Zurita: nossa meta agora é crescer 10% ao ano
A subsidiária brasileira alcançou o posto de segunda maior operação mundial da Nestlé, à frente da americana. A proposta inicial do presidente da Nestlé no Brasil, Ivan Zurita, era elevar em 6% o faturamento da subsidiária, atualmente em 14 bilhões de reais. Hoje, o desafio de Zurita e seu grupo é crescer organicamente 10% a partir do próximo ano. "Não há dúvida de que a nova meta de crescimento para o Brasil é bastante ousada", diz Zurita. "Mas está longe de ser inatingível. Vamos trabalhar dobrado."
Publicado por: MilkPoint
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A subsidiária brasileira alcançou o posto de segunda maior operação mundial da companhia, à frente da americana. Europa e Estados Unidos são mercados maduros, nos quais convencer um consumidor a comprar mais um chocolate ou um novo tipo de iogurte torna-se tarefa cada vez mais complexa e cara. No Brasil, a emergência de uma nova classe média torna a demanda gigantesca. Foram essas evidências que fizeram Zurita chegar a Vevey com uma meta para os negócios em 2010 e sair de lá, dias depois, com outra - bem mais agressiva. Sua proposta inicial era elevar em 6% o faturamento da subsidiária, atualmente em 14 bilhões de reais. Isso sem a ajuda de fusões ou aquisições de concorrentes. O objetivo era considerado ousado por alguns executivos brasileiros. Hoje, o desafio de Zurita e seu grupo é crescer organicamente 10% a partir do próximo ano. "Não há dúvida de que a nova meta de crescimento para o Brasil é bastante ousada", diz Zurita. "Mas está longe de ser inatingível. Vamos trabalhar dobrado."
Trabalhar dobrado significa colocar em execução o maior plano de expansão da Nestlé brasileira desde 2001, data da compra da fabricante de chocolates Garoto. Zurita elegeu duas áreas prioritárias para seu crescimento: o mercado da classe C, segmento no qual a Nestlé está presente há cerca de quatro anos, e os consumidores com mais de 60 anos de idade, terreno ainda inexplorado pela companhia. Zurita incumbiu cada uma das 17 unidades de negócios a criar pelo menos uma nova linha de produtos para esses dois públicos em 2010. A ideia é lançar cerca de 30 novidades nos próximos 12 meses, quase duas vezes mais a média anual de lançamentos da Nestlé no Brasil. "Vamos desenvolver essas inovações aqui. Elas serão os motores da expansão", diz Zurita. Ao mesmo tempo que tentam criar linhas e penetrar em novos mercados, os executivos da empresa têm o desafio de expandir negócios já existentes. A marca de sorvetes Garoto deve ser levada para a Região Nordeste. Duas cafeterias Nespresso, grife para consumidores de alta renda, serão inauguradas no Rio de Janeiro e em Campinas. E o número de vendedoras porta a porta - estratégia criada para atingir a população da classe C por meio de um canal de distribuição alternativo - passará de 8.000 para 10.000. Pelos cálculos de Zurita, apenas essa última medida deverá render pelo menos 1 bilhão de reais em receitas extras para a Nestlé em 2010.
Mas para bater consistentemente a meta de crescer pelo menos 10% ao ano, Zurita precisará de um negócio de grandes escalas. Diante disso, sua maior aposta está num mercado em que a Nestlé tem pouca - ou nenhuma - tradição no Brasil: o de leite longa vida. A empresa entrou nesse mercado em março deste ano com o lançamento de dois produtos das marcas Ninho e Molico, até então vendidos sob a forma de leite em pó. Inicialmente, as vendas ficaram concentradas nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, devido à baixa capacidade de produção da Nestlé, de 48.000 litros por ano. Mas a aquisição da maior fábrica da Parmalat no país, concluída no dia 20 de novembro, deverá mudar a amplitude da operação. Localizada no município de Carazinho, no Rio Grande do Sul, a fábrica tem capacidade de produzir 500 milhões de litros de leite por ano, quase 10% do total consumido no Brasil. Outra parte da produção deverá vir de uma nova fábrica, em Araraquara, no interior de São Paulo, capaz de produzir mais de 100 milhões de litros de leite por ano. O investimento nas duas fábricas será de 250 milhões de reais. "A derrocada da Parmalat abriu espaço para que possamos crescer nesse mercado", diz Zurita. "Queremos vender produtos de maior valor agregado, com margens maiores." Os leites Ninho e Molico são vendidos a preços em média 30% maiores que os dos concorrentes.
Apesar do crescimento robusto apresentado pela subsidiária de 2003 para cá, a Nestlé perdeu a liderança em segmentos como biscoitos e iogurtes para os concorrentes M. Dias Branco e Danone, respectivamente. Com os franceses da Danone, Zurita travou uma luta inglória. Para concorrer com o iogurte funcional Activia, da Danone, a Nestlé lançou a linha Nesvita em 2006. Neste ano, diante dos resultados insatisfatórios, a linha foi retirada do mercado. Os preços mais altos e um baixíssimo apelo de marca fizeram com que o Nesvita nunca ultrapassasse os 3% de participação de mercado. A Danone, por outro lado, detém 66% de participação. "Vamos relançar o Nesvita com a marca Molico", diz Zurita. "Nossa batalha está apenas começando."
A matéria é de Daniella Camargos, publicada na Revista Exame, adaptada e resumida pela Equipe MilkPoint.
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PRESIDENTE PRUDENTE - SÃO PAULO - TRADER
EM 09/12/2009
Repito, deram um prazo de 9 dias.

PATOS DE MINAS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 09/12/2009
Espero que o Sr. Ivan Zurita não se esqueça que os produtores de leite são os responsáveis pelo fornecimento da principal matéria prima dos produtos Nestlé. Que sejam valorizados pela maior empresa de alimentos do mundo.
RIALMA - GOIÁS - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS
EM 09/12/2009