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Benchmark da Produção de Leite em MG

POR SEBASTIÃO TEIXEIRA GOMES

ESPAÇO ABERTO

EM 23/05/2005

3 MIN DE LEITURA

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O planejamento é ferramenta essencial para qualquer empresa nos dias de hoje, em razão da elevada competição, do estreitamento das margens de ganho e da necessidade da busca incessante de eficiência. Isto não é exceção para as empresas que se dedicam à produção de leite.

Na elaboração do planejamento aparecem as seguintes fases: diagnóstico, objetivos, metas, estratégia de ação, calendário de operações e avaliação. Este é um processo contínuo, no qual a avaliação de um período subsidia o diagnóstico do próximo.

No estabelecimento dos objetivos e na determinação das metas, além dos recursos materiais e humanos levantados no diagnóstico, o conhecimento tecnológico e as fontes para ampliá-lo são fundamentais. Os novos conhecimentos poderão vir das unidades de pesquisa, dos consultores de assistência técnica e também de outros produtores. Pesquisas de campo já demonstraram que uma das principais fontes de inovação tecnológica, na produção de leite, é o outro produtor.

A comparação entre os resultados do produtor com os de seus vizinhos pode levá-lo a desafios e contribuir para aumentar sua eficiência. O método de planejamento, conhecido como comparação de grupos, é antigo e eficaz.

A seleção de indicadores de resultados e a determinação do benchmark (ponto de referência) de cada indicador representam orientação segura para o produtor, visto que os valores apresentados foram obtidos de outros produtores que vivem no mesmo ambiente econômico e passam pelas mesmas dificuldades. Esta é a proposta deste artigo.

Foram selecionados cinco indicadores de resultados para servirem de orientação para os produtores de leite do estado de Minas Gerais; dois se referem aos fatores de produção terra e rebanho e três, aos aspectos financeiros da produção de leite.

O primeiro indicador selecionado foi litros-ano/hectare. Há evidências que muitos produtores têm muita terra, em relação à quantidade de leite produzida, o que contribui para aumentar o custo de produção e reduzir o lucro, razão por que este indicador foi selecionado.

O segundo indicador foi número de vacas em lactação/área utilizada na atividade leiteira. Ele incorpora medidas de eficiência reprodutiva com as de uso da terra. Há também evidências que muitos produtores têm poucas vacas em lactação, em relação ao número de cabeças do rebanho, o que contribui para aumentar o custo e diminuir o lucro.

O terceiro indicador foi receita bruta/capital investido, que dá informações sobre a velocidade de giro do capital. Quanto maior a velocidade, melhor, o que pode ser alcançado com o aumento da receita e, ou, a redução dos ativos. O capital investido inclui: benfeitorias, máquinas, animais e terra.

O quarto indicador selecionado foi capital investido/produção diária de leite. Muita terra e poucas vacas em lactação contribuem para deteriorar este indicador.

Finalmente, o último indicador, medido pela taxa de remuneração do capital investido, permite verificar a atratividade do projeto, pela comparação com outras alternativas de investimentos, dentro e fora do setor agropecuário.

Agora, a apresentação do benchmark de cada indicador descrito anteriormente. Ele se refere ao ano de 2004 e foi obtido a partir de uma amostra de 272 produtores que participaram do projeto Educampo, coordenado pelo Sebrae-MG, em parceria com cooperativas e laticínios particulares. Os 272 produtores foram ordenados para permitir a seleção de 27 (10% de 272) dos que alcançaram os melhores resultados em cada um dos cinco indicadores. Por exemplo, 7600 litros-ano/hectare correspondem à média dos 27 produtores com maiores resultados deste indicador. Do mesmo modo, em relação aos demais indicadores. Os indicadores e os respectivos benchmarks são apresentados na Tabela 1.

É possível que alguns dos cinco benchmarks tenham valores inferiores aos obtidos em campos experimentais. Todavia, a proposta é de apresentar parâmetros já alcançados por um grupo de produtores, que, no caso, são 10% dos produtores do Educampo. Com este procedimento, as recomendações ficam mais realistas.

O projeto Educampo cobre todo o estado de Minas Gerais, daí, os benchmarks apresentados serem indicados para o Estado. Em razão da posição geográfica do estado de Minas (central em relação ao país) e da importância deste na produção nacional de leite (em torno de 30%), podem-se, com algumas ressalvas, indicar tais benchmarks para todo o país.

