Rosimar Silva

Ou não seria melhor se fosse ao Presidente Fernando Henrique? Vamos começar pelas autoridades locais.

Caro presidente, sou um pequeno produtor de leite no município de Bela Vista de Goiás e há anos escuto de técnicos e especialistas no agronegócio lácteo dizerem que o produtor brasileiro precisa se especializar, profissionalizar a atividade, buscar qualidade e que só vai ganhar dinheiro quem tiver escala.

Bom, aos trancos e barrancos, o produtor também está preocupado com tudo isso. Sabe que precisa melhorar para ganhar mais. Pelo menos pagar os custos da fazenda.

Estamos atrás de eficiência, de genética ideal e qualidade dos nossos produtos. Mas essa transição de produção no meio do barro, para produção tecnificada e mecânica não é fácil.

Agora, no meu caso, que estou pronto para dar mais um passo para melhorar e tecnificar minha produção, eis que recebo a notícia de que terei problemas com a energia elétrica.

Principalmente a tão elogiada energia elétrica, orgulho dos governos que se vangloriam em ter espalhado a eletrificação rural para mais de 90% de Goiás.

Agora, depois de tudo, estou pronto para colocar ordenha mecânica e tanque a resfriamento na fazenda, escuta dizer: - "Você precisa economizar 10% de energia, senão vai pagar multa (sobretaxa) e até ficar três dias sem energia. Já imaginou uma fazenda leiteira, no período da seca, ficar três dias sem energia elétrica?"

Mais: é exatamente neste período do ano que mais se consome energia na fazenda, pois é nesta época que entram em cena os trituradores de forragens para garantirem comida a milhares de vacas em todo Estado".

Enfim: devo desligar a ordenha e o tanque de resfriamento? Pois já estão instalados e com certeza vão aumentar o conjunto de energia. Devo ainda adiar, para não se sabe até quando, a produção de leite com qualidade e deixar de disputar o mercado? Ou a CELG tem uma alternativa para casos como o meu?
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Rosimar Silva é produtor de leite em Bela Vista de Goiás

(*) CELG - Centrais Elétricas de Goiás