desejar. Alguém tem que tomar uma atitude.

Maria Luzineuza-Tecnologa em Alimentos- Consultora.
WELLINGTON DE ALMEIDA

MURIAÉ - MINAS GERAIS

EM 30/11/2006

Prezados senhores,

Tenho andado muito insatisfeito com a atividade leiteira. Fico indignado como ninguém toma uma providência para tornar a atividade lucrativa. Nem o governo se interessa em definir um preço mínimo para o produto.

O leite é o único produto vendido com prazo de 60 dias, sem que o vendedor saiba quanto que vai receber por ele, principalmente o pequeno produtor. É o único produto que se entrega para alguém sem saber até se vai receber.

O descaso com esta importante atividade é total. Além disso, a desunião dos produtores chega a ser um absurdo.

Penso que algo deve ser feito, senão estaremos fadados ao fracasso.

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