O Instituto Nacional de Leite do Uruguai (Inale), junto com outras instituições, definirá esse ano um plano de intensificação produtiva com sustentabilidade para o setor leiteiro, segundo destacou o gerente de Programas e Projetos do Inale, Jorge Marzaroli.
Ele avaliou de forma muito positiva a gestão cumprida pela instituição durante 2011, após um ano muito intenso, de muito desenvolvimento nas grandes linhas de ação vinculadas à fase primária do setor. Ele disse que o Inale cumpre uma função de assessoramento do Poder Executivo, de articulação da cadeia, de geração de propostas e programas de informação sobre o setor leiteiro.
Ele disse também que o Inale trabalha em um grande plano que envolverá mais de um programa, na área de desenvolvimento e formalização da produção leiteira familiar. O plano de intensificação está ainda em etapa de elaboração e representa uma das grandes linhas de ação que se prepara para esse novo ano, disse Marzaroli.
O técnico do Inale disse que esse plano compreende uma série de ações que vêm sendo desenvolvidas e que tem a ver com a promoção da irrigação e a análise dos seguros agropecuários, porque em uma análise de intensificação produtiva, os riscos aumentam, portanto, é necessário ver como serão mitigados.
Com esse objetivo, o Inale está trabalhando com a Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, além de coordenar ações com o Instituto de Pesquisa Agropecuária da Argentina (INTA) e com outras instituições uruguaias para discutir o tipo de seguros adequado às condições leiteiras do país. Ele disse que os seguros deverão ser projetados em função do clima da região, de forma que a ideia é gerar seguros por índice climático que é uma modalidade diferente da atual, em que se trabalha para poder ter uma proposta em 2012.
Na questão da irrigação, que é central, onde o Ministério de Pecuária, Agricultura e Pesca (MGAP) e seu titular, Tabaré Aguerre, tem desenvolvido fortemente, gera-se também uma proposta de como se deve integrar o setor leiteiro. "Ainda que de fato os que têm tomado a iniciativa tenham sido os próprios produtores, com alguns apoios do Projeto de Produção Responsável (PPR) em seus inícios e agora com os projetos da Direção Geral de Desenvolvimento do MGAP, estão avançando fortemente".
Outra área de interesse para esses produtores que tem crescido se refere ao financiamento e, para isso, "o Inale contratou uma consultoria de Deloitte, que finalizará nesses dias. Nós em fevereiro faremos um lançamento sobre os quais são os instrumentos que consideramos mais pertinentes para o desenvolvimento do setor leiteiro em matéria de financiamento".
Mazaroli disse que as conclusões desse trabalho destacam que o financiamento deve ser mais adequado do que é hoje. Os produtores, para que possam se desenvolver, precisam de créditos com prazos maiores e de pagamentos mais variáveis que se adéquem aos ciclos e às crises que ocorrem com certa frequência.
"Estamos forçando seu desenvolvimento a partir dos instrumentos existentes e tratando de ver de que forma se podem complementar com instrumentos que administrem aspectos relacionados às garantias e as contingências climáticas ou econômicas que possam afetas o pagamento desses créditos".
Os sistemas de produção intensiva poderão ser desenvolvidos com base na estabulação ou na irrigação e em um melhor aproveitamento das pastagens.
Essa temática tem um corte transversal, que é a sustentabilidade dos sistemas, disse Marzaroli. Ele disse que esse ponto preocupa muito em um contexto mundial, onde os recursos naturais são cada vez mais escassos. Isso se refere à não contaminação de efluentes e à não degradação dos solos. O ministro Aguerre está trabalhando nesse tema e tem uma proposta matriz de potenciais riscos dos efluentes e que estará apojando um projeto de lei nesse sentido.
Além disso, nesse cenário projetado, a energia terá um papel importante, posto que, no futuro, a sustentabilidade passará por um menor uso de energia fóssil. Isso quer dizer que um sistema estabulado pode ser muito eficiente, transformando energia em leite, mas também pode ser muito ineficiente, porque a energia que tem que chegar até a boca da vaca pode custar muito petróleo. É necessário ter um equilíbrio nesse sentido.
Ao fazer esse tipo de enfoque, aparece o redimensionamento das estruturas. Ele disse que às vezes as escalas maiores não são tão eficientes e as escalas menores podem ser. Ele também observa que o uso de pastagens de forma direta faz com que seja mais eficiente. "Não defendemos um ou outro sistema, mas quando analisamos os mais intensivos, devemos considerar todos os elementos".
A reportagem é do El Observador, traduzida e adaptada pela Equipe MilkPoint.
Uruguai definirá nesse ano um plano de intensificação produtiva de leite
O Inale, junto com outras instituições, definirá esse ano um plano de intensificação produtiva com sustentabilidade para o setor leiteiro, segundo destacou o gerente de Programas e Projetos do Inale, Jorge Marzaroli.
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PAULO R. F. MÜHLBACH
PORTO ALEGRE - RIO GRANDE DO SUL - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
EM 13/01/2012
Como diz o texto,"Os sistemas de produção intensiva poderão ser desenvolvidos com base na estabulação ou na irrigação e em um melhor aproveitamento das pastagens", parece-me vacilante mais este paradigma da produção de leite preponderantemente a pasto.