PR: venda de queijo de leite cru sai da clandestinidade

A possibilidade de produção e venda do queijo artesanal irá contribuir para o aumento do turismo e da valorização da culinária local. Para Jussara Voss, autora do Vosso Blog de Comida, e jurada do concurso da Emater-PR que vai eleger hoje (20/07) os cinco melhores queijos do estado, o Paraná estava atrasado na questão da cultura queijeira.

Publicado por: MilkPoint

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A possibilidade de produção e venda do queijo artesanal irá contribuir para o aumento do turismo e da valorização da culinária local. Para Jussara Voss, autora do Vosso Blog de Comida e jurada do concurso da Emater-PR que elegeu nessa última sexta-feira (20/07) os cinco melhores queijos do estado, o Paraná estava atrasado na questão da cultura queijeira. “O queijo tem um impacto muito grande na diversidade da gastronomia. Se trabalhamos apenas com queijos pasteurizados, isso fica prejudicado. Hoje sabemos que a valorização da produção local é essencial, e o queijo faz parte disso: as condições de produção, o processo, a maturação, tudo influencia e muda o sabor,” opinou.

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Jussara, que abraçou a causa da produção e venda de leite artesanal de leite cru, reforça que haverá um aumento da oferta de queijos para os consumidores. “O Brasil tem a tradição queijeira, com produtos de qualidade de nível internacional. No Paraná, somos conhecidos pela produção do  queijo colonial. Em breve, novos produtos devem surgir até mesmo nos mercados, já que muitos produtores ficavam inibidos de oferecer suas criações pois eram considerados produtos clandestinos.”

Com a aprovação da lei, o Paraná passa a ser o segundo estado a permitir a venda do queijo artesanal: o primeiro foi Santa Catarina, no mês de janeiro. Em Minas Gerais, apenas algumas áreas, como a Serra da Canastra, possuem essa permissão. Para o autor da lei, o deputado Professor Lemos (PT), a importância dessa aprovação está relacionada ao impacto na renda dos pequenos produtores. “A venda do queijo é muito mais rentável do que do leite. A lei irá encorajar quem já produz e estimular novos produtores para que coloquem no mercado suas produções de queijo artesanal e colonial. Isso irá abrir portas para os pequenos produtores, gerar novos empregos e aumentará a renda.”

Além da comercialização, a lei estabelece que poderão ser utilizados na fabricação dos queijos artesanais paranaenses de leite cru, condimentos naturais, corantes naturais, coalhos/coagulantes, sal (cloreto de sódio ou outro com a mesma função), fermentos e outras substâncias de origem natural, e aditivos descritos nas receitas originais.

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O projeto ainda determina práticas e cuidados com o gado, instalações mínimas das queijarias, obrigações na escolha dos insumos para a produção do queijo, como água e leite, além de detalhamento de embalagem e cuidados no transporte. Além disso, estabelece que os queijos artesanais terão seus processos de fabricação documentados para fins de proteção do patrimônio histórico, cultural e indicação geográfica.

Vale ressaltar que a aprovação da lei abre espaço para a discussão em outros estados e também para a agroindústria de pequeno porte – como os produtores de produtos como salame, embutidos, sucos, ovos e frango caipira. “Agora vamos tentar avançar em outras questões da legislação da agroindústria, como os pequenos produtores de produtos de origem animal e vegetal”, disse o deputado.

As informações são do jornal Gazeta do Povo.

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Carolina Rubini
CAROLINA RUBINI

CURITIBA - PARANÁ

EM 24/07/2018

Como tudo nesse país, as leis são aprovadas com viés político, sem haver um trabalho de base que possibilite e assegure um produto sem risco ao consumidor. Recentemente, pesquisadores brasileiros detectaram cepa vacinal de brucelose em queijos de leite cru! Antes de sanearmos esse tipo de doença, essa liberação não é segura.
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