Tetra Pak vê como irreversível a concentração no setor

Dona de 95% do mercado de embalagens para leite longa vida no Brasil, a Tetra Pak vê como positiva e irreversível a consolidação no mercado de leite. O movimento, que se intensificou nos últimos dois anos, principalmente com a crise no fim de 2008, criou grandes empresas no setor de leite do país. "O movimento é positivo. Porque as empresas [que se unirem] vão cuidar melhor dos processos, da qualidade, da marca, dando mais valor à categoria", avalia Paulo Nigro, presidente da Tetra Pak no Brasil. Um dos efeitos da consolidação é que melhora a capacidade das empresas para reinvestirem em tecnologia, diz.

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Dona de 95% do mercado de embalagens para leite longa vida no Brasil, a Tetra Pak vê como positiva e irreversível a consolidação no mercado de leite. O movimento, que se intensificou nos últimos dois anos, principalmente com a crise no fim de 2008, criou grandes empresas no setor de leite do país.

"O movimento é positivo. Porque as empresas [que se unirem] vão cuidar melhor dos processos, da qualidade, da marca, dando mais valor à categoria", avalia Paulo Nigro, presidente da Tetra Pak no Brasil. Um dos efeitos da consolidação é que melhora a capacidade das empresas para reinvestirem em tecnologia, diz. "O Brasil nunca será totalmente concentrado", pondera Nigro. A razão, afirma, é que é a consolidação levará ao aparecimento de novos laticínios regionais, já que surgirão espaços no mercado.

A maior concentração no varejo nacional também é um fator de estímulo para uma segunda onda de consolidação no setor de leite no país, diz o executivo. É que num varejo mais concentrado, as indústrias buscam ter mais poder de negociação.

Em 2009, a sueca Tetra Pak comercializou 10 bilhões de embalagens (para leite e outras bebidas) no Brasil, e Nigro acredita que o número não vai cair por conta da diminuição da quantidade de empresas no setor de leite. A afirmação está baseada na certeza de que "o consumo [de leite] é irreversível", explica Nigro. Em sua visão, a queda no consumo no ano passado foi um "ponto fora da curva". Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Leite Longa Vida (ABLV), a demanda por leite longa vida caiu 0,9% no país, para 5,262 bilhões de litros.

Na avaliação de Nigro, a demanda por alimentos líquidos aumentará, mas o mercado será mais concorrido. "O desafio não é a demanda. Isso haverá. A questão é a competência, é saber quem vai conseguir capturar o crescimento. O leite tem de ser rentável", observa.

A confiança da Tetra Pak de que a demanda seguirá em alta reflete-se nos planos de investimento da empresa no Brasil. Justamente por acreditar nisso, a companhia sueca decidiu antecipar a duplicação de sua unidade de Ponta Grossa/PR. A previsão inicial era que a duplicação estivesse finalizada em 2014. Agora, o plano é que a fábrica estará operando, já ampliada, a partir do segundo semestre de 2013.

Segundo Nigro, o projeto de ampliação deve estar definido em setembro, incluindo o valor do investimento. Além de Ponta Grossa, a Tetra Pak também investiu R$ 100 milhões no aumento da capacidade de sua unidade de Monte Mor/SP. A ampliação da fábrica começa a operar até outubro.

A matéria é de Alda do Amaral Rocha, publicada no jornal Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe MilkPoint.


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Mayron César Alves
MAYRON CÉSAR ALVES

ITUMBIARA - GOIÁS - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 30/06/2010

Nao fico muito contente com esse monopolio da tetra nao ,concorencia e bom p todo mundo ela dita as regras e nos temos que acatar pois precisamos de embalagens .
Savio
SAVIO

BARBACENA - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 24/06/2010

Sr Paulo Nigro;

Permita-me voltar ao debate.

Sobre a concentração do varejo, não entendi bem no que essa tendência daria maior poder de negociação às indústrias. A anos a realidade é que o varejo via Hiper Mercados e Redes de Compras tem se mostrado altamente especulador manipulando preços e mantendo suas margens intáctas e absolutas.

Um abraço

Sávio Santiago
Savio
SAVIO

BARBACENA - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 24/06/2010

Parabéns Sr Paulo Nigro;

Realmente a Tetra Pack é a empresa de maior sucesso hoje no setor lácteo nacional. Digo mais, é praticamente a mandatária desse setor.
Alheia às crises setoriais, vende o ano todo em grandes volumes e boas condições comerciais, estando o leite a 0,30 ou 1,00.
Talvez essa gigante possa nos ajudar financeiramente a unir o setor em busca da organização setorial para evitarmos crises constantes como temos passado. Afinal é prudente o "sitiante" não deixar morrer a "galinha dos ovos de ouro".
Caso o senhor esteja lendo esse comentário, sugiro que leia o editorial e os comentários "Um pouco sobre associações fortes e representativas" nesse site. Irá conhecer os necessidades de um setor desestruturado, frágil e sem representatividade, apesar de números tão impressionantes. Lá existem opiniões de produtores, técnicos e industriais. Cabeças com sugestões rumo a profissionalização setorial e regulamentação de nosso mercado.
Independente disso, permita-me discordar um pouco da sua opinião. A tendência de concentração não é tão benéfica ao setor como parece. Na ponta da cadeia a vulnerabilidade dos produtores de algumas regiões assusta. Regiões onde haviam cinco ou seis compradores (processadores) tem hoje um ou dois. Não queremos criar um laticínio com os poderes comerciais da gigante Tetra Pack, seria a morte para a cadeia produtiva, que já anda combalida. Hoje grandes compradores de leite que surgiram viraram também grandes importadores e exportadores, detendo enorme poder de manipulação do mercado interno em suas mãos.
Concordo porém com a tendência de regionalização que o senhor citou, porém acredito que a dimensão seja um pouco maior. O consumidor já está preterindo o leite longa vida em algumas regiões por conta da inconstância de preços e da preferência pelo pasteurizado. Quando afirmo isso pretendo não discutir os números apresentados, que para mim não passam de transferência de volumes do leite em pó para o leite UHT. Quem trabalha com leite em pó sabe o quanto inviável ficou sua produção nos últimos tres anos quando comparado com outros produtos, principalmente o UHT.
No Rio de Janeiro por exemplo, já se observa um relativo crescimento do leite pasteurizado nos ultimos dois anos. Isso não é ruim para a Tetra Pack, já que se consolidou como potência e não deve se sentir ameaçada por movimentos comerciais tão tímidos e contidos. Acredito que para vocês também uma concentração absoluta possa evidenciar um risco desnecessário.
Espero que aceite minha sugestão, se aproximando dos produtores, laticínios e associações como financiadora de um trabalho sem precedentes para a representação e organização do setor produtivo do leite no Brasil.

Um abraço;

Sávio Santiago
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