Uruguai: rebanho diminui, mas cresce a produção de leite por vaca

O setor leiteiro do Uruguai continua aumentando a produtividade sem aumentar o número de vacas ordenhadas e segue perdendo área frente à agricultura. O negócio é bom, mas se liquidam mais fazendas leiteiras.Os altos valores compensam parcialmente o aumento dos custos e facilitam aos produtores de leite a incorporação de dietas à base de concentrados a seus animais para que elevem suas produções, principalmente nos meses em que o pasto diminui e a indústria paga melhor pelo leite enviado às diferentes usinas.

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O setor leiteiro do Uruguai continua aumentando a produtividade sem aumentar o número de vacas ordenhadas e segue perdendo área frente à agricultura. O negócio é bom, mas se liquidam mais fazendas leiteiras.

Os altos valores compensam parcialmente o aumento dos custos e facilitam aos produtores de leite a incorporação de dietas à base de concentrados a seus animais para que elevem suas produções, principalmente nos meses em que o pasto diminui e a indústria paga melhor pelo leite enviado às diferentes usinas.

Segundo dados extra-oficiais, a produção de leite no exercício de junho de 2010 a julho de 2011 frente à junho de 2009 a julho de 2010 cresceu em 10% e o rebanho leiteiro caiu em 2%. É muito significativo o aumento na captação de leite pela indústria durante os primeiros nove meses do ano: 18%, segundo dados do Instituto Nacional de Leite (Inale).

No entanto, sobre o crescimento na produtividade, há algumas dúvidas. Nesses momentos em que o negócio vale a pena, com bons preços pelo gado e com uma forte demanda que vem de novos investimentos, há mais produtores aproveitando as oportunidades e tratando de sair do negócio.

"As vacas seguem mudando de mão", disse o presidente da Intergremial de Produtores de Leite (IPL), Martín Lindholm. Ele disse que a média de idade dos produtores de leite é de 58 anos, que os grãos seguem se movendo as fazendas de leite para terras mais marginais e que os números de fazendas leiteiras, no último exercício, foram muito bons.

"As oportunidades que os produtores têm hoje para sair do negócio não existiam". Isso porque as mega-fazendas que estão se instalando no Uruguai, impulsionando um modelo de produção que não é o que maneja tradicionalmente o produtor uruguaio, introduzem no mercado uma demanda agregada por ventres e há pouco gado.

Por outro lado, o presidente da Câmara Uruguaia de Produtores de Leite (CUPL), Horacio Leániz, também compartilha da ideia de que os produtores que deixam hoje as fazendas leiteiras arrendam o campo e vendem seus ventres, são produtores com 40 anos de trabalho ou mais. "O setor leiteiro é muito sacrificado e isso pesa muito em uma determinada idade".

Leániz também tem consciência de que o setor leiteiro moderno "traz consigo novas exigências trabalhistas e sanitárias que demandam investimentos adicionais. Há pessoas que estão dispostas a fazer isso, outras que não".

A perda de fazendas leiteiras não é um problema novo para o Uruguai e vem se arrastando há vários anos, mas hoje no mercado se nota que há mais liquidações de estabelecimentos leiteiros. "As liquidações estão ocorrendo mais nas bacias não tradicionais e as vacas estão passando para as mãos das grandes fazendas", disse o gerente da empresa Urchitano Negocios Rurales, Ruben Urchitano. Ele garante que a maioria das fazendas que estão fechando são pequenas e não ordenham mais que 130, 150 vacas. Para Urchitano, as fazendas fecham porque, por um lado, "não há troca de gerações", mas também se dá porque a "agricultura segue arrancando terras do setor leiteiro".

A reportagem é do El País Digital, traduzida e adaptada pela Equipe MilkPoint.
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Eliseu Nardino
ELISEU NARDINO

MARIPÁ - PARANÁ

EM 03/11/2011

Acho que vem leite de outros lugares, para aumentar tanto a produção com diminuição do rebanho.
Qual a sua dúvida hoje?