As exportações de lácteos do Uruguai nos primeiros três meses deste ano caíram 6% em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo dados estatísticos do Instituto Nacional do Leite (Inale). O valor FOB exportado no primeiro trimestre foi de US$ 125,3 milhões.
O leite em pó integral tem um acumulado de US$ 75,7 milhões (FOB), o leite desnatado de US$ 9,4 milhões; os queijos de US$ 20,7 milhões e a manteiga de US$ 13,8 milhões. Neste primeiro trimestre melhorou a colocação de leite em pó desnatado, manteiga e leite em pó integral (+ 16%, + 18% e + 3%, respectivamente), mas caiu 32% do volume de queijo colocado no mesmo período de 2018.
No acumulado do mês passado, 26.580 toneladas de leite integral em pó, principal produto de exportação do Uruguai, foram exportadas. Em leite desnatado, foram colocadas 4.163 toneladas, seguidas por 4.990 toneladas de queijo e 3.075 toneladas de manteiga.
O relatório da Inale indicou que, comparado ao preço de dezembro de 2018, o valor do leite em pó desnatado aumentou 24%, ficando em US$ 2.495 por tonelada. O leite em pó integral subiu apenas 2% e permaneceu em US$ 2.806 por tonelada. Por sua vez, no caso dos queijos, o valor da tonelada subiu 2% e permaneceu em US$ 4.138 e a queda mais significativa foi para a manteiga (-15%), que permaneceu com um valor de US$ 4.704 por tonelada exportada.
É importante notar que o preço do leite em pó integral exportado pelas indústrias de laticínios uruguaias ficou abaixo do valor alcançado por países da Oceania. No caso do Uruguai, foi vendido a US$ 2.806 e da Oceania foi exportado a US$ 3.113 por tonelada. Neste caso houve um aumento de 7%. Por sua vez, a Europa exportou o mesmo produto para US$ 3.275 por tonelada, valor que subiu 3%.
Enquanto isso, no caso dos queijos, o preço de março para o Uruguai foi de US$ 4.138 por tonelada (queda de 1% em relação ao valor registrado em fevereiro) e, nesse caso, foi vendido a valores acima dos alcançados pela Oceania. Embora o preço dos queijos exportados pelos laticínios da Oceania tenha subido em 10% - na mesma data da comparação anterior -, ficou em US$ 3.875 por tonelada.
As complicações das exportações de produtos lácteos e o mercado enfrentado pelos produtos uruguaios estão refletidos nos bolsos dos produtores de leite.
A situação econômica e financeira dos produtores de leite é "crítica" e a Conaprole está fazendo "o máximo esforço" para movimentar "o quanto antes" as vendas internacionais dos produtos ao preço pago ao produtor, garantiu Alejandro Pérez, diretor da Cooperativa Nacional dos Produtores de Leite.
Pérez disse que em fevereiro havia cerca de 400 registros em vermelho, em pouco mais de 1.800 produtores que enviam leite à cooperativa, um saldo devedor que dobrou o histórico. "Para os produtores, tenhamos confiança de que estamos procurando, dia após dia, quando podemos ajustar o preço", disse ele. Ele acrescentou que metade dos produtores que foram pagos em fevereiro recebeu US$ 25.000, o que reflete os "enormes esforços" que estão fazendo para manter as fazendas leiteiras funcionando.
As informações são do El País, traduzidas e resumidas pela Equipe MilkPoint.