Nutrição de vacas leiteiras é um dos ramos mais estudados dentro da produção de leite, visto que tem relação com diversos outros fatores, como volume de produção, composição do leite, reprodução e bem-estar animal.
Segundo Marcelo Machado, gerente técnico da DSM, a nutrição representa de 40 a 80% dos custos de produção da atividade e ser eficiente nesta área traz impactos maiores e mais rápidos no sistema.
As perdas financeiras decorrentes de um manejo nutricional mal realizado podem ocorrer devido a dois cenários principais: falta de atendimento às demandas de todos ou alguns nutrientes (fibra, energia, proteína, minerais, vitaminas e aditivos) ou exagero deles. As duas formas oneram o sistema.
“A falta irá causar baixa produtividade, alta incidência de doenças e baixa eficiência reprodutiva, todos com impactos financeiros diretos. O excesso causará desperdício, poluição ambiental e aumento de doenças”, explicou o técnico.
Mais especificamente, o aporte incorreto de nutrientes afeta diretamente o volume produzido e os componentes do leite. Energia e proteína influenciam na síntese de elementos no úbere, como a lactose, e esta, por sua vez, influencia em produção de volume total.
O balanceamento de fibras e proteína da dieta pode ajudar na produção dos outros sólidos do leite: gordura e proteína. Além disso, em todos os componentes há também influência direta de minerais, vitaminas e aditivos.
“Tudo isso deve ser explorado com foco, pois na atual conjuntura de custos e preços/bonificações do Brasil, podem trazer bom retorno sobre o investimento. A Contagem de Células Somáticas (CCS), por exemplo, um indicador de mastite, é diretamente afetada por antioxidantes, como Zinco, Selênio, Vitamina E e Vitamina A”, ponderou.
Além de oferecer os nutrientes corretos e em quantidade adequada, outros aspectos de manejo são fundamentais. Entre eles estão: separar os animais em lotes, realizar a pesagem de leite dos animais no mínimo mensalmente, analisar os alimentos e trabalhar com genética condizente com a realidade do sistema de produção. O equilíbrio entre nutrição, genética e manejo, de acordo com o gerente técnico da DSM, é a chave para o sucesso.
Como último ponto, e talvez o mais importante, Marcelo recomenda: “Contrate um técnico e confie nele. É essencial o conhecimento técnico em um negócio tão variável e melindroso como o leite”.
Diante de um assunto tão complexo, para auxiliar aqueles que estão começando a estudar ou estão iniciando a produção leiteira, elaboramos para você, contando com o apoio da DSM, essa cartilha que traz os principais conceitos e dicas para um bom manejo nutricional de vacas leiteiras. O conteúdo foi escrito pela Prof. Marina Danés, do Departamento de Zootecnia da UFLA, especialista no assunto. Aproveite!