Nos últimos 20 anos, o setor leiteiro uruguaio aumentou sua produção em cerca de 20%, apesar da perda de terras para a agricultura e do fechamento de fazenda leiteiras, segundo dados do Instituto Nacional do Leite (Inale).
Para o Inale, a agricultura vem levando as vacas leiteiras para zonas mais marginais e os produtores reagiram diante desse fenômeno, aumentando a produção por vaca em ordenha ou agregando mais animais na mesma superfície.
Hoje existe uma distância entre os produtores de ponta que produzem mais de 4.000 litros de leite por hectare e uma média nacional, que é de 2.400 litros de leite por hectare. O gerente do Inale, Carlos Mattos, disse que "o prognóstico é que esse piso de 4% de crescimento na produtividade por animal se mantenha. Certamente, o estímulo de melhor margem de preços em dólares, como está ocorrendo, fará com que continue aumentando a produtividade média por hectare. Isso é o que fará com que a produção mantenha um crescimento sustentado".
Outra opção que o setor tem para produzir mais leite é o confinamento do gado, ou seja, ir para um sistema produtivo estilo europeu, com um maior uso de grãos na dieta, mas essa saída teria como ponto contra o alto preço que hoje ostentam os grãos. Segundo Mattos, o modelo produtivo das fazendas leiteiras uruguaias "é um modelo pastoril, completado com grãos ou silagem".
Ele considerou que um modelo de produção de confinamento e baseado em grãos pode elevar os custos. "Esse modelo terá uma volatilidade maior em seus resultados. Em momentos de preços baixos de grãos pode ter um excelentíssimo resultado, como pode ter, em momentos de alta dos grãos, custos mais elevados. Muitas vezes não está totalmente sincronizado o manejo do preço do leite e o de grãos".
"A inteligência dos produtores é jogar com as duas bases alimentícias. Capaz que, no caso das empresas dedicadas também à produção de grãos, seja mais fácil armar suas próprias estratégias e complementar a dieta pastoril, porque têm outros custos".
No entanto, o Inale começa a analisar a falta de recursos humanos capacitados e alguns problemas sanitários, que foram postos como limitantes para crescer e como as causas do fechamento de estabelecimentos leiteiros. Há alguns dias, a Câmara Uruguaia de Produtores de Leite tomou a bandeira junto com outras organizações e saiu manifestando sua preocupação pelo fechamento de vários estabelecimentos leiteiros.
A instituição disse que, para cada fazenda leiteira que fecha e sai na imprensa, há outras três que baixam a cortina de forma silenciosa. "É um tema muito preocupante. Uma das causas do fechamento de fazendas é a idade avançada dos produtores - a média de idade dos produtores de leite é de quase 60 anos - e a falta de uma reposição de geração", disse o gerente do Inale. Porém, Mattos disse que a segunda causa é "a falta de recursos humanos qualificados para administrar a empresa".
Para o Inale, o grande desafio do setor leiteiro é atrair ao setor esses recursos humanos e capacitá-los em gestão e produção.
Nas fazendas médias, grandes e pequenas, o grande problema é a falta de rentabilidade. "Por mais que tenham melhorado os rendimentos em dólares, a gente gasta em pesos para viver e seu custo de vida aumentou. Uma possibilidade para que melhorem é buscar caminhos para associar aos proprietários de terra com os donos dessas vacas".
As informações são do El País Digital, traduzidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint.
Uruguai: desafios em manter ritmo de crescimento
Nos últimos 20 anos, o setor leiteiro uruguaio aumentou sua produção em cerca de 20%, apesar da perda de terras para a agricultura e do fechamento de fazenda leiteiras, segundo dados do Instituto Nacional do Leite (Inale). Para o Inale, a agricultura vem levando as vacas leiteiras para zonas mais marginais e os produtores reagiram diante desse fenômeno, aumentando a produção por vaca em ordenha ou agregando mais animais na mesma superfície.
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