Vacas Gir têm contagem distinta de células somáticas

O teste que indica se uma vaca leiteira está com mastite - inflamação na glândula mamária causada por bactérias - estabelece o limite máximo de 200 mil células somáticas por mililitro (ml) de leite, independentemente da raça do animal. Uma pesquisa realizada na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da USP constatou que para as vacas da raça Gir o limite máximo de contagem a ser considerado pelo produtor deve ser de 100 mil células somáticas por ml de leite.

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O teste que indica se uma vaca leiteira está com mastite - inflamação na glândula mamária causada por bactérias - estabelece o limite máximo de 200 mil células somáticas por mililitro (ml) de leite, independentemente da raça do animal. Uma pesquisa realizada na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da USP constatou que para as vacas da raça Gir o limite máximo de contagem a ser considerado pelo produtor deve ser de 100 mil células somáticas por ml de leite.

"A pesquisa serve de alerta para os produtores de leite de vacas Gir tomarem medidas preventivas para evitar que a infecção atinja outros animais", aponta o professor Marcos Veiga dos Santos, do Departamento de Nutrição e Produção Animal (VNP) da FMVZ, em Pirassununga. O estudo foi realizado pela médica veterinária Carolina Barbosa Malek dos Reis para a sua dissertação de mestrado, defendida no último dia 31 de março, sob orientação de Marcos Veiga dos Santos.

Durante um ano, Carolina coletou amostras mensais do leite produzido por três rebanhos de vacas Gir, provenientes de duas fazendas da região de Pirassununga e uma em Uberaba (MG), somando 300 animais. A partir da análise desse material, os pesquisadores perceberam que a resposta do organismo à infecção por mastite acontece de forma diferenciada no gado Gir.

De acordo com o professor, entre as medidas de controle que o produtor deverá tomar estão: ordenhar primeiro as fêmeas saudáveis e, posteriormente, as infectadas, e submeter as vacas com contagem superior a 100 mil células somáticas por ml de leite a um teste para identificar qual é a bactéria causadora da mastite. "Existem mais de 100 tipos de bactérias que podem causar a doença. Identificando o micro-organismo causador pode-se tratar o animal com a medicação adequada ou implantar outras medidas de controle, como a segregação, a secagem antecipada ou o descarte do animal" aponta. Segundo Marcos Veiga, atualmente, a mastite é a doença que mais causa prejuízo ao setor leiteiro.

O estudo também auxilia o produtor em termos de aprimoramento do monitoramento da mastite para controle do número de animais doentes do rebanho. "Um rebanho é considerado sob controle quando apresenta até um limite de, no máximo, 10% de animais infectados", aponta.

O professor ressalta que contagem de células somáticas está ligada com a qualidade e composição do produto e não com a sua segurança. "Tomar um leite com mais ou menos células somáticas não interfere na segurança do produto desde que ele tenha sido pasteurizado, e não traz riscos para o consumidor", destaca, lembrando que a legislação brasileira é semelhante a dos Estados Unidos.

"Quando se trata do leite proveniente de rebanhos, o limite de células somáticas é de 750 mil células por ml, de acordo com os parâmetros aceitáveis da legislação", destaca. Veiga conta que são produzidos anualmente no País cerca de 28 bilhões de litros de leite. Segundo o professor, a raça Gir responde por uma parcela significativa na produção de leite no Brasil, seja como raça pura ou por meio dos cruzamentos, como a Girolanda (cruzamento entre Gir e holandesa).

As informações são da Agência USP, resumidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint.


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