ESQUECI MINHA SENHA CONTINUAR COM O FACEBOOK SOU UM NOVO USUÁRIO
FAÇA SEU LOGIN E ACESSE CONTEÚDOS EXCLUSIVOS

Acesso a matérias, novidades por newsletter, interação com as notícias e muito mais.

ENTRAR SOU UM NOVO USUÁRIO
Buscar

Agriwar: a guerra comercial do agronegócio

POR JOSÉ LUIZ TEJON MEGIDO

ESPAÇO ABERTO

EM 06/01/2009

3 MIN DE LEITURA

6
0
O tema da sustentabilidade é hoje uma questão "sine qua non" no negócio dos alimentos, fibras, bebidas, energia e demais derivados das matérias primas vegetais e animais - o agronegócio.

Nessa ambientação de globalização, a "agriwar" representa a guerra comercial, das percepções, da distribuição e da origem das matérias primas, entre os diferentes interesses competitivos no mundo.

A construção de valores, imagens, sejam fundamentadas em realidades, ou em ângulos parciais de realidades, ou na interpretação utópica de realidades desejadas, é o que caracteriza a necessidade da compreensão e da utilização dos conhecimentos de marketing à serviço do agronegócio. E, mais particularmente a serviço do marketing da produção agropecuária, propriamente dita. O dentro da porteira.

Sem a percepção da sociedade, do sentido e significado dos produtores rurais, e de suas novas missões de originadores de matérias primas em consonância com o "design" mental construído e desejado por consumidores e seus mais variados segmentos e nichos, as antigas soluções já não resolverão os modernos problemas e as mudanças em andamento.

Portanto, o combate na "agriwar" deve ser efetuado com ações concretas sobre a realidade, na legislação e interpretação tecnológica dos desafios ambientais, nas certificações, compromissos de qualidade, segurança alimentar e segmentação da originação; e a utilização dos instrumentos comunicacionais, publicitários e persuasivos; treinamento e sistemas de vendas e distribuição que realcem e agreguem valor na construção de modelos éticos e estéticos, ao longo da cadeia de valor do agronegócio.

O diálogo do agronegócio com a sociedade exige a transparência ao longo dos seus elos do antes, dentro, pós-porteira e além das porteiras das fazendas. As máquinas sendo retiradas do campo no Mato Grosso, nesse instante, por falta de pagamento, é um assunto que envolve toda a sociedade. E, mais diretamente, os fornecedores de equipamentos e seus clientes. A entrada de bancos privados, sistemas de seguro, fundos e armazenagem de safras é tema vital desse novo diálogo.

A priorização na construção de estrutura pós-porteira das fazendas, estradas, transporte, logística, portos, desburocratização, reforma tributária e outros expedientes sociais só caminharão em velocidade necessária para assegurar a competitividade do país com uma reconstrução de imagem do campo por parte da sociedade urbana, e uma compreensão clara de que o urbano e o rural estão umbilicalmente ligados, e que a nova classe média agrícola já existe; utiliza tecnologia de ponta, é informada, tem acesso à internet e vive mais nas cidades do que nas suas propriedades rurais. E, acima de tudo, que todos somos e estamos responsáveis pelo aquecimento do planeta, pelos distúrbios ambientais, e que a poluição do rio Tietê tem gravidade similar ao que ocorre na Amazônia, que gente vivendo em palafitas, com suas crianças nadando no mangue - na margem direita do porto de Santos, de onde parte o grosso do agronegócio para o planeta, é tão insustentável quanto o uso da mão de obra infantil nas fazendas.

Esse diálogo precisa esclarecer que agronegócio é a soma total dos movimentos financeiros do antes, dentro e pós-porteira das fazendas. E, que é exatamente no pós porteira das fazendas, na agroindústria, na distribuição, no varejo e nos serviços, incluindo seus supermercados e marcas de valor, onde encontramos 70% do faturamento de tudo o que chamamos "agronegócio". A agropecuária isoladamente significa algo em torno de 20% desse total, e os outros 10% são os insumos, máquinas e tecnologia para gerar a produção rural propriamente dita: adubo, sementes, defensivos, tratores etc.

Portanto o diálogo do agronegócio é ainda mais urbano do que rural, e os direitos e deveres precisam ser ética e corretamente distribuídos e liderados.

Sobre Núcleo de Estudos de Agronegócio da ESPM

O Núcleo de agronegócio da ESPM tem como objetivo levar o conhecimento do marketing para dentro das fazendas, ajudar na promoção da produção agropecuária do país, incentivar a valorização de produtores rurais e de todo complexo que o envolve a partir de estudos, pesquisas, cursos, seminários e livros. Atuaremos ao lado dos veículos de comunicação, a mídia, publicitários e jornalistas, nessa orientação. O núcleo ESPM objetiva atrair os agentes do pós porteira das fazendas, as agroindústrias e os agentes fornecedores de tecnologia do antes da porteira, para apoiar o marketing da produção rural do país.

