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Sujidade do neonato: um bom indicador de desafio ambiental

POR MARIA ANDREZA ARVING MOROZ

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 09/08/2023

4 MIN DE LEITURA

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Quando falamos em sujidade do neonato ou recém nascido, nos referimos à o quão sujo o pelo do animal que acabou de nascer pode ficar, dependendo do local que ele nasceu. Sabe-se que existem diversos locais de nascimento, seja baia maternidade, piquete, compost barn, free stall, entre outros. Portanto, a sujidade do pelo do neonato é baseado na quantidade de sujeira adquirida nesse local, podendo ser barro, esterco, palha, ou umidade apenas da placenta.

Os neonatos bovinos nascem extremamente úmidos, e com uma porta de entrada para microrganismos extremamente vulnerável após o nascimento, o cordão umbilical. Durante o trabalho de parto, o cordão umbilical que unia mãe e feto, se rompe, e após isso o umbigo permanece irrigado de sangue (pois sua estrutura é composta por veias e artéria) e ainda está aberto, ou seja, toda sujidade e contaminação do ambiente pode adentrar ao cordão umbilical e assim por via ascendente chegar a órgãos internos, como fígado, coração e bexiga. Sendo assim, a quantidade de sujeira que o neonato se encontra pode nos pressupor qual é o desafio que o animal se encontra.

Existem diversas recomendações sobre remoção do neonato do local de nascimento pensando em uma forma de evitar ao máximo a contaminação e sujidade, ou mesmo adequar um local específico para que ocorra o parto como uma baia maternidade, onde a cama é preparada e desinfetada para receber a vaca em trabalho de parto.

Em muitas propriedades o colaborador do bezerreiro não é o mesmo colaborador que atende e observa as baias de parto, portanto apenas recebe o neonato no bezerreiro. Uma das formas de mensurar o desafio do local de nascimento é por meio da avaliação de sujidade do neonato.

A avaliação é realizada imediatamente quando o bezerro chega ao local de cria/recria, creche, berçário ou bezerreiro. E como realizar essa avaliação? Por meio de análise visual que indica quão sujo o pelo e a pele do bezerro se encontra. Sendo:

  • Escore 1 – neonato limpo, apenas com os pelos úmidos devido a quantidade de líquido da placenta, sem presença de esterco, barro ou qualquer outra sujeira.
     
  • Escore 2 – neonato com presença de pelos sujos de forma moderada, considera-se sujidade aceitável e 
     
  • Escore 3 – o neonato encontra-se com mais de 50% do corpo coberto por sujeira (barro, esterco, e qualquer outra sujeira), neste escore, o bezerro necessita de auxílio para remover o excesso ou toda a sujeira, pois encontra se em desafio extremo.

Escore de sujidade do neonato

Com havíamos comentado acima, a principal porta de entrada para microrganismos é o cordão umbilical e quando temos um neonato com sujidade alta, significa que uma boa quantidade de microrganismos já se instalou no cordão podendo se multiplicar de forma extremamente rápida causando uma infecção local ou mesmo sistêmica (acometimento de órgãos internos).

Além do cordão umbilical, a contaminação ambiental pode afetar o neonato por meio do nariz e boca, ou seja, ingestão de esterco, barro, ou outra sujeira. Os microrganismos presentes na cama ou local de nascimento como agentes ambientais (E.colli,e Klebsiella), são os mesmos que causam infecções umbilicais, diarreia e pneumonia em bezerros, e se pararmos para pensar: de onde estão vindo estas bactérias?

Provavelmente do local de nascimento. Isso nos explica também  porque os trinta primeiros dias de vida de um bezerro são tão críticos sendo o período que mais ocorrem as doenças.

A avaliação de sujidade do neonato, serve como parâmetro para os colaboradores, pensando no ambiente desafiador que o bezerro nasceu e principalmente para nos atentarmos quanto à primeira desinfecção do umbigo que deve ser realizada imediatamente após o nascimento, objetivando impedir a multiplicação crescente de microrganismo após o parto e para que o processo de desidratação e queda do cordão umbilical aconteça o mais rápido possível.

Quanto ao local de nascimento, existem manejos que podem ser realizados pensando na redução de contaminação local, como:

  1.  Troca de cama e desinfecção da baia maternidade a cada parto, ou
     
  2. direcionar a vaca no estágio 2 do parto (estágio indicado para realizar movimentação da vaca sem prejuízo ao processo) para um local seco, limpo e desinfetado, ou piquete maternidade com boa drenagem, sombreado e limpo, ainda
     
  3. Compost barn com lotação adequada e cama bem manejada, ou
     
  4. Free stall com piso raspado, cama limpa, seca e desinfetada.

Não existe receita de bolo, porém oferecer o mínimo de limpeza e higiene para o momento do parto reduz drasticamente a sujidade do neonato, consequentemente reduz a probabilidade de doenças entéricas e respiratórias na sobrevida do neonato.

Uma das principais doenças que acometem os bezerros nos primeiros trinta dias de vida é a diarreia (não existe um bezerreiro sem diarreia) e sabe-se que temos uma predisposição para a doença desde o nascimento, portanto queremos a menor contaminação possível do neonato.

O cenário ideal é de 80% dos recém-nascidos com sujidade de escore 1 e aceita-se até 20% em escore 2. Quando recebemos um neonato com escore 3 de sujidade, alguns manejos podem auxiliar na limpeza, como secagem do neonato com toalhas de papel ou pano, banho com água morna, pó secativo antisséptico (utilizado na suinocultura nos leitões após o nascimento), limpeza do neonato com a própria palha limpa da cama. Se está sujo, tem que limpar.

Como está a sujidade dos bezerros que chegam no seu bezerreiro? Já mensurou? esta simples avaliação pode te auxiliar a controlar melhor o ambiente que seus animais estão nascendo e o seu maior benefício é diminuir a predisposição de quadros de diarreia e onfalite (infecção umbilical).

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Forte abraço e até a próxima!

 

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MARIA ANDREZA ARVING MOROZ

Cowbaby Consultoria

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SERAFIM OLINDIO LUIS

SANTO ANTÔNIO DA PATRULHA - RIO GRANDE DO SUL - ESTUDANTE

EM 28/08/2023

Super
ISAQUE

RECIFE - PERNAMBUCO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 11/08/2023

Além dos locais infectados por microorganismos citados acima, chamamos a atenção para as artrites sépticas que tem como porta de entrada o umbigo não tratado com solução de iodo.

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