A proposta é que, ao final de cada ano, sejam calculados novos benchmarks, com metodologia igual à aplicada no cálculo dos parâmetros de 2004. Espera-se um crescimento no valor dos benchmarks, fruto da evolução tecnológica, o que significará maiores desafios para o produtor de leite.

Tabela 1: Benchmark da produção de leite em Minas Gerais


Fonte da tabela: CPDE, Sebrae-MG


SEBASTIÃO TEIXEIRA GOMES

Professor Titular da Universidade Federal de Viçosa

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VIVIANNE ROLDAN

FORTALEZA - CEARÁ - PESQUISA/ENSINO

EM 28/02/2022

Ótimo artigo, parabéns. Por favor, colocar a imagem da tabela 1, que desapareceu.
ALYSSON LUCIANE FERREIRA

BARROSO - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 24/05/2005

Excelente artigo, o MilkPoint está de parabéns.
MARCELO TAVARES PINHEIRO

CAMPOS DOS GOYTACAZES - RIO DE JANEIRO - INSTITUIÇÕES GOVERNAMENTAIS

EM 24/05/2005

Gostei muito do artigo. Contudo, acho muito válido se utilizar como indicador parâmetros do tipo produção de leite por área, vacas em lactação em relação ao rebanho total e outras medidas que consideram o custo operacional, mas quando se adota capital investido a coisa fica mais complicada pois, enquanto em algumas regiões a terra é barata, em outras terra é fator de produção com preço absurdo. Desta forma os valores obtidos acabam prejudicando a análise.



Marcelo Pinheiro

Campos dos Goytacazes - RJ
LUIS ANTONIO ROSA ANDRADE

QUIRINÓPOLIS - GOIÁS - INDÚSTRIA DE INSUMOS PARA A PRODUÇÃO

EM 24/05/2005

Parabéns a toda a equipe MilkPoint por ter grandes especialistas como os Dr. Sebastião Teixeira Gomes, Paulo do Carmo Martins, Marcelo Pereira de Carvalho, Mauricio Palma Nogueira e muintos outros que não me recordo o nome no momento e que muito contribuem para o crescimento de toda a cadeia produtiva com resultaldo de pesquisa e acompanhamento de atividades técnicas, econômicas e gerenciais de grande valia a todos nos do setor.
FABRÍCIO LUCIANO DE MORAIS VIDAL

VIÇOSA - MINAS GERAIS - ESTUDANTE

EM 23/05/2005

O estabelecimento dos benchmark's para o produtor de leite é de importância ímpar na atual conjuntura da cadeia láctea. Ora, estabelecer objetivos pela simples necessidade de planejar sem se basear no que ocorre no mercado ou com os concorrentes pode acabar levando o produtor a equivocar-se em seus cálculos.



A partir do momento em que se trabalha com os benchmark's duas perspectivas se abrem para o produtor:



1- Tem-se uma visão mais realista e atualizada sobre o potencial do melhores produtores e as razões pelas quais eles são os melhores, levando a imaginar o que falta às outras propriedades para poder atingi-los;



2- Daí, o produtor tem condições de elaborar um projeto que vai buscar melhorar a produção a um baixo risco, pois ele saberá que tecnologia utilizar e em que proporções utilizar.



Logo, a curto prazo, teremos um mercado altamente competitivo e produtivo pois tantos os "piores" como os "melhores" produtores estarão tentando bater recordes ou metas para manter-se no mercado. A longo prazo, com o estabelecimento anual de benchmark's, o mercado estará altamente modernizado, atualizado e imune a grandes crises pois todos os seus componentes estarão aptos a supera-las. Externamente, o país poderá competir com os grandes produtores mundiais e conseguir cotas significativas dos mercados europeu asiático, americano, dentre outros.



Outra consequência muito positiva para o agronegócio do leite no Brasil seria a estimulação de toda a cadeia láctea, já que o produtor está inserido numa corrente de industrias que transforma o aumento da produtividade no campo em aumento em sua produtividade e de seus consumidores por consequências econômicas.



Enfim, essa é uma das maneiras de agir no agronegócio brasileiro que nos destaca e diferencia-nos mais e mais do mundo todo.



Fabrício Luciano de Morais Vidal

Estudante de Gestão do Agronegócio

Universidade Federal de Viçosa-MG

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