O presidente da Câmara da Indústria Láctea do Uruguai, Ruben Núñez, lamentou que o país não esteja realizando "nenhum tipo de desenvolvimento comercial fora dos que já temos, com uma produção que segue crescendo e quando os mercados aos quais exportamos crescem menos que a produção nacional".
Chegará um momento em que o Uruguai deverá comercializar seus lácteos a mercados "onde não temos preferências tarifárias e a resposta é muito simples: terminaremos vendendo a valores mais baixos que os outros obtêm e que os que conseguimos nos destinos naturais", disse ele.
Após dispor sobre o desenvolvimento do setor leiteiro no Uruguai diante de membros da cadeia de lácteos de toda a América Latina, Núñez destacou a "enorme capacidade" de crescimento no setor leiteiro da região. No futuro, as Américas serão a grande fonte de produção, disse ele. Nesse marco, a demanda mais forte estará na Ásia e na África, onde viverá 80% da população, mas "na América Latina - salvo exceções de países que estão fazendo coisas inteligentes, como Chile, Colômbia ou Costa Rica -, não temos acordos com esses blocos. O dia que chegarmos a um crescimento de produção que teremos que colocar lá, vamos estar em uma enorme desvantagem competitiva; isso é sumamente preocupante".
Ele disse que houve um aprofundamento das políticas públicas de crescimento da produção primária e também de investimentos industriais, mas que o tema central é a venda e "se não tivermos colocações fluidas ou em iguais condições de acesso da Nova Zelândia, Austrália, União Europeia (UE) ou Estados Unidos, estaremos em desvantagem".
Esse tipo de acordo teria que ser feito dentro do Mercosul, pela normativa existente, "mas o Uruguai poderia fazer acordos de cotas individualmente que seriam um início das negociações que, mais tarde, poderiam se transferir em seu conjunto ao Mercosul, ou pedir aos integrantes do Mercosul autorizações especiais para negociar com certos países ou blocos e ver ao final dessas negociações se vale a pena ou não que o Uruguai tenha esses acordos e o Mercosul os autorize".
Núñez disse que se fala disse há muitos anos com todas as autoridades. "É tudo o que podemos fazer: explicar o problema e delinear estratégias, mas são temas de políticas pública, de política de desenvolvimento e de acordos comerciais e isso se faz a nível de governo".
Núñez disse que o Uruguai produz 1,8 milhão de toneladas de leite, que representam 0,3% da produção e 2% do comércio mundial, sendo o primeiro consumidor de lácteos da América Latina (241 litros por ano por habitante) com a maior produção de leite por habitante da América (500 litros por ano). "É uma produção pequena em termos mundiais, mas que refere a um modelo de êxito e crescimento sustentável".
A reportagem é do www.elobservador.com.uy, traduzida e adaptada pela Equipe MilkPoint.
Uruguai quer vender lácteos na África e na Ásia
O presidente da Câmara da Indústria Láctea do Uruguai, Ruben Núñez, destacou a "enorme capacidade" de crescimento no setor leiteiro uruguaio e ressalta que em um futuro próximo a demanda mais forte estará na Ásia e na África, onde viverá 80% da população.
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