USDEC discute preços dos lácteos em 2011

A forte demanda global e algumas flutuações na oferta ajudaram os mercados de lácteos a se recuperar em 2010. Segundo analistas convidados pelo Conselho de Exportação de Lácteos dos EUA (U.S. Dairy Export Council - USDEC), as principais questões para 2011 são se a demanda pode ser sustentada nos altos níveis de preços e como a produção mais forte de leite responderá.

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A forte demanda global e algumas flutuações na oferta ajudaram os mercados de lácteos a se recuperar em 2010. Segundo analistas convidados pelo Conselho de Exportação de Lácteos dos EUA (U.S. Dairy Export Council - USDEC) para uma conferência online chamada "Global Dairy Outlook", as principais questões para 2011 são se a demanda pode ser sustentada nos altos níveis de preços e como a produção mais forte de leite responderá.

No evento, Marc Beck, vice-presidente sênior de mercado de exportações da USDEC, sugeriu que os preços da commodity de referência, o leite em pó integral, ficarão em uma faixa de US$ 3.500 e US$ 4.500 por tonelada no próximo ano, um preço que "mostra ser sustentável no lado da demanda e um preço que é necessário para sustentar o crescimento e a lucratividade da produção fora do mercado líder na Oceania".

Embora a crescente inflação dos alimentos apresente um risco para a demanda no próximo ano, o editor do Xcheque.com, Jon Hauser, sugeriu que o crescimento da riqueza dos países em desenvolvimento tem aumentado a capacidade dos compradores. Historicamente, os preços dos lácteos na Ásia têm se apresentando menores com relação ao mundo ocidental, principalmente devido aos subsídios de exportação, disse Hauser. Com esses subsídios removidos, "a questão é se estamos vendo inflação nos alimentos ou vendo o resto do mundo mais capaz de bancar os lácteos a preços que o mundo ocidental já costumava pagar".

Outros palestrantes do evento não concordaram que a ideia de que os maiores preços prevalecerão. "Eu me espantaria se esses forem realmente preços sustentáveis", disse o presidente e diretor executivo do Hoogwegt U.S., Dalyn Dye. "Eu me pergunto se a quantidade de leite que pode ser produzida quando esse tipo de preço é repassado de volta aos produtores é realmente a quantidade de leite que os clientes ao redor do mundo podem consumir".

As contínuas compras da China serão chaves sobre como os mercados em 2011 se desenvolverão, concordaram os palestrantes. Eles também ficarão de olho no clima da Nova Zelândia e em o quão rápido os custos da dieta animal restringem a produção de leite nos Estados Unidos e na Europa. Baseados no recente crescimento na oferta, os palestrantes previram condições mais brandas no começo de 2011, dando caminho para mercados mais pressionados no final do ano.

As informações são da USDEC, traduzidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint.
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Marcello de Moura Campos Filho
MARCELLO DE MOURA CAMPOS FILHO

CAMPINAS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 04/12/2010

Consideremos a previsão de Marc Beck que em 2011 o preço do leite em pó integral no mercado mundial ficará entre US$ 3.500,00 e US$ 4.500,00 por tonelada, e que o preço da matéria prima seja 65% desse valor e que 1 tonelada de leite em pó represente 8.000 litros de leite fluido. Isto significaria que o produtor competitivo estaria recebendo entre US$0,366/litro ( cenário otimista ) e US$ 0,284/litro ( cenário pessimista ) de leite, com preço médio de US$ 0,33/litro ( cenário intermediário ).

Para transpor esses preços ao produtor no Brasil, dependemos da taxa de câmbio.

Se considerarmos a manutenção da sobrevalorização do real face a moeda norte americana, com R$ 1,75/US$, isso representaria R$ 0,64/litro no cenário otimista, R$ 0,50/litro no cenário intermediário, e R$ 0,50/litro no cenário pessimista, e recebendo esses preços o produtor nacional seria competitivo no mercado internacional, mas essa situação é pouco sustentável para a maioria dos produtores cujo custo de produção deve estar variando entre R$ 0,68/litro a R$ 0,75/litro.

Mas se a sobrevalorização do real fosse eliminada, o a taxa de câmbio estaria por volta de R$ 2,35/US$, e o produtor nacional seria competitivo no mercado internacional com R$ 0,84/litro no cenário otimista, R$ 0,76/litro no cenário intermediário e R$ 0,68/litro no cenário pessimista, uma situação sustentável face com a faixa de custos de produção atual.

Não é possível o setor leiteiro nacional pensar em exportar leite e lácteos, e nem mesmo atender às necessidades de consumo interno para que o Brasil deixe de ser um grande importador de leite como o foi nos últimos 20 anos, se o setor for usado como moeda de troca para o comércio internacional e não for tomada medida urgente para compensar a sobrevalorização do real, com grande prejuizo para a geração de postos de trabalho e renda no interior do País.

Por isso tenho reiteradamente manifestado minha opinião que o setror leiteiro brasileiro precisa de uma ação forte e firme junto ao Governo com relação a questão acmbial e o uso do setor como moeda de troca e a sobrevalorização do real.

Marcello de Moura Campos Filho
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