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Trabalho analisa a possibilidade das indústrias definirem o preço do leite

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 12/05/2014

3 MIN DE LEITURA

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O IFAMA (International Food and Agribusiness Management Review) publicou em maio um artigo científico denominado “Mensurando o grau de poder do oligopsônio no mercado brasileiro de leite cru” cujos autores são Paulo Roberto Scalco e Marcelo José Braga, da Universidade Federal de Goiás e da Universidade Federal de Viçosa, respectivamente.

O que é oligopsônio? É comum escutarmos falar em monopólio, definido como um único indivíduo, seja ele pessoa ou empresa, que detém o fornecimento de um produto ou serviço. Na mesma forma, quando são poucos fornecedores, chamamos de oligopólio (oligo = poucos). A partir destas informações, podemos dizer que o oligopsônio se traduz na situação contrária ao oligopólio, ou seja, poucos COMPRADORES de produtos ou serviços.

Neste artigo, Scalco e Braga, analisam a probabilidade das indústrias de laticínios terem o controle do preço do leite pago ao produtor; e comprovar a hipótese de que as indústrias tem poder para definir o preço do leite.

A pesquisa considerou dados do período compreendido entre janeiro de 1997 até dezembro de 2011, com informações de 15 mesorregiões dos estados que detém o maior volume de produção de leite – localizados no sul, sudeste e centro-oeste – conforme pode ser visto na abaixo.

Figura: Distribuição espacial das 15 mesorregiões selecionadas


Fonte: Dados da pesquisa

A coleta de dados foi resultado de um compilado de informações do IBGE (para número de animais e produção de leite); IPEA (preço de concentrado e da arroba do boi em pé); CEPEA (preço do leite pago ao produtor e preço dos produtos lácteos no atacado); Banco Central do Brasil (taxa de câmbio e cálculo do poder de compra do consumidor); IPEADATA (salário) e ANEEL (preço da energia elétrica).

Resultados:


Foi identificada a relação entre a distância compreendida entre os produtores de leite e a fábrica de laticínios, mostrando que o preço do frete tem forte relação com o número de empresas que o produtor pode negociar seu produto. Devido ao fator proximidade e para padronização das amostras, este trabalho, considerou que os produtores de cada mesorregião só forneciam leite para as empresas que atuavam naquele local, não tendo relação com as mesorregiões adjacentes.

A pesquisa ainda revela que, na amostra estudada, não houve relações estatisticamente comprovadas da existência de mono ou oligopsônio em quase todas das regiões brasileiras estudadas e, quando houve evidências de distorções de mercado causadas pelo oligopsônio, esta era pequena. Resultados diferentes foram reportados em trabalhos de alguns países europeus como Ucrânia e Hungria.

Segundo os pesquisadores, apesar da possibilidade do mercado de leite cru ser concentrado e os laticínios deterem o poder nesta parte da cadeia produtiva, os resultados levam a crer na existência de mercados extremamente dinâmicos de concorrência perfeita ou quase. Em outras palavras: há quantidades suficientes de produtores e laticínios para que o preço seja definido pelo mercado em si, sem distorções.

Há inclusive, outros fatores além da relação produtor/indústria, que justificam o resultado anterior. Alguns pesquisadores citados no texto, trabalhando com a formação do preço do leite, concluíram que o preço no mercado internacional tem impactos diretos nos valores recebidos pelo leite cru no Brasil. Esta variável, por ser um fator externo sem controle nacional, dificulta o tabelamento de preços.

Os autores ainda consideram o mercado informal de leite - seja pela venda do leite cru ou derivados - outro obstáculo para o controle do preço pois são concorrentes na captação de matéria-prima.

Em suma, o trabalho conclui que não houve evidências estatisticamente confiáveis de que exista formação de monopsônio ou oligopsônio nas mesorregiões estudadas e, caso haja, estes não têm poder para influenciar os preços pagos ao produtor de leite.
Esta informação é importante, pois contradiz diversos outros trabalhos, inclusive alguns de caráter governamental, que serviram de embasamento para a formação de políticas públicas.

Por fim, é necessário enfatizar o fato de que este trabalho contempla apenas 15 mesoregiões brasileiras e, assim sendo, pode não refletir a realidade em outras áreas do país. Além disso, esta pesquisa considera apenas a relação produtor/indústria, ou seja, não foi incorporada a influência dos outros fatores - como o papel do mercado varejista - da cadeia produtiva do leite que podem ter parcela de responsabilidade nesta questão.

Os dados são do IFAMA, adaptados pela Equipe MilkPoint Brasil.

Para ter acesso ao artigo completo (em inglês) CLIQUE AQUI. (https://visitor.benchmarkemail.com/c/l?u=3655166&e=47BB65&c=14FE9&t=0&l=66ABDE1&email=ohEPWtdsW8vbmFwdsQlGH3eXQbHCf1oR)

Referência bibliográfica:


SCALCO, P. R.; BRAGA M. J. Measuring the Degree of Oligoposony Power in the Brazilian Raw Milk Market . IFAMA. Vol. 17 (2), 2014.
 

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DIONE MARCIO CAMPOS

PASSA VINTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 18/05/2014

O leite materia prima rica e que todos os compradores exigem qualidade e ate sufocam os produtores com parametros abaixo das normativas para bonificaçoes e penalizaçoes entra nas industrias sao beneficiados, retirados suas maiores proteinas e vitamias e colocado seus subprodutos nas gondolas de supermercados depois utilizam o artificio que o preço do leite spoot esta baixo. Pra se pensar: Quem e esse produtor de leite spoot?????sera que ele tem que tratar de vaca nessa seca brava????com preços de milho e soja nessas alturas???
SANTIAGO

LAVRAS - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 14/05/2014

Caro Lázaro;



Levando em consideração que a fatia da indústria vem constantemente se achatando entre o varejo e o produtor, e que o próprio conceito de cartel se contrapõe a realidade de forte concorrência no campo, discordo completamente da sua colocação.
LAZARO EURIPEDES XAVIER

GOIÂNIA - GOIÁS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 13/05/2014

Com todo o respeito aos pesquisadores, no dia a dia, o que se vê, são reuniões mensais no Sindicato das Indústrias Laticinistas para definição do preço a pagar pelo leite já entregue. Isso é mais do que oligopsônio, é a verdadeira prática do cartel da indústria para fixar preços a serem pagos aos produtores.



Lázaro Eurípedes Xavier - Eng Agronomo e Produtor
EGON GRINGS

SÃO JOÃO DO OESTE - SANTA CATARINA - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 12/05/2014

As grandes industrias que compram o leite spot, são as  maiores  responsáveis, pela fraude do leite, quando a oferta é maior que a procura, compram qualquer leite, sem muita analise. Deveria ser proibido o passeio do leite cru refrigerado, prolonga o tempo de beneficiamento a industrialização , Imagina levar leite crú  do RS,SC,PR, para SP, MG.

Precisa ser eliminado todos intemediario neste processo, na minha opinião todos os transportadores de leite devem ter contrato com a indústria que recebe o leite com cláusulas exigindos os critérios estabelecidos pela IN. 62, em relação ao transporte do leite. Tem que de uma vez por todas aplicar justiça aos fraudadores de leite.

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