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Noções sobre estratégias de prevenção da paresia hipocalcêmica

POR LUCIANE MARIA LASKOSKI

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 28/08/2009

6 MIN DE LEITURA

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Um frequente problema encontrado na pecuária de leite é a chamada "síndrome da vaca caída", que se caracteriza pela incapacidade do animal se levantar e progressivamente culmina com o óbito, apesar dos diversos tratamentos empregados.

Supõe-se que entre 70 a 80% dos animais acometidos pelo distúrbio possam ter desenvolvido deficiência aguda de cálcio. Desta forma, abruptamente ocorre uma queda da quantidade deste mineral na circulação sanguínea, comprometendo diversos sistemas do organismo. O cálcio possui como principais funções a solidificação da matriz óssea, tornando o osso mais resistente, tendo ainda fundamental importância na transmissão do impulso nervoso, contração muscular e coagulação sanguínea.

A hipocalcemia pode ocorrer em grandes animais de forma crônica, como a cara inchada em equinos, e também aguda, observada principalmente em vacas com mais de três ordenhas no pós-parto imediato. A mobilização de cálcio sanguíneo para a produção de leite, especialmente nas primeiras horas após o parto, é extremamente elevada e muitas vezes causa desequilíbrio na manutenção do cálcio sanguíneo. A concentração de cálcio no colostro, leite inicial produzido pela vaca, é de 2,2 gramas por litro, ou seja, uma vaca que produza 9 litros de colostro secretou basicamente toda a quantidade de cálcio que deveria estar circulando no sangue. Os principais sinais observados na vaca com hipocalcemia são tremores musculares e posteriormente paralisia muscular e decúbito lateral, evoluindo a óbito frequentemente mesmo com tratamento adequado.

Existem mecanismos responsáveis pela regulação da concentração de cálcio no organismo, associados ao paratormônio (PTH) e vitamina D, os quais agem principalmente aumentando sua absorção intestinal proveniente da alimentação, bem como a retirada deste íon dos ossos para elevar a quantidade sanguínea. No entanto, animais que recebam grande quantidade de cálcio alimentar durante a gestação aparentemente se tornam irresponsivos a estes mecanismos reguladores após o parto, quando ocorre uma queda repentina da concentração sanguínea do mineral. Assim, acredita-se que dietas com baixo teor de cálcio devam ser usadas durante a gestação, com incremento apenas nas duas últimas semanas de gestação, quando a glândula mamária começa a se preparar para produção de colostro. No entanto, apesar de reduzir a incidência do problema, esse procedimento ainda não foi eficaz para eliminar o aparecimento da hipocalcemia.

Há de se considerar a co-participação da hipomagnesemia no processo, uma vez que o magnésio tem importante ação nos mecanismos de absorção alimentar de cálcio e remodelamento ósseo. O magnésio também está presente na constituição óssea e tem importante ação no relaxamento muscular, o que leva ao desenvolvimento de tetania (contração) muscular no caso de uma deficiência. Este sinal pode ser observado em animais que se alimentam exclusivamente em pastos que foram adubados com nitrogênio ou fosfatos, reduzindo a quantidade de magnésio disponível para o crescimento das plantas. Muitas pesquisas demonstram a deficiência subclínica do magnésio em vacas secas, provavelmente associada a pastagens com magnésio insuficiente. Portanto, estes animais se tornariam "resistentes" aos efeitos do aumento de cálcio na alimentação das vacas gestantes, pela ausência do magnésio agindo nos mecanismos regulatórios. Desta forma, explica-se o motivo pelo qual o magnésio se encontra comumente associado à solução de cálcio usada como medicação para reverter a hipocalcemia em vacas. O tratamento é feito de forma rápida, utilizando-se borogluconato de cálcio, com doses adicionais caso necessário, sob assistência de um médico veterinário. No entanto, alguns animais simplesmente não respondem a esta medicação, ou apresentam redução da produção de leite e se tornam predisponentes ao desenvolvimento de mastite, problemas no parto e retenção de placenta, o que acentua a preocupação por formas de prevenção da doença.

Atualmente, tem-se discutido a importância de dietas aniônicas ou catiônicas em vacas durante o período pré-parto. Ânions são substâncias com carga elétrica negativa, e cátions com carga elétrica positiva. O efeito do somatório final das cargas ingeridas na alimentação define o equilíbrio do organismo, o qual utilizará substâncias tampões para sua manutenção. Assim, constatou-se que animais que recebem alimentação com alto teor de cátions, como o sódio, cálcio e principalmente potássio, irão contrabalancear esse excesso de cargas positivas com aumento de bicarbonato circulante, o que tornará o ambiente orgânico alcalino. As alterações de pH interferem com os diversos mecanismos fisiológicos, dentre eles a ação do paratormônio (PTH), que fica impossibilitado de elevar a absorção intestinal de cálcio, bem como mobilizá-lo do tecido ósseo. Um trabalho de Corbellini (1996) demonstrou que a adição de substâncias aniônicas na alimentação pré-parto das vacas gestantes reduziu para 0,6% a incidência de hipocalcemia, contra um resultado de 12,5% da doença em animais que só receberam ração catiônica. A intenção desta dieta é de restabelecer a condição de neutralidade orgânica, quebrada pelos alimentos com alta concentração de carga positiva.

A prática demonstra que alimentos a base de silagem de milho, fenos de gramíneas e grãos possuem menores concentrações de cátions do que pastagens verdes e fenos de leguminosas. Portanto, vacas secas recebendo alimentação apenas a base de pasto e/ou leguminosas seriam mais predisponentes ao desenvolvimento de hipocalcemia pós-parto.

Para a administração de dietas aniônicas às vacas secas, deve-se adicionar sais aniônicos à alimentação. Através da consulta a um técnico nutricionista, avalia-se a quantidade de sais catiônicos presentes na dieta, variável de um local para o outro de acordo com as condições de cada propriedade, e calcula-se a quantidade de sais aniônicos a ser administrado. As principais fontes aniônicas utilizadas são sulfatos e cloretos, de amônio, cálcio e magnésio, sendo que os animais apresentam resistência ao consumo destas substâncias pela alteração da palatabilidade do alimento, necessitando utilizar-se uma quantidade mínima de concentrado para mascarar o sabor desagradável. O mais palatável dentre eles é o sulfato de magnésio, e o menos palatável é o cloreto de cálcio.

Como principal contra-indicação da dieta aniônica, tem-se a redução da ingestão de alimentos, observada em várias categorias, mas principalmente em vacas gestantes de gêmeos e novilhas, o que torna o balanço energético negativo nestes animais e pode predispor ao desenvolvimento de cetose no pós-parto ou redução da produção de leite. Existem diversos trabalhos tentando provar a eficiência da dieta aniônica na prevenção da hipocalcemia, sendo que os resultados obtidos são bastante conflitantes, não sendo ainda possível confirmar a verdadeira validade desse método.

Portanto, propriedades que possuam alto índice de hipocalcemia, e que já sentiram o custo que o distúrbio representa na produção, devem atentar para estes problemas de manejo alimentar das vacas secas: fornecimento exagerado de cálcio durante todo o período seco, que tornaria os animais refratários ao PTH no momento do parto para mobilização sanguínea deste elemento; alimentação exclusiva em pastagem adubada com fosfato, reduzindo a quantidade de magnésio e afetando, da mesma forma, a concentração de cálcio no pós-parto imediato; verificar o equilíbrio eletrolítico da alimentação fornecida às vacas secas, principalmente feno de leguminosas ou pastagem previamente tratada com potássio. Apesar de ainda não comprovada pelos pesquisadores, a dieta aniônica pode ser considerada nos casos em que sejam descartados o excesso de cálcio a vacas secas ou hipomagnesemia. Por fim, estas alterações de manejo representam apenas estratégias que podem ser utilizadas, mas com o acompanhamento de um técnico capacitado para identificar o principal problema e sugerir qual método se aplica adequadamente à realidade da propriedade.

Mais informações, consulte as fontes abaixo.

Fontes:

CAVALIERI, F.L.B.; SANTOS, G.T. Balanço catiônico-aniônico em vacas leiteiras no pré-parto. Disponível em: https://www.nupel.uem.br/balanco.pdf

CORBELLINI, C.N. Etiopatogenia e controle da hipocalcemia e hipomagnesemia em vacas. leiteiras. Disponível em: https://www6.ufrgs.br/bioquimica/extensao/defminrum.pdf.

CORBELLINI, C.N. Prevención de la hipocalcemia postparto mediante El balanceo Del aniones y cationes de la dieta preparto. In: GAGLIOSTO, G. Nutricion de la vaca lechera. E.E.A. INTA Balcarce, v.141-157, 1996.

Gomide, C.A; Zanetti, M.A.; Penteado, M.V.C.; Carrer, C.R.O.; Del Claro, G.R.; Netto, A.S. Influência da diferença cátion-aniônica da dieta sobre o balanço de cálcio, fósforo e magnésio em ovinos. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec. V.56, n.3, p.363-369, 2004.

SANTOS, W.B.R.; SANTOS, G.T. Dieta aniônica, no período de transição, para vacas leiteiras. Disponível em: https://www.nupel.uem.br/dieta-periodo-seco.pdf

Schafhäuser J. J. O balanço de cátions e ânions em dietas para vacas leiteiras no período de transição. Revista da FZVA, v.13, n.1, p.112-127, 2006.

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PAULO CÉSAR SANTOS OLIVEIRA

RIO POMBA - MINAS GERAIS - ESTUDANTE

EM 09/07/2011

Olá Luciane,

conheci uma propriedade que passou a administrar sal mineral próprio para período pré-parto, porém após o início da utilização, observou que os animais apresentaram dificuldade de parto e hipocalcemia. A medida adotada foi suspender a suplementação de mineral no período pré-parto e só iniciar novamente no pós-parto. O que a Sra. acha desta técnica?

Desde já agradeço
LUCIANE MARIA LASKOSKI

CUIABÁ - MATO GROSSO - PESQUISA/ENSINO

EM 13/11/2009

Prezado Luis Afonso,

Em primeiro lugar, me desculpe pela demora em retornar.

Como algumas pessoas relataram, existem aqueles produtores que até mesmo deixam de retirar o colostro como medida preventiva para a hipocalcemia. Não sei exatamente qual a real contribuição que esse manejo possa oferecer, no entanto não ocorre uma nova mobilização de cálcio para formação de mais leite. Assim, provavelmente o mesmo manejo empregado nas vacas com a doença possa ter um benefício, mas lembrando que o risco de desenvolver uma mastite é bem aumentado também. Acredito que fique mais a critério do produtor, e a incidência de mastite após o procedimento.

Um abraço,

Luciane.
LUIS AFONSO

SANTO ÂNGELO - RIO GRANDE DO SUL - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 24/10/2009

Luciane!

Diversos produtores costumam nao esgotar a vaca q caiu por falta de cálcio, geralmente entram com fluidoterapia e tiram a metade do leite, deixam o resto no úbere. Qual sua opiniao sobre isso?! Eu sempre oriento a esgotar o animal acometido para evitar uma mastite!
LUCIANE MARIA LASKOSKI

CUIABÁ - MATO GROSSO - PESQUISA/ENSINO

EM 24/09/2009

Prezado Márcio de Oliveira Castro

A presença de sangue na urina não é uma caraterística da hipocalcemia. O correto seria fazer um exame minucioso dos seus animais, coletando urina para análise laboratorial dentre outros procedimentos, para descobrir a verdadeira causa. Como você mesmo deve suspeitar, por ter me descrito a presença de samambaia, que seus animais apresentem uma intoxicação em decorrencia desta planta. Mas só mesmo a visita de um veterinário poderá identificar a causa, descartando esta intoxicação ou ainda problemas de ordem reprodutiva, já que o problema só aparece após o parto.

Att.

Luciane.
RENATO CALIXTO SALIBA

BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 21/09/2009

na minha propriedade resolvi o problema de hipocalcimia aplicando de 40 a 60 ml de calcio trinta dias antes do parto, com isso nunca mais tive problemas com as vacas após parirem.
MARCIO DE OLIVEIRA CASTRO

SANTA FÉ - TOCANTINS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 13/09/2009

Parabéns pelo brilhante artigo, e gostaria de saber se por algum motivo, a falta de calcio faz com que algumas vacas (02), estão urinando avermelhado, nós falamos por aqui estão urinando SANGUE,uma vez que estas vacas comprei de um vizinho, e lá se verefica a incidencia de plantas no meio de pasto como a sambaia. Se não é a falta de calcio o que seria, e como curaria se é que tem cura. Vale lembrar que elas só aparecem o sintoma depois de parir, grato pela resposta.
LUCIANE MARIA LASKOSKI

CUIABÁ - MATO GROSSO - PESQUISA/ENSINO

EM 08/09/2009

Prezado Ronaldo Mendonça dos Santos,

A correta classificação dos alimentos com catiônicos ou aniônicos deve ser feita em laboratório, sob responsabilidade de um técnico capacitado. No entanto sabemos que os alimentos com maiores concentrações de cátions são pastos verdes e leguminosas. Concentrados e silagem de milho possuem menor quantidade de cátions, e talvez a polpa cítrica possa estar incluída entre estes alimentos, mas não posso afirmar sem os resultados laboratoriais, os quais também podem variar de acordo com o solo onde o alimento foi produzido.

Se formos pensar pelo método de restrição de cálcio no período seco da vaca gestante, a polpa cítrica não poderia se encaixar neste periodo pelos altos teores de cálcio, por isso a indicação deste alimento seria apenas nas últimas semanas de gestação, quando ocorre incremento da necessidade de cálcio para formação do colostro.

Um abraço,

Luciane Laskoski
LUCIANE MARIA LASKOSKI

CUIABÁ - MATO GROSSO - PESQUISA/ENSINO

EM 08/09/2009

Prezado Antônio Carlos Andrade Junior,

A utilização de cloreto de sódio não é indicada para correção aniônica, pois fornece dois íons fortes de cargas opostas, portanto, é neutro. O recomendado é realmente o suficiente para suprir as necessidades de sódio.

O controle da dieta pode ser feito sim pela utilização do pH urinário, onde valores entre 7,9 a 8,4 indicam dieta catiônica, que deve ser alterada. O ideal é que durante este período o pH fique em torno de 6 a 6,5. Mas esse exame não garante a efetividade da dieta como prevenção da hipocalcemia, apenas que a dieta provavelmente está alterando o equilíbrio iônico do organismo.

Um abraço

Luciane Laskoski.
RONALDO MENDONÇA DOS SANTOS

UBERABA - MINAS GERAIS

EM 05/09/2009

Muito bom o artigo! Gostaria de saber se há restrição da polpa cítrica para os pecuaristas que querem introduzir dietas aniônicas?

Att.,
Ronaldo Mendonça dos Santos
ANDERSON LINARES FUJISAWA

TERRA NOVA DO NORTE - MATO GROSSO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 04/09/2009

PARABÉNS Dra Luciana pelo artigo...!!!

SR Marco Antonio...Se ajudar, tenho indicado para alguns produtores que façam esse procedimento na 1ª ordenha e até agora nenhum produtor relatou que houve queda na produção após esse procedimento. Pois, os casos atendidos, os produtores haviam ordenhado com vontade todo o leite colostro e consequente queda dos animais.

Abraços

ANDERSON
ANTONIO CARLOS ANDRADE JUNIOR

SÃO SEBASTIÃO DO PARAÍSO - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE INSUMOS PARA A PRODUÇÃO

EM 02/09/2009

O uso do cloreto de sódio pensando no cloro como anion, superaria o efeito do negativo do Na? Pensando que o problema de paresia acontece em animais mais produtivos, e as exigências em sódio desses animais são maiores!

Existe algum exame laboratorial que possa ser realizado que garanta a efetividade da dieta aniônica, como por exemplo pH da urina?
Parabenizo desde já pelos artigos do MILK E BEEFPOINT.
LUCIANE MARIA LASKOSKI

CUIABÁ - MATO GROSSO - PESQUISA/ENSINO

EM 01/09/2009

Prezado Marco Antônio,

Até o momento não ouvi falar sobre esta forma de prevenção da hipocalcemia, mas acredito que possa sim contribuir significativamente, uma vez que o excedente da ordenha não estimulará a formação da mesma quantidade de colostro, e consequentemente, o mesmo requerimento de cálcio, que é extremamente elevado para a produção do colostro e não tanto para a produção do leite comercial. Mas fica difícil afirmar que este seja realmente a razão pela ausência do problema em sua propriedade, que proderia ser prevenido pelo manejo pré-parto que realiza.

Ainda, é preciso ficar atento para as condições de higiene, uma vez que o leite residual, ainda mais colostro, tem nutrientes excelentes para o crescimento bacteriano e desenvolvimento de mastite. É preciso levar em conta também que a baixa estimulação inicial poderia comprometer a produção de leite comercial. Acredito que estes não sejam o seu problema, de qualquer forma fica o alerta para outros que possam se interessar pelo método. Para garantirmos a eficácia do mesmo, o ideal seria testarmos animas nas mesmas condições, recebendo a mesma alimentação e com manejos diferenciados na coleta do colostro.

Agradeço pelo comentário e por compartilhar sua prática conosco!

