Zanatta: Baixa oferta de leite gera ociosidade nas indústrias

Com 50% da capacidade instalada ociosa, o grupo intensificou programas para elevar a produtividade média dos 56 mil produtores, que é de cem litros diários.

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Atrás de fatias do varejo de laticínios nacional, a LBR Lácteos Brasil, união da Bom Gosto com a LeitBom, vai ressuscitar as linhas de iogurtes da marca Parmalat. O copresidente do Conselho de Administração da companhia, Wilson Zanatta, informou ontem, em Porto Alegre, que os produtos retomam ao mercado em dezembro, após três anos de hibernação. Zanatta disse que serão investidos R$ 1,2 milhão em campanha de marketing e que o segmento é cobiçado, pois apresenta crescimento anual em consumo de 15% no País.

A produção de iogurte ocorrerá na planta de Guaratinguetá (SP). Com 15 marcas sob o controle da LBR, a empresa também acelera a implantação de uma unidade na cidade uruguaia de San Jose, próxima a Montevidéu. Segundo o executivo, falta a liberação de licenças ambientais. O investimento será de US$ 30 milhões, com estrutura para processar 600 mil litros diários de leite. O foco será a exportação para outros mercados.

Com 50% da capacidade instalada ociosa, o grupo intensificou programas para elevar a produtividade média dos 56 mil produtores, que é de cem litros diários. A meta é chegar a 300 litros diários. O desempenho deve ser buscado em um grupo de 4 mil produtores, para triplicar o volume em dois anos. Também há pagamento de até 20% sobre o preço do litro a propriedades que atingirem níveis maiores de qualidade. Ontem, o representante da companhia, que deve terminar o ano com um faturamento bruto de R$ 3 bilhões, analisou os seis primeiros meses da fusão com a LeitBom, oficializada em dezembro de 2010, no evento Tá na Mesa, da Federasul. A menor oferta de leite in natura e o aumento do ingresso de produtos lácteos do Uruguai e da Argentina, que superou nos primeiros oito meses do ano o volume de 2010, explicam o nível baixo de utilização das plantas, listou Zanatta.

"O setor deveria ter 70% da estrutura de processamento ocupada", contrasta o copresidente da LBR. Com isso, cinco plantas das 30 existentes em 12 estados foram desativadas. Uma delas operava em Erechim, mas era locada da Corlac. O contrato foi suspenso e não será retomado. Parte da oferta de leite será absorvida pelas plantas de Gaurama e Tapejara. As quatro próprias somam capacidade de industrialização de 700 mil litros diários. A expectativa é que o aumento do processamento, hoje em 4,3 milhões de litros por dia, sendo que a capacidade total do grupo é de 8 milhões de litros por dia, aumente nos próximos dois anos. "Houve um superdimensionamento das plantas ou a produção leiteira não dá conta", apontou Zanatta.

A guerra fiscal também foi apontada como um fator negativo para as plantas fora do eixo do Sudeste. Mais de 60% do processamento ocorre nos três estados da região Sul. Vantagens fiscais distribuídas por São Paulo e Rio de Janeiro tornam o produto da LBR menos competitivo. A direção da empresa e o Sindilat-RS negociam com o governo gaúcho a prorrogação dos 4% de crédito presumido sobre o preço ao produtor. "O ideal será 6%", contrapôs Zanatta. O incentivo se encerra no dia 30. O secretário-executivo do sindicato, Darlan Palharini, disse que também está sendo pedida a equalização do ICMS, para reduzir a desvantagem.

A matéria é de Fredy Vieira, para o Jornal do Comércio, adaptada pela Equipe MikPoint.
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marco antonio silva crus
MARCO ANTONIO SILVA CRUS

MURIAÉ - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 25/09/2011

Penso que seria necessario uma ação conjunta entre o nosso governo e paises vizinhos para impor limites na importação de leite e derivados, uma vez que isso prejudica toda a cadeia .Há dez anos atuo em na industria de laticinios e vejo sempre a mesma coisa quem acorda todos os dias pela manhã e ordenha suas vacas nem sempre é bem remunerado.A cadeia leitera no pais esta ficando concentrada nas mãos de grandes bancos e grandes industrias.
Valério Carvalho Cardoso
VALÉRIO CARVALHO CARDOSO

SÃO JOÃO DEL REI - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 22/09/2011

A única  intenção do governo atual, no que se refere ao leite, é reduzir custo de de cesta básica. E acham bem mais fácil importar leite de lugares que nem preservam meio ambiente...
Eder Ghedini
EDER GHEDINI

TAPEJARA - RIO GRANDE DO SUL

EM 22/09/2011

Sempre fui contrário a fusões de empresas, quando inevitavelmente tornam-se "donas do mercado", penso que foi em função desta fusão a qual gerou a ociosidade relatada. A produção de leite no Brasil é crescente, embora longe de médias comparadas com países vizinhos. É preciso investir em tecnologia, embora muito tem sido feito neste campo convivemos com realidades distintas dentro deste imenso país. Valorizar e incentivar o produtor são medidas bem vindas, fonte da matéria-prima muitas vezes se depara com situações onde o que resta é abandonar a atividade pois o negócio torna se inviável. Discursos estufados de otimismo criam uma perspectiva abstrata, é preciso concretizá-los ou vamos continuar sonhando com um futuro melhor neste setor um tanto já desacreditado, e , ocioso??????
JOAQUIM TEODORO
JOAQUIM TEODORO

ACREÚNA - GOIÁS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 22/09/2011

Esta fusão está mais para uma colcha de retalhos formada pela maior parte de empresas em dificuldades financeiras, e é preocupante essa tal reestruturação pois, já nos mostra que a tão sonhada união de culturas tão distintas entre empresas de lacteos. O leite pode virar coalhada!





Abraços
Djalma Lindolfo Ferreira Branco
DJALMA LINDOLFO FERREIRA BRANCO

ITAPERUNA - RIO DE JANEIRO

EM 22/09/2011

Um recado, ao Sr. Wilson Zanata, invista na sua planta. nos produtores em Itaperuna - RJ, e  região noroeste fluminense, nosso histórico relata, que sempre tivemos vocação para o leite.  Precisamos de pessoas como você.
Darlani de Souza Porcaro
DARLANI DE SOUZA PORCARO

MURIAÉ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 22/09/2011

È necessário urgente que as reivindicações dos  produtores de leite sejam atendidas , como se fosse uma normativa a ser seguida  pelos governantes,como tem a de nº 51  aos produtores. O preço dos produtos lácteos tem que ser barato, agora o governo tem que tirar todos impostos incidentes no leite, tirar a carga trabalhista paga pelos médios produtores,  e principalmente ter um subsídio para manter sua sobrevivência no campo, caso contrário vamos ser mais dependente desses paises vizinhos e outros. A embrapa seria o orgão mais recomendado para abrir os olhos desses  nossos governantes, pois ela sabe o custo real de um litro de leite.
Qual a sua dúvida hoje?