UE: indústria se volta à produção de queijos

Os processadores de lácteos da União Europeia (UE) estão optando pela produção de queijos numa tentativa de deixar para trás a turbulência do mercado do ano passado, de acordo com um relatório do Governo dos Estados Unidos. Analistas de lácteos da UE disseram no relatório do Serviço Estrangeiro de Agricultura (Foreign Agriculture Service) do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) que uma recuperação da demanda global, o enfraquecimento do euro e melhores margens deverão impulsionar uma maior produção de queijos esse ano.

O mercado doméstico pode ainda parecer fraco, mas a demanda mundial está se recuperando e, nesse contexto de um euro mais fraco, sugere-se que as exportações de queijos deverão aumentar. Além disso, o relatório do FAS/USDA disse que nos primeiros quatro meses de 2010 os comerciantes disseram que a demanda por queijos tem aumentado.

A opção pela produção de queijos não é somente uma resposta aos acontecimentos recentes, mas se encaixa em uma busca mais ampla por um nicho competitivo. "O setor acredita que o queijo, em particular os de marca, será o principal produto lácteo com o qual a UE poderá competir no mercado mundial", disse o relatório. Apesar disso, a indústria de lácteos da UE se distanciou da produção de queijo no ano passado - a produção de queijos na França, por exemplo, caiu 4%.

O FAS/USDA disse que a intervenção da UE no mercado de lácteos foi responsável pelo afastamento da produção desse produto. Buscando se defender da volatilidade do mercado, a indústria de lácteos da UE se voltou para os mercados de manteiga e leite em pó desnatado onde a intervenção da UE estava disponível e os estoques privados podiam ser construídos.

À medida que o mercado se recupera, espera-se que a indústria de processamento de lácteos europeia reduza sua produção de manteiga e leite em pó desnatado e foque na produção de queijo. O sucesso da indústria no mercado internacional e a capacidade da Comissão Europeia de reduzir os estoques de intervenção dependerá das taxas de câmbio. O relatório disse que a desvalorização do euro tem tornado as exportações de lácteos da UE mais competitivas nos mercados mundiais desde fevereiro.

As informações são do Dairy Reporter, traduzidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint.