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Preços para atender o produtor

POR MAURÍCIO PALMA NOGUEIRA

PANORAMA DE MERCADO

EM 17/05/2002

3 MIN DE LEITURA

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O mercado deste início de ano esfriou as expectativas de picos mais elevados nos preços do leite em 2002.

No cenário atual, é provável que os aumentos nos preços ainda ocorram, especialmente para a produção deste mês, porém, não serão elevações tão acentuadas como os produtores pretendiam receber.

Nos primeiros quatro meses deste ano, os valores médios pagos aos produtores foram cerca de 2,6% abaixo dos valores do mesmo período de 2001. Estas condições preocupam os produtores que não têm de onde tirar recursos para se manter na atividade.

Pecuaristas que estavam apertados quando consideravam apenas os custos operacionais (custos desembolsáveis e depreciações), estão fazendo suas estimativas e descobrindo que este ano podem não cobrir nem os desembolsos de caixa para se manter. Neste caso, incluem-se até as fazendas mais eficientes, visto que, já há algum tempo, grande parte dos produtores trabalham nestas condições.

Para que os preços do primeiro semestre "empatassem" com os valores pagos no mesmo período de 2001, seriam necessários aumentos de R$0,04/litro no preço médio da produção de maio (pagamento de junho), valor que deveria se manter no pagamento do mês seguinte. Portanto, para que isso se concretizasse, seriam necessários picos de preços superiores aos do ano passado, em torno de R$0,38/litro do leite C e R$0,44/litro do leite tipo B, considerando os valores médios. Nestas condições, os produtores com maiores bonificações estariam recebendo até R$0,51/litro do leite tipo B e R$0,45/litro do leite tipo C nos pagamentos de junho e julho.

Embora existam estes preços mais elevados em algumas praças, vale lembrar que eles fazem parte de estratégias de concorrência das empresas e não refletem o mercado. A consagração destes valores, nestes meses, pode implicar em queda mais acentuada nos preços e redução do valor médio no ano (ver artigo Cuidados nos meses de picos de preços, publicado há duas semanas).

Se houvesse o pico de preços, e os valores pagos aos produtores recuassem nas mesmas proporções observadas em 2001, os preços médios do ano ficariam em torno de 3,2% acima dos preços de 2001, ou 0,4% acima dos preços de 2000, ou seja, quase igual ao preço do ano de 2000. Reajuste de praticamente 0% nos preços em três anos.

Isso se os preços caíssem nas mesmas proporções, porém, observe que a descendência mensal nos preços após pico foi de 3% em 2000 e de 4% em 2001. Alguém duvidaria de um decréscimo médio de até 5% ao mês, este ano, caso houvesse picos de preços elevados?

Pois bem, embora ainda possam ocorrer reajustes nos preços, dificilmente haverá elevações significativas dentro do cenário atual, o que condena o valor médio do leite a ficar abaixo da média de 2001.

Para que os preços médios de 2002 voltem aos patamares de 2000, já que em 2001 os valores recuaram cerca de 2,8%, seria necessário que o valor médio se mantivesse no mesmo nível do pagamento de maio corrente (produção de abril) até o final do ano. Poderia haver reajuste e queda, mas o valor médio de maio a dezembro deveria ser igual ao pagamento de maio. Evidente que existem exceções, mas, na média geral dos produtores, estes valores recuperariam os preços de 2000.

Para que se recuperasse apenas a inflação de um ano (considerando as perdas de 2000 e 2001), os valores médios da produção de maio a dezembro deveriam ser R$0,02/litro acima dos preços que estão sendo pagos este mês, uma situação muito difícil de ocorrer, dentro do cenário atual.

Observe que as condições de preços na pecuária leiteira são extremamente delicadas. Cada vez mais fica evidente que as soluções não virão por parte da indústria e muito menos da sociedade (Governo).

A recuperação da renda só será possível através de várias ações conjuntas, que devem partir justamente de quem hoje ocupa as posições mais delicadas na cadeia agro-industrial do leite: o produtor, as cooperativas e a indústria nacional.

Não adianta apostar todas as fichas em medidas isoladas. Há necessidade de se atuar em todos os campos.

MAURÍCIO PALMA NOGUEIRA

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