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Diferencial de preços por volume: o outro lado da moeda

POR VALTER GALAN

PANORAMA DE MERCADO

EM 05/04/2021

3 MIN DE LEITURA

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Atualizado em 04/04/2021

Na semana passada, publicamos o artigo “Diferencial de preços por volume: um desafio para os pequenos produtores”, do MilkPoint Mercado, escrito pela equipe da Embrapa Gado de Leite (Glauco Carvalho, Davi Chaves e Denis Teixeira).

O artigo levanta uma importante discussão sobre o diferencial de preços entre pequenos e grandes produtores de leite (que está entre 30 e 32 Centavos/litro, conforme informações trazidas pelo artigo) e suas consequências para os pequenos produtores de leite – os desafios de custos de produção e possíveis alternativas para que estes produtores permaneçam viáveis na atividade leiteira (redução de custos para compensar o bônus de volume, agregação de valor via qualidade, verticalização da produção de derivados na própria fazenda, agregação de valor via narrativa do sistema de produção e atuação conjunta no mercado, via associações ou cooperativas de produtores).

O tema suscita algumas reflexões no sentido de entender o “racional” desta diferenciação por volume e, principalmente, a tendência dela no longo prazo. Vejamos então:

  •  Qualidade do leite (pequenos vs grandes produtores): hoje boa parte das grandes empresas do mercado adotam, em seus sistemas de precificação do leite, parâmetros de qualidade do leite (Contagem bacteriana Total e Contagem de Células Somáticas são os dois mais comuns), em tabelas de bonificação e desconto em função do leite fornecido, indistintamente por pequenos ou grandes produtores. Assim, o argumento que no passado era usado para diferenciar o preço dos grandes (é um grande produtor, com leite de melhor qualidade) já não vale mais hoje em dia: se o leite fornecido por determinado produtor tem mais ou menos qualidade do que aquele vendido por outro produtor, esta diferenciação deverá ser percebida nas bonificações/descontos por qualidade e não mais na bonificação por volume. 
     
  • Custos de compra vs bônus volume: os custos de compra de leite (frete entre a fazenda e a fábrica processadora, custos da equipe de compra de leite e dos controles de qualidades efetuados no produto até a chegada na fábrica) são, via de regra, bem menores do que a bonificação por volume entre pequenos e grandes produtores. Dependendo da indústria que se toma como exemplo, estes custos agregados vão de 10 a 15 Centavos por litro, enquanto a bonificação por volume e, muitas vezes, mais do que o dobro!

Muitas empresas com as quais conversamos quase que diariamente aqui no MilkPoint Mercado, vem adotando estratégias para “mudar de pé” neste aspecto da compra de leite, reduzindo seu volume de leite médio por produtor e comprando mais leite de “pequenos” produtores.

Talvez por isso, se verificarmos a evolução dos preços de pequenos e grandes produtores no passado recente (veja no gráfico 1), percebe-se uma menor redução dos valores pagos aos pequenos, principalmente de agosto/2020 até o momento.

Gráfico 1. Evolução do índice de preços aos produtores – Média Brasil para produtores abaixo de 200 litros/dia e acima de 7.000 litros/dia (Março de 2018 = 100


Fonte: elaborado pelo MilkPoint Mercado com base em dados do Cepea


Provavelmente (aqui vai uma hipótese a ser testada), esta tendência de maior valorização do leite dos “pequenos” só não é mais forte e consistente porque, no “aperto” das situações de mercado em que precisa comprar mais volume de leite, o comprador “no campo” vai preferencialmente ao grande produtor, no qual ele resolve o problema dele de conseguir maior volume de compra mais facilmente...

Temos então aqui (outra hipótese a ser testada!) um problema de governança na maioria dos laticínios brasileiros – qual seja, a estratégia da empresa não está alinhada com os incentivos e estratégias individuais dos compradores que a representam no campo.

De qualquer forma e como bem coloca o artigo escrito pelo time da Embrapa, se olharmos o exemplo de outras commodities, “um café tipo 6, bica corrida e bebida dura, possui valores próximos, independente se o vendedor produz 100 sacas ou 10 mil sacas”; salvo engano, esta mesma observação pode ser feita para o milho, a soja e até o boi gordo. A bonificação por volume então estaria com os dias contados...

VALTER GALAN

MilkPoint Mercado

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TIMOTHEO SOUZA SILVEIRA

CASTRO - PARANÁ

EM 05/04/2021

Concordo com a posição do artigo. Estamos estudando vários aspectos de pagamento e a princípio entendemos como caminho para a governança de uma cadeia justa é o modelo de pagamento por kg de sólidos com descontos em qualidade do leite. Esse modelo nos parece o mais sensato como retorno para o investimento, tendo em vista o que ocorre nos outros países. Vale a pena identificar o que tem se buscado em avanços genéticos e na nutrição fora do país, com foco nos sólidos do leite. Fica aqui a indagação: queremos produzir com qualidade para o nosso mercado, ou para que possamos ter competitividade internacional? Se for para o Brasil, porque não continuar do jeito que esta? Se for para fora, porque não adotar o que fazem lá fora? qual a estratégia da nossa política econômica nesse caso?

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