Uruguai analisa estratégia para ganhar mais mercados lácteos

O chanceler uruguaio, Luis Almagro, garantiu que o setor leiteiro "é um dos interesses ofensivos do Uruguai" e anunciou a criação de uma comissão especial que irá analisar e detectar a possibilidade de inserir os lácteos em novos mercados para crescer mais.

Os principais analistas internacionais preveem uma alta nos preços e uma demanda sustentada para os lácteos. Com esse cenário e destacando o protagonismo dos produtores e da indústria no crescimento da produção de lácteos em 2011 - cresceu em 19% -, Almagro disse na Assembleia da Associação Nacional dos Produtores de Leite que o setor leiteiro é um dos "interesses ofensivos" do Uruguai.

Apesar da leve oscilação anunciada no preço dos lácteos, Almagro estimou que "com boas condições climáticas", é possível pensar que "é altamente provável" que o setor leiteiro alcance o objetivo fixado de US$ 2 bilhões em exportações para 2020.

Para garantir esse futuro, a Chancelaria criou um "grupo de trabalho que está fazendo análises dos mercados internacionais para os produtos lácteos". O grupo proporá ações específicas em cada caso, com o fim de melhorar a participação relativa dos produtos uruguaios nos mercados, disse Almagro.

A Chancelaria coordenará a iniciativa, mas o grupo estará composto por técnicos da Comissão interministerial de comércio exterior e o setor privado, que trocarão informações com relação às ações que serão propostas para inserir melhor os lácteos.

Por outro lado, Almagro ressaltou que o Mercosul, mas principalmente o Brasil, é um mercado relevante para os lácteos locais.

Outro anúncio do chanceler foi o interesse do Azerbaijão de importar leite em pó do Uruguai e outros alimentos. "Quando começamos nosso trabalho, foram feitos muitos projetos de desenvolvimento leiteiro na China, foram dados fundos às províncias para que fizessem planos de desenvolvimento leiteiro e aumentassem um pouco a cadeia produtiva, com plantas de lácteos. Creio que também há outras possibilidades na Rússia".

Para fugir das barreiras de logística e das dificuldades de tarifas que os lácteos enfrentam em alguns mercados, Almagro estimulou que se fixasse na forma com que estão trabalhando alguns países competidores, como Austrália e Nova Zelândia. "Nossos competidores nos mercados estão se associando à produção local, com grandes ou pequenas empresas. Essa associação com empresas de outros países ou locais busca inserção melhor no mercado. Não podemos dar vantagens do ponto de vista tarifário e creio que os problemas geográficos têm uma solução".

A reportagem é do El País Digital, traduzida pela Equipe MilkPoint.