Um abraço,

Luciane Laskoski.
LUCIANE MARIA LASKOSKI

CUIABÁ - MATO GROSSO - PESQUISA/ENSINO

EM 01/09/2009

Prezado Marco Antônio,

Até o momento não ouvi falar sobre esta forma de prevenção da hipocalcemia, mas acredito que possa sim contribuir significativamente, uma vez que o excedente da ordenha não estimulará a formação da mesma quantidade de colostro, e consequentemente, o mesmo requerimento de cálcio, que é extremamente elevado para a produção do colostro e não tanto para a produção do leite comercial. Mas fica difícil afirmar que este seja realmente a razão pela ausência do problema em sua propriedade, que proderia ser prevenido pelo manejo pré-parto que realiza.

Ainda, é preciso ficar atento para as condições de higiene, uma vez que o leite residual, ainda mais colostro, tem nutrientes excelentes para o crescimento bacteriano e desenvolvimento de mastite. É preciso levar em conta também que a baixa estimulação inicial poderia comprometer a produção de leite comercial. Acredito que estes não sejam o seu problema, de qualquer forma fica o alerta para outros que possam se interessar pelo método. Para garantirmos a eficácia do mesmo, o ideal seria testarmos animas nas mesmas condições, recebendo a mesma alimentação e com manejos diferenciados na coleta do colostro.

Agradeço pelo comentário e por compartilhar sua prática conosco!

Um abraço,

Luciane Laskoski.
MARCO ANTONIO PARREIRAS DE CARVALHO

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS

EM 31/08/2009

Dra. Luciane,
Não tenho tido este tipo de problema em meu pequeno rebanho, embora tenha lactações na faixa de 7.000 a 9.000 Kg.
Uso concentrado pré-parto nos últimos 20 dias que antecedem o parto, utilizo administração de sal mineral forçado nos 40 dias que antecedem o mesmo e retiro nos últimos 20 dias, deixo apenas à vontade em livre acesso. Mas faço algo que considero interessante e gostaria de sua opinião. Nas 48 horas iniciais após o parto não retiro todo o colostro, faço ordenha incompleta de cerca de 50%. Imagino, que assim procedendo, estimulo menos a vaca na produção inicial e, por conseguinte, economizo cálcio do organismo. Estaria correto?
Muito obrigado,
Marco Antonio
LUCIANE MARIA LASKOSKI

CUIABÁ - MATO GROSSO - PESQUISA/ENSINO

EM 30/08/2009

Prezado Luciano M. Redu,

Obrigada pelo comentário. O ideal quando pensamos em fazer suplementação mineral seria fazer um levantamento nutricional do alimento presente na propriedade, para ter certeza de quanto fornecer a mais de outra forma. De qualquer forma, de maneira prática, o fornecimento de concentrado, principalmente comercial, que também é recomendado nesse período, já ajudaria a elevar o nível de cálcio. A concentracão adequada que uma vaca deveria ingerir no pré-parto é 45 gramas por dia, e caso não seja fornecido um bom concentrado, ainda há a possibilidade de fornecer alfafa ou elevar o cálcio no sal mineral, com a adição de calcário calcítico ou outras fontes de cálcio.

Quanto ao manejo diferenciado das vacas secas, esta orientação funciona principalmente para aqueles produtores que já fazem o manejo diferenciado com vacas secas, e que possuam grande índice de hipocalcemia na propriedade, neessitando assim apenas separar as vacas que estejam a duas semanas do pré-parto para suplementação. Portanto, a indicação é válida pelos benefícios que pode trazer, reduzindo os custos e prejuízos que a doença causa. Mas de qualquer forma, a meu ver o técnico deve informar a qualquer proprietário sobre esta prática, mesmo que inclua custos adicionais, e deixar a critério dele a adoção ou não do sistema, ciente dos prováveis benefícios que trará.

Espero ter ajudado, um abraço,

Luciane.

LUCIANO M. REDU

OUTRO - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 28/08/2009

Boa tarde, Luciane!!

Parabens pela publicação deste artigo, uma vez que este tema é bastante pertinente e de alta incidencia na grande maioria das propriedades. Aproveito tambem para te perguntar: foi citado no seu artigo, o incremento de calcio apenas nas duas ultimas semanas de gestação, quanto a mais de calcio? E com relação a este manejo de adição de calcio, na sua experiencia o produtor aceita bem este manejo(segregação de vacas secas, outro lote de pre-parto e nas duas ultimas semanas o lote com adição de calcio) ou voce encontra dificuldades em sua adoção?

Um abraço, Luciano!

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