Subcomissão quer dar voz política à cadeia produtiva do leite

Dar voz à cadeia produtiva do leite com uma política nacional para o setor. Esta é a principal proposta para 2012 da subcomissão criada pela Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural para acompanhar, avaliar e propor medidas sobre a produção de leite no mercado nacional.

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Dar voz à cadeia produtiva do leite com uma política nacional para o setor. Esta é a principal proposta para 2012 da subcomissão criada pela Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural para acompanhar, avaliar e propor medidas sobre a produção de leite no mercado nacional.

A ideia é realizar anualmente conferências estaduais com produtores, cooperativas e indústrias, além de representantes do Executivo e do Legislativo de março a junho e, a cada setembro, promover um evento nacional para estabelecer e revisar um marco regulatório. "O processo é dinâmico. Não teremos legislação permanente do leite, mas indutores de comportamento de produção e consumo", afirmou o relator da subcomissão, deputado Alceu Moreira (PMDB-RS).

Um dos objetivos da Política Nacional do Leite é a prestação de contas de todos os envolvidos, em especial os órgãos de governo. "As autoridades envolvidas em cada setor têm que prestar contas. As pessoas da cadeia têm que ter responsabilidade. Tarefa, tempo, resultado. Isso vai estar previsto na política", disse o relator.

Segundo ele, um avanço importante na implementação da política foi a criação de conselhos de leite (Conseleite) estaduais para reunir produtores, cooperativas, indústrias e distribuidores. "O debate retira a desconfiança de que alguém está levando lucro em cima de outro. Isso atribui ao setor produtividade, competividade", disse. Atualmente, existem esses colegiados nos três estados da região Sul.

O Brasil ocupa o quarto lugar mundial na produção de leite, com 30,8 bilhões de litros, de acordo com dados de 2011. O principal produtor mundial são os Estados Unidos com 89 bilhões de litros a cada ano, seguido por Índia (52 bilhões) e Rússia (31,4 bilhões). A China, mercado mundial que mais cresce, tem produção de 30,5 bilhões. As informações são do Departamento de Agricultura norte-americano.

"Importação excessiva"

Um dos principais desafios da subcomissão em 2011 foi buscar solução para a importação excessiva de leite e derivados por parte do Brasil, principalmente de países do Mercosul. O Brasil regulou a entrada de leite em pó argentino em 3.600 toneladas/mês até outubro de 2012. O valor tinha chegado a 5.500 toneladas/mês em fevereiro de 2011. "Abrir as portas para Argentina, Uruguai, Chile e Nova Zelândia é um equívoco. Cada litro de leite importado sem necessidade é um desajuste na cadeia produtiva", disse Moreira.

A balança comercial brasileira de lácteos apresentou saldo negativo de US$ 446 milhões (cerca de R$ 758 milhões) de janeiro a setembro de 2011. O valor é 104% superior ao do mesmo período de 2010, com déficit de 213 milhões de dólares (aproximadamente R$ 362 milhões).

Para o presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Rodrigo Sant'Anna Alvim, o trabalho da subcomissão ajudou a proteger o mercado nacional. "Se não houvesse essa subcomissão, teríamos mais dificuldade para fazer um acordo com os argentinos. A proposta de criar uma grande política é o que a gente tenta fazer há anos e têm tido dificuldade."

O Uruguai exportou para o Brasil 5,5 mil toneladas de leite em pó em outubro e não aceitou limitar seus índices de importação. "Não conseguimos restringir a importação do Uruguai porque o Brasil insiste em proteger aquele país", reclamou o relator da subcomissão, Alceu Moreira.

Segundo o diretor de Assuntos Comerciais Internos da Secretaria de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Benedito Rosa, a competição com os demais países do Mercosul é dificultada pela diferença de custo da produção leiteira. "Fica difícil competição no que achamos que é mercado comum com estrutura de custos diferentes. Um trator em Buenos Aires custa 48 mil dólares e em Goiás 67 mil dólares", afirmou.

A subcomissão também vai acompanhar projetos em tramitação que impactam o setor como as alterações do Senado ao novo Código Florestal (Projeto de Lei 1876/99) e a análise da Medida Provisória 552/11, que impede o aproveitamento por empresas produtoras de alimentos de crédito presumido quando o bem adquirido for empregado em produtos isentos do PIS/Pasep e da Cofins.

Íntegra da proposta: PL-1876/1999

A matéria é de Tiago Miranda, da Agência Câmara de Notícias, adaptada pela Equipe MilkPoint.
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Darlani de Souza Porcaro
DARLANI DE SOUZA PORCARO

MURIAÉ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 02/02/2012

Qualquer ação do governo em benefício dos produtores de leite,é  muito importante não só á nós , como também , o comércio em geral, a saúde do povo ,como foi dito acima,e o principal  é o governo retirar todos impostos que entram na cadeia produtiva do  leite,e reverter esse dinheiro aos produtores . Agora este dinheiro não é pra deixar  ninguém rico não, e sim, nós podermos melhorarmos nossas condições de trabalho ,com investimentos necessários em nossas  propriedades.



Marcello de Moura Campos Filho
MARCELLO DE MOURA CAMPOS FILHO

CAMPINAS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 01/02/2012

A Subcomissão criada pela Comissão Nacional de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara Federal está de parabéns pelo diagnóstico de que precisamos de política e planejamento adequado para o setor leiteiro, especialmente para a pecuária leiteira, para podemos acabar com a importação excessiva de leite e lácteos, e o que com certeza poderá nos criar perspectivas para passarmos a exportadores de leite e lácteos.

A propostá de conferências estaduais de maio a junho para depois realizar um evento em setembro para estabelecer um marco regulatório e depois repetir estas ações a cada ano para revisões no marco regulatório me parece interessante.

No meu modo de ver  política e planejamento para terem sucesso requerem ações permanentes, de forma que para reforçar essa proposta, que caracteriza ações importantes, mas pontuais, apresento a seguinte sugestão:

A Subcomissão deveria discutir com a Câmara Nacional e com as Câmaras Estaduais de leite e derivados existentes, a possibilidade de criação de grupos temáticos permanentes para política e planejamento do setor leiteiro, que poderiam num trabalho contínuo, ao longo do ano, poderiam discutir os problemas relacionados com a política e planejamento setorial, trazendo subsídios e propostas importantes para as conferências estaduais e o evento final de cada ano.

Marcello de Moura Campos Filho

  Presidente da Leite São Paulo
Joseph Crescenzi
JOSEPH CRESCENZI

ITAIPÉ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 31/01/2012

Desonera a produção leiteira que os produtores do Brasil serão os mais competitivos do mundo. A importação existe por ser mais barato para as indústrias nacionais. Todo processo de produção nacional é mais caro do que para os concorrentes externos. Mesmo assim, somos o 4º produtor mundial. Impedindo a importação é uma ajuda para o produtor brasileiro mas encarece na gondola  .

Reduzir o custo de produção por desoneração tributária, reduz a demanda dos importados, eleva a remuneração do produtores e reduz o preço ao consumidor elevando demanda. O consumo maior pela população devido redução de preço, aumenta a saúde a reduz despesas com SUS.

O Brasil só tem a ganhar com uma PL com este foco.
Qual a sua dúvida hoje?