JOSÉ LUIZ TEJON MEGIDO

6

DEIXE SUA OPINIÃO SOBRE ESSE ARTIGO! SEGUIR COMENTÁRIOS

5000 caracteres restantes
ANEXAR IMAGEM
ANEXAR IMAGEM

Selecione a imagem

INSERIR VÍDEO
INSERIR VÍDEO

Copie o endereço (URL) do vídeo, direto da barra de endereços de seu navegador, e cole-a abaixo:

Todos os comentários são moderados pela equipe MilkPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração. Obrigado.

SEU COMENTÁRIO FOI ENVIADO COM SUCESSO!

Você pode fazer mais comentários se desejar. Eles serão publicados após a analise da nossa equipe.

FRANCISCO ARMANDO DE AZEVEDO SOUZA

BANDEIRANTES - PARANÁ - PESQUISA/ENSINO

EM 08/01/2009

Prezado José Luiz.
Desde o curso de 1993, GVPEC-FGV-SP, onde pude conhecê-lo e ouvi-lo, estou atento aos seus livros e artigos. Além de ser um exemplo de vida e ser humano, as suas qualidades são extremamente importantes para o agronegócio brasileiro. O produtor rural não pode continuar a ser um dos vilões das mazelas brasileiras. A sociedade urbana não percebe o conceito de segurança alimentar em toda a sua plenitude. O núcleo da ESPM será uma excelente ferramenta para quebrar paradigmas existentes dentro de todos os elos da cadeia produtiva. Se esas ações não se efitivarem, nossas crianças continuarão a beber leite da caixinha e não da vaca.

Parabéns!
Prof. Francisco
VICENTE ARNALDO NUNES PLACCO

ANDRADINA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 08/01/2009

Atualmente como Gestor de emprêsa agropecuária em Malanje, na República de Angola na África , deparo com esse problema e imputo a culpa na ganância dos homens, na individualidade das ações e na interferência externa de fatores ou de coisas que não tem nada à ver e não conhecem a agropecuária como um todo.
A agropecuária é o setor primário de qualquer economia, e o alimento não falta, está é mal distribuido.

Parabens pela abertura desse canal de comunicação.
ANDRE ZANAGA ZEITLIN

SÃO PAULO - SÃO PAULO

EM 07/01/2009

Vai ser otimo ter a competencia da ESPM dando "transparencia" ao fato de que enquanto a sociedade subsidia seus produtores rurais, estes, que representam apenas 20% do faturamento do agronegocio, continuamente transferem a riqueza subsidiada para os setores pos- e pre-porteira.

Nessa agriwar, de muita promoção e pouco marketing, adivinha quem vai sair perdendo...
JERÔNIMO GIACCHETTA

CABO VERDE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 07/01/2009

Caro José Luiz,

Parabéns por este trabalho do núcleo de agronegócio com ênfase em marketing. Acredito que é o principal ponto de estrangulamento a ser rompido pelo agronegócio, principalmente para os agropecuaristas brasileiros. Trabalhar a imagem da agricultura brasileira, elevando o entendimento de toda a sociedade urbana a respeito do setor, será a base e suporte para a implementação das ações necessárias, objetivando a transformação da agricultura. Com o apoio da sociedade, as políticas públicas finalmente poderiam atender de fato as imperativas necessidades da agricultura e do agricultor do Brasil.

Um forte abraço,
JOSÉ COUTINHO NETO

MACAÉ - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 06/01/2009

"Tremei ecoterroristas", agora temos voz. Marketing, marketing e mais marketing, esse é o caminho para que a sociedade comece a compreender o campo, sua importância, suas necessidades e que a sobrevivência desta sociedade urbana depende visceralmente do bem estar rural e da descriminalização do produtor rural - o atual vilão número 1 do nosso Brasil, tratado pior do que bandidos e traficantes.

Mais uma vez a Milkpoint e o nosso professor Tejon estão de parabéns.
PAULO EMÍLIO GLUCKSBERG

SINOP - MATO GROSSO - PRODUÇÃO DE OVINOS

EM 06/01/2009

Parabéns a José Luiz Tejon.

Moro em Sinop - Mato Grosso sou criador de ovinos e filho de agricultor.

Gostei muito do artigo escrito pelo José, concordo que somente dessa maneira, valorizando o campo e a sua produção, que o Brasil irá andar no rumo certo!

Meus parabéns ao coordenador e a esse núcleo de estudos, eu acho que é por ai mesmo!

Abraços!

Assine nossa newsletter

E fique por dentro de todas as novidades do MilkPoint diretamente no seu e-mail

Obrigado! agora só falta confirmar seu e-mail.
Você receberá uma mensagem no e-mail indicado, com as instruções a serem seguidas.

Você já está logado com o e-mail informado.
Caso deseje alterar as opções de recebimento das newsletter, acesse o seu painel de controle.

MilkPoint Logo MilkPoint Ventures