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Brasil perde com desprestígio ao agro

ESPAÇO ABERTO

EM 05/04/2013

3 MIN DE LEITURA

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* Cesário Ramalho da Silva

O Brasil vem surfando nos bons resultados gerados pelo agro. São safras, exportações e divisas recordes que irradiam emprego, renda e desenvolvimento socioeconômico pelo País. Em 2012, as exportações do setor alcançaram US$ 95,81 bilhões, gerando um superávit de US$ 79,41 bilhões. Os embarques dos produtos agrícolas compensaram o déficit de outros segmentos.

Para este ano, o valor bruto da produção das principais lavouras deverá atingir R$ 305,3 bilhões, aumento de 26,3% sobre 2012. Estima-se que o PIB da agropecuária cresça de 4% a 5%. A safra de grãos na temporada 2012/2013 está estimada em mais de 180 milhões de toneladas, cerca de 8% acima do ciclo anterior. Novamente, o abastecimento interno está garantido com volume e preços.

O produtor rural vem fazendo a sua parte, absorvendo tecnologia, fazendo cada vez mais em menos área e com menos insumos. A intensificação e o melhor uso da terra por meio de boas práticas como plantio direto e rotação de culturas; a sofisticação de sementes, defensivos e fertilizantes; a modernização das máquinas e implementos; o avanço da agricultura de precisão; o empreendedorismo e a profissionalização no campo são fatores que vêm consolidando o Brasil como protagonista no cenário mundial.

O agro é a mais segura fonte de recursos do País e, sem ele, o resultado do PIB no ano passado teria sido ainda pior. O agro é o negócio do Brasil. Ao assegurar a balança de pagamentos no campo positivo, o bom desempenho do setor permite que as importações cresçam. Se a renda aumentou, se o brasileiro compra cada vez mais carro importado e "iPads" da vida, o agro contribui muito para isso. Sem a geração de caixa proporcionada pelo setor, a crise financeira que faz tremer a Europa e inibe uma recuperação mais rápida dos EUA chacoalharia a economia brasileira, que tem certa estabilidade, mas está paralisada.

Contudo, fica a impressão de que, para o governo federal, quem carrega o piano não merece lá muita atenção. E essa postura pode custar caro, já que sem a segurança alimentar, energética e financeira gerada pelo agro, políticas sociais que são um sucesso podem sofrer grave impacto. A desoneração da cesta básica só foi possível porque o setor rural garante comida boa e barata na mesa do brasileiro, e ainda gera excedentes exportáveis.

A realidade é que o agro pode mais. Pode fazer melhor o que já vem fazendo, irrigando financeiramente o País para, por exemplo, funcionar (fato que já ocorre na prática) como um fundo de investimentos para fomentar a inovação tecnológica em outros setores. O Brasil é uma potência agrícola, e pode ser uma industrial, assim como os EUA, que têm uma agricultura extremamente forte e o parque industrial mais poderoso do planeta.

Mas existem obstáculos que, se não forem superados, ameaçam o agro e, consequentemente, toda a economia. Os entraves mais proeminentes são a baixa cobertura do seguro rural e a deficiente infraestrutura logística, fatores que sequestram a renda do produtor e das empresas e encarecem os preços ao consumidor. A reversão desse quadro passa pelo fortalecimento do Ministério da Agricultura, que vem sendo desmantelado ao longo dos anos, perdendo autonomia, função estratégica, poder político e recursos. Primeiro, os assuntos fundiários passaram para outra pasta. Depois, ocorreu o mesmo com as áreas de florestas plantadas e irrigação.

O Ministério da Agricultura está sem acesso direto ao centro nervoso do governo, o que fragilizou a interlocução do setor com o Palácio do Planalto. O caráter interino do novo ministro, que deve ser candidato à reeleição no Congresso em 2014, preocupa e deixa no ar a ideia de que a pasta da Agricultura é mera moeda de troca política.

Falta uma estratégia de valorização do agro pelo Estado. E isso pode fazer o País perder o momento histórico em que há um chamamento pelo que tem origem na agricultura. O mundo quer o que temos. Está na hora de efetivamente nos prepararmos para cumprirmos e tirarmos proveito dessa missão.

*Cesário Ramalho da Silva é presidente da Sociedade Rural Brasileira.

As informações são de O Estado de S. Paulo.

 

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FLAVIO SCHIRMANN

FORMIGUEIRO - RIO GRANDE DO SUL - OVINOS/CAPRINOS

EM 10/04/2013

Acredito que este abandono da agropecuária pelo governo já atingiu um estágio irreversível...agora é tarde para impedir um a alta nos preços dos alimentos ao consumidor.Só resta dois caminhos a escolher: ou deixa a inflação "estourar" ou repasa a conta aos produtres e DESMANTELA  A  AGRICULTURA NACIONAL.Como se vê nem uma das alternativas é ACEITÁVEL. O governo causou o descontrole dos preços dos insumos agora esta numa "sinuca de bico". O que se pode fazer